Com envolvimento da Odebrecht em nova delação, Justiça deve investigar compra da concessionária de água do Estado pela empreiteira e pode voltar a mira da Lava Jato para o Tocantins
O exvicepresidente de fundos de governo e loterias da Caixa, Fábio Cleto, relatou em sua delação premiada que recebeu um total de R$ 7,3 milhões em propina de dez empresas, em troca da liberação de recursos do Fundo de Investimento do FGTS (FIFGTS) para essas empresas.
Segundo o exdirigente da Caixa, ele teria direito a 8% da propina acordada, mas repassava metade a um sócio. O hoje presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDBRJ), era destinatário de 80% do repasse, diz. Por essa relação, levando em conta o que o delator diz ter embolsado (R$ 7,3 milhões), Cunha ficaria com pelo menos R$ 90 milhões do esquema.
A Folha de São Paulo teve acesso ao primeiro depoimento prestado por Cleto aos investigadores da Lava Jato, em 12 de abril, que é sigiloso. Ele faz um panorama geral de como funcionaria o suposto esquema na Caixa e da participação de Cunha e do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro. Funaro foi preso na última sexta (1º) na Operação Sépsis, com base na delação de Cleto. Além de vice da Caixa, ele integrava o conselho do fundo de investimentos do FGTS, atuando na liberação de recursos para empresas.
Aos investigadores, Cleto relatou ter recebido US$ 2,1 milhões por meio de transferências a suas contas na Suíça e R$ 520 mil de dinheiro em espécie, sempre por meio de cobrança que Cunha faria a empresas interessadas em recursos da Caixa.
As dez empresas listadas por Cleto são: Porto Maravilha (consórcio formado por Carioca Engenharia, OAS e Odebrecht), Haztec, Aquapolo (formada por Odebrecht e Sabesp), OAS, BR Vias (de Henrique Constantino, dono da Gol), Saneatins (controlada pela Odebrecht Ambiental), LLX (de Eike Batista), Eldorado Celulose (parte do grupo da JBS), Brado Logísticas (tem como acionistas os grupos ALL, BRZ, Deminvest e Dimitrios Markakis) e "Linhas Amarelas do Metrô", do Rio de Janeiro. Juntas, elas captaram mais de R$ 6,5 bilhões do FGTS.
No primeiro depoimento aos investigadores, Cleto não dá detalhes dos valores acertados com cada empresa. Nos outros, ele também cita outras empresas possivelmente envolvidas, mas sem dizer ter recebido propina delas.
Em relação às transferências no exterior, Cleto relatou que efetivamente só recebeu valores diretamente da Carioca Engenharia, integrante do consórcio Porto Maravilha, por uma decisão de Cunha.
No depoimento, ele diz que Cunha descontava desse valor o que Cleto teria a receber de outras empresas por ocasião dos acertos irregulares. "Na verdade os depósitos da Carioca diziam respeito ao pagamento de propina de diversas operações de diversas empresas".
Cleto afirmou aos investigadores que Cunha controlava a contabilidade da corrupção. "Depois de aprovada uma operação, em que fora solicitado apoio ao depoente, Eduardo Cunha avisava se havia o pagamento de propina e, em caso positivo, quanto havia sido cobrado da empresa", contou.
Segundo o delator, a partir de 2012, o hoje deputado afastado passou a acertar diretamente com ele as vantagens indevidas. Isso porque Cleto teria brigado com Funaro por conta de seu temperamento agressivo.
O exvicepresidente da Caixa disse ainda aos investigadores que chegou a ameaçar deixar o cargo por causa do comportamento do corretor de valores, mas Cunha insistiu para que ele permanecesse.
OUTRO LADO
Com exceção da Carioca, as empresas negaram participação no esquema. A Eldorado diz que o procedimento de captação de recursos "seguiu estritamente as regras do FIFGTS". A Via Rondon disse que a investigação não envolve outros negócios da família de Constantino. A defesa de Eike Batista, exdono da LLX, diz que ele "repele categoricamente" as acusações.
A Haztec afirmou que teve seu controle societário e sua administração alterados em 2013 e que está à disposição das autoridades. A empresa destacou ter "irrestrito compromisso com as boas práticas de governança".
A assessoria da Brado disse que está à disposição das autoridades, que os fatos são anteriores à mudança de controle e gestão da companhia e que há auditoria em curso.
