Por Rafaela Ferreira
O senador Sérgio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato, disse nesta terça-feira, 16, que cadeia é coisa do pai do deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), ex-ministro e ex-deputado federal José Dirceu. Nas redes sociais, o deputado havia comentado a decisão do ministro e corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, de afastar das funções a juíza Gabriela Hardt e três magistrados do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
“Cassação ou cadeia? Ou melhor, ambas as coisas! Agora, Moro terá que explicar o inexplicável e o fará também na esfera criminal. Justiça seja feita”, publicou Dirceu na rede social X (antigo Twitter). Em resposta, Moro afirmou ao parlamentar que “cadeia é coisa do teu pai”.
O pai de Zeca Dirceu, o ex-ministro José Dirceu, foi condenado, em 2012, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos e dez meses de reclusão por formação de quadrilha e corrupção ativa pelo mensalão. Uma manifestação do Ministério Público Federal (MPF), que originou a sentença, considerou que o ex-deputado era o “chefe de quadrilha” responsável pelo esquema de compra de apoio político.
Na segunda-feira, 15, Salomão havia afastado das funções a juíza Gabriela Hardt - ex-substituta do de Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba - e três magistrado do TRF-4, o juiz Danilo Pereira Júnior e os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores e Lenz Loraci Flores De Lima. No caso de Gabriela, o ministro destacou a homologação de um acordo que previa a destinação de R$ 2,5 bilhões de multa da Petrobrás a uma fundação que seria gerida por procuradores da Lava Jato, que acabou não ocorrendo.
Há expectativa de que o Congresso Nacional derrube o veto dos petistas ao projeto que tem amplo apoio de ala ideológica; há previsão de sessão na quinta-feira (18)
Por Lucyenne Landim
Além das perdas que acumula no campo econômico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve amargar uma derrota política no Congresso Nacional com a possível derrubada do veto dele ao trecho do projeto de lei que proíbe as "saidinhas" de presídios. Há a expectativa de que uma sessão conjunta de deputados e senadores seja convocada para quinta-feira (18) e, entre outros assuntos, esse veto pode entrar na pauta.
A tendência, no entanto, é que os parlamentares rejeitem esse veto de Lula e deem a palavra final sobre o tema. A conta dessa derrota deve cair no colo do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que comanda a articulação política do governo. Padilha é o centro de uma crise levantada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que acumula críticas à atuação e ausência de diálogo do ministro.
Pautas da ala ideológica, como esse debate, já são vistas como desafio para o governo Lula com a maioria do Congresso de posição conservadora. Desde a decisão de Lula na quinta-feira (11), parlamentares já começaram a articular a derrubada do veto. O esforço é financiado por nomes da oposição e da chamada "bancada da bala" no Congresso.
"Nós vamos trabalhar para derrubar esse veto", disse o deputado Zucco (PL-RS). "É lamentável que o presidente e o ministro tenham optado por vetar parcialmente um projeto que visava fortalecer a segurança pública e combater a impunidade. A prática das saídas temporárias em feriados é um benefício indevido e que coloca em risco a população. Essa decisão representa um retrocesso e uma desconsideração com a segurança dos cidadãos", completou Coronel Telhada (PP-SP).
Entenda o que virou lei e o que foi vetado por Lula
Lula sancionou, com vetos, o projeto de lei que põe fim às saídas temporárias de presos em feriados, as chamadas “saidinhas”, permitidas pela Lei de Execução Penal. O texto foi aprovado no Congresso no mês passado. A proposição tramitou no Congresso por 14 anos e foi aprovada pela Câmara em 2022. Mas sofreu alterações pelos senadores em fevereiro deste ano e, por este motivo, passou por uma nova análise dos deputados.
O tema ganhou força após a morte do policial militar Roger Dias da Cunha, de 29 anos, baleado na cabeça durante confronto no início de janeiro, em Belo Horizonte. O assassino do PM mineiro estava no benefício da "saidinha" de Natal quando cometeu o crime, e não retornou ao presídio.
O texto do relator, o deputado Guilherme Derrite (PL-SP), que está licenciado do cargo de Secretário de Segurança Pública de São Paulo, manteve a principal mudança feita pelo Senado: autorizava a saída para estudar fora da unidade prisional no caso de presos que não cometeram crime hediondo ou crime com violência ou grave ameaça.
Durante a votação da proposta pelos deputados, o governo não orientou voto contrário e liberou a bancada. Como já haveria uma maioria expressa pela aprovação, a decisão do líder do governo, o deputado José Guimarães (PT-CE), foi não se envolver na discussão.
