Proposta será submetida à Assembleia Geral de Acionistas, prevista para 27 de abril
Por Marlla Sabino, Gabriel Vasconcelos e Denise Luna
A remuneração do presidente, diretores e conselheiros da Petrobras pode ser reajustada em 43,88%. O aumento foi aprovado nesta quarta-feira, 22, em reunião do Conselho de Administração da estatal, no mesmo dia em que os nomes dos sete indicados pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, foram aprovados para um mandato de dois anos. A proposta será submetida à Assembleia Geral de Acionistas, que está prevista para 27 de abril.
Se aprovado, o aumento será sobre a remuneração fixa. Atualmente, o salário do presidente da Petrobras é por volta de R$ 116 mil. Com o reajuste, passará para quase R$ 167 mil por mês. No comunicado ao mercado sobre a aprovação dos diretores, no fim da noite de quarta-feira, a aprovação do aumento salarial foi omitida.
Segundo o Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais (RAEEF) de 2022, que traz informações sobre o exercício de 2021, a remuneração anual da diretoria e do presidente da empresa ficou pouco acima de R$ 3 milhões por ano, equivalente a quase R$ 250 mil reais por mês se considerado o salário fixo, gratificações, participação de lucros e resultados.
O presidente da companhia, Jean Paul Prates
Procurada pela reportagem, a Petrobras confirmou a aprovação do reajuste salarial e afirmou que a remuneração fixa dos administradores da empresa "estava congelada desde 2016?.
Segundo a estatal, a decisão "considerou os resultados positivos obtidos pela companhia e a defasagem da remuneração dos administradores em relação ao mercado". A empresa menciona "pesquisas" apontando que a atual remuneração do presidente da Petrobras equivale a 19% da mediana da remuneração total anual de seus pares no mercado. No caso dos diretores, a remuneração atual equivaleria a 55% do que é percebido pelos pares de outras empresas." Cabe esclarecer que os conselheiros eventualmente beneficiados pelo reajuste se abstiveram de votar.
Assim como, votaram favoravelmente aqueles em vias de deixar o Conselho de Administração, com base em percepção de oportunidade de melhoria dos valores de remuneração atualmente praticados, à luz de referências de empresas com as mesmas características", afirmou a Petrobras em nota.
A empresa ainda informou que a defasagem salarial de administradores ante o mercado foi ampliada nos últimos anos em função do congelamento da remuneração da diretoria, o que não ocorreu com o restante da força de trabalho, que teve sua remuneração atualizada ao longo deste período. Entre 2017 e 2021, o corpo de funcionários da Petrobras teve os salários reajustados em 19,72%, segundo dados divulgados pelo governo.
Conforme apurou a reportagem, o congelamento da remuneração da alta administração da empresa por oito anos foi o argumento usado para justificar a decisão. Um interlocutor de Prates disse à reportagem, sob a condição de anonimato, que os vencimentos do conselho de administração e fiscal ficaram congelados por cerca de oito anos sem ajuste sequer da inflação e o cálculo que resultou na proposta de aumento foi para encerrar essa defasagem.
Valentina Petrillo disputa corridas com outras mulheres
Por Cristyan Costa
Na semana passada, Valentina Petrillo, atleta trans da Itália, que nasceu do sexo masculino, bateu o recorde dos 200 metros rasos na categoria feminina. Dessa forma, passou a acumular na carreira oito vitórias contra outras mulheres.
Petrillo, que se chama Fabrízio, passou por um processo hormonal e obteve uma licença para concorrer contra atletas de mais de 50 anos. Os resultados de Petrillo vêm surpreendendo os técnicos, as adversárias e até esquerdistas.
O estatístico Marco Alciator, ao analisar o desempenho de Petrillo, disse ser “dificilmente digno de elogios”, já que, se o atleta trans estivesse nas disputas masculinas, a marca não estaria nem no top 10 dos recordes.
A competição que deu a vitória a Petrillo viralizou nas redes sociais, visto que nenhuma mulher havia corrido tão rápido (26 segundos) nessa distância antes.
Depois do fim da corrida, os torcedores contestaram o resultado e gritaram o nome de Cristina Sanulli, que ficou em segundo lugar.
Não foi a primeira vez que as atletas contestaram Valentina. Mais de 30 atletas italianos chegaram a fazer um abaixo-assinado em que levantavam a questão de sua superioridade física, algo que tornava a competição “injusta”.
Decisão confirma estabilidade da taxa básica de juros da economia brasileira; expectativa é que indicador tenha queda no segundo semestre
Por Karen Lemos
A Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, foi mantida no patamar de 13,75% ao ano pela quinta vez seguida, confirmando as expectativas do mercado financeiro. O anúncio foi feito pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nesta quarta-feira, 22.