A Concessionária Porto Novo, responsável pelo Porto Maravilha, afirmou desconhecer o assunto e disse que seu contrato de Parceria PúblicoPrivada foi celebrado com a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio.
Em nota divulgada nesta segunda (4), a Invepar, responsável pela linha amarela do metrô do Rio, informou que "desconhece qualquer irregularidade na operação". Disse que contratou financiamento junto ao FIFGTS de R$ 386,7 milhões em maio de 2012.
OAS, Aquapolo e Saneatins não quiseram se manifestar. A Carioca já admitiu em delação que pagou propina pelas obras.
Cunha repetiu nota em que afirma não ter recebido vantagem ndevida. A defesa de Funaro disse que ele é inocente e que vai provar isso. O advogado de Cleto, Adriano Salles, não quis comentar.
Veja traz o goiano “João de Deus”, mostrando sua luta contra o câncer. Época traz entrevista com sobrevivente do “tribunal do crime” do PCC e Istoé também aborda aumento da criminalidade
VEJA
"A Lava Jato não vai abalar meu governo"
Perto de completar dois meses na Presidência da República, o presidente em exercício, Michel Temer, tem trabalhado até dezessete horas por dia - preço que paga por liderar um governo montado em prazo bíblico. Foram sete dias ao todo, segundo ele, um tempo exíguo que não foi definido apenas pelas circunstâncias, mas também por um distanciamento do poder que ele se autoimpôs às vésperas da votação do impeachment na Câmara para evitar a pecha de conspirador - já que, como diz, "o vice é sempre o principal suspeito".
De segunda a sexta, o peemedebista continua morando no Jaburu, o belo palácio que Oscar Niemeyer projetou para parecer "uma casa de fazenda", e que lembra mesmo uma, mais ainda quando as galinhas que ciscam à beira do lago comparecem de surpresa às reuniões que o presidente em exercício faz na sala envidraçada voltada para o jardim. Lá, em entrevista a VEJA, ele defendeu as privatizações de tudo "o que for possível", revelou ser contrário à criação de normas para "disciplinar" as delações premiadas, mas disse considerar "discutível" a decisão que prevê a prisão imediata dos réus condenados em segunda instância. Ao comentar a possibilidade de o deputado Eduardo Cunha renunciar à presidência da Câmara, contou que o aconselhou a "meditar a respeito". Sobre ele próprio, afirmou ser "zero" a chance de ter uma acusação comprovada na Lava-Jato. Reclamou da "campanha" dos adversários e elogiou a mulher, Marcela, a quem julga "preparadíssima" para entrar na vida pública. A estreia, disse, se dará assim que ela se mudar para Brasília com o filho do casal, Michelzinho, o que deve acontecer em agosto, se tudo correr como se prevê e o hoje presidente em exercício se tornar o 37º presidente da República do Brasil. Leia um trecho da entrevista:
De zero a 10, qual é a possibilidade de a Lava-Jato abalar seu governo?
Zero. Convenhamos, em 45 dias resolvemos o problema federativo no país com a dívida dos estados, aprovamos a Desvinculação de Receitas da União, a DRU, em duas semanas... No caso das estatais, o projeto estava parado no Senado. Votamos na Câmara. São exemplos de que a Lava-Jato não atrapalha em nada.
E qual é a possibilidade de a Lava-Jato atingi-lo pessoalmente?
O que houve é que fui presidente do partido por muitos anos. Entravam doações, todas oficiais. Há uma tendência para criminalizar as doações oficiais. É preciso separar bem o que é propina do que foi doação legal.
ÉPOCA
Delator implica Cunha, e Lava Jato avança sobre "campeãs nacionais" da era petista
Ao deixar o emprego no banco Itaú, o executivo Fábio Cleto passou a operar, em 2011, um fundo de investimentos próprio. Conhecia do mercado financeiro Lúcio Funaro, um operador de fama ruim, acusado de operações ilícitas e envolvido no escândalo do mensalão. Sabia que Funaro era, também, próximo do deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro. Não sabia que naquele momento, em Brasília, políticos tinham dificuldades para emplacar alguém numa cobiçada vice-presidência da Caixa, em razão das exigências técnicas feitas pelo Ministério da Fazenda. Três nomes já haviam sido barrados. Cleto não sabia, mas era o homem certo, na hora certa. Sem qualquer conhecido em Brasília, foi o escolhido para ocupar aquele naco do Estado destinado aos políticos. O emprego era obra de Lúcio Funaro, que o recomendara a Cunha – que, por sua vez, avalizara a indicação com o então líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves. Estava feito. Cleto nem sequer encontrara Cunha. Mas sabia, por Funaro, que haveria benefícios no cargo – leia-se, propina.
O presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, e o empresário Joesley Batista. Delator diz que Cunha facilitou o acesso de Batista a R$ 940 milhões em troca de propina (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo, Marcelo Min/Fotogarrafa/Editora Globo)
No mesmo dia que sua nomeação foi publicada no Diário Oficial, 7 de abril de 2011, sob a assinatura da presidente Dilma Rousseff e do ministro Guido Mantega, Funaro telefonou e chamou Cleto para uma reunião em seu escritório, em São Paulo. Não era para comemorar. Ao chegar ao local, Cleto foi abordado por um carro e recebeu um envelope. Continha três folhas, com um documento no qual Cleto comunicava sua renúncia ao cargo que nem assumira na Caixa. Cleto foi obrigado a deixar o documento assinado com Funaro. Caíra numa armadilha.
Caso não seguisse as ordens, Funaro apresentaria a carta e ele perderia o cargo. Uma semana depois, Cleto teve a primeira reunião com Eduardo Cunha. O deputado foi objetivo: tinha interesse em projetos apresentados por empresas ao Conselho do FI-FGTS, um fundo bilionário, formado com dinheiro dos trabalhadores, e que investe em infraestrutura. Como vice da Caixa, Cleto seria uma das pessoas a decidir sobre a liberação de milhões de reais mediante pedidos das empresas. Cunha deu três ordens a ele: sempre informar quais eram as empresas interessadas no fundo, votar como ele mandasse e, por fim, encontrá-lo semanalmente todas as terças-feiras, às 7h30 da manhã, em sua casa; conversas, apenas pelo aplicativo BBM do celular BlackBerry. Cleto tornara-se escravo dos interesses econômicos de Eduardo Cunha em Brasília, sob o chicote de Funaro.
ISTOÉ
A violência venceu
Número de assassinatos no Brasil já supera o registrado em zonas de guerra: são seis homicídios por hora no País. Até quando a sociedade será refém da barbárie?
Gisele Palhares Gouvêa, médica, 34 anos. Waldik Gabriel Silva Chagas, 11 anos. Julio César Alves Espinoza, estudante universitário, 24 anos. Robert Pedro da Silva Rosa, 15 anos. Denilson Theodoro de Souza, 49 anos, segurança do prefeito do Rio de Janeiro. Guerino Solfa Neto, delegado, 43 anos. Nomes que ganharam ampla cobertura midiática na semana passada, mas são apenas o início de uma longa lista, que não caberia completa nas páginas de ISTOÉ: a de pessoas assassinadas no Brasil. São inacreditáveis 160 vidas perdidas no País todos os dias.
A relação dessas tragédias cotidianas começa pelo assassinato da dermatologista Gisele, morta com dois tiros na cabeça no sábado 25, enquanto fazia o trajeto entre o serviço comunitário num hospital do subúrbio carioca e sua casa. Passa pelo menino Waldik, 11, assassinado por um tiro disparado por um Guarda Civil Metropolitano (GCM) enquanto estava no banco de trás de um carro, na Zona Leste de São Paulo. E culmina com a execução, pelas mãos da polícia, do estudante Julio César, que teve o carro alvejado com 16 tiros durante uma perseguição, na terça-feira 28, preocupado por estar com excesso de multas. Porém, o cenário de guerra que se tornou o território nacional não termina com essas trágicas históricas, como confirmam as estatísticas.
A violência está cada vez mais banalizada e o brasileiro parece ter se acostumado à barbárie imposta pela ausência de políticas públicas eficientes. “O problema é essa Faixa de Gaza que a gente tem aqui no Rio de Janeiro”, disse o cirurgião plástico Renato Palhares, marido de Gisele, no funeral da esposa, na segunda-feira 27. A frase poderia se referir a qualquer lugar do País.
O Brasil hoje protagoniza uma realidade nefasta – é líder mundial em número de homicídios. São 58 mil assassinatos registrados em 2014, índice seis vezes superior à média global. Para se ter ideia da magnitude do problema, basta dizer que o País responde por 10% dos casos do planeta. As estatísticas brasileiras superam nações assoladas por guerras, como Israel, Iraque, Afeganistão e Paquistão. Um estudo realizado pelo Instituto Igarapé revelou que países da América Latina são os mais violentos.