A decisão de Lula foi tomada após orientação do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. “Entendemos que a proibição de visita às famílias dos presos que já se encontram no regime semiaberto atenta contra valores fundamentais da Constituição, como o princípio da dignidade da pessoa humana, o princípio da individualização da pena e a obrigação do Estado de proteger a família”, ressaltou Lewandowski.
O ministro detalhou ainda o que foi mantido em relação ao texto aprovado pelos parlamentares. “Preservamos todas as outras restrições estabelecidas pelo Congresso, como a necessidade de exame criminológico para progressão de regime e o uso de tornozeleiras eletrônicas”, disse.
O presidente sancionou, ainda, o trecho que proíbe saída temporária para condenados por praticar crimes hediondos, com violência ou grave ameaça, a exemplo de estupro, homicídio, latrocínio e tráfico de drogas.
O texto ainda prevê, a exigência de exames criminológicos para a progressão de regime de pena. Outro ponto é a obrigatoriedade da tornozeleira eletrônica para todos os detentos que passam para os regimes aberto ou semiaberto.
Pelo menos dois pedidos serão protocolados no Conselho de Ética, do PL e do deputado Kim Kataguiri (União-SP). Glauber Braga (Psol) diz ter sido provocado e não se arrepender
Por: Victor Correia
Deputados da oposição anunciaram nesta terça-feira (16/4) que vão pedir a cassação do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) após agressão a um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) na Câmara dos Deputados. Pelo menos dois requerimentos serão enviados ao Conselho de Ética, de autoria do Partido Liberal e do deputado Kim Kataguiri (União-SP).
Kataguiri e outros parlamentares realizaram uma coletiva de imprensa no Salão Verde da Câmara após o episódio. Provocado em discussão por Gabriel Costenaro, do MBL, Glauber Braga o empurrou para fora do prédio, além de dar chutes pelas costas.
Após a confusão, ambos foram prestar esclarecimentos no Departamento de Polícia Legislativa (Depol). Segundo Kataguiri, também do MBL, que acompanhou Costenaro ao depor, o deputado do Psol também o agrediu e o chamou de "nazista".
"Nós vamos ingressar hoje não apenas com um processo judicial, para que ele responda pelo que ele disse, mas também para que ele responda no Conselho de Ética, na Câmara dos Deputados, pedindo a cassação dos deputados, porque é absolutamente inaceitável que um parlamentar expulse e agrida um cidadão comum", declarou Kataguiri.
O líder da oposição na Câmara, Filipe Barros (PL-PR), também participou da coletiva e repudio o ataque de Glauber. "A liderança da oposição irá apoiar todos os pedidos de cassação que esse episódio irá ocasionar, dentre eles o PL, que já se pronunciou no mesmo sentido", afirmou. Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), em suas redes sociais, já havia manifestado que seu partido pediria a cassação do parlamentar do Psol.
Costenaro é militante do MBL e conhecido por provocar e causar confusões em universidades federais. Ele e outros integrantes do movimento participaram de brigas na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por exemplo. Ele também é cotado como possível candidato a vereador no Rio de Janeiro.
"Não me arrependo"
Em suas redes sociais, Glauber publicou um vídeo explicando o caso. Segundo ele, Costernaro é conhecido por causar confusões e provocar militantes e parlamentares de esquerda. O parlamentar também declarou não se arrepender, e disse que o integrante do MBL tem um histórico de agressão contra mulher.
"É a quinta vez que esse sujeito provoca. Ele tem um histórico de agressão a mulher. Da última vez, na quarta vez, no Rio de Janeiro, ele ameaçou a mãe de um militante nosso, de mais de 70 anos, dizendo que sabia onde ela morava", contou o deputado.
Glauber também chamou o militante do MBL de "fascista", e que o grupo tenta intimidar pelo medo. "Não me arrependo de absolutamente nada do que eu fiz", pontuou.
As informções são do Correio Braziliense.
Da Redação
“Diferente do que andam dizendo, a CPI da BRK está a todo vapor e não existe corpo mole para a convocação do Presidente da BRK Ambiental comparecer ao depoimento junto à Câmara”. Essas foram as palavras do presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da BRK Ambiental, vereador Josmungo, após rumores de que os a comissão havia liberado presidente da BRK Ambiental, Alexandre Thiollier, de comparecer à Câmara de Palmas.