A cada 45 dias, o Copom define se a taxa básica de juros da economia irá diminuir, aumentar ou seguir no mesmo patamar. A Selic segue fixada no mesmo valor desde agosto do ano passado. Para a manutenção da taxa, o BC se baseou em um conjunto de indicadores da atividade econômica que "corroboram para um cenário de desaceleração".
"A inflação ao consumidor, assim como suas diversas medidas de inflação subjacente, segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus se elevaram desde a reunião anterior do Copom e encontram-se em torno de 6,0% e 4,1%, respectivamente", diz em nota.
Crítico do valor do índice, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, em entrevista recente, que irá "continuar batendo" na taxa de juros e "brigando" por sua redução para que, segundo ele, "a economia possa voltar a ter investimentos".
Isso porque um ciclo de alta da Selic indica que o cenário econômico brasileiro está instável, com preços altos no mercado. O objetivo é o de desacelerar a economia desestimulando o consumo, já que a Selic é considerada a "taxa-mãe" da economia, e serve como parâmetro para os juros cobrados pelos bancos, por exemplo.
Baixar a taxa seria irresponsabilidade, diz especialista
Ao Terra, Bruno Monsanto, assessor de investimentos e sócio da RJ+ Investimentos, acredita que o Copom tem espaço para baixar juros futuramente, mas não com a pressão que o governo tem feito em cima do Banco Central e de seu presidente, Roberto Campos Neto.
Monsanto lembra que a Selic segue alta por causa da inflação. "É o famoso remédio amargo para combatê-la", definiu.
"Essa manutenção significa, na minha leitura, que o Copom não pode simplesmente baixar os juros por estarmos em um momento de troca de governo e pelo fato de, até o momento, o governo não trouxe sinais claros de que tem responsabilidade fiscal", afirmou, citando, como exemplo, o plano de uma nova regra fiscal que ainda não foi tornado público. "[O ministro da Economia Fernando] Haddad entregou uma proposta para Lula na sexta-feira passada, mas não sabemos números, detalhes, nem sabemos se é uma proposta crível, que vai reduzir o grau de incerteza do mercado em relação à saúde fiscal e contas públicas. O mercado não gosta de incertezas, ele não sabe trabalhar com isso, e ainda há muitas incertezas, principalmente com relação à responsabilidade fiscal".
"Seria, portanto, uma irresponsabilidade do BC em mexer na taxa de juros. A Selic está cara, o que torna o acesso ao dinheiro mais caro, e baratear os juros destravaria a economia, mas também geraria inflação e poderia entrar em um ciclo vicioso", alerta.
O especialista, porém, acredita que possa ocorrer uma redução progressiva da Selic nas próximas reuniões do Copom a depender do que o governo apresentar sobre a nova regra fiscal. "Se apresentarem algo crível, conveniente que trouxer a tranquilidade que se espera, aí sim, na próxima reunião deve começar a baixar", aposta.
Poupança e outros investimentos
O Terra usou simuladores da Yubb e da Mobills como uma referência de como ficam investimentos em renda fixa, como a popular poupança, com a manutenção da Selic.
Para a simulação, foi utilizado o valor de R$ 100 em um período de 12 meses (um ano). Confira:
Poupança
Valor aplicado: R$ 100
Lucro bruto: R$ 9,26
Total em um ano: R$ 109,26
Tesouro Selic
Valor aplicado: R$ 100
Lucro bruto: R$ 13,75
Total em um ano: R$ 113,75
Média de CDBs*:
Valor aplicado: R$ 100
Lucro bruto: R$ 15,02
Total em um ano: R$ 115,02
Importante: Os valores não são exatos, apenas uma referência. O rendimento de CDB [Certificados de Depósito Bancário] varia muito de banco para banco.*Usamos, como referência, CDBs que pagam 110% do CDI [Certificado de Depósito Interbancário]. As rentabilidades, além disso, podem sofrer alterações mensais.
O que é a taxa Selic e para que ela serve?
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Por influenciar todas as taxas de juros do País, a Selic pode ter um peso no bolso do consumidor quando se trata de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. A sigla Selic vem de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, no qual o Banco Central opera diariamente na emissão, compra e venda de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional.
A taxa de juros é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. Na prática, funciona assim: quando o IPCA, o indicador oficial de inflação do Brasil, está em um nível muito alto, o BC sobe os juros, para tornar o crédito mais caro e desincentivar o consumo. Com menos pessoas consumindo, a tendência é os preços se acomodarem. No cenário oposto, se a inflação estiver em níveis baixos, o BC reduz os juros para estimular o consumo e, consequentemente, a economia.
