Por Edson Rodrigues
A insatisfação da sociedade com a classe política não foi um fenômeno abrupto, desencadeado por uma onda na eleição passada. Da forma que podia, o eleitor foi dando seus sinais ao longo da última década. Agora, nas eleições municipais de Palmas, parece que o eleitor está ainda mais decidido pela mudança. As pesquisas de consumo interno mostram que os pré-candidatos “assumidos”, não fazem a cabeça do eleitorado, apresentando índices de rejeição altíssimos. O eleitor já se decidiu, e não quer mais votar em candidatos com fama de ingratos, ou que já foram visitados às 6h da manhã pela Polícia Federal, ou que já foi laranja de alguém ou que está há anos na vida pública, sempre com a Justiça nos seus calcanhares.
O eleitorado palmense quer um nome novo, mas, novo em todos os sentidos. Novo de recém saído do “forno”, limpo, sem vícios políticos, sem manchas no passado e com uma visão administrativa moderna.
É por isso que o surgimento de um candidato do meio empresarial ou do agronegócio, sem vínculos com a velha política, vem causando tanto frisson na população e aterrorizando os políticos tradicionais.
GIL BARISON
Palmense por opção, o odontólogo Gil Barison também é empresário no ramo imobiliário e está na Capital desde meados dos anos 90, onde jamais deixou de investir desde que chegou. Mesmo sem participar da vida política prática, Barison era filiado ao Partido Novo, do qual se desligou recentemente, e vem recebendo convites de várias legendas.
Barison vê seu nome surgir como opção para uma candidatura à prefeitura de Palmas com bons olhos, mas é sempre cauteloso ao falar dessa possibilidade, pois precisa ouvir sua família, amigos mais próximos e ter a certeza de que poderá ser um prefeito assim como é empresário, com sucesso, motivação e nome limpo na praça.
As esperanças da classe empresarial em torno do nome de Barison são intensas, o que leva os partidos a também procurarem o empresário para “abrir as portas” às suas pretensões. Barison já conversou com diversas lideranças partidárias, mas não fechou nada com ninguém. Segundo ele, é hora de ouvir a população – com quem tem se reunido em encontros fechados –, conhecer a realidade e as demandas de cada região da Capital, definir prioridades para, só então, ter condições de formular um plano de governo e avaliar em qual partido terá mais condições de colocá-lo em prática.
Barison tem o apoio da classe empresarial e de diversos setores sociais de Palmas, pioneiros, formadores de opinião e, claro, das amizades que fez nestes mais de 20 anos em Palmas.
Para ele, ser apenas um bom administrador, sem o apoio da população e de lideranças políticas, não adianta nada. É preciso estar em um ponto de equilíbrio, saber usar os conceitos da boa gestão empresarial e da boa política, harmonizando as forças para que a administração se desenvolva naturalmente, flua, garantindo bons resultados para todos.
Além de toda a veia empresarial, Barison, que pode atrair investidores nacionais e internacionais por conta da sua atuação como homem de negócios, está tratando, também do lado político de toda gestão pública, e já demonstrou sua intenção de abrir conversações com o legislativo Municipal, para planejar uma redução de tarifas e impostos, visando dar espaço para que os empresários, de pequeno a grande, possam investir em seus negócios e gerar mais empregos.
É por isso que os quase 200 mil habitantes de Palmas estão cada vez mais ansiosos por um bom nome que surja da classe empresarial para reacender as esperanças de ver sua cidade recuperar o ar desenvolvimentista, com uma gestão que se preocupe com os jovens, com a capacitação, com a geração de empregos, com a educação, com o esporte e com o lazer – características das novas gestões – sem deixar de lado os requisitos básicos, como Saúde, Educação, Infraestrutura e Segurança Pública.
EMPRESÁRIOS PREFEITOS
O número de empresários eleitos prefeitos no Brasil saltou de 700, há sete anos, para 828, nas últimas eleições. O aumento de 128 representantes foi o maior entre todas as profissões, indica levantamento feito pelo R7 com base no Repositório de Dados Eleitorais do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Profissão com a mais alta quantidade de representantes entre os novos prefeitos, o número de empresários equivale a 15% do total de eleitos para os Executivos municipais. Em 2012, a taxa de empresários entre os eleitos era de 12%.
Durante toda a campanha, esses candidatos insistiram em opor-se aos políticos tradicionais, afirmando serem “gestores”. A tentativa de desvincular-se da classe política foi alvo de críticas de adversários em debates, por parte dos adversários, mas, como se pode ver pelo número de eleitos, caiu como uma luva no gosto dos eleitores.
Segunda maior alta teve a ocupação de advogado, que, ante aos 242 representantes eleitos em 2012, ganhou em 2016 mais 27, somando 269, o que representa 5% do total de eleitos. Com isso, a advocacia manteve-se como a quinta profissão mais frequente entre os prefeitos.
Além dos empresários, superam os advogados em número de prefeitos os agricultores (367 representantes), comerciantes (311) e médicos (271). Essas três ocupações, no entanto, não estão em alta. Em relação aos prefeitos eleitos em 2012, há apenas um agricultor e sete médicos a mais.