Por Tom Lyra
Ela não chega fazendo alarde. Quem não presta atenção no mato pode até passar por ela sem notar. Mas a flor do pequi floresce como quem conhece os segredos do tempo. Sabe quando chegar, e chega leve – branca, rendada, quase tímida – abrindo caminho para o fruto que só se entrega a quem tem paciência e respeito.
Aqui pelas bandas do Tocantins, esse nortão bonito do Brasil, a gente aprende cedo que o Cerrado fala com quem silencia. É preciso ouvir o estalo da terra, sentir o cheiro do vento geral, entender o céu rachado antes da primeira chuva. E lá, no meio do campo ressequido, como um sopro de esperança, ela se abre: a flor do pequi.
Lembro da vó Chiquinha , lá em Araguacema, dizendo que quando a flor do pequi brota, o tempo muda. “É flor de promessa, meu filho”, ela falava, sentada no tamborete debaixo do pé de jaca. “Promessa de fartura, de arroz cheiroso, de panela de barro fumegando no meio da cozinha.” E eu, menino, acreditava. Ainda acredito.
Porque a flor do pequi é dessas belezas que duram pouco, mas marcam pra sempre. Um dia ela tá lá, perfumando o ar com doçura discreta. No outro, já se despede, deixando o galho pronto pra sustentar o peso de um fruto que, por fora, parece bravo. Mas que por dentro, ah... guarda o gosto da infância, da quentura do fogão a lenha, do cuidado da mão que cozinha sem pressa.
Ela é sagrada. E como tudo que é sagrado, não grita. Revela-se a quem merece.
Hoje, vendo o dia amanhecer na Praia do Caju com Jerry e Doguinho Jones Lyra, meus cachorros fiéis e amigos, vi uma flor de pequi solitária, fincada entre o mato e a calçada da barraca raízes . Parei. Os pássaros cantando no frodoso pequizeiro atrás da praia , o mundo corria lá fora . Mas eu parei. Porque tem beleza que a gente precisa contemplar com os olhos de dentro.
A flor do pequi é como a fé do povo ribeirinho do meu magestoso Araguaia : simples, firme e cheia de promessa. Ela ensina que há virtude no silêncio, força na delicadeza e que toda abundância começa com uma flor que ninguém vê.
O Tocantins inteiro cabe dentro daquela flor. É raiz, é céu, é reza de beira de rio. É memória de vó, é canto de arara no fim da tarde, é anúncio de que a vida – mesmo espinhenta como o pequi – tem sabor quando a gente aprende a colher com alma.
Tom Lyra
Encontro de Mestres Cantores e Cantoras conecta o tempo presente com o passado e com o futuro, trabalha a memória e estimula as novas gerações
Com Assessoria
O Festival Todas as Músicas Krahô - Encontro de Mestres Cantores e Cantoras, que acontecerá de 03 a 06 de julho de 2025, é um evento de profunda importância cultural, conectando o passado, presente e futuro do povo Krahô.
Localizado na Aldeia Areia Branca, na Terra Indígena Kraolândia (Goiatins e Itacajá-TO), o festival reunirá 50 mestres de canto, recitadores e instrumentistas de 12 das 42 aldeias Krahô existentes. O objetivo principal é registrar e preservar o vasto acervo musical oral tradicional dos povos Timbira-Krahô/Apinajé, compartilhando repertórios, narrativas, mitologias e epistemologias.
As performances serão gravadas em áudio e vídeo por técnicos Krahô qualificados, com o acompanhamento de pesquisadores (indígenas e não indígenas) e da comunidade. O material coletado será armazenado digitalmente, transliterado e traduzido, servindo como base para pesquisas do Núcleo Takinahaky da UFG e para atividades educativas das associações Krahô.
Além das apresentações, o festival promoverá uma oficina multicultural de comunicação digital para jovens indígenas. Ministrada por voluntários da Associação Ninho Cultural, a oficina ensinará sobre a produção de conteúdo para redes sociais, utilizando celulares e computadores para divulgar o festival e a cultura Krahô.
A comunidade inteira será mobilizada com pinturas corporais, corridas tradicionais (flexas e toras), troca de presentes e participação nas apresentações e oficinas. Haverá também rodas de conversa para aprofundar os temas do projeto.
O Festival Todas as Músicas Krahô é, portanto, uma iniciativa essencial para a preservação da memória cultural, o estímulo às novas gerações e a difusão do rico patrimônio imaterial do povo Krahô, conectando tradição e inovação.
Esse projeto também faz parte da pesquisa de mestrado em desenvolvimento pelo prof.Gregório Huhtê na pós graduação em Antropologia da UFG.
O Evento é uma realização do Governo Federal, através do Ministério dos Povos Indígenas, com apoio da Associação Ninho Cultural, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Goiás (UFG), Revista PIHHY, Centro de Trabalho Indigenista (CTI), Universidade Federal do Tocantins (UFT) através doNúcleo de Estudos e Assuntos Indígenas (NEAI), Toca Estúdio Taquarussu (Estúdio Móvel)e Governo do Tocantins através das secretarias da Cultura (Secult) e dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot).
