Relatório final diz que repasses ao MDB do Senado passaram por contas no exterior do dono da Itaipava, Walter Faria
Com Agências
A Polícia Federal rastreou depósitos de US$ 3 milhões feitos por lobistas a contas bancárias na Suíça que seriam parte de um acerto de propina com políticos do MDB do Senado, entre eles o senador Renan Calheiros, em troca de contratos na Petrobras. O relatório final da PF nessa investigação traz detalhes sobre a engenharia financeira montada para pagar propina ao MDB e atribui ao senador, potencial candidato à presidência do Senado, o crime de corrupção passiva. Procurado, Calheiros negou e disse que a acusação será rejeitada pela Justiça. As informações estão no jornal O Globo deste domingo (25/11).
A propina passou, diz a PF, por duas contas na Suíça controladas pelo empresário brasileiro Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis (da Itaipava), que, por isso, é acusado pela PF de lavagem de dinheiro.
O relatório sigiloso, assinado pelo delegado Thiago Delabary, foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 6 de setembro. No dia 12, o ministro Edson Fachin encaminhou o material à Procuradoria-Geral da República (PGR), que está analisando se apresenta denúncia contra Calheiros e os demais investigados.
Renan, reeleito para o cargo de senador, até agora só foi denunciado uma vez na Lava Jato. A denúncia, feita pelo ex-PGR Rodrigo Janot, foi rejeitada pelo STF.
Segundo as investigações, o MDB recebia “comissões” de contratos da Diretoria Internacional da Petrobras, então comandada por Nestor Cerveró, apadrinhado do partido.
Em 2006, Cerveró acertou com a Samsung Heavy Industries a aquisição de dois navios-sonda pela Petrobras, no valor de US$ 1,2 bilhão, em troca de propina. Cerveró disse em sua delação que acertou repassar US$ 6 milhões dessas propinas ao grupo do MDB do Senado: Renan, o senador Jader Barbalho (PA) e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau.
Crime de corrupção passiva
A PF também apontou indícios de envolvimento do deputado federal Aníbal Gomes (MDB-CE) e de seu ex-assessor Luís Carlos Batista Sá. O relatório atribui o crime de corrupção passiva a Renan, Silas, Aníbal e Batista Sá. Em relação a Jader, a PF considerou as provas insuficientes. Todos negam as acusações.
Procurada, a assessoria de Renan afirmou que ele“não vê Jorge Luz há mais de 20 anos, não conhece seu filho, não tem conta no exterior, não conhece os donatários das contas e nunca teve negócios com ele e com ninguém”. Disse ainda que “investigação nenhuma comprovará sua participação com qualquer tipo de falcatrua, conta no exterior ou com o recebimento de dinheiro através de terceiros”.
Em nota, a assessoria de Walter Faria classificou a acusação de “insustentável”. O empresário afirmou que “as provas demonstram que os delatores e demais investigados não conheciam ou tinham qualquer relacionamento” com ele. “Não houve por parte de Walter Faria qualquer tipo de repasse a políticos ou agentes públicos”, diz a nota.
ISTOÉ MOSTRA O CONTRASTE ENTRE OS DOIS MUNDOS DE MICHELLE BOLSONARO. VEJA FALA SOBRE A FESTA NO MERCADO ECONÔMICO E ÉPOCA SOBRE O FIM DA ERA TEMER
ISTOÉ
Os dois mundos de Michelle Bolsonaro
Enquanto a realidade do poder aguarda a futura primeira-dama, seus familiares mantêm uma vida humilde num casebre a 500 metros de uma boca de fumo situada na precária Ceilândia, cidade a 26 quilômetros do centro da capital federal onde ela nasceu Na quarta-feira (21), a futura primeira-dama do Brasil, Michelle, mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro, conheceu o suntuoso palácio em que poderá se instalar a partir do dia 1º de janeiro. Durante pouco mais de uma hora, foi conduzida pela atual primeira-dama, Marcela Temer, pelas salas e corredores dos sete mil metros quadrados do Palácio da Alvorada, construção de três andares em mármore e concreto concebida por Oscar Niemeyer no final da década de 1950.
