Renan Calheiros e Renan Filho defendem que MDB se alie a Lula

Posted On Terça, 01 Fevereiro 2022 06:18
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O senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), tiveram uma longa conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta 2ª feira (31.jan.2022) em São Paulo. A dupla alagoana defendeu que o MDB declare apoio ao petista já no 1º turno “se o partido não tiver um candidato competitivo”.

 

Por Nicholas Shores

 

Renan Calheiros afirmou ao Poder360 que a aliança com Lula colaboraria com a formação dos palanques estaduais. Também a descreveu como uma forma de não “correr riscos”, referindo-se à possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro (PL) se reeleger.

 

Apesar de o senador falar sobre a candidatura própria do MDB em termos abstratos, a legenda lançou em dezembro a pré-candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência.

 

A senadora inaugurou sua agenda política de 2022 na semana passada, em uma série de encontros também na capital paulista, entre eles com o ex-presidente Michel Temer (MDB).

“Estou disposto a colaborar [com Lula] e acho que, consequentemente, se não houver mudança nas pesquisas, é importante que o MDB, que é o maior partido, que mais elegeu prefeitos na última eleição, discuta o que deve fazer”, disse Calheiros. “Para além da pré-candidatura da senadora Simone, que é uma senadora competente e tem cumprido um bom papel no Senado Federal […], acho que, se não tiver um candidato competitivo, é melhor antecipar a aliança com Lula.”

 

Na mais recente pesquisa PoderData, Tebet teve 1% das intenções de voto. Lula liderou o levantamento com 42%, chegando a um empate técnico com o somatório das intenções de voto dos demais pré-candidatos.

 

Calheiros afirmou que vai conversar com companheiros e dirigentes do MDB para avaliar os encaminhamentos que a sigla pode adotar a depender do cenário que se desenrolar nos próximos meses.

 

Quer decida efetivar a candidatura de Tebet ou uma eventual aliança com Lula, o partido formalizará sua posição no período das convenções partidárias, entre julho e agosto.

 

O Poder360 perguntou à senadora e a sua assessoria se ela gostaria de comentar as declarações de Calheiros, mas não obteve resposta.

 

Cenário geral

A conversa entre Lula, Renan Calheiros e Renan Filho girou em torno de uma avaliação geral do cenário político e econômico do país, segundo o senador.

 

O petista discorreu sobre alianças eleitorais, a vaga de candidato a vice-presidente em sua chapa, a possibilidade de o PT formar uma federação com outros partidos e a montagem de seu programa de governo, mas Calheiros não quis detalhar o que ouviu sobre cada um desses temas.

 

O senador destacou “a vontade” de Lula para disputar a eleição presidencial. “Ele sabe das dificuldades que enfrentará se ganhar e, também, de como é complexo fazer um bom governo. Mas está confiante de que essas coisas possam acontecer.”

 

Renan Calheiros relatou a CPI da Covid no Senado, que mirou seus esforços principalmente em investigar se o governo federal teria sido omisso no combate à pandemia. Apoiadores do presidente Bolsonaro costumam classificar o colegiado como “CPI do Lula”.

 

Em julho do ano passado, o petista elogiou os trabalhos da CPI, afirmando que o colegiado prestava um “serviço extraordinário à sociedade brasileira”. Para ele, os senadores “estavam finalmente desnudando o monstro que foi plantado no Brasil”.

 

Nas redes

O petista compartilhou um registro da reunião em suas redes sociais.

 

Renan Filho também fez uma publicação sobre o encontro. Classificou a conversa como “boa” e, assim como seu pai, defendeu que, caso o MDB não tenha “candidatura viável” no campo nacional, “o melhor caminho é fazer uma aliança com Lula”.

 

Segundo o governador de Alagoas, os 3 também trataram sobre o desenvolvimento de Alagoas e do Nordeste. Nas eleições de 2018, o Nordeste foi a única região do Brasil em que o petista Fernando Haddad derrotou Jair Bolsonaro.