“Um voto é como um rifle, sua utilidade depende do caráter do beneficiado”
TEODORE ROOSEVELT
Por Edson Rodrigues
Muito contestado pelas emissoras de Rádio e TV desde que foi criado, o Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE) – sim, esse é o nome que correto! – foi garantido por lei aos partidos políticos brasileiros, na programação das emissoras de Rádio e TV, para efeito de divulgação de suas plataformas políticas e propagandas de seus candidatos às eleições por meio da Lei nº 4.115, de 22 de agosto de 1962, e, desde então, vem sofrendo várias alterações.
A Constituição de 1988 garantiu o acesso gratuito dos partidos políticos ao rádio e à televisão (art. 17, par. 3º). Contudo, não proibiu a veiculação de propaganda paga no rádio e na televisão. Tal restrição foi sistematicamente reintroduzida pelas leis eleitorais criadas para regulamentar cada uma das eleições realizadas desde então.
Um dos alicerces da Democracia é, justamente, a publicação das propostas dos candidatos para que os eleitores sejam capazes de escolherem os políticos mais alinhados aos seus interesses.
Mas, infelizmente, no Tocantins e, mais precisamente, em Palmas, esse alicerce democrático sofre rupturas estruturais profundas, toda vez que partidos e candidatos se utilizam desse espaço criado para a difusão de propostas, para atacar a honra e a moral de seus adversários, como se inimigos fossem – ao contrário de adversários momentâneos – contrariando a motivação do estabelecimento do HGPE, pois deixam de usar esse espaço para mostrar propostas – pois não as tem – transformando-o em uma “trincheira” de onde disparam seus ataques vis e levianos, como única forma de chamara atenção de eleitor.
EDUARDO GOMES DÁ O EXEMPLO (veja vídeo)
Exatamente como quando fez sua última e exitosa campanha eleitoral, da qual saiu como o senador mais bem votado da história política tocantinense, o senador Eduardo Gomes deu uma “tapa com luva de pelica” na cara dos políticos sem propostas e de coração cheio de rancor e discurso de ódio, quando se valeu de um tempo que deveria ser precioso para os políticos, para dar o exemplo e pedir mais ética, mais moral, mais amor e mais respeito no processo sucessório da Capital, principalmente para com a prefeita, Cinthia Ribeiro, que concorre à reeleição.
Não foi a primeira vez que Eduardo Gomes fez um apelo ao alto nível na campanha de Palmas, mas foi a ocasião em que foi mais contundente ao, justamente, colocar o eleitor como o principal personagem da eleição, afirmando “o eleitor merece ser respeitado e não liga seu Rádio ou sua TV para ouvir um candidato atacar outro, mas, sim, para conhecer propostas”.
MAL ANTIGO
A propaganda negativa permeia o imaginário dos eleitores brasileiros, exaltando suas paixões partidárias, recebendo os holofotes principais de certas campanhas eleitorais. Isso não quer dizer que todos os usos que podem ser feitos da liberdade de expressão sejam moralmente corretos, ou socialmente aceitáveis, vez que o discurso antiético e pouco construtivo, pode ser objeto de questionamento e ressarcimento no Poder Judiciário.
Políticos com passados imaculados, impecáveis e infalíveis são raros, quase inexistentes, e isso incomoda quem não tem propostas, os que estão contaminados por fatos, que se fossem de conhecimento público, resultariam num resultado adverso nas urnas.
O “baixo nível das campanhas” é resultado do desespero de quem não tem propostas e já percebeu que não conseguirá alavancar sua candidatura junto ao eleitorado, fazendo imperar uma lógica de minimização dos possíveis votos do adversário. Mais do que vender a própria imagem, interessa fazer com que os inimigos percam seu segmento no mercado eleitoral. A exploração das possíveis vulnerabilidades dos opositores é sempre associada à falta de ideias e incapacidade política de quem só ataca.
Utilizar as redes sociais para se esconder atrás de um pseudo-anonimato é ainda pior, pois mostra que quem ataca não tem coragem mostrar o rosto, revelando-se um covarde político, uma laia ainda pior que os corruptos, pois roubam reputações e tentam manipular e enganar o eleitor por meio de informações falsas.
Eduardo Gomes, mais uma vez, mostrou o caminho da conciliação e do caráter. Segue esse caminho quem ainda pode andar nas ruas de cabeça erguida e zela por seu nome.
A honra deve vencer a infâmia e a verdade sobre a calúnia, porque o candidato assim a merece e não porque conseguiu esconder seus atos desabonadores.
O eleitor palmense merece mais respeito!