A 26 quilômetros dali, seu pai, Vicente de Paulo, seguia sua rotina de motorista de ônibus aposentado, ao lado da atual mulher e madrasta de Michele, Maísa Torres, na casa em que moram numa quadra da Ceilândia Norte, periferia do Distrito Federal. Ali, Vicente e Maísa tocam seu pequeno negócio, uma serigrafia que imprime camisetas para a Igreja Adventista da qual fazem parte, e que Michele também frequentava quando vivia em Brasília.
A situação de vulnerabilidade é incontestável, principalmente em se tratando da família da mulher do futuro presidente do Brasil. Há uma boca de fumo instalada a 500 metros da porta, no final da rua. O casal admite preocupação. “Falta polícia para tirar esses criminosos daqui. A gente já pediu, mas não foi atendido”, revela a madrasta de Michelle Bolsonaro, a quem ela chama de “segunda mãe”.
Era ali, em outra casa próxima na mesma região de Ceilândia, que Michelle vivia antes de conhecer, se casar com Jair Bolsonaro e se mudar para o Rio de Janeiro, onde os dois vivem atualmente. Em tudo, o ambiente, a região, os hábitos, a realidade é diametralmente oposta da que Michelle encontrará quando retornar definitivamente a Brasília para viver.
Seja no Alvorada ou mesmo na Granja do Torto, caso opte por se acomodar lá. O cômodo reservado para ela no Alvorada foi decorado com sofás do renomado designer italiano Tobia Scarpa e tapetes persas. Já a casa de Vicente, seu pai, e Maísa, a madrasta, exibe no beco em frente um lixo acumulado, o que confere ao lugar um aspecto de abandono. O acesso ao local é feito por um asfalto maltratado pelas chuvas. Recentemente, nos arredores, houve uma tentativa de estupro. Por isso, eles não descuidam da segurança, com grades que ocupam do chão até o teto.
VEJA
A festa do mercado
O governo de Jair Bolsonaro ainda não começou, mas já pode contar com uma boa notícia. A economia brasileira ensaia finalmente um movimento de recuperação consistente, com a volta gradual da confiança de empresários e consumidores, depois de um quadriênio de recessão profunda seguida de baixo crescimento. Mais do que isso: tanto o mercado financeiro quanto o empresariado estão animados e confiantes para 2019, o que pode se tornar uma profecia autorrealizável: otimistas, financistas e executivos abrem a mão para contratar e investir, o que por si só ajuda a empurrar o crescimento do país.
Bancos e consultorias começam a revisar para cima a projeção de expansão do produto interno bruto (PIB) em 2019 — o consenso no mercado aponta uma alta de 2,5%, que, se confirmada, será o melhor resultado em seis anos.
Trata-se de um fenômeno avalizado por uma série de indicadores e acontecimentos nas últimas semanas. Entre os fatores mais significativos que trazem ânimo ao setor privado está a composição da equipe econômica do novo governo com profissionais experientes e tarimbados nos cargos-chave: é a sinalização de que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, terá força e autonomia para implementar suas ideias, neutralizando, por ora, as suspeitas de que o estatismo histórico de Bolsonaro poderia prevalecer no governo.
Guedes pretende imprimir medidas para melhorar o ambiente de negócios sem abrir mão de políticas fiscais e monetárias responsáveis. Será o grande teste de Bolsonaro no campo econômico. A prioridade, obviamente, é a reforma da Previdência, sem a qual o próximo governo não terá condições a curto e médio prazo de reequilibrar as finanças públicas — e isso pode minar o otimismo que está se espalhando. Com as contas no vermelho, será inviável melhorar a qualidade dos serviços públicos em áreas fundamentais como saúde, educação e segurança.