Como a Selic é definida?
A taxa de básica de juros é determinada a cada 45 dias em encontros a portas fechadas do Comitê de Política Monetária, o Copom, do Banco Central, desde 1996. Fazem parte do Copom o presidente e os oito diretores do BC. A definição da taxa leva em conta principalmente a inflação, mas também fatores como taxa de câmbio, importações e exportações, e a atividade e a perspectiva de crescimento econômico do País. Os membros do colegiado utilizam modelos matemáticos específicos para estabelecer os rumos da taxa.
O que é a meta de inflação e como ela é definida?
Vários países adotam o sistema de metas de inflação. No Brasil, ele foi introduzido em 1999. Neste sistema, os BCs atuam para que a inflação fique dentro dos limites de um alvo predefinido. No caso do Brasil para 2023, por exemplo, a meta é 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. Ou seja, entre 1,75% e 4,75%. A meta brasileira é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelo presidente do BC e pelos ministros da Fazenda e do Planejamento. O objetivo é determinar um índice que, ao mesmo tempo, mantenha a economia ativa sem prejudicar o poder de compra da população. Quando a inflação corrente e as expectativas ficam acima da meta, o BC atua para esfriar a demanda, elevando a taxa Selic. Quando estão abaixo da meta, o BC atua para estimular a demanda, reduzindo os juros. (Com Estadão Conteúdo)
O próximo sorteio será realizado no sábado, 25, a partir das 20h
Da Redação
E mais uma vez ninguém acertou os seis números sorteados da Mega-Sena, e o prêmio acumulou. O sorteio do concurso 2576 foi realizado na noite desta quarta-feira, 22.
Veja as dezenas: 29 - 32 - 33 - 35 - 38 - 43
O próximo sorteio será realizado no sábado, 25, a partir das 20h. O prêmio estimado é de cerca de R$ 63 milhões.
Sorteios
Os sorteios da Mega-Sena são realizados duas vezes por semana, às quartas e aos sábados. Em semanas especiais, ocorrem três sorteios: às terças, quintas e aos sábados.
Apostas
A aposta mínima, de seis números, custa R$ 4,50. Quanto mais números marcar, maior o preço da aposta e maiores as chances de faturar o prêmio.
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer casa lotérica do País ou pela internet, no site da CEF.
Premiação
A Mega-Sena paga milhões para o acertador dos seis números sorteados. Ainda é possível ganhar prêmios ao acertar quatro ou cinco números dentre os 60 disponíveis no volante de apostas.
Projeto prevê teste de detecção de HPV no SUS
Por Agência Brasil
O Ministério da Saúde lançou nesta quarta-feira (22) estratégia para zerar os casos de câncer do colo do útero no país. A doença é o quarto tipo de câncer mais comum entre mulheres e mata, em média, 6 mil brasileiras ao ano.
A medida prevê ações para reduzir casos, prevenção, vacinação e inclusão de teste molecular (PCR) para detecção do HPV, vírus sexualmente transmissível e causador do câncer do colo do útero, no Sistema Único de Saúde (SUS).
Recomendado pela Organização Mundial da Saúde, o teste identifica de forma mais precisa a presença do vírus e, com isso, será possível ampliar o rastreio da doença na população feminina entre 25 e 64 anos e reduzir casos graves e mortes. Atualmente, o diagnóstico é feito na rede pública de saúde pelo exame papanicolau.
De acordo com orientações do ministério, se o teste PCR for positivo, a paciente deve passar pelo exame citológico (papanicolau) e tratamento. Em caso negativo, o PCR deve ser repetido em cinco anos.
“Vamos proteger as mulheres, junto com a vacina de HPV e rastreamento do câncer do colo do útero”, disse a ministra Nísia Trindade, ao anunciar a ação, no Recife, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mesmo evento, foi relançado o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Outra ação é elevar os índices de vacinação contra HPV, que apresentam queda nos últimos anos. Em 2022, a baixa foi de 75% entre meninas. A meta é chegar a 90% de cobertura, percentual considerado fundamental para garantir a eliminação do câncer de colo do útero no país. A vacina é gratuita, está disponível nas unidades básicas de saúde e é recomendada para adolescentes de 9 a 14 anos, além de imunossuprimidas.
Projeto-piloto
A cidade do Recife será pioneira no projeto da Estratégia Nacional de Controle e Eliminação do Câncer Cervical. Cerca de 400 mil mulheres no estado, de 25 a 64 anos, serão testadas. Haverá também monitoramento de exames e implantação do projeto nas unidades de saúde.
A partir do segundo semestre, as ações serão ampliadas para todo o país.