Depois de um rigoroso trabalho de apuração nos bastidores políticos do Tocantins, O Paralelo 13 levantou informações acerca da corrida sucessória para 2022, quando estarão em jogo uma vaga para o Senado, oito para a Câmara Federal e 24 para a Assembleia Legislativa, além, é claro, do cargo de governador do Estado.
Por Edson Rodrigues
Antes, temos que deixar claro que as regras para as eleições estaduais de proporcionais de 2022 ainda não estão definidas pelo Congresso nacional e encontram-se nas Comissões, sem data para serem levadas ao Plenário. Já as regras para as eleições majoritárias para presidente da República, senador e governador, permanecem as mesmas de 2018, sem alterações.
Ou seja, continua sendo muito mais fácil chegar ao poder do que se manter nele.
Tentamos, aqui, juntar os ingredientes que se puseram à nossa frente como os integrantes do jogo político em curso, jogado por líderes partidários e envolvendo interesses políticos, individuais, partidários, e por sobrevivência.
São tantos interesses – e de tantos – que fica impossível não haver desavenças, desajustes e desacordos durante o jogo.
SOBREVIVÊNCIA
Para “dourar a pílula”, se faz necessária uma leve e precisa avaliação nos papéis que cada liderança política exercer no tabuleiro sucessório, assim como suas legendas e suas estruturas político-partidárias.
Comecemos pelo Palácio Araguaia e pela Assembleia Legislativa.
O governo de Mauro Carlesse tem na administração das finanças do Estado o seu ponto forte, com um trabalho reconhecido até pelos membros da oposição atuante no Estado e na Câmara Federal.
Plenário da Assembleia Legislativa do Tocantins
Alguns avanços no acerto de contas para reparar as perdas no salário do funcionalismo público estadual já foram feitos, com correção prometido ainda para este ano, assim como as ordens de serviço para obras importantes, como a duplicação para as rodovias que ligam Palmas a Porto nacional e a Paraíso, cujos recursos já estão no Tesouro Estadual, por conta da venda das ações da Celtins, cuja venda foi autorizada pela Assembleia Legislativa.
O governo deve anunciar, em breve, um pacote de Ações Sociais, incluindo a recriação dos Pioneiros Mirins, um dos maiores acertos das gestões de Siqueira Campos, assim como outras obras de Estado, ou seja, obras perenes, com impactos na economia e no desenvolvimento do Tocantins como um todo.
Logo, aos desavisados, incluindo os candidatos a deputado estadual ou federal, principalmente os que buscam um reeleição, fica um recado claro: o governador Mauro Carlesse só decidirá sobre sua candidatura à única vaga para o Senado se, realmente, ele, Carlesse, e seus conselheiros políticos que o acompanham desde que chegou à presidência da AL e venceu três eleições consecutivas para o Palácio Araguaia, estiveram convencidos de chances reais de vitória.
Vale ressaltar que durante toda a sua trajetória política, Carlesse jamais deixou de ouvir ou deixou sair de seu grupo político, nenhum dos seus conselheiros. Estamos falando de pessoas como o secretário da Fazenda, Sandro Henrique Armando e dos secretários Claudinei Quaresmim e Divino Alan Siqueira.
Governador Mauro Carlesse se filia ao PSL
Esse é o cerne do “núcleo duro” do grupo de Carlesse, formado por fiéis escudeiros, e que é acompanhado pelo “andar de baixo”, onde ficam outras figuras importantes do grupo político.
No momento, todos trabalham no sentido de planejar desenvolvimento e ações em nível estadual que os permita avançar politicamente e gerem pontos positivos para uma candidatura de Carlesse ao Senado, afinal, para a única vaga aberta para o Tocantins, já há um “engarrafamento” de candidatos na disputa, com, pelo menos, três nomes fortes – Kátia Abreu, Marcelo Miranda e o próprio Carlesse.
A tendência é que esse número de postulantes à vaga aumente, com o decorrer das convenções partidárias, fazendo dessa disputa, talvez, a mais acirrada de toda a eleição. Mais até que a disputa pelo governo do Estado.
