Faltam apenas dez dias para o segundo mês de 2019. Para muitos, fevereiro será um mês decisivo, com início de grandes ações, principalmente por parte dos membros do Poder Público tocantinense. Em Brasília, dia 1°, acontece a posse no Senado e na Câmara Federal e iniciam-se as grandes movimentações partidárias e de bancadas
Por Edson Rodrigues
Enquanto isso, no Tocantins acontece também a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, com nomeações e posse dos membros do governo Mauro Carlesse na estrutura governamental também previstas para serem apresentadas ainda este mês. Boa parte destas nomeações tem respaldo e indicações da base política do governador.
Cinthia pronta para brilhar
Na Capital, todos estão de olho no segundo ano da administração da prefeita Cinthia Ribeiro. Ao contrário de 2018, quando a então vice-prefeita assumiu após a renúncia do prefeito Carlos Amastha, sob a sombra do seu antecessor e todos os processos que correm contra ele, Cinthia, agora, tem técnicos capazes de planejar, efetivamente, seu governo, além de milhões em caixa para tocar, inicialmente, 134 obras já estabelecidas e muitas outras tantas, falta à prefeita apenas um bom articulador político para que ela possa deslanchar e se tornar uma das administradoras de maior destaque do País, pois, além de ter condições financeiras, ela é a única prefeita de capital sob a égide do PSDB em todo o País e todas as articulações para desestabilizá-la, podem sair pela culatra, tornando-a uma mártir, com uma imagem vitimizada, do tipo que o povo admira e apoia, tornando sua reeleição um caso de favas contadas.
Com um bom articulador, o relacionamento na Câmara Municipal ficará facilitado, tornando as tomadas de decisão meros detalhes, mostrando que Cinthia está apta para comandar os desígnios da Capital e concorrer tranquilamente a uma reeleição em 2020. Com Palmas transformada em um canteiro de obras nos próximos meses, o caminho de Cinthia parece bem pavimentado, sempre ressaltando que, para isso, será necessário um bom articulador político.
Outro fator que será levado em consideração será a oxigenação de sua equipe na área política, com pessoas que possam ser elo para construir uma frente que sirva de base para sua candidatura. Uma equipe que fale a mesma língua e trabalhe em conjunto, fortalecendo a imagem da prefeita, a sua gestão e a execução das obras que população espera.
PSDB
De acordo com informações obtidas com exclusividade, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), terá mudanças no seu comando estadual já em fevereiro. Tudo indica ainda que o partido já tem candidato carimbado para disputar a prefeitura de Palmas em 2020, só faltou combinar com Cinthia Ribeiro e com a população palmense. Como já afirmamos antes, será muito temerário para o PSDB perder sua única prefeitura em capitais, além do risco de criar uma sombra para si próprio, empurrando Cinthia para outra legenda e, junto com ela, seus auxiliares e o próprio eleitor palmense.
Caso tal especulação seja confirmada, a prefeita tem até agosto deste ano para escolher um partido, filiar-se e ter garantida sua vaga como a candidata por outra legenda. Para toda esta costura precisará de um político ficha limpa, sem pretensão política para 2020, do contrário os concorrentes podem respirar aliviados.
Operações da Polícia e recesso do Judiciário
Em 2019, muitos inquéritos aguardam para ser concluídos, a maioria deles está ligada a atos não republicanos, esquemas de corrupção, em todas as esferas do Poder Público. Outros já estão concluídos, com documentação e provas decisivas, o que nos permite afirmar que várias operações podem ocorrer durante o primeiro semestre. De fato não faltarão recursos junto ao Ministério Público e Polícias Civil e Federal para combater a corrupção. O exemplo são as operações da Polícia Civil em parceria com o MPE no combate a corrupção que investigam a prefeitura de Palmas, no desvio do Fundesportes e nas Câmaras Municipais de Palmas, Peixe e Porto Nacional.
Uma das mais preocupantes diz respeito ás especulações quanto a expedição do diploma do governador Mauro Carlesse, onde, espera-se, que a Justiça aja com rapidez e desvelo para não prejudicar o desdobramento das ações já desencadeadas pela administração estadual, pois, mesmo após três eleições consecutivas e fazendo um trabalho que se mostra no caminho certo, tentando enquadrar o Tocantins na lei de Responsabilidade Fiscal, com o apoio da população, Mauro Carlesse ainda vive sob essa dúvida, que precisa ser esclarecida o mais rapidamente pela Justiça.
Ações investigativas
A Operação Expurgo, conhecida como “escândalo do lixo hospitalar”, que envolve a família do deputado Olyntho Neto, com diversos episódios, como a apreensão de dinheiro às vésperas da eleição, pode ser só a ponta do iceberg. Uma fonte nos confidenciou que a Polícia está com inúmeras investigações que podem comprometer a vida de muitos políticos e empresários, que agiram como laranjas. Segundo essa fonte, tudo acontece em segredo de Justiça para que as ações sejam preservadas. Muita coisa ainda deve “ir ao ventilador” e não estão descartados pedidos de prisões. Lembrando que, paralelo a essas investigações, temos a continuidade da Operação Ápia, que envolve políticos com foro privilegiado, e as operações da Polícia Federal no Palácio Araguaia, que investigam servidores fantasmas. No ranking nacional, o Tocantins está entre os estados líderes em operações da Polícia Federal em esquemas de corrupção.
Cassação
Outro fato não menos importante é o pedido de cassação do governador Mauro Carlesse e o do seu vice, Wanderley Barbosa, feito pelo Ministério Público Eleitoral. O procurador Álvaro Manzano baseou o pedido no ato que extinguiu mais de 15 mil contratos temporários em 1º de janeiro, após as eleições suplementares. Segundo Manzano, “a contratação excessiva de servidores temporários, foi estendida às eleições estaduais, desequilibrando o processo eleitoral a favor do contratante", no caso, Mauro Carlesse.
Na ocasião, a assessoria do governador afirmou não haver sentido na ação do Ministério Público. “O Governador cumpriu estritamente as determinações da Justiça Eleitoral e, também, do Tribunal de Contas. Portanto, não foi praticado nenhum ato que tenha infringido as leis eleitorais. Tanto que, somente agora, em Janeiro, após o fim do período vedado pela Justiça Eleitoral, o Governo iniciou o processo de reforma administrativa e enxugamento da máquina, com a extinção de cargos temporários e comissionados em excesso”, diz a nota.
Os dois pedidos serão analisados pelo Tribunal Regional Eleitoral, já que se tratam de supostos crimes eleitorais, após o recesso do poder judiciário, previsto para o início de fevereiro.
Instabilidade
O Tocantins não pode – e não deve – passar por outro processo de instabilidade jurídica e institucional, semelhante ao processo de cassação do mandato do ex-governador Marcelo Miranda. Que a Justiça consiga evitar o sangramento do Tocantins em nível nacional, evitando a perda de credibilidade do Estado, que traz sérias consequências à população, principalmente nesta fase, em que o Estado entrará em um momento de renovação de sua estrutura governamental a fim de destravar seu crescimento com projetos que beneficiam à população.
Fevereiro será um mês cheio de muitas ações e revelações! Aguardemos as boas novas, e acreditemos neste 2019 que, finalmente, terá início.