“Embora muitas nações vivam conflitos prolongados, a escalada da violência nessas regiões é de tirar o fôlego”, diz Robert Muggah, diretor de pesquisa da organização. Uma em quatro pessoas assassinadas em todo o mundo é brasileira, colombiana ou venezuelana. E as perspectivas são as piores possíveis. “Aqui é a única parte do globo onde as taxas de homicídios estão crescendo.”
No Brasil, as regiões mais críticas são Norte e Nordeste, onde a violência só aumenta – correspondem a 52% dos casos de homicídios do País. “Nesses locais começou a circular mais dinheiro e o crime organizado se instaurou, a ponto de ter disputa entre facções”, diz Renato Sérgio de Lima, vice-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Os altos índices de desigualdade, concentração de pobreza, impunidade, o acelerado processo de urbanização, o tráfico de drogas e a repressão policial fizeram a violência disparar no Brasil. Para piorar, em apenas 8% dos casos os responsáveis vão para trás das grades.
O empresário Wenceslau Leobas, Vencim como era conhecido, sofreu covardemente um atentado em janeiro deste ano. Vencim, com 77 anos, veio a falecer em fevereiro. Desde então a polícia investiga o caso e o Ministério Público investigam o caso. A família clama por justiça e a sociedade espera o desfecho de um crime que chocou a população portuense.
Da Redação
Diante dos fatos, o Estado tem a obrigação de descobrir com segurança o mandante do assassinato do seu Vencim primando a busca do princípio constitucional na pré-junção da inocência, segurança, exatidão e clareza do crime, e a sociedade manter o equilíbrio entre a acusação e defesa.
Ao poder público a celeridade para que a população e familiares possam sentir segurança e credibilidade nas autoridades governamentais e judiciária do Estado. Esse crime bárbaro tem que apresentar o culpado sentado na mesa dos réus, que seja julgado pela justiça e sociedade, que vá a júri popular. A sociedade aguarda aflita e esperançosa que esse fato seja solucionado.
MPE acusa Duda Pereira de ser o mandante do assassinato de Vencim Leobas
Após seis meses de investigações sigilosas, o Ministério Público Estadual, apresentou ao juiz, Márcio Barcelos a ação penal onde acusa o presidente do Sindiposto, Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda, como mandante da execução de Wenceslau Gomes Leobas de França Antunes.
Em entrevista ao O Paralelo 13, um dos promotores, que assinam a denúncia, Abel Andrade Leal Júnior, afirmou que todos os indícios comprovam que o empresário mandou executar Vencim Leobas. “Por mais que o Duda negue que não tinha problemas pessoais com a vítima, o que o motivou a cometer o crime foram divergências de interesses. O empresário, que também era dono de posto, vendia combustíveis a um valor reduzido, se comparado aos demais, e isso incomodava o presidente do Sindiposto”, disse.
O Promotor explicou ainda que testemunhos cruciais, segundo ele não só da filha da vítima, mas de empresário e da namorada do Vencim mostram que ele vinha sofrendo ameaças abusivas para que padronizasse o valor com os demais postos. Segundo o promotor, Vencim vendia a um preço menor, e mesmo assim obtinha os lucros. O outro empresário, que também é dono de posto e testemunha no processo, sofreu ameaças pelo mesmo motivo.
“Hoje o município de Porto Nacional vende a gasolina de valor mais barato no Estado, abaixo do preço praticado pela concorrência, o que já incomodava donos de postos e o presidente do Sindiposto. No entanto o Vencim Leobas abriria um posto na Capital, com os mesmos valores dos demais postos que tinha, e as investigações mostram que isso incomodou o empresário”, ressaltou o promotor.
O processo, que atualmente é público foi assinado pelos promotores de justiça do Abel Andrade Leal Júnior, Vinícius de Oliveira e Silva e André Ricardo Fonseca Carvalho, da Promotoria de Porto Nacional, e traz fatos reveladores e assustadores.
Executores
O MPE aponta que Alan Sales Borges e José Marcos de Lima, acusados de executar Vencim Leobas, praticaram o crime mediante a promessa de receber R$350 mil. Eles foram presos pela Polícia Militar enquanto fugiam da cidade, no sentido Palmas.
