A sentença se refere a processos sobre crimes sexuais que aconteceram entre 2015 e 2016
Por Yahoo Notícias
João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foi condenado, na 6ª feira (3.fev.2023), a 48 anos e 6 meses de prisão, em regime inicialmente fechado, por crimes de violação sexual. Segundo o TJ-GO (Tribunal de Justiça do Estado de Goiás), a sentença é referente a delitos cometidos de 2015 a 2016 contra 5 pessoas.
A decisão do juiz Marcos Boechat determina ainda que João de Deus indenize as vítimas em R$ 60.000. O processo está sob sigilo.
No total, faltam 6 processos referentes a João de Deus para serem julgados na comarca de Abadiânia (GO): 1 está em fase de elaboração de sentença e o restante, nas alegações finais.
João Teixeira de Faria trabalhou durante anos como curandeiro na cidade goiana de Abadiânia (a 117 km de Brasília). Ele se apresenta como “médium”, designação usada no espiritismo para descrever quem teria o dom de incorporar espíritos e entidades.
As acusações contra o curandeiro começaram a vir a público em 7 de dezembro de 2018, quando o programa Conversa com Bial, da TV Globo, divulgou as primeiras denúncias de abuso sexual. A partir daí, outras mulheres que afirmam ser vítimas do homem começaram a procurar as autoridades e a imprensa.
Inicialmente, João de Deus foi preso em 16 de dezembro de 2018 e, em março de 2020, passou para a prisão domiciliar, concedida pelo juiz Wilson Safatle Faiad. A defesa alegou que, além de idoso, o curandeiro estava com a saúde debilitada.
Em agosto, ele voltou para o presídio, mas retornou ao regime domiciliar já no mês seguinte, em Anápolis (GO), onde está atualmente.
CONDENAÇÕES
Até o momento, João de Deus já foi condenado a:
44 anos e 6 meses por crimes sexuais;
40 anos de reclusão por crimes sexuais;
19 anos e 4 meses de reclusão por crimes sexuais;
3 anos de reclusão por crime de posse irregular de arma de fogo de uso permitido e crime de posse ilegal de arma de fogo de uso restrito;
4 anos de reclusão por crime de violação sexual mediante fraude;
2 anos e 6 meses de reclusão por violação sexual mediante fraude;
109 anos de prisão por crimes de violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.
Quanto mais o senador fala, mais evidente fica a intenção de amenizar o papel de Bolsonaro e atribuir a Moraes uma conduta suspeita
Redação Terra
É preciso tomar muito cuidado com as informações disseminadas por Marcos do Val sobre o encontro com Jair Bolsonaro e Daniel Silveira, onde foi apresentada ao senador a arquitetura de um plano golpista, envolvendo grampo ilegal no ministro Alexandre de Moraes.
Quanto mais o senador fala, mais evidente fica sua intenção de amenizar o papel de Bolsonaro no plano e de atribuir uma conduta suspeita a Moraes.
A cada nova entrevista, o senador cria pretexto para instalar uma CPI sobre os atos do dia 8 de Janeiro, mas para arrastar o governo Lula para o olho do furacão. De quebra, a narrativa do senador visa transformar o ministro Alexandre de Moraes num juiz parcial e suspeito para julgar processos que atingem o coração do bolsonarismo.
A análise surge a partir de respostas que Marcos do Val deu em entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews, na tarde de quinta (2). Pressionado pelos jornalistas Andreia Sadi, Valdo Cruz, Mônica Waldvogel e Octavio Guedes, o senador Marcos do Val tentou semear a ideia de que atuou como agente duplo com anuência e sob orientação de Moraes.
O jornalista Octavio Guedes, percebendo as intenções de do Val nas entrelinhas, perguntou se o objetivo seria remover Moraes do tabuleiro político, seja por prevaricação ou sob acusação de parcialidade.
Eis que do Val saiu pela tangente, limitando-se a dizer: “Não é isso. É com relação ao atual ministro da Justiça [Flávio Dino]. Mas não posso te falar o restante. Quando tiver a CPI e pudermos retirar o sigilo, vocês vão saber.”
Do Val sustentou que “soube” que o ministro da Justiça, Flávio Dino, dispõe de informações comprometedores e, por isso, o senador se antecipou e lançou a bomba que, a princípio, atinge Bolsonaro.
Os jornalistas da GloboNews acharam a estratégia de implicar Bolsonaro para atingir Lula sem sentido. Do Val rebateu insinuando que está em posse de documentos que mostram a prevaricação de Dino nos atos de dia 8 de Janeiro, e reforçou que com a CPI, o sigilo seria levantado, e a sociedade poderia entender suas reais intenções.
