Governador reeleito esteve em Brasília, onde se reuniu com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, e começa a traçar estratégias para enxugar a máquina estatal
Por Edson Rodrigues
O governador Mauro Carlesse esteve em Brasília, onde participou de reunião com o presidente eleito Jair Bolsonaro e com vários dos indicados paras os ministérios do futuro governo. Da reunião, Carlesse tirou a lição de que o corte de despesas, a austeridade e o equilíbrio financeiro será essencial para que o Tocantins se enquadre na filosofia do novo governo federal e volte a ter condições de receber empréstimos nacionais e internacionais.
A adequação do Tocantins à Lei de Responsabilidade Fiscal já era uma das premissas de Carlesse quando assumiu interinamente o governo e, agora eleito para um mandato de quatro anos, fará desse objetivo a principal razão do seu governo, uma espécie de legado para as futuras gerações.
O governo já adiantou a criação de uma comissão de técnicos e especialistas para formatar as propostas a serem colocadas em prática a partir de janeiro de 2019. A ideia gira em torno de uma estrutura mínima, com poucos cargos em comissão, extinção de cargos comissionados, fusões e extinções de secretarias e um corte radical nas despesas, sem comprometer a governabilidade ou os serviços essenciais.
DEMISSÕES
Fica claro para o governo que a única maneira do Tocantins poder voltar a crescer, a investir em infraestrutura e na melhoria dos serviços é apertando o cinto, cortando na própria carne e colocando as contas estaduais em dia, de acordo com a LRF.
Como não é possível fazer uma omelete sem quebrar os ovos, muitos dos trabalhadores que hoje prestam serviços ao Estado por contrato ou comissionamento, perderão suas funções. Esse será o sacrifício e a parte mais dura desse enquadramento, mas impossível de ser evitado.
Vale lembrar que a situação é tão caótica que o Estado não vem fazendo os repasses ao Igeprev para manter a folha salarial do funcionalismo em dia, assim como os repasses aos demais poderes.
Essa não é uma situação cômoda, mas, sim, a única saída encontrada pela equipe governamental. A ideia é que, com a economia gerada pelo corte de despesas e o reenquadramento à Lei de Responsabilidade Fiscal, o Tocantins possa voltar a investir em obras, atrair empresas e indústrias e a gerar empregos, mitigando a situação dos servidores que forem demitidos.
Carlesse já foi presidente da Assembleia Legislativa e conhece a situação econômica do Estado como poucos. Ele sabe que o remédio será amargo e irá gerar certo desgaste em sua administração, mas ele espera ter a oportunidade de mostrar para o povo que o primeiro a se sacrificar será ele próprio, se condicionando a trabalhar com poucos assessores, cortando despesas desnecessárias, carros alugados, viagens, diárias e outros penduricalhos que, de tostão em tostão, oneram as contas do governo.
Para o governo, o sonho de ver o Tocantins novamente na lista dos Estados com capacidade de endividamento, podendo negociar financiamentos com o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, o BNDES e instituições financeiras internacionais, deve ser sonhado de olhos abertos e junto com cada cidadão tocantinense. Sofrendo o que tiver que sofrer para, no fim, poder comemorar.
A volta de obras, como o Hospital de Gurupi e a nova ponte sobre o Rio Tocantins em Porto Nacional e a volta da geração de empregos serão os primeiros indícios de que as coisas começam a melhorar. Mas isso só vai ser possível, se todos concordarem em se sacrificar.
Cabe a nós dar esse voto de confiança ao governador, fiscalizar, cobrar, ajudar e, principalmente, torcer para que tudo dê certo e que dias melhores venham para cada um de nós, cidadãos tocantinenses!