Finalmente, após muitas especulações, o Partido dos Trabalhadores do Tocantins assumiu como sua a pré-candidatura de Paulo Mourão ao governo do Estado.
Por Edson Rodrigues
O Observatório Político de O Paralelo 13 vinha acompanhando as movimentações e as opiniões do analistas políticos, que apontavam as ações da senadora Kátia Abreu no cerne da cúpula estadual do PT como uma espécie de “intervenção branca”, por conta da sua ligação umbilical com a ex-presidente Dilma Rousseff, que teria exigido à cúpula nacional da legenda que apoiasse sua amiga para o Senado, no Tocantins.
Mas, eis que, para surpresa geral da nação, Lula, que endeusou Dilma Rousseff quando precisou que ela fosse eleita presidente do Brasil, iniciou, pessoalmente, uma fritura política da ex-presidente dentro da cúpula nacional do PT, afirmando que faltaria “jogo de cintura” à sua ex-pupila.
Lula simplesmente passou a ignorar os posicionamentos de Dilma, colocando-a no andar mais alta o freezer petista, o que, para Kátia Abreu significa a perda de todo o apoio que esperava do Partido dos Trabalhadores em sua busca pela reeleição.
Por outro lado, o único deputado federal já eleito pelo PT na história política tocantinense, Célio Moura, (foto) sentiu-se à vontade para sair da toca e “erguer a bandeira” da candidatura de Paulo Mourão ao governo, devidamente confirmada pelos diretórios estadual e nacional.
Quanto à situação de Kátia Abreu, Célio Moura foi taxativo ao afirmar que ela pode, sim, ser a candidata ao senado, apoiada pelo PT, mas apenas se isso for decidido na formação da Federação Partidária encabeçada pelo PT.
Resumindo os [últimos acontecimentos, quem comandará a Federação Partidária em solo tocantinense é a cúpula do diretório estadual, sob o comando do deputado Célio Moura, que deixou claro, também que “a locomotiva sucessória do PT no Tocantins seguirá seu rumo sem interferências e que se Kátia Abreu não estiver filiada a um dos partidos que comporão a Federação Partidária com o PT, não terá nenhum tipo de apoio da legenda”.
A HORA DA ONÇA BEBER ÁGUA
Depois de passar por muitas humilhações nas últimas três semanas, inclusive com “direito a pedir música”, com “Eu não sou cachorro, não”, de Waldick Soriano, mas permanecendo em sábio silêncio, apenas observando, de longe, a tentativa de fritura interna, as ações e insinuações de Kátia Abreu, com um pé no Palácio Araguaia e outro em uma hipotética candidatura do senador Irajá Abreu ao governo, realizando tratativas com pré-candidatos a deputado estadual e federal e em conversações com os deputados da base do governador em exercício, Wanderlei Barbosa, Paulo Mourão, agora, pode se firmar em sua candidatura ao governo, com seu partido, o PT, em sua retaguarda.
KÁTIA E SEUS “NOIVADOS” POLÍTICOS
Em outras palavras, como o Observatório Político de O Paralelo 13 vem noticiando nos últimos meses, os pré-candidatos que estão, hoje, na corrida sucessória para outubro, podem ser outros quando as Convenções Partidárias terminarem, em julho. E, diante desse fato, fica a curiosidade em saber quantos outros “noivados” políticos a senadora Kátia Abreu fará, na tentativa de manter seu mandato a partir de 2023. Ela já quase chegou ao altar com Ronaldo Dimas, está em pleno “namoro” político com o governador em exercício, Wanderlei Barbosa, e iniciou um forte “flerte” político com o PT.
E Kátia ainda tem um “noivado político B”, que seria a candidatura do seu filho, Irajá Abreu, ao governo do Estado, saindo como candidata à deputada federal.
O certo é que Kátia pode provar do mesmo veneno que serviu a Ronaldo Dimas, sendo abandonada no altar pelo PT e por Wanderlei Barbosa e acabar tendo que “se virar nos 30” para conseguir um mandato eletivo no pleito de outubro.
RONALDO DIMAS FAZ GIRO NA REGIÃO SUDESTE...