“Daqui a pouco eu vou fazer um movimento que eu vou chegar no Lula, e as pessoas não vão entender. ‘Pô, semana passada ele estava chegando no Bolsonaro, agora tá falando do Lula? Porque eu vou chegar nele”, adiantou.
Octavio Guedes foi ao Twitter reportar a conclusão que tirou da entrevista com Marcos do Val. Para o jornalista, ficou claro que o senador quer criar um pretexto para instalar a CPI e remover Alexandre de Moraes do jogo.
Ícone da TV faleceu nesta quinta-feira, 2, no Rio de Janeiro
Da Redação Terra
Glória Maria, jornalista e um dos ícones da TV brasileira, morreu nesta quinta-feira, 2, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada ao Terra pela assessoria da TV Globo.
Em nota, a emissora informou que a morte ocorreu por causa de metástases de um câncer que a jornalista enfrentava. Ela estava internada no Hospital Copa Star, onde veio a falecer.
"Em 2019, Gloria foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia, e metástase no cérebro, tratada cirurgicamente, inicialmente também com êxito. Em meados do ano passado, a jornalista iniciou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias", diz a nota.
"Glória marcou a sua carreira como uma das mais talentosas profissionais do jornalismo brasileiro, deixando um legado de realizações, exemplos e pioneirismos para a Globo e seus profissionais", acrescenta a emissora.
A jornalista deixa duas filhas, Maria, de 15 anos, e Laura, de 14.
Vida, carreira e pioneirismo
Glória Maria Matta da Silva nasceu no Rio de Janeiro, filha de pai alfaiate e mãe dona de casa, e se formou em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), curso pago após conseguir um emprego de telefonista.
Ela chegou à Globo em 1970 como radioescuta, ouvindo as frequências de rádios policiais para descobrir pautas. Já no ano seguinte, 1971, estreou como repórter ao cobrir o desabamento do Elevado Paulo de Frontin (RJ). Desde então, passou a participar de diversos programas jornalísticos da emissora, como Jornal Hoje, no RJTV e no Bom Dia Rio.
No Jornal Nacional ela começou a traçar uma carreira de pioneirismo ao ser a primeira jornalista a entrar ao vivo no noticiário. Pelo JN, fez reportagens históricas, como a posse do presidente Jimmy Carter nos Estados Unidos, entrevista com João Figueiredo, último presidente da ditadura brasileira, e a Guerra das Malvinas, sendo a primeira mulher brasileira a cobrir o conflito.
Foi no Fantástico, porém, que Glória Maria deixou sua marca. Ela foi apresentadora do dominical de 1998 a 2007, e fez reportagens especiais, entrevistas com personalidades como Michael Jackson e Madonna, e realizou muitas viagens que se tornaram marcos de sua extensa e celebrada carreira.
À tarde será eleita a mesa diretora da Casa para o biênio 2023-2024
Por Heloisa Cristaldo
Os 513 deputados federais eleitos em outubro de 2022 tomaram posse nesta quarta-feira (1º). A solenidade começou com os deputados de cada estado e do Distrito Federal sendo chamados individualmente para prestar o juramento.
Essa chamada foi iniciada pela região Norte e terminou com a região Sul, seguindo ordem alfabética. Dois parlamentares do PSOL tomaram posse pelo sistema virutal: Talíria Petrone, por licença maternidade e Glauber Braga, por licença médica.
Os deputados empossados fizeram, individualmente, o juramento após a seguinte declaração lida no início da sessão pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL): "Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil".
Ao ouvirem seus nomes, confirmaram o juramento dizendo: "Assim o prometo".
Sessão suspensa
Em um plenário lotado para a solenidade, o pai do deputado Arthur Lira, o ex-senador Benedito de Lira, de 80 anos, desmaiou. O ex-congressista e prefeito de Barra de São Miguel (AL) foi imediatamente atendido por socorristas e a sessão foi suspensa por cerca de cinco minutos.
Mesa diretora
À tarde, às 16h30, será iniciada a sessão para a eleição do novo presidente da Câmara e da mesa diretora para o biênio 2023/2024. O deputado Arthur Lira é o favorito para a reeleição ao cargo de presidente da Casa.
O parlamentar conta com apoio de 19 partidos, entre eles os partidos antagônicos como o PT (do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva) e PL (do ex-presidente Bolsonaro). Também concorrerão ao cargo os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Marcel van Hattem (Novo-RS).
