O anúncio oficial será feito nesta segunda-feira (6), em Brasília e o Tocantins pode ter destaque inédito na política brasileira
Por Edson Rodrigues
Depois de tornar-se a primeira tocantinense a ser ministra – da Agricultura no governo Dilma Rousseff – Kátia Abreu é escolhida para ser a candidata a vice-presidente da República na chapa de Ciro Gomes, pelo PDT.
A escolha da tocantinense eleva a importância da participação feminina na política e coloca o Tocantins em um patamar de importância jamais alcançado anteriormente.
A informação, antecipada pelo jornal Folha de São Paulo, foi confirmada pela assessoria da parlamentar à Reuters e pelo presidente do partido, Carlos Lupi, ao Broadcast Político.
O anúncio oficial será feito na manhã desta segunda-feira (6), na sede nacional do PDT, em Brasília. Kátia tem ligação histórica com a bancada ruralista e já foi presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) por anos.
Foi eleita pelo Estado de Tocantins em 2006, pelo DEM (então PFL), e reeleita para o mesmo cargo em 2014.
No ano seguinte, assumiu o cargo de ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento durante o segundo governo de Dilma Rousseff.
Defensora da ex-presidente, votou contra o impeachment e acabou sendo expulsa do MDB em novembro do ano passado.
Ela se filiou ao PDT em março deste ano e concorreu ao governo de Tocantins em eleição fora de época: ficou em quarto lugar, mas até agora manifestava intenção de concorrer ao mesmo cargo em outubro.
A escolha de Ciro por uma chapa “puro-sangue” ocorre após a frustração nas negociações de coligação com uma série de partidos.
PERFIL
Formada em psicologia na Universidade Católica de Goiás, tornou-se pecuarista ao assumir, com a morte do marido em 1987, uma fazenda no antigo norte goiano, atualmente Tocantins. Mudou-se para a fazenda mesmo sem muito conhecimento de como conduzi-la. Ao chegar à fazenda, encontrou dentro do cofre da propriedade um roteiro completo sobre o que fazer caso o seu marido não pudesse gerenciar a fazenda. Segundo Kátia, Irajá Silvestre havia deixado uma espécie de inventário, no qual explicava coisas como onde aplicar o dinheiro, quais dívidas deveriam ser pagas primeiro e quais eram os investimentos prioritários para o aumento da produtividade da fazenda.
Em 1998, Kátia Abreu disputou pela primeira vez uma cadeira na Câmara dos Deputados, ficando como primeira suplente. Assumiu a vaga em duas oportunidades entre abril de 2000 e abril de 2002. Foi escolhida para presidir a Bancada ruralista no Congresso Nacional, sendo a primeira mulher no país a comandá-la, que na época contava com 180 integrantes.
Em 2002, foi efetivamente eleita para a Câmara dos Deputados com 76.170 votos, a mais votada no Estado do Tocantins.
Em 2006, concorreu e venceu a eleição a uma vaga ao Senado Federal, derrotando Siqueira Campos, que tentava a reeleição.
Em 2007, criticou a CPMF, criticando o presidente Lula.
Em 2009, Kátia Abreu figurou entre as cem personalidades mais influentes do Brasil, numa lista seleta publicada pela edição especial da Revista Época. Dentre as cem personalidades destacam-se trinta personalidades políticas, dentre os quais somam cinco senadores da República.
Em 2010, em entrevista a revista Veja a senadora, fez críticas as políticas para o agronegócio dos ministérios do trabalho, desenvolvimento agrário e meio ambiente do governo Lula. Na ocasião fez um desafio aos ministros
“Quero fazer um desafio aos ministros: administrar uma fazenda de qualquer tamanho em uma nova fronteira agrícola e aplicar as leis trabalhistas, ambientais e agrárias completas na propriedade...Se depois de três anos eles conseguirem manter o emprego e a renda nessa propriedade, fazemos uma vaquinha, compramos a terra para eles e damos o braço a torcer, reconhecendo que estavam certos.”
Em 2011, torna-se aliada ao governo Dilma. Em 2016 permaneceu mais fiel à Dilma que ao partido onde se situa: "Outros, como Katia Abreu, são considerados mais fiéis à presidente que ao partido, a ponto de considerarem uma troca de legenda para permanecer ao seu lado." e "A ministra Kátia Abreu é uma política sem teto. O PMDB, partido que a abriga, o faz obrigado pelas contingências, da mesma forma como ela está presa ao governo Dilma."
Em abril de 2016, o presidente em exercício do PMDB, o senador Romero Jucá, confirmou em nota que faz questão de solicitar a Comissão de Ética o processamento com a maior rapidez possível para a satisfação da base partidária e dos representados. Com isso a Senadora Kátia Abreu, pode ser expulsa do partido, por recusar a entregar seu cargo.
Em agosto de 2016, começou a possibilidade dela ser expulsa do PMDB, inclusive como "paralelo do caso dela com o de Roberto Requião, outro senador do PMDB que votou contra o impedimento da ex-presidente"; e supostamente, "processo deve começar em breve".
Em dezembro de 2016, votou contra a PEC do Teto dos Gastos Públicos. Em julho de 2017 votou contra a reforma trabalhista.
Em 13 de setembro de 2017, o PMDB por recomendação da Comissão de Ética afastou Kátia Abreu por 60 dias motivado pelo fato de ela ter votado, em setembro do ano passado, contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.[14] Em resposta, Kátia Abriu disse que "Neste exato momento a preocupação do PMDB deveria ser provar que não é uma organização criminosa (quadrilhão). Eu estou longe de ser um problema para o PMDB. Sigo minha vida".
Em outubro de 2017 votou a contra a manutenção do mandato do senador Aécio Neves mostrando-se favorável a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo onde ele é acusado de corrupção e obstrução da justiça por solicitar dois milhões de reais ao empresário Joesley Batista.[16][17]
Em novembro de 2017, o conselho de ética do PMDB decidiu por expulsar a senadora do partido por criticar o partido e o governo de Michel Temer.[18]
Em abril de 2018, filiou-se ao PDT. Em agosto, foi confirmada candidata à vice-presidência da República na chapa de Ciro Gomes nas eleições de 2018.[19]
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Katia Abreu na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária
Em dezembro de 2014, foi indicada por Dilma Rousseff para ocupar o cargo de ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.[1] Permaneceu no cargo até 12 de maio de 2016, dia do afastamento de Dilma pelo Senado Federal.
Diante de acordos regionais com o PT (Partido dos Trabalhadores), o PSB oficializou neste domingo (05) a neutralidade na corrida nacional.
Já o chamado “centrão” (DEM, PR, PP, PRB e Solidariedade) se aliou a Geraldo Alckmin (PSDB).
Ciro tem em sua base apenas o Avante, enquanto Marina Silva (Rede) tem apenas o PV (Partido Verde).