Enquanto tudo isso acontece, Ronaldo Dimas, ex-prefeito de Araguaína e considerado um dos melhores gestores que já passaram pela cidade, é, inegavelmente, uma pessoa capaz e inteligente, gostem ou não gostem do seu jeito de fazer política.
E, por falar no jeito Ronaldo Dimas de fazer política, é, justamente, aí que mora o problema da sua pré-candidatura. Sua fama, segundo os bastidores, é de ser um político arrogante e ingrato, o que ofusca muito do bom gestor e das características que fariam dele uma ótima opção para o governo do Estado.
Suas duas administrações mudaram a cara de Araguaína e ficarão na história do município, e foram elas que garantiram uma boa largada de sua pré-candidatura, principalmente na Região Norte do Estado. Isso valeu uma aproximação de Kátia e Irajá Abreu, juntamente com o empresário Edson Tabocão.
Mas, depois que Wanderlei Barbosa assumiu o governo e Kátia tratou de se aproximar do Palácio Araguaia, a pré-candidatura de Dimas deu uma murchada significativa, que foi notada pelos bastidores políticos, mas ainda não foi decifrada, se foi um esvaziamento natural, por conta do seu estilo de política ou se foi um recuo estratégico, para observar e analisar as movimentações no tabuleiro político, já que Dimas acaba de iniciar um giro pela região Sudeste, uma região sofrida, principalmente nos últimos 12 anos, quando deixou de ter representantes natos nos parlamentos – Câmara Federal e Assembleia Legislativa – após seus eleitores resolverem eleger pára-quedistas. O Sudeste do Tocantins sofre muito, desde então, por culpa de seus próprios eleitores e de seus líderes políticos, que se prostituíram, seduzidos pelos “candidatos Copa do Mundo”, que só aparecem de quatro em quatro anos, e deixaram o povo órfão de bons representantes.
O grande porém nessa nova caminhada de Ronaldo Dimas é que ele pode estar produzindo provas contra si mesmo, publicando vídeos nas redes sociais com imagens das obras realizadas em sua gestão em Araguaína com recursos federais, estaduais e municipais que, dependendo da interpretação da Justiça Eleitoral, podem ser consideradas como campanha antecipada. Basta uma provocação por meio de outro partido, de um adversário ou, até mesmo, do Ministério Público Eleitoral à Justiça eleitoral.
DENÚNCIAS
Já diziam os saudosos Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Franco Montoro e Leonel Brizola, que todo governo precisa ter uma oposição atuante, séria e destemida. Esses políticos citados eram, para os militares, um “bússola” dos sentimentos da população e tinham espaço livre na grande mídia, pois faziam oposição aos militares com responsabilidade e ética.
Pois a oposição ao governo de Wanderlei Barbosa já está fazendo “ruído” nos bastidores e nas redes sociais, apontando casos de corrupção dentro do governo do Estado. Segundo os bastidores, as denúncias são alimentadas pelos “camaleões” que habitam os gabinetes e corredores do governo estadual, agindo como Judas a quem lhe estendeu a mão. Se as suspeitas são verdadeiras, de continuidade de prática de atos não republicanos, como pedidos de propina por membros e assessores do atual governo ainda não foram divulgadas provas. Vale ressaltar, porém, que essas denúncias não envolvem o governador em exercício, Wanderlei Barbosa, e estariam acontecendo sem o seu conhecimento.
Nossa esperança é que esses denunciantes usem os mesmos métodos corretos e éticos da “oposição de verdade”, que o retorno de Ronaldo Dimas à busca de votos seja feita de maneira limpa, responsável e correta e que procure os órgãos responsáveis pelo zelo com o bem público.
Nós, de O Paralelo 13, e de toda a imprensa tradicional e séria do Tocantins, estaremos alertas e atentos para evitar a disseminação de denúncias sem fundamento, da mesma forma que daremos cobertura às que tiverem provas contundentes.
Sim à oposição séria e não ao denuncismo. É desse tipo de oposição e de prática política que o Tocantins precisa para um recomeço, para construção de uma nova história política, da qual o seu povo, ao invés de vergonha, tenha orgulho.
Oremos!!