Segundo o regimento interno, os blocos partidários determinam a composição da mesa. Quanto maior o bloco, maior o número de cargos. Os cargos são distribuídos entre os partidos integrantes de cada bloco. Se preferirem, os partidos podem atuar sozinhos, sem integrar nenhum bloco.
A votação só será iniciada quando houver, pelo menos, 257 deputados no plenário.
A apuração é realizada por cargo, iniciando-se pelo presidente da Câmara. Para ser eleito, o candidato precisa de maioria absoluta dos votos em primeira votação ou ser o mais votado no segundo turno. Depois de eleito o novo presidente, serão apurados os votos dos demais integrantes da mesa diretora: dois vices-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes.
Atuais presidentes apostam na reeleição, mas disputa no Senado ainda está indefinida
Por: Lis Cappi
Duas disputas, em um mesmo dia, com cenários completamente diferentes vão definir a cara do Congresso de 2023. Os atuais presidentes das Casas Legislativas tentam a reeleição. De um lado, o deputado Arthur Lira (PP-AL) tem a vitória na Câmara como certa, com apoio da grande maioria dos partidos, e segue em negociações para tentar um recorde de votos. Do outro, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tenta reverter o crescimento do seu principal opositor, o senador Rogério Marinho (PL-RN).
Apenas um opositor a Lira havia sido anunciado até a véspera da disputa. O deputado Chico Alencar (PSol-RJ) - que já esteve em pleitos anteriores, como em 2015, contra Eduardo Cunha -- aparece como uma candidatura simbólica, mais para marcar uma postura de oposição do que efetivamente para concorrer à presidência, conforme aponta o analista político André Santos. O atual presidente conta com votos de deputados do PL, de Jair Bolsonaro, ao PT, de Luiz Inácio Lula da Silva.
"É uma situação de partido que tem apoio do governo e oposição ao Lira. No caso, o PSol está em uma janela para fugir do que seria, em tese, perder o apoio do governo federal. No caso de outro partido, eu acho difícil [aparecer um candidato]. Quem for fazer oposição ao Lira vai fazer também ao governo federal", pondera o sócio-diretor da Contatos Assessoria Política.
O consultor político também considera que Lira deve ter um grande apoio de deputados, e atribui as indicações de bom desempenho dele aos movimentos feitos desde o período de transição de governo. "A candidatura atual está bem consolidada. Arthur Lira, quando se lança pré-candidato ainda na transição, já estava se posicionando. Com a ajuda de parlamentares na campanha, fez uma série de acordos nas votações e na aprovação de auxílios, com emendas de parlamentares a alguns grupos. Isso foi consolidando o nome dele", avalia.
Aperto
Pacheco também é apontado como favorito à recondução, mas um movimento tem crescido rapidamente nos últimos dias. Mesmo com o apoio recente do MDB - partido que pode dar a ele sete votos, com exceção da senadora Ivete da Silveira (SC) - o mineiro enfrenta dificuldades dentro do próprio partido.
Três senadores do PSD afirmaram que não votarão em Pacheco, pois apoiam o candidatao de Bolsonaro, Rogério Marinho. São eles: Nelsinho Trad (MS), Lucas Barreto (AP) e Samuel Araújo (RO). Os correligionários do atual presidente anunciaram a oposição citando posições políticas e acenos às bases eleitorais.
Parte do governo, que não havia se manifestado com veemência, veio a público defender o nome de Pacheco para o comando do Senado. Entre eles, estão a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB). Político eleito ao Senado nas últimas eleições, Dino deve se afastar momentaneamente do Executivo para votar em Pacheco, nesta 4ª - assim como outros ministros de Lula que estão no Senado.
O grupo de Marinho conta com o apoio de parlamentares do bloco PL, PP e Republicanos. Com uma base conservadora, o candidato lida com a possibilidade de dividir alguns votos com o também bolsonarista Eduardo Girão (Podemos-CE), que defende uma candidatura avulsa.
Entre os conservadores, no entanto, as invasões de 8 de janeiro podem pesar e dar algum fôlego a Pacheco. O consultor André Santos também aponta que os acontecimentos, desde a posse, de apoiadores radicais ao bolsonarismo, deram mais espaço ao senador do PSD - assim com a Lira, na Câmara. O que pode impulsionar o apoio aos dois políticos.
"Tudo isso vem, de certa forma, unindo oposição antes e hoje, inclusive grupos de opositores do presidente Lula, mas reunidos de forma mais democrática para restabelecer o diálogo nos Poderes. Isso está favorecendo, sim, a reeleição dos dois membros".