Caro leitor e eleitor, o casamento foi desfeito, e os fatos alegados pelo ex-prefeito, o candidato a governador Carlos Amastha, em menos de 24horas após as convenções não justifica tal renúncia. O motivo da desistência de Amastha teria sido motivada pela saída de dois partidos do grupo que compunham o grupo. O PCdoB e o PTB. O candidato, em sua rede social disse que sem tais lideranças seu projeto perde a essência.
Por Edson Rodrigues
O grupo havia solicitado ao governadoriável a criação de duas chapas e no momento da convenção descobriram que ela não haveria, diante disto retiraram seu apoio a Amastha e compuseram a chapa do adversário, Marlon Reis.
Veja bem. Em abril deste ano, Carlos Amastha afastou-se do Executivo Municipal para disputar o processo no Tocantins. Naquele período o gestor possuía uma aprovação popular que ultrapassava os 60%.
A partir daí foi costurando, conversando e buscando aliados. Para formar a majoritária e disputar o governo conseguiu convencer a Família Stival, em que um dos membros familiares compôs a sua chapa. Um fato inédito, já que são um dos mais bem sucedidos grupo empresarial no Tocantins na área de frigoríficos, com exportação de carne para o exterior e até então não se envolviam em política partidária.
Dois grandes partidos também juntaram-se a proposta, sonho, ideologia do candidato. Ataídes Oliveira, presidente do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e Vicentinho Alves, do Partido da República (PR), uniram-se ao governadoriável para juntos compor uma majoritária harmoniosa, em sintonia com ideias e propostas.
O grupo foi ganhando resistência com a chegada de inúmeros partidos, e lideranças da Capital e do interior. Mas Amastha resolveu abandonar o barco com estes líderes políticos, uns com mandatos eletivos outros que há anos vem construindo sua base para chegar até a disputa. De repente, o líder abandonou seus sonhos, seu desejo de trabalhar na vida pública após o ato que homologou seus nomes como candidatos ao governo, vice, senadores e deputados estaduais e federais.
Os questionamentos
O anúncio ainda não foi digerido pela população, nem por aqueles que acreditaram no governadoriável, tampouco pelos seus adversários e formadores de opinião. É inacreditável tal renúncia levando em consideração as alianças, os apoios, um bom tempo de horário gratuito de propaganda eleitoral e um fundo partidário que seria responsável pelo custeio de toda a campanha.
Nos bastidores da política muitos se perguntam e criam hipóteses. A principal delas gira em torno de uma possível informação privilegiada que Amastha teria tido sobre a última fase da Operação Jogo Limpo que trouxe a público o envolvimento de alguns nomes que eram os seus principais auxiliares. Haveria hance de tal investigação da Polícia respingar no governadoriável? Porque Amastha renunciou? O fim das alianças com o PTB e PCdoB é um pivô PDT como desculpa ou o fato em si?
Recapitulando
Nas eleições suplementares ocorridas no mês de junho no Tocantins, Carlos Amastha que também disputou o governo naquele período tinha o apoio do PT, onde o seu vice era filiado a sigla. O grupo não apoia o governadoriável na atual disputa, no entanto, nada foi dito ou mencionado sobre o fato. O PT não possuía o mesmo sonho do governadoriável? Não faziam parte da essência do projeto?
Em uma de suas declarações, Amastha destacou que tal atitude tomada nesta segunda-feira leva em consideração sua postura, e que sente-se traindo seus companheiros que estão com ele desde o princípio. Voltemos ao questionamento. Onde o PT se perdeu? Pois assim como os demais ele por um período fazia parte da jornada. Retirou-se sem alarde, e ninguém mencionou, lamentou ou desistiu por perder o apoio do partido. Todos usaram da justificativa que na política funciona assim, uns aliados podem resultar na perda de outros.
Articulação
Esta noite de segunda-feira foi curta para os candidatos que compunham o grupo que Carlos Amastha encabeçava como candidato ao governo. O objetivo é encontrar solução e um nome que substitua o candidato. O projeto do governadoriável e daqueles que acreditaram no ex-prefeito da pode dissolver-se, caso não haja uma tomada de decisão em consenso. Hoje dezenas de candidatos estão no mato sem cachorro, muitos deles que há anos sonhavam e trabalharam para participar deste processo democrático. Tudo tem se derretido, num estalar de dedos.
O sonho de Amastha, não era mais apenas seu, era de um grupo que acreditou nas suas propostas, investiu em seu potencial, apoiou, e estavam trabalhando para que este fosse o anseio de todos os tocantinenses. Hoje muitos sentem-se traídos. Amastha disse que não pode trair ambos os partidos que optaram por não coligar-se com ele. Mas e os outros? Ficam a deriva?
Ele juntou-se a nomes já conhecidos na política tocantnense, trouxe novos integrantes, desdisse o que já havia dito, e hoje cabe a pergunta: os vagabundos, mentirosos, cheios de promessas são de fato eles?
Bastidores
Segundo o que circula nos bastidores, o governadoriável informou de sua desistência aos demais candidatos da sua chapa por meio de mensagem via WatsApp. Mas apesar de reunidos, mobilizando-se nas últimas horas nada foi confirmado. Como diria a jornalista Sandra Annenberg em seu famoso bordão que ficou conhecido em todo o País: Que deselegante!
Por ora, os fatos não passam de especulação.