Operação é desdobramento da Câmbio, Desligo e procura pessoas que ajudaram Dario Messer a ocultar patrimônio e fugir. Doleiro foi preso em São Paulo
Com Agências
A Lava Jato do Rio de Janeiro cumpre mandados na manhã desta terça-feira (19/11/2019) em um desdobramento da Operação Câmbio, Desligo. Entre os alvos, está o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes (foto em destaque).
Ele tem mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Carter é acusado de ter ajudado na fuga de Dario Messer, considerado o doleiro dos doleiros.
O ex-presidente do Paraguai é alvo de mandado de prisão preventiva. A ação ocorre em Búzios, São Paulo e Ponta Porã (MS), na fronteira com o Paraguai.
Ao todo, são 37 mandados expedidos por Bretas, sendo 16 de prisão preventiva, três de temporária e 18 de busca e apreensão.
Denominada Patron, a ação investiga não só Horacio Cartes, mas o grupo que deu apoio a fuga e à ocultação de bens de Dario Messer. O doleiro Najun Azario Flato foi preso no âmbito da operação.
Doleiro dos doleiros
Messer estava foragido desde maio de 2018, quando foi deflagrada a Operação Câmbio Desligo. A investigação descobriu que doleiros movimentaram US$ 1,6 bilhões em 52 países.
Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes negou um pedido de liberdade a Messer.
O doleiro responde a inquéritos policiais desde o fim dos anos de 1980. Neste período, movimentou dinheiro de forma suspeita de políticos, empresários e criminosos.
Cartes é senador vitalício
O ex-presidente paraguaio Horacio Cartes deixou o poder em agosto de 2018 após cinco anos no poder. Ele ocupa atualmente a função de senador vitalício.
A Constituição do país garante que os ex-presidentes podem assumir esse cargo, que dá voz, mas não direito a voto.
O empresário, considerado um dos mais ricos do Paraguai, chegou ao poder em abril de 2013. Sua eleição representou o retorno ao poder do conservador Partido Colorado, que dominou a política local durante 60 anos, incluindo os mais de 30 anos da ditadura de Alfredo Stroessner.
A hegemonia do partido havia sido interrompida em 2008, ano da eleição de Fernando Lugo, deposto do cargo em 2012.
O ex-chefe de estado paraguaio é presidente do Grupo Cartes, um conglomerado de empresas que produzem bebidas, cigarros e charutos, roupas e carnes, além de gerenciar diversos centros médicos.