ÉPOCA
“Não vou sentir falta de nada”
Em um cair de tarde chuvoso, Michel Miguel Elias Temer Lulia, de 78 anos, o 37º presidente do Brasil, estava sentado na cabeceira de uma longa mesa de madeira em um dos salões do Palácio da Alvorada, em Brasília.
Dali a 42 dias, Temer deixaria o cargo a que foi catapultado depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, de quem era vice. Recebeu Época no palácio em que morou por apenas uma semana – por considerá-lo grande, frio, impessoal demais, voltou ao Jaburu.
Na conversa, falou sobre o que aprendeu no poder, os palpites dados ao seu sucessor, Jair Bolsonaro (em quem disse ter votado no segundo turno), e o futuro a partir de 1º de janeiro. "Não vou sentir falta de nada", disse sobre os anos na presidência. Istoé mostra o contraste entre os dois mundos de Michelle Bolsonaro Poder aguarda a futura primeira-dama; já seus familiares mantêm uma vida humilde. ISTOÉ Os dois mundos de Michelle Bolsonaro Enquanto a realidade do poder aguarda a futura primeira-dama, seus familiares mantêm uma vida humilde num casebre a 500 metros de uma boca de fumo situada na precária Ceilândia, cidade a 26 quilômetros do centro da capital federal onde ela nasceu Na quarta-feira (21), a futura primeira-dama do Brasil, Michelle, mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro, conheceu o suntuoso palácio em que poderá se instalar a partir do dia 1º de janeiro. Durante pouco mais de uma hora, foi conduzida pela atual primeira-dama, Marcela Temer, pelas salas e corredores dos sete mil metros quadrados do Palácio da Alvorada, construção de três andares em mármore e concreto concebida por Oscar Niemeyer no nal da década de 1950. A 26 quilômetros dali, seu pai, Vicente de Paulo, seguia sua rotina de motorista de ônibus aposentado, ao lado da atual mulher e madrasta de Michele, Maísa Torres, na casa em que moram numa quadra da Ceilândia Norte, periferia do Distrito Federal. Ali, Vicente e Maísa tocam seu pequeno negócio, uma serigraa que imprime camisetas para a Igreja Adventista da qual fazem parte, e que Michele também frequentava quando vivia em Brasília. A situação de vulnerabilidade é incontestável, principalmente em se tratando da família da mulher do futuro presidente do Brasil. Há uma boca de fumo instalada a 500 metros da porta, no nal da rua. O casal admite preocupação. “Falta polícia para tirar esses criminosos daqui. A gente já pediu, mas não foi atendido”, revela a madrasta de Michelle Bolsonaro, a quem ela chama de “segunda mãe”. Era ali, em outra casa próxima na mesma região de Ceilândia, que Michelle vivia antes de conhecer, se casar com Jair Bolsonaro e se mudar para o Rio de Janeiro, onde os dois vivem atualmente. Em tudo, o ambiente, a região, os hábitos, a realidade é diametralmente oposta da que Michelle encontrará quando retornar denitivamente a Brasília para viver. Seja no Alvorada ou mesmo na Granja do Torto, caso opte por se acomodar lá. O cômodo reservado para ela no Alvorada foi decorado com sofás do renomado designer italiano Tobia Scarpa e tapetes persas. Já a casa de Vicente, seu pai, e Maísa, a madrasta, exibe no beco em frente um lixo acumulado, o que confere ao lugar um aspecto de abandono. O acesso ao local é feito por um asfalto maltratado pelas chuvas. Recentemente, nos arredores, houve uma tentativa de estupro. Por isso, eles não descuidam da segurança, com grades que ocupam do chão até o teto. VEJA A festa do mercado Com os sinais de retomada do crescimento e a composição da equipe econômica de Paulo Guedes, empresários e investidores voltam a car otimistas Da redação, 25 de novembro de 2018 Compartilhar 8 Tweetar 25/11/2018 Istoé mostra o contraste entre os dois mundos de Michelle Bolsonaro - Notícias - Revistas semanais - Nominuto.com