Por enquanto, ao que parece, esse grupo não pensa em “plano B”. Mas, são tão fechados entre si, que raramente são vistos em público, muito menos comentam sobre esse trabalho pensando na candidatura ao Senado, enquanto não sentirem abertura e segurança para tal.
E essa é uma situação que deve permanecer até 2022.
SEGUIDORES E POSSÍVEIS ÓRFÃOS
O “observatório” montado por O Paralelo 13 para acompanhar as articulações políticas com vistas à sucessão estadual, por um lado enxerga a maioria dos candidatos à reeleição para o Legislativo Estadual e para Câmara Federal, 99,99% preocupada em “puxar a brasa para debaixo do seu espeto”, demonstrando pouca atenção para a candidatura de Carlesse ao Senado.
Cada um agindo por si, somente preocupados em manter suas “máscaras” durante as turbulências que se avizinham, esquecendo dos reflexos que podem surgir com a candidatura ao Senado de Mauro Carlesse, a posse que ele tem da “caneta’ e do Diário oficial, assim como com a candidatura de Wanderlei Barbosa ao governo que, por enquanto, está sem partido e sem estrutura política.
Todo cuidado é pouco na hora de fazer avaliações sobre esse cenário para os deputados estaduais. O limite entre a máscara ficar no rosto ou cair, é muito curto.
Logo, todo cuidado é muito pouco para os que estão umbilicalmente ligados ao Palácio Araguaia, pois em havendo uma dificuldade de se estabelecer como candidato ao Senado, Mauro Carlesse pode mudar de ideia e, com o avançado dessa decisão para o primeiro trimestre de 2022, se o governador não renunciar, todos estarão órfãos e “sozinhos na campina”.
OPOSIÇÕES UNIDAS PARA O EMBATE
A fala do presidente estadual do PL, deputado federal Vicentinho Jr. Sobre a união quase que absoluta das oposições e da bancada federal, pode se confirmar e passar a ser o “plano A” das oposições ao Palácio Araguaia. Esse plano A tem o senador Eduardo Gomes como candidato ao governo.
Segundo o apurado, existe, sim, essa possibilidade, inclusive com reuniões e encontros já acontecidos entre os integrantes desse “projeto”, envolvendo a cúpula nacional de suas legendas.
O Paralelo 13 tem informações sobre almoços e jantares dos senadores tocantinenses com os presidentes nacionais de suas legendas, sobre por qual partido sairão candidatos a deputado federal, senador e governador.
Valdemar da Costa Neto presidente do PL
Mesmo trancadas à sete chaves, O Paralelo 13 já conseguiu levantar informações de que o grupo não tem nenhuma intenção de ser chamado ou colocados pela imprensa como “de oposição” e, sim, de “não palaciano”, mas prefere, por enquanto, distância dos demais parlamentares estaduais, umbilicalmente ligados ao Palácio Araguaia.
Um desses jantares ocorreu na última terça-feira, quando estiveram juntos um integrante da bancada federal do Tocantins e um homem forte do PL, de Valdemar Costa Neto, discutindo integralmente a sucessão estadual no Tocantins.
Esse jantar foi articulado pelo ex-senador, Vicentinho Alves e pelo presidente do PL no Tocantins, o deputado federal Vicentinho Jr.
A expectativa é de união entre os detentores de mandato em uma só chapa, caso a Reforma Eleitoral não saia a tempo ou não seja satisfatória para suas candidaturas à reeleição.
Paralelamente, cada legenda vem trabalhando suas “chapinhas”, porém, todas ligadas às candidaturas de senador e governador. Nós apuramos, também, que parte desse grupo político, que fica aqui “na província”, pode defender até dois senadores, principalmente no caso de Mauro Carlesse não renunciar ao governo e, obviamente, não ser candidato ao Senado.
Isso não significa, jamais, que Carlesse não possa ser candidato a deputado federal pelo PSL, sem correr nenhum risco de manter o mandato de governador e o foro privilegiado.
EDUARDO GOMES
Enquanto isso o senador Eduardo Gomes tem se concentrado, nas últimas semanas, em conversas com os demais membros da bancada federal, prefeitos, vereadores, empresários e líderes políticos, candidatos a um cargo nos Legislativos estadual e federal.
