Tasso diz que Aécio o destituiu por diferenças éticas e pressão do Planalto

Posted On Sexta, 10 Novembro 2017 05:06
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Segundo nota divulgada por Aécio, o motivo é a "desejável isonomia" entre os candidatos que disputarão o comando da sigla em dezembro

 

Destituído da presidência nacional do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE), recém-lançado candidato a assumir o comando do partido na convecção de dezembro, afirmou nesta quinta-feira, 9, que o motivo pelo qual o senador Aécio Neves (MG) o tirou do cargo são diferenças "profundas" e "irreconciliáveis" entre eles de comportamento ético, político, visão de governo e fisiologismo. Tasso disse que o Palácio do Planalto influenciou no ato de Aécio, que alegou sofrer "pressão", sem detalhar de quem.

 

 

Com informações do Folhapress

 

O ex-vice-governador paulista Alberto Goldman assumiu a presidência interina do PSDB nesta quinta-feira (9) e afirmou que a disputa pelo comando do partido não sofrerá influência do Palácio do Planalto ou do senador Aécio Neves (MG), que está licenciado do posto.

Goldman reagiu a tucanos que classificaram a destituição do senador Tasso Jereissati (CE) como uma interferência de Aécio a favor do governador de Goiás, Marconi Perillo.

 

"O Aécio me conhece. Se ele me colocou aqui, sabe que não haverá interferência. Comigo, não. Aqui, não", disse.

 

Goldman afirmou que vai trabalhar para que as campanhas de Tasso e Perillo ao comando do PSDB ocorram com isonomia -em referência ao argumento de Aécio para afastar o senador cearense do comando interino do partido.

 

Em meio a pressões no PSDB pelo desembarque da sigla do governo Michel Temer, o novo presidente interino disse que os quatro ministros tucanos manterão seus cargos até que a cúpula da sigla tome uma decisão contrária -o que pode ocorrer na convenção da legenda, em 9 de dezembro.

 

Quando Temer assumiu o poder, Goldman chegou a rechaçar a adesão do PSDB ao governo, mas mudou de posição ao longo do último ano e defendeu a permanência da sigla nos ministérios. Ele se recusou a dizer o que pensa sobre o assunto agora.

 

"Não vou opinar e não cabe a mim opinar, embora eu tenha minhas opiniões sobre isso", declarou. "Temos que decidir o que é melhor para o partido e para o país."

 

Ele disse que não haverá qualquer influência do Palácio do Planalto sobre as decisões do partido ou sobre a sucessão para o comando da sigla. "Eu repudiaria qualquer interferência de elemento externo nas questões internas."

 

UNIDADE

Goldman afirmou que vai atuar pela unidade do PSDB para que as disputas internas não prejudiquem os tucanos na eleição presidencial de 2018.

 

"Vou trabalhar para que haja esse processo de convergência. Qualquer conflito interno não ajuda. A melhor coisa para o partido é ter unidade de ação, uma coisa que faltou ao PSDB nos últimos tempos, sem citar períodos específicos", disse, em entrevista coletiva.

 

Escolhido por Aécio para substituir Tasso no posto, Goldman ficará no comando da sigla até 9 de dezembro, quando uma convenção deverá eleger a nova cúpula do PSDB. Ele disse que vai conversar nos próximos dias com os dois candidatos à presidência do partido.

 

O novo presidente interino pretende construir uma candidatura única. Ele acredita que Tasso e Perillo podem chegar a um acordo, "se todos pensarem no partido, na preservação do partido e como isso é importante também para o país".

 

Goldman disse que o governador paulista Geraldo Alckmin poderia ser um nome de consenso para presidir a sigla nesse cenário, mas ponderou que ele deve analisar a conveniência de cumprir essa missão caso de consolide como candidato ao Palácio do Planalto.

 

O novo presidente interino disse que o PSDB precisa se posicionar claramente em relação às pautas de interesse do país -entre elas, a reforma da Previdência. "O partido não pode se omitir. Nós teremos posição sobre as questões importantes para o país. Claro que vai haver divergências, mas vamos tentar entendimentos internos."