Segundo o presidente, na última sexta feira, 12 de abril, a Comissão optou por adiar a convocação de Alexandre para uma semana, passando do dia 15 para o dia 22 de abril, para que houvesse a garantia de que o mesmo comparecesse na sessão.
“O que acontece é que ele ingressou na justiça com o habeas corpus, tanto no Tribunal de Justiça quanto no Superior Tribunal Federal (STF) para que tivesse direito de permanecer em silêncio e de não ser submetido ao compromisso de dizer a verdade. Diante da possibilidade do não comparecimento dele, decidimos por adiar a sessão, cumprindo com os prazos necessários, e então corremos atrás para que este habeas corpus fosse negado. Foi o que aconteceu. Tivemos a decisão parcialmente favorável e agora ele comparecerá aqui na Câmara”, esclareceu o vereador Nego.
Os vereadores de Palmas aprovaram, ainda em 2023, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar suspeitas de irregularidades no contrato de concessão do fornecimento de água e coleta de esgoto entre a prefeitura de Palmas e a empresa BRK Ambiental. A proposta da CPI é apurar suspeitas de irregularidades no período entre 1999 e 2021. Um dos pontos mais questionados é têm sido o valor da taxa de esgoto que é de 80% sobre o valor da tarifa de água, o máximo permitido pela legislação.
“O vereador Josmungo também vê os rumores como jogada política. “Quem acompanha os trabalhos da Câmara de Vereadores e da Comissão sabe do nosso compromisso com a verdade. Fomos nós que lutamos para a convocação do Presidente da BRK Ambiental, fomos nós que não aceitamos a troca dele pelo vice-presidente, fomos nós que corremos com o jurídico para barrar este habeas corpus. Relacionar a mudança de partido político com o trabalho da CPI é falta de compromisso e responsabilidade com o cidadão”.
“Nós nunca deixamos de trabalhar um só dia para que esta CPI tenha seu objetivo alcançando. Estamos fazendo um trabalho sério e honesto, então não vamos admitir que usem a CPI como manobra política. Não se pode atrelar apoio político com dever de um vereador e não vamos aceitar que desconstruam a nossa imagem por ego eleitoreiro”, afirmou Nego.
Movimento pede reestruturação das carreiras e recomposição salarial
Por Bruno Bocchini
Com o início da greve no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), em Registro, nesta segunda-feira (15), já são 23 as unidades que participam da paralisação dos servidores dessas instituições de ensino no estado. A informação é do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe). No total, São Paulo tem 42 institutos federais.
No estado, além de Registro, participam do movimento os institutos federais de Jacareí; Campinas; Sertãozinho; Pirituba, em São Paulo; Avaré, Cubatão; São José dos Campos; São Miguel Paulista; Matão; Itaquaquecetuba; Araraquara; São Paulo; Sorocaba; Capivari; Bragança Paulista; São Carlos; São Roque; Itapetininga; Salto; Tupã; Hortôlandia; e Piracicaba.
De acordo com o sindicato, o movimento reivindica reestruturação das carreiras, recomposição salarial e recomposição do orçamento das instituições educacionais, com reajuste imediato dos auxílios e bolsas de estudantes. Uma nova rodada de negociação está marcada para a próxima sexta-feira (19) com o governo federal.
“Há uma postura desrespeitosa com as entidades representativas do setor da educação federal, que têm os piores salários do serviço público, e condescendente com categorias que têm salários melhores, como ocorre na Polícia Federal e na Polícia Rodoviária Federal, dentre outras, que já assinaram acordos de reestruturação de carreiras e recomposição salarial” destacou o sindicato no comunicado de deflagração da greve, em 2 de abril.
Em nota, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos informou que já formalizou uma proposta aos trabalhadores e assumiu o compromisso de abrir, até o mês de julho, todas as mesas de negociação específicas de carreiras solicitadas para dar tratamento às demandas e produzir acordos que sejam positivos aos servidores.
De acordo com a pasta, já há dez mesas tratando de reajustes para a educação com acordos consensualizados e oito estão em andamento. Além disso, foi criado um grupo de trabalho (GT) para tratar da reestruturação do Plano de Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos em Educação. “O relatório final do GT, entregue no dia 27 de abril à ministra da Gestão, Esther Dweck, servirá como insumo para a proposta do governo de reestruturação da carreira, que será apresentada aos servidores na Mesa Específica de Negociação.”
A nota conclui que o ministério continua aberto ao diálogo com os servidores da área de educação e de todas as outras áreas, “mas não comenta processos de negociação dentro das mesas específicas e temporárias.”