http://www.nominuto.com/noticias/revistas-semanais/istoe-mostra-o-contraste-entre-os-dois-mundos-de-michelle-bolsonaro/177921/ 2/3 O governo de Jair Bolsonaro ainda não começou, mas já pode contar com uma boa notícia. A economia brasileira ensaia nalmente um movimento de recuperação consistente, com a volta gradual da conança de empresários e consumidores, depois de um quadriênio de recessão profunda seguida de baixo crescimento. Mais do que isso: tanto o mercado nanceiro quanto o empresariado estão animados e conantes para 2019, o que pode se tornar uma profecia autorrealizável: otimistas, nancistas e executivos abrem a mão para contratar e investir, o que por si só ajuda a empurrar o crescimento do país. Bancos e consultorias começam a revisar para cima a projeção de expansão do produto interno bruto (PIB) em 2019 — o consenso no mercado aponta uma alta de 2,5%, que, se conrmada, será o melhor resultado em seis anos. Trata-se de um fenômeno avalizado por uma série de indicadores e acontecimentos nas últimas semanas. Entre os fatores mais signicativos que trazem ânimo ao setor privado está a composição da equipe econômica do novo governo com prossionais experientes e tarimbados nos cargos-chave: é a sinalização de que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, terá força e autonomia para implementar suas ideias, neutralizando, por ora, as suspeitas de que o estatismo histórico de Bolsonaro poderia prevalecer no governo. Guedes pretende imprimir medidas para melhorar o ambiente de negócios sem abrir mão de políticas scais e monetárias responsáveis. Será o grande teste de Bolsonaro no campo econômico. A prioridade, obviamente, é a reforma da Previdência, sem a qual o próximo governo não terá condições a curto e médio prazo de reequilibrar as nanças públicas — e isso pode minar o otimismo que está se espalhando. Com as contas no vermelho, será inviável melhorar a qualidade dos serviços públicos em áreas fundamentais como saúde, educação e segurança.
ÉPOCA
“Não vou sentir falta de nada”
Os últimos dias de Michel Temer no poder Em um cair de tarde chuvoso, Michel Miguel Elias Temer Lulia, de 78 anos, o 37º presidente do Brasil, estava sentado na cabeceira de uma longa mesa de madeira em um dos salões do Palácio da Alvorada, em Brasília. Dali a 42 dias, Temer deixaria o cargo a que foi catapultado depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, de quem era vice. Recebeu Época no palácio em que morou por apenas uma semana – por considerá-lo grande, frio, impessoal demais, voltou ao Jaburu. Na conversa, falou sobre o que aprendeu no poder, os palpites dados ao seu sucessor, Jair Bolsonaro (em quem disse ter votado no segundo turno), e o futuro a partir de 1º de janeiro. "Não vou sentir falta de nada", disse sobre os anos na presidência. Leia em Época desta semana os detalhes dessa conversa e também um poema inédito escrito por Temer.
Leia em Época desta semana os detalhes dessa conversa e também um poema inédito escrito por Temer.
Segundo investigações, propina milionária foi distribuída a partir do superfaturamento em obras para sede da Petrobras na Bahia; inicialmente orçado em R$ 320 milhões, empreendimento custou R$ 1,3 bilhão à estatal
Por iG São Paulo
O Partido dos Trabalhadores (PT), diretores da Petrobras e do fundo de pensão Petros repartiram propina superior a R$ 68 milhões no âmbito do superfaturamento nas obras do conjunto Pituba, construído para sediar a estatal na Bahia. A conclusão é dos investigadores da força-tarefa da Operação Lava Jato, que deflagrou nesta sexta-feira (23) sua 56ª fase para combater o esquema.
De acordo com a procuradora Isabel Vieira Groba, da Lava Jato , as investigações revelaram a existência de um "esquema bastante orquestrado e organizado" para a "sangria dos cofres da Petrobras e atentado à higidez do fundo de pensão Petros".