A conversa é a da boa convivência e pela manutenção do ótimo relacionamento que tem com todos, e a construção de pontes que possibilitem o diálogo com os demais.
Porém, sobre uma candidatura ao governo do Estado, Eduardo Gomes sempre “pula” a resposta, pois, primeiro, quer sentir a vontade dos seus companheiros, simpatizantes e eleitores, o que fará após um giro pelo Tocantins em 2022.
Depois disso, mais uma conversa geral, principalmente com os colegas de Congresso Nacional, para dar início ao afunilamento sobre a chapa majoritária e os candidatos proporcionais.
Pelo menos esse tem sido o discurso do senador mais bem votado do Tocantins nas últimas eleições.
Ou seja, tudo fica, mesmo, para 2022...
O advogado tocantinense Manoel Arruda tomou posse como presidente do PSL do Distrito Federal na última terça-feira (14)
Por Edson Rodrigues
A solenidade de posse contou com as presenças do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, do senador Flávio Bolsonaro, do Republicanos do Rio de Janeiro e da maioria da bancada do PSL no Congresso Nacional.
Manoel Arruda é filho do ex-vice-prefeito de Novo Acordo, Manoel Coelho Arruda e de dona Maura Arruda, família tradicional do município tocantinense, radicada em Brasília há mais de 30 anos, com laços familiares em Porto Nacional e com a família Bolsonaro, de quem foi um dos coordenadores de campanha a presidente da república.
Manoel Arruda, presidente PSL DF, ministro da justiça Anderson Torres ; Antônio Rueda, vice-presidente nacional PSL e senador Flávio Bolsonaro
Manoel Arruda é braço-direito do ministro da Justiça e sua ida para a presidência do PSL do Distrito Federal, do qual já era vice-presidente, tem relação com a intenção de Anderson Torres de concorrer nas próximas eleições. A princípio, ele cogitava disputar um mandato de deputado federal, mas já tem sido aconselhado a se candidatar a um cargo majoritário: Senado ou até mesmo governador, caso Ibaneis Rocha (MDB) tenha outros planos.
Um dos convidados de honra para a posse foi o empresário do ramo da comunicação e também tocantinense ilustre, José Carlos Leitão, conterrâneo e amigo de longa data de Manoel Arruda e também radicado em Brasília há anos.
Leitão é ex-presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade do Distrito Federal e ex-presidente da Conorte, principal entidade criada com o objetivo de conseguir a independência política do Norte de Goiás, hoje, nosso Estado do Tocantins.
A posse do tocantinense alçado a um dos cargos mais representativos da política do Distrito Federal foi bastante prestigiada, mas acabou não podendo contar com a presença do governador, Mauro Carlesse que, apesar de convidado, tinha compromissos inadiáveis, mas já confirmou uma ida a Brasília, ainda esta semana, para visitar o mais novo tocantinense ilustre.
São 11 ministros de estado que ele e seus auxiliares já dão como certo que deixarão seus cargos e outros dois que também devem seguir o mesmo caminho
Por Caio Junqueira, CNN
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já tem em mãos a lista dos ministros que deverão deixar seus cargos no ano que vem para disputar as eleições de 2022 em seus estados.
São 11 ministros de estado que ele e seus auxiliares já dão como certo que deixarão seus cargos e outros dois que também devem seguir o mesmo caminho. Como há 23 ministros na Esplanada, metade do ministério de Bolsonaro deverá ir às urnas.
Diante disso, o Palácio do Planalto começa a debater sobre o momento ideal em que eles devem deixar seus cargos. Pela legislação eleitoral, o prazo é abril, mas o presidente avalia pedir que os candidatos deixem seus cargos em janeiro de forma que ele possa utilizar os postos para abrigar potenciais aliados para sua campanha à reeleição.
Os 11 ministros da lista do presidente e os respectivos estados em que devem se candidatar são:
Damares Silva (dúvida)
Flavia Arruda (DF
Gilson Machado (PE)
Fabio Faria (RN
João Roma (BA)
Marcos Pontes (SP)
Onyx Lorenzoni (RS)
Ricardo Salles (SP)
Rogério Marinho (RN)
Tarcísio Freitas (SP)
Tereza Cristina (MS)
Podem também se candidatar Anderson Torres (DF) e Marcelo Queiroga (PB). A maioria deles ainda não definiu a qual cargo irá se candidatar.