O processo mostra ainda que, após a prisão dos executores, o empresário Duda Pereira mantinha contato com os familiares dos presos, que durante as ligações interceptadas pela justiça, ficou comprovado que o mandante do crime mantinha financeiramente as esposas dos executores. “Como a vítima ficou na UTI uns 15 dias, até o óbito, nesse período por interceptações judiciais nas ligações telefônicas, o denunciado demonstra preocupação em ter seu nome envolvido. Há uma escuta no qual ele questiona se o nome dele estava sido ventilado durante o velório. Outra ligação, apesar dos códigos deixa claro que o mandante do assassinato mantinha as famílias dos executores com um salário em média de R$ 3 mil para cada.
Cartel
De acordo com os promotores, as interceptações telefônicas mostram que a vítima não concordou com o alinhamento de preço dos combustíveis e não era sindicalizado. A vítima tentava ainda construir um posto de combustíveis na Capital, onde o produto seria comercializado a preços inferiores que os vistos no mercado. Para que o posto fosse construído precisava apenas de uma autorização da prefeitura. Ainda conforme a denúncia, Duda Pereira tem uma área em frente ao terreno de Vencim Leobas também destinada a construção de um posto. Para os promotores do caso, estes fatos motivaram a morte do empresário.
Políticos envolvidos
Durante a entrevista, o promotor Abel Andrade Leal Júnior fez mais revelações, garantiu que nas escutas foram citados nomes de políticos de Porto Nacional e de Palmas envolvidos no sistema de cartel. Sem citar nomes, apesar de diversos terem sido veiculados os promotores explicaram que as escutas entre o presidente do sindiposto e políticos não estão vinculadas diretamente a morte do empresário, que as mesmas serão encaminhadas para os órgãos competentes para avaliação.
Sobre as investigações que envolvem o nome dos políticos, a promotoria de justiça não manifestou-se ainda, mas garantiu que também serão investigados por possíveis delitos cometidos e verificados durante as escutas. Caso estes processos tornem-se públicos, o que certamente auxiliaria a população, muitos políticos com foro privilegiado teriam dificuldades em explicar envolvimentos, inclusive com o cartel dos combustíveis, pouco se falado, mas que acredita-se na existência.
Questionados sobre a influência dos políticos e do denunciado na investigação, o promotor ressaltou que “não demonstra interferência, mas o forte vínculo que o denunciado tinha na câmara de Porto Nacional e em Palmas”.
Família clama por justiça!
O Paralelo 13 procurou a família de Wenceslau Leobas no último sábado, mas conforme a filha Talyana Leobas, que agradeceu a imprensa do Estado de modo geral por acompanhar e dar visibilidade a este caso, tudo o que tinha que falar já foi dito. “É hora de recolher-me, voltar a cuidar da minha família, e dos negócios que meu pai deixou. A responsabilidade é grande! Hoje cerca de cento e cinquenta pais de família, que trabalham conosco precisam de nós”. Talyana disse ainda que a partir deste momento não dará mais entrevista sobre o caso, que advogados da família tem acompanham o processo e que seu único desejo, assim como das irmãs e de todos os familiares é que os culpados respondam pelos atos.
Acusado de ser o mandante do assassinato de empresário, Duda Pereira diz que provará inocência O Ministério Público Estadual apresentou nos últimos dias, à justiça do Tocantins uma ação penal no qual traz indícios de que o empresário Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda, seria o mandante da execução de Vencim Leobas, morto em fevereiro deste ano. Diante das acusações, no qual trouxe o empresário à evidência midiática e social negativamente em todo o Estado, acusado pela Polícia, Ministério Público e familiares da vítima, onde em entrevista coletiva, os promotores que assinam o processo garantiram que há fortes indícios da ligação do empresário com o crime, O Paralelo 13, procurou o empresário para se expressar sobre as acusações dos fatos.
O Paralelo13 - Duda como você está sentindo e o que você tem a dizer diante dessa acusação de ser o mandante do assassinato do senhor Vencim. Fato qual pegou todos de surpresa?
Duda Pereira - Hoje eu me sinto injustiçado por todas as acusações que estão fazendo, já me sinto condenado pela forma que tudo foi exposto na mídia, e que em nenhum momento tive oportunidade de defesa neste processo, nas acusações. Eu estive na delegacia fazendo depoimento, fui intimado para depor, e sequer colocaram meu depoimento no processo.