Os pagamentos de propina, segundo apuraram Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF), foram acertados entre dirigentes da Petrobras e da Petros ao contratarem a empresa Mendes Pinto Engenharia para ser a gerenciadora das obras para construção do conjunto Pituba.
"O fundo Petros aportou recursos para construção do conjunto Pituba, a fim de abrigar a nova sede da Petrobras, em contrapartida ao recebimento de aluguéis por um prazo de 30 anos. Há indicativos que houve direcionamento para a Odebrecht e OAS para que elas ganhassem essa obra e a superfaturassem", explicou o delegado da PF Felipe Eduardo Hideo Hayashi.
A Mendes Pinto recebeu R$ 69 milhões para contratar as empreiteiras responsáveis pelas obras e para gerenciar os trabalhos. Os preços previstos na cotação, no entanto, teriam sido previamente acertados pelas próprias construtoras Odebrecht e OAS, que, desse modo, venceram a concorrência. Segundo as investigações, outras empresas foram cooptadas para apresentarem propostas e, assim, dar ar de legalidade à concorrência.
"Vários grupos de trabalho foram montados e seus integrantes se conluiaram com os dirigentes da Petrobras e também da Petros para fraudar todo o procedimento que culminou com a contratação da Odebrecht e da OAS para tocar a obra", disse Isabel.
De acordo com as investigações, houve pagamentos mensais de pagamento de propina nessa obra, entre 2011 e 2016. A construção do conjunto Pituba, cotada em R$ 320 milhões em 2008, totalizou custos de R$ 1,3 bilhão à Petrobras devido a aditivos nos contratos.
A propina ao PT, a diretores da Petrobras e da Petros, conforme apuraram os investigadores, girava entre 7% e 9% dos valores recebidos pelas empreiteiras. A OAS efetuava pagamentos em espécie em hotéis em São Paulo e na própria sede da construtora. Já a Odebrecht usava contas offshore sediadas no exterior e distribuía valores por meio do chamado departamento da propina.
De acordo com a procuradora da Lava Jato, 1% de todo o valor da obra era destinado ao Partido dos Trabalhadores por meio da cunhada de João Vaccari Neto, então tesoureiro do partido. Os valores eram pagos em espécie e também por meio de doações ao diretório do PT.
As investigações que resultaram na 56ª fase da Lava Jato tiveram início a partir de sindicância realizada pela Petrobras em 2014, e também nos depoimentos prestados por dois operadores ligados ao doleiro Alberto Youssef. Os mandados da nova fase da operação foram autorizados pela juíza Gabriela Hardt, de Curitiba, a partir de duas representações apresentadas pela PF e pelo MPF
Presidente eleito informou a decisão por meio de suas redes sociais; colombiano é autor do livro "A grande mentira: Lula e patriotismo petista"
Por iG São Paulo
O presidente eleito Jair bolsonaro (PSL) anunciou na noite desta quinta-feira (22) o nome do filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez para o cargo de ministro da Educação do novo governo. Rodriguez é autor de mais de 30 obras e atualmente tabalha como professor Emérito da Escola de Comando e estado Maior do Exército, para o cargo de Ministro da Educação.
A oficialização de Rodríguez acontece após uma serie de especulações nesta semana de quem assumiria a pasta da Educação. Nomes como o do diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves , e do procurador Guilherme Schelb foram cotados para o cargo de ministro da Educação .
O novo ministro publicou em blog no dia 7 de novembro que havia sido sondado pelo governo de Bolsonaro para ocupar a vaga. No texto, Rodriguez diz que há uma "tarefa essencial" para o Ministério da Educação. "Recolocar o sistema de ensino básico e fundamental a serviço das pessoas e não como opção burocrática sobranceira aos interesses dos cidadãos, para perpetuar uma casta que se enquistou no poder e que pretendia fazer, das Instituições Republicanas, instrumentos para a sua hegemonia política", escreveu.
