Porto Nacional, aos 20 dias do mês de agosto de 2017
Em busca de apoio para sua candidatura ao governo, senadora procura o PT. Marcelo desata nós da Saúde e Temer encurralado
Poe Edson Rodrigues
Para que a senadora tocantinense Kátia Abreu seja efetivamente expulsa do PMDB, falta, apenas, a homologação pelos membros do Diretório Nacional, onde seu desafeto e alvo de duras críticas, o presidente da República, Michel Temer, tem a maioria absoluta. Portanto, a saída da parlamentar do partido são favas contadas.
Kátia Abreu sempre se mostrou uma política destemida, segura dos seus desejos e obstinada e sem medo de quem quer que seja. Mesmo com sua virtual expulsão do PMDB, não convém apostar que ela não consiga ser candidata ao governo do Estado. Mesmo sem partido, a senadora pode considerar garantido o apoio do PT, tem em suas fileiras o PSD do seu filho Irajá Abreu, recebeu convite do senador Álvaro Dias, do Podemos, de onde receberia o comando do partido no Tocantins, no lugar de Carlos Gaguim, e deu sinais de que tem grandes possibilidades de se filiar ao PDT, garantindo, assim, um bom tempo no Horário Eleitoral Gratuito de Radio e TV, que significa muita coisa, mas não é nada sem uma boa nominata de deputados estaduais e federais.
Fechada essa soma, Kátia ainda tem grandes possibilidades de cooptar grandes aliados, principalmente se Lula conseguir ser candidato à presidência da República. O principal deles é o prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), recentemente nocauteado pelo senador Ataídes Oliveira, presidente do PSDB estadual e pelo prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, que comandaram uma debandada de sete dos nove prefeitos do PSB, esvaziando de vez a candidatura do prefeito de Palmas ao governo do Estado.
Sem os seus prefeitos e com uma imensa rejeição da classe política tocantinense, à qual chamou de “vagabundos”, só resta a Amastha o “colo” de Kátia Abreu, com a ressalva de que, para conseguir essa aproximação, deve ter que fazer um pedido público de desculpas pela sua “língua solta”. Se for assim, fica a pergunta: quem é o “vagabundo” da história??
PÉ NA ESTRADA E RECEPÇÕES DIFERENTES
O governador Marcelo Miranda já iniciou sua agenda de viagens ao interior do Estado, onde já passou por Araguaína, Barrolândia e Dianópolis, onde foi recebido com muita hospitalidade e presença popular, sempre entregando obras, assinando ordens de serviço e ouvindo as lideranças e a população locais em busca de mais elementos para o seu projeto de governo a partir de 2019.
Aliá, para isso, Marcelo Miranda também esteve em Brasília, onde manteve encontros com o presidente da República Michel Temer, ministros, membros da bancada federal tocantinense e representantes de entidades financiadoras, como a Caixa Econômica Federal, para garantir os recursos necessários às obras que pretende implantar, como a nova ponte sobre o Rio Tocantins em Porto Nacional, considerada estratégica para a economia de todo o Estado.
Marcelo também conseguiu o que pode ser considerado o avanço mais importante para a Saúde Pública Tocantinense nos últimos tempos, que foi a disponibilização de mais 86 leitos hospitalares no HGP, dando fim às incômodas tendas que ladeavam a edificação da unidade hospitalar, sendo que esse foi apenas o primeiro passo entre muitos avanços reservados para a área com maior demanda do governo.
O governo estadual, aliás, conquistou com muita humildade e ações assertivas um recuo do presidente da Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse, que voltou a ter um relacionamento amistoso com o Executivo Estadual, como manda a democracia.
Por falar em viagens, o ex-presidente Lula também está com o pé na estrada, na Região Nordeste do Brasil. A diferença é que o ex-presidente enfrentou problemas já na primeira parada, em Salvador, onde foi impedido por um juiz local de receber u título de “honoris causa”, por parte Universidade da Bahia, e precisou de uma “escolta” de militantes petistas para fugir de protestos e manifestações e foi expulso pelos freqüentadores de um restaurante onde pretendia almoçar.
A intenção de Lula é mostrar que, pelo menos agora, é candidatíssimo às eleições presidenciais de 2018, contando com o fato que preocupa os analistas políticos e juristas de todo o Brasil, que é o não julgamento em segunda instância da condenação imposta pelo juiz Sérgio Moro, de nove anos e seis meses de prisão e o confisco de mais de 15 milhões de reais em bens. Se esse julgamento não ocorrer até o mês de maio, acontecendo depois dessa data, Lula poderá ser candidato e recorrer em pleno curso da campanha.
Essa condição pode transformar Lula em mártir e tumultuar o governo do eventual eleito para a presidência, coisa que tanto especialistas quanto juristas, consideram o pior cenário para o Brasil.
TEMER REFÉM
Enquanto isso o presidente da República, Michel Temer, está refém de um Congresso onde a maioria dos seus membros está untada pela lama que eclode da corrupção. Alguns já condenados em primeira instância e outros como avos de investigações por corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, incluindo aí a senadora Kátia Abreu e seu filho, deputado federal Irajá Abreu.
Temer só vem conseguindo manter-se no poder a aprovar uns poucos pontos de suas reformas, graças ao processo escancarado de cooptação de votos, via cargos administrativos, enquanto o Congresso discute a reforma política.
Não importa o que seja aprovado, de distritão, distritão misto, se três bilhões de reais para o fundo partidário, o que importa, agora, para Temer é ganhar musculatura política, adquirir gordura e conquistar reforços, utilizando-se, inclusive, da força da “caneta” no Diário da União, para agraciar apoiadores e defenestrar infiéis.
Pelo menos em relação ao Diário Oficial, achamos que esse também é o caminho para Marcelo Miranda “reconfigurar” o seu governo.
Assim eu vejo....