Fui espontaneamente ao Ministério Público, me colocar a disposição para qualquer esclarecimento e não me chamaram pra ouvir o que tinha a dizer, apesar de me colocar a disposição gostaria que eu fosse chamado para ser interrogado, pra esclarecer todas as informações que estavam sido colocadas no processo, mas não fui.
Fiquei surpreso com um pedido de prisão, e o juiz entendeu que não tem indícios para que seja decretada a prisão. Quanto ao processo vou me defender e provar a minha inocência.
O Paralelo 13 participou da entrevista que o MPE concedeu em Porto Nacional. Na ocasião questionamos o delegado se ele tinha certeza que você era o mandante do homicídio. Ele respondeu que os indícios ligavam a você e que as escutas telefônicas eram as provas. Na ocasião, foi citado ainda o pagamento fracionado a família e ligação com o alto escalão político da Capital e de Porto Nacional. Diante desses fatos o que tem a dizer sobre o que afirmam o delegado e MPE?
Duda Pereira - Olha é indignação porque quem teve acesso ao processo e não precisa ser advogado para perceber que eles ligaram o crime a mim, com indícios, não tem provas. Cadê a prova do dinheiro que mandou entregar os R$ 33 mil. A prova da pessoa que entregou esse dinheiro? E esses R$ 350 mil que dizem que foi eu quem pagou, de onde saiu o dinheiro? Até hoje o MPE não provou, por isso o juiz entendeu que não há provas, nem motivo da prisão.
Foi por esse motivo que fiquei indignado, abalado com toda a situação. Estão me acusando sem prova alguma.
O Paralelo13 - Na coletiva, o delegado citou ainda a sua preocupação em estar associado ao crime. Segundo ele interceptação telefônica mostra que você ligou para o vereador Geilson e questionava se o seu nome estava sendo ventilado ao crime. Sobre essa ligação e seu contexto o que tem a dizer?
Duda Pereira - Do atentado até a morte do senhor Vencim, passou-se alguns dias. Neste período a família já começou a me acusar. Desde a época do atentado, antes mesmo do falecimento, era comum dizer-se entre amigos e conhecidos que se vingariam do atentado e que eu era o mandante. Essas informações chegaram até mim. O senhor Geilson, que trabalha conosco há muitos anos, pessoa próxima, que esteve no velório, então eu liguei para saber o que falavam sobre mim, preocupação que acredito pertinente, pois o meu nome estava sendo citado em boatos.
Quem não conhece a história do homicídio acha que ele faleceu em um dia e eu já estava perguntando no outro, mas não foi assim, a família já estava me acusando, e é muito importante esclarecer esse fato. Outro fator que também ocorreu na época, foi que meu pai queria ir ao velório, não era amigo do senhor Vencim, mas eram conhecidos e tinha um grande respeito. Na época o Geilson disse para não ir porque ele poderia até ser apedrejado pela família.
Conforme as investigações, o seu Vencim já vinha sendo ameaçado há cerca de seis a oito meses. Ameaças frequentes, antes deste crime bárbaro. O senhor estaria disposto a quebrar o seu sigilo telefônico para as investigações?
-Eu já fiz isso. Coloquei-me a disposição da polícia, meus telefones e também o sigilo bancário. É importante esclarecer que se houveram ameaças ao senhor Vencim, não foram feitas por mim. Estão ligando o crime e as possíveis ameaças ao fato do posto da área que eles estavam querendo construir em Palmas ter sido embargada pela polícia. Não fui eu quem o matei, abra o sigilo telefônico do seu Vencim para que possa esclarecer o fato das ameaças, de pessoas ligadas ao empresário, dos familiares.
Eu tenho certeza que não fui eu, tem cinco anos mais ou menos que não falava com ele, na verdade falei com ele poucas vezes durante toda a minha vida. Não cometi o crime, não tenho vínculo nenhum com o fato porque a minha consciência está limpa e minha inocência será provada.
O presidente do Sindicato dos postos de combustíveis ressaltou acreditar fielmente na justiça, agradeceu a oportunidade de falar sobre o que ouve e disse ser um dos mais interessados no esclarecimento dos fatos, pois a vida dele depende agora também disso. “Acredito na justiça de Deus, e torço para que a justiça encontre o verdadeiro mandante do crime. Fui condenado pela sociedade, pela mídia sem ao menos ter tido a oportunidade de mostrar a minha versão dos fatos, e hoje provar a minha é fator primordial”.