O radialista, cantor e empresário Clayton Aguiar acaba de anunciar o relançamento do livro de sua autoria: “Chico Rey e Paraná – Eu vivi essa história”. A nova edição, com tiragem de 2 mil exemplares, já está em produção gráfica e deve chegar ao público em julho deste ano
Da Assessoria
Lançado originalmente em 2011, o livro narra a trajetória da dupla sertaneja Chico Rey e Paraná, uma das mais respeitadas do gênero no Brasil. Donos de um timbre inconfundível, os irmãos paranaenses enfrentaram uma longa jornada até alcançar o sucesso nacional, que veio apenas no quinto disco, gravado em 1987, com o hit “Quem Será Seu Outro Amor”, de autoria do compositor, radialista e cantor Edelson Moura.
A obra detalha os bastidores dessa história, desde os primeiros passos da carreira, quando Clayton Aguiar cruzou o caminho dos irmãos, até a consolidação da dupla no cenário sertanejo. Na primeira edição, o livro alcançou a marca expressiva de 6 mil exemplares vendidos, um número significativo para uma publicação independente.
Após o falecimento de Chico Rey, em 26 de fevereiro de 2016, o autor decidiu interromper a comercialização da obra, motivado pela emoção e pelo respeito à memória do cantor. No entanto, com o passar dos anos, a dupla Chico Rey e Paraná foi ganhando ainda mais relevância, tornando-se referência para as novas gerações de artistas sertanejos e ampliando sua legião de fãs em todo o país.
Diante dos inúmeros pedidos do público, Clayton Aguiar resolveu atender à demanda e preparar uma nova edição. Interessados em garantir um exemplar podem fazer a reserva pelo WhatsApp (61) 99981-3601. Os pedidos serão atendidos em todo o Brasil
Da Assessoria
Com apoio institucional do vice-presidente do Senado e presidente do PL Tocantins, senador Eduardo Gomes, foi aberta na manhã desta terça-feira, 10, no Senado Federal, a exposição “Brasília, 65 anos”, do renomado artista plástico Otoniel Fernandes.
A mostra reúne obras que retratam, com forte luminosidade e riqueza de detalhes, os traços arquitetônicos da capital federal, concebida por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
O evento reuniu autoridades e admiradores da arte brasiliense. A desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Carmelita Brasil, compôs o dispositivo oficial e destacou a relevância cultural do trabalho de Otoniel, que tem como marca registrada a valorização de cidades e símbolos nacionais por meio da pintura.
Presente à solenidade, o senador Eduardo Gomes exaltou a contribuição do artista para a memória visual do país e reafirmou seu compromisso com a cultura. “A obra de Otoniel Fernandes é um retrato da nossa identidade. Ele consegue captar, com luz e cor, a alma de Brasília. Já o vimos retratar Palmas e o Tocantins com a mesma maestria, e é uma honra poder apoiar novamente esse trabalho que une arte, história e pertencimento. A cultura precisa estar sempre presente nas instituições públicas”, afirmou o senador.
A cerimônia de abertura foi conduzida pelo assessor parlamentar Clayton Aguiar. A exposição “Brasília, 65 anos” ficará aberta ao público na Galeria do Senado, integrando as comemorações oficiais de aniversário da capital federal.
Desenvolvido pela organização Social Progress Imperative, o IPS mede a qualidade de vida considerando o desempenho social e ambiental de diferentes territórios
Por Thomaz Coelho e Thiago Félix / CNN
Um ranking do Índice de Progresso Social (IPS) 2025 mostra as capitais brasileiras com as melhores qualidades de vida.
Desenvolvido pela organização Social Progress Imperative, o IPS mede a qualidade de vida considerando o desempenho social e ambiental de diferentes territórios.
O Ranking foi divulgado pela IPS Brasil na manhã desta quarta-feira (28). Veja as posições abaixo.
São Paulo, Santa Catarina e Paraná foram os estados mais bem colocados. Na outra ponta, Pará, Maranhão e Amapá apresentaram os piores resultados.
Ranking atualizado
As oito capitais com melhor qualidade de vida, segundo o Índice de Progresso Social, são:
1 - Curitiba (69,89)
2 - Campo Grande (69,63)
3 - Brasília (69,04)
4 - São Paulo (68,88)
5 - Belo Horizonte (68,22)
6 - Goiânia (68,21)
7 - Palmas (68,18)
8 - Florianópolis (67,91)
Na outra ponta, Porto Velho (RO) e Macapá (AP) e Maceió (AL) registraram notas mais baixas, as últimas posições. Veja as cinco piores:
23 - Rio Branco (62,29)
24 - Salvador (62,05)
25 - Maceió (61,48)
26 - Macapá (58,72)
27 - Porto Velho (57,25)
Como o Ranking é feito?
A produção do IPS Brasil 2025 contou com apoio técnico e institucional de uma ampla rede de instituições comprometidas com o desenvolvimento sustentável do país.
O índice é composto por três dimensões principais: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-estar e Oportunidades.
O Progresso Social foi definido por um grupo de especialistas acadêmicos e sintetizado pelo SPI como “a capacidade da sociedade em satisfazer as necessidades humanas básicas, estabelecer as estruturas que garantam qualidade de vida aos cidadãos e dar oportunidades para que todos os indivíduos possam atingir seu potencial máximo”.
Os números variam de 0 (pior) a 100 (melhor) e corresponde à média simples dos resultados do IPS das Três dimensões.
No site do IPS Brasil, é possível analisar o perfil detalhado de todos os municípios, identificando em quais áreas cada um se destaca e onde há necessidade de melhorias.