Ex-diretor da Dersa estava preso desde o dia 6 de abril; ele é apontado como responsável por desvios de R$ 7,7 milhões em obras de infraestrutura em SP
Por iG São Paulo
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes ordenou, na tarde desta sexta-feira (11), a soltura de Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), empresa controlada pelo governo de São Paulo.
Conhecido como Paulo Preto , ele está preso desde o dia 6 de abril e é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como responsável por comandar um desvio de R$ 7,7 milhões, destinados ao reassentamento de desalojados por obras do trecho Sul do Rodoanel, na Região Metropolitana de São Paulo, também na Jacu Pêssego e Nova Marginal Tietê durante o governo de José Serra (PSDB), entre os anos de 2009 e 2011.
Na decisão, Gilmar Mendes escreve: “defiro a medida liminar para suspender a eficácia do decreto de prisão preventiva de Paulo Vieira de Souza, o qual será posto em liberdade, se por outro motivo não estiver preso”.
No dia 20 de abril, o ministro do Supremo havia negado o pedido de liminar para soltar o ex-diretor da Dersa, mantendo a prisão preventiva. Inclusive, Gilmar rejeitou outro pleito dos advogados de defesa para que o caso subisse ao STF.
Há quatro dias, desembargadores do STJ mantiveram a prisão preventiva, seguindo a decisão do relator, que afirmou que o mandado de prisão está bem fundamentado e que não havia como substituir a prisão preventiva por medidas cautelares diversas da reclusão. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), durante as investigações uma colaboradora informou ter sido ameaçada pelo ex-diretor da Dersa.
Contas na Suíça
De acordo com as autoridades suíças, Paulo Preto abriu quatro contas no banco Bordier & Cie, em Genebra, logo após ser nomeado para a empresa estatal, em 2007, durante o governo de José Serra ( PSDB ).
As contas, registradas em nome de empresas offshores com sede no Panamá cujo um dos beneficiários era o ex-diretor da Dersa , receberam "numerosas entradas de fundos" no período até 2009, conforme apontam os investigadores europeus.
Informações repassadas anteriormente pelo Ministério Público da Suíça davam conta de que o saldo das contas de Paulo Preto somava 35 milhões de francos suíços em junho de 2016, o correspondente a cerca de R$ 123 milhões na cotação atual. Os valores foram transferidos no início do ano passado para um banco no paraíso fiscal de Bahamas.