Os cargos ainda dependem de acertos políticos. Por exemplo, há dois ministros que pretendem se lançar ao governo do Rio Grande do Norte: Fabio Faria e Rogerio Marinho.
Damares Silva ainda não decidiu por qual estado deverá sair. Nos bastidores, fala-se em se lançar pelo Tocantins.
Tarcísio de Freitas aceita ser candidato a governador, mas isso depende de uma articulação com o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, aliado do presidente. Mas alguns casos, como o de Flávia Arruda ao governo do Distrito Federal, é dado como certo no gabinete presidencial.
O presidente, porém, começa a ouvir seus auxiliares sobre uma eventual ordem para que deixem seus cargos antes do prazo legal de desincompatibilização. Como será uma eleição acirrada, a saída em janeiro daria chance de o governo organizar a reposição das peças dentro de um cálculo político eleitoral que privilegie partidos e estados que irão apoiá-lo na campanha.
Proposta do governador de São Paulo para a prévia tucana, que dava maior peso a votos de filiados e mandatários do PSDB, traria vantagem para ele, mas foi rejeitada pela sigla
Por Talita de Souza
A Executiva Nacional do PSDB definiu, na tarde desta terça-feira (15/6), as regras para a escolha do candidato do partido à Presidência da República nas eleições de 2022. A decisão pelo nome do partido ao posto de chefe do Executivo se dará pelo voto de quatro grupos, com peso unitário de 25% cada.
Com a decisão, a proposta feita pelo governador de São Paulo e pré-candidato ao Planalto, João Doria, e o aliado, presidente estadual do partido em São Paulo, Marco Vinholi, foi recusada. Assim, o político sofreu a primeira derrota antes mesmo das prévias, que ocorrem em 21 de novembro. Os dois propuseram, na última reunião da Executiva em 8 de junho, que os votos de filiados e mandatários do PSDB tivessem um peso maior, de 50%, do que os outros grupos votantes.
Poderão decidir o candidato do partido filiados (grupo 1), prefeitos e vice-prefeitos (grupo 2), vereadores, deputados estaduais e distritais (grupo 3), e governadores, vice-governadores, deputados federais, senadores, e ex-presidentes e o atual presidente da Comissão Executiva Nacional (grupo 4).
Em nota, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, afirmou que o próximo passo é fazer "um processo transparente, com qualidade e inovação" e que esse é um momento de "grande demonstração de democracia interna".
Já o coordenador da Comissão das Prévias, José Aníbal, disse que as novas regras farão com que “os pré-candidatos, em condições igualitárias de disputa, saiam em busca da militância do partido”. Qualquer nome filiado ao partido pode se candidatar à Presidência.
De acordo com o colunista de política do Correio, Luiz Azedo, Doria terá problemas em conseguir a maioria dos votos para ganhar as prévias, visto que concorrerá com nomes históricos do partido, como o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ou o senador Tasso Jereissati (CE). Sem o peso dobrado para filiados de São Paulo, que aprovam a gestão do governador durante a pandemia, a disputa fica mais difícil para Doria.
Para adversários de Bolsonaro os erros dele são evidentes. Mas muitos eleitores não pensam assim
POR PAULO SILVA PINTO
Em 84 dias Luiz Inácio Lula da Silva perdeu a preferência do eleitor. O intervalo separa pesquisas do PoderData.
Em 17 de março o ex-presidente tinha 34% das intenções de voto no 1º turno. O presidente Jair Bolsonaro tinha 30%. Com margem de erro de 1,8 ponto percentual, Lula estava à frente.
Na pesquisa de 9 de junho, Bolsonaro tinha 33% no 1º turno e Lula, 31%. A margem de erro nesse caso é de 2 pontos percentuais, portanto os 2 estão tecnicamente empatados. Nos 2 levantamentos intermediários houve redução da margem favorável a Lula. Isso mostra uma tendência de consistente e progressiva de corrosão de Lula e de crescimento de Bolsonaro na hipótese mais provável por ora: de que os 2 serão candidatos.