Empresa do ex-bilionário repassou dinheiro ao deputado afastado do PMDB a fim de obter recursos do FGTS
Da Folha de São Paulo
Em sua delação premiada, o ex-vice da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto relatou que uma empresa de Eike Batista pagou propina a ele próprio e ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para obter recursos do fundo de investimentos do FGTS. Cleto era integrante do conselho do FI-FGTS e opinava nas liberações dos recursos para empresas. Sua delação premiada foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) há duas semanas e está sob sigilo. Os citados negam envolvimento com irregularidades. A Folha apurou junto a investigadores que a delação aponta pagamento de propina para uma aquisição de debêntures de R$ 750 milhões da empresa LLX, braço de logística do grupo de Eike, que já foi considerado o homem mais rico do Brasil. As debêntures da LLX, que são uma espécie de título de dívida, foram adquiridas pelo fundo de investimentos do FGTS em 2012. Depois disso, o FI-FGTS liberou recursos para a construção de um porto, à época um dos megaprojetos de Eike. Em sua delação, Fábio Cleto afirmou que a liberação desses recursos envolveu o pagamento de propina pela empresa, mas não disse ter tratado diretamente com Eike Batista sobre o assunto. A Folha apurou junto a pessoas próximas das investigações que Cleto detalhou ter recebido ao menos R$ 240 mil da LLX e afirmou que Cunha também recebeu propina, mas sem detalhar os repasses ao peemedebista por não ter participado da operacionalização do pagamento. Segundo Cleto, o operador de Cunha era o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, aliado do peemedebista. A cobrança dos valores, de acordo com Cleto, era feita diretamente por Cunha. Segundo seu relato, Cleto só se reunia com integrantes das empresas para tratar de questões técnicas sobre o projeto e a deliberação no FI-FGTS, mas não conversava com eles sobre pagamentos. O ex-vice da Caixa também relatou que a maior parte da propina recebida por ele nessas operações ocorria por meio de contas no exterior, como no Uruguai.
ALVO DE BUSCAS Cleto buscou os investigadores da Operação Lava Jato para negociar uma delação premiada depois de ter sido alvo de mandados de busca e apreensão em dezembro, sob suspeita de envolvimento em irregularidades no FI-FGTS. Seus depoimentos detalham cerca de dez operações de liberação de recursos do FI-FGTS que ocorreram mediante o pagamento de propina a ele e a Cunha. Cleto era afilhado político de Cunha em uma das vice-presidências da Caixa. Ele conta que, com o pagamento da propina, partia para o convencimento dos demais integrantes do conselho do FI-FGTS em favor da aprovação dos projetos. A Folha revelou em abril que a delação confirmava relatos dos empresários da Carioca Engenharia, de que houve pagamento de propina para a obra do Porto Maravilha, no Rio, também para obter os recursos do fundo. Além da Carioca, o consórcio responsável pelas obras era formado por OAS e Odebrecht. Os empresários da Carioca detalharam novas contas no exterior pelas quais Cunha receberia os repasses de vantagens indevidas e disseram ter se reunido com Cleto para tratar de questões técnicas referentes ao projeto.
OUTRO LADO As defesas do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do empresário Eike Batista e do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro negam as acusações e dizem desconhecer a delação do ex-vice da Caixa Fábio Cleto. O advogado de Cleto, Adriano Salles Vanni, afirmou que não iria comentar o conteúdo do depoimento. A defesa de Eike Batista, representada pelo advogado Sérgio Bermudes, afirma que ele "repele categoricamente" as acusações, que não há indícios de que ele tenha se envolvido com pagamentos de propina e que não há nenhuma imputação contra ele nesse sentido. Por meio de sua assessoria, Cunha afirmou que "desconhece a delação". "Desminto a afirmação e o desafio a provar". O corretor de valores Lucio Funaro informou, por meio de uma nota, não ter "conhecimento da delação nem dos fatos narrados na mesma" e que "está à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos". A delação premiada do ex-vice da Caixa foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) há duas semanas e está sob sigilo.