No 2º turno, o petista estava na frente, com 48%. Bolsonaro tinha 35%. Em 14 de abril, Lula tinha 52% e Bolsonaro, 34%. A diferença caiu 7 pontos percentuais.
Faltam 16 meses para o 1º turno da eleição. Muita coisa mudará até lá. É possível que Lula volte a ter maior vantagem sobre Bolsonaro. Ou o contrário.
O desempenho do petista na 1ª pesquisa tem sido atribuída ao impacto da novidade. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin decidiu em 8 de março anular as sentenças contra o ex-presidente na 1ª instância da Justiça Federal de Curitiba. Com isso, Lula tornou-se possível candidato em 2022. Mas nesses quase 3 meses isso se tornou algo dado, como as nuvens do céu.
Um nome tão conhecido como Lula tornar-se elegível de um dia para outro é algo que não pode ser desprezado. Tampouco é um fator que pode dar conta de explicar completamente a escolha do eleitor a favor ou contra o petista. Como já se argumentou aqui, algo que conta muito ao se optar por um candidato a presidente é o desempenho da economia.
Bolsonaro e Lula poderão mostrar em 2022 o que fizeram para melhorar o emprego e a renda em seus respectivos governos. Mas o que interessa mesmo às pessoas é quem lhes proporcionará maior prosperidade de 2023 a 2026. O passado importa como sinalização do que poderá ser o futuro.
FAIXAS DE RENDA
Na pesquisa de 17 de março, Lula tinha vantagem sobre Bolsonaro em 3 faixas de rendimentos. Eram 15 pontos a mais entre as pessoas sem renda fixa, 8 pontos nas que recebem até 2 salários mínimos (R$ 2.200) e 25 pontos nas que recebem de 2 a 5 salários mínimos (R$ 2.200 a R$ 5.500). Bolsonaro estava à frente nas faixas de 5 a 10 salários (R$ 5.500 a R$ 11.000), com 25 pontos, e na acima disso, com 16 pontos.
Na pesquisa de 9 de junho, Lula lidera só entre as pessoas que não têm renda fixa, mas com margem bem inferior à de antes: 9 pontos. Na faixa até 2 salários, Bolsonaro passou a liderar com 14 pontos. Na de 2 a 5, tem 5 pontos de vantagem. Na de 5 a 10, tem 8 pontos de vantagem. Na acima de 10, o presidente tem quase o mesmo de antes: 15 pontos.
Note-se aqui a corrosão de Bolsonaro em uma faixa: a de 5 a 10 salários mínimos. Ele tinha 25 pontos de vantagem e passou a ter 8. É possível que essas pessoas se sintam mais vulneráveis à alta da inflação e à dificuldade de criação de vagas formais de trabalho, sobretudo com maior remuneração.
Mas em outras faixas de menor renda a satisfação com o governo parece estar crescendo. É isso o que sugere a preferência que Bolsonaro passou a ter sobre Lula. Também é consistente com a recuperação em vários itens do mercado de trabalho observada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
As vagas dos que trabalham por conta própria, sem carteira assinada, já superavam em março (dado mais recente disponível) o nível de março de 2020, pré-pandemia. A renda estava ligeiramente superior, em valor corrigido pela inflação. A economia segue crescendo, o que sugere que a avaliação do governo se tornará progressivamente mais favorável.
Os itens desfavoráveis ao governo e a Bolsonaro já mencionados acima são a alta da inflação e a demora de recuperação do emprego formal. A isso pode se somar a percepção de alguns eleitores de que o presidente age mal para reduzir o número de casos de covid e os danos que a doença causa na economia. Não são todos que pensam assim. Tendem a ser ainda em menor número os que acham que o comportamento equivocado atual possa comprometer o futuro do país.
Os petistas e outros adversários de Bolsonaro parecem contar com o fato de que os erros do presidente e do governo são evidentes. Talvez lhes seja útil avaliar o quadro de forma um pouco mais sofisticada.
Mas em outras faixas de menor renda a satisfação com o governo parece estar crescendo. É isso o que sugere a preferência que Bolsonaro passou a ter sobre Lula. Também é consistente com a recuperação em vários itens do mercado de trabalho observada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).