Ou a grandeza dos nobres versus a hipocrisia dos traidores. Na batalha do bem contra o mal, os prejuízos para o povo e para a história
Por Edson Rodrigues
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COMPROMISSO
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Nosso Poder Legislativo vem denso muito bem comandado pelo seu presidente, deputado estadual Osires Damaso, que com maestria, equilíbrio, sabedoria e respeito constitucional e regimental, vem mantendo uma convivência harmônica e republicana com os demais poderes, mantendo os demais integrantes da Casa de Leis em alta conta junto à população e aos eleitores pelas boas ações e pelo entendimento das necessidades de governabilidade do Estado.
CONTAMINAÇÃO
É por isso que não podemos nos omitir em denunciar uma série de fatos que estão contaminando o Poder Legislativo tocantinense, em ações oportunistas e pautadas pelo pessimismo e pelo “quanto pior, melhor”, que vêm acontecendo nos bastidores da Casa de Leis.
Alguns assessores, aspones e funcionários de carreira vêm colocando seus interesses pessoais acima até mesmo dos interesses dos seus chefes, dos seus líderes, que são os deputados estaduais.
São negociatas, conversas de pé de ouvido, articulações nefastas e fofocas que alimentam os burburinhos de que o governador Marcelo Miranda será cassado e que não emplaca o mês de abril do ano que vem como governador do Estado, o eu colocaria o futuro presidente da Assembleia Legislativa, pela terceira vez na história do Estado, como governador tampão, repetindo as histórias recentes de Carlos Gaguim e de Sandoval Cardoso.
O que esses conspiradores ignoram é que, se isso acontecer, se o governador realmente cair, o processo se dará de forma diferente. Com as novas regras da Reforma Política, em caso de vacância do cargo até seis meses antes do término do atual mandato, o processo de escolha se dará por votação direta e, não indireta como aconteceu das vezes anteriores.
Como sempre, esse processo, em acontecendo, será sangrento e desgastante e em nada contribuirá para a recuperação econômica e do respeito do nosso Estado frente à opinião pública.
Apostar em uma possibilidade terrível dessas, em pleno momento de alta turbulência, com a classe política desacreditada pelo povo brasileiro, seria assinar uma declaração de culpa, assumir que os políticos do Tocantins pensam apenas nos interesses pessoais, deixando as demandas do povo de lado.
Nós, de O Paralelo 13, não podemos fingir que não estamos ouvindo e observando essas articulações espúrias e a boataria maldosa que acontecem nos bastidores da Assembleia Legislativa, e que saem das mentes mal intencionadas de assessores parlamentares e seguidores de alguns deputados que, inclusive, já fazem, mentalmente, a partilha das secretarias, diretorias e outros cargos rentáveis num hipotético governo provisório.
Ressaltamos que esse motim não está partindo dos deputados, mas de alguns assessores, correligionários e até mesmo parentes, que apostam claramente no “quanto pior, melhor” e que sonham em encher seus bolsos com o dinheiro que iria para a Saúde e para a Educação.
MARCELO, O BOM-MOÇO
Enquanto essa camarilha articula ansiosa pela queda do governador Marcelo Miranda, o governador, com o enorme coração que tem, continua a levar em seu avião e dar o privilégio de sua companhia, a muitos desses “companheiros”, em inaugurações, viagens positivas e solenidades, dando a eles um prestígio que não merecem.
O bom-moço Marcelo Miranda, a despeito de todo esse motim, não interrompe seu périplo por Brasília, visitando ministérios e agentes financiadores nacionais e internacionais, em busca de recursos para o Tocantins – até mesmo para as regiões desses falsos amigos – pois entende que o bem do Estado está acima dessas picuinhas e traições.
Marcelo Miranda está ciente de tudo o que pode lhe acontecer nos próximos meses, mas, mesmo assim, não deixa de cumprir seu papel de governador, de gestor e de comandante, ignorando a pobreza de espírito naqueles que apostam em sua derrocada e distribuindo os poucos recursos disponíveis igualitariamente, sem olhar cor partidária ou grau de fidelidade.
Assim agem os grandes, os nobres. Mas, infelizmente, isso não lhes garante o reconhecimento que lhes é merecido.
Termino este editorial citando o trecho de um artigo muito bem escrito pelo respeitado jornalista Josias Rodrigues que diz em sábias linhas que os nossos deputados estaduais não podem, em sua maioria, se jogar no mesmo esgoto dos ratos e baratas em que se encontram os acusados pela Operação Lava Jato e onde apodrecerão no esquecimento do povo brasileiro, sem condições, até, de freqüentar locais públicos, sob o manto da humilhação e da expiação.
O tempo é o senhor da razão...