Para o novo ministro, é necessário "enquadrar o MEC no contexto da valorização da educação para a vida e a cidadania a partir dos municípios, que é onde os cidadãos realmente vivem".
No blog, Rodríguez também criticou as provas do Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ) que, para ele, são "entendidas mais como instrumentos de ideologização do que como meios sensatos para auferir a capacitação dos jovens no sistema de ensino".
O filósofo colombiano é autor do livro "A grande mentira: Lula e patriotismo petista", no qual faz criticas aos governos petistas. De acordo com a descrição oficial, o livro "explica como o PT conseguiu potencializar as raízes da violência, que já estavam presentes na formação do nosso Estado patrimonialista, e que se reforçaram com o narcotráfico e a ideologia de revolução cultural gramsciana".
Dois dias antes das eleições, o agora prócimo ministro da Educação escreveu em seu blog um texto no que descreveu Bolsonaro como "um líder que teve a coragem de ouvir a voz do povo nas ruas e no seio das famílias" e afirmou que ele era o candidato que tornaria "possível reconstruir o tecido social, esgarçado pelos ódios que mais de uma década de dominação petista plantou criminosamente no seio da nossa sociedade".
JN teve acesso aos telegramas. Eles mostram que o programa foi proposto por Cuba e já era negociado um ano antes de a presidente Dilma Rousseff apresentá-lo, em 2013
Com site G1
Telegramas da embaixada brasileira em Havana revelam que partiu do governo de Cuba a proposta de criação do Mais Médicos, numa negociação secreta com o governo de Dilma Rousseff, do PT.
A reportagem do jornal “Folha de S. Paulo” traz detalhes de telegramas da embaixada brasileira em Cuba que reconstituem a negociação do país com o Brasil para a criação do Mais Médicos.
O Jornal Nacional teve acesso aos telegramas. Eles mostram que o programa foi proposto por Cuba e já era negociado um ano antes de a presidente Dilma Rousseff apresentá-lo, em 2013.
Cuba apresentou todo o projeto desde “o envio de médicos e enfermeiras até a assessoria para construção de hospitais, a preços vantajosos”. Demonstrando a negociação de um acordo comercial entre os dois países.
Ainda segundo os documentos, para não precisar de aval do Congresso, o governo Dilma decidiu incluir a Organização Pan-Americana de Saúde no negócio. O Brasil contrataria a Opas, que contrataria Cuba, que contrataria os médicos. O que acabou acontecendo.
A embaixada brasileira em Cuba relatou que em maio de 2012, Marcia Cobas, vice-ministra de Saúde Pública daquele país se reuniu com Alessandro Teixeira, então secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Brasileiro. Cobas disse “que teria condições de enviar mil especialistas em medicina integral até o próximo mês de novembro e que as medidas de preparação para essa missão já estavam em curso no interior do governo cubano”.
O telegrama também registra o pedido da vice-ministra cubana para que o contrato tivesse uma cláusula que impedisse médicos cubanos de exercer a medicina fora do âmbito da cooperação bilateral. A preocupação era evitar que os médicos ficassem no Brasil após o fim do contrato.
Os telegramas, mantidos em sigilo por cinco anos, mostram que as negociações foram secretas para evitar reações da classe médica brasileira e do Congresso. Os documentos confirmam que o governo Dilma aceitou quase todas as exigências do governo cubano e propôs, inclusive, fazer os pagamentos diretamente do Brasil para Cuba, sem passar por Washington, nos Estados Unidos, sede da Organização Pan-Americana de Saúde.
Os documentos mostram também a preocupação de Cuba com a exigência de um processo de avaliação dos médicos no país. Está em um dos telegramas: “o lado cubano demonstrou extremo desconforto com a possibilidade de os médicos passarem por processo de avaliação e, eventualmente, rejeição em território brasileiro. Solicitou, a esse respeito, que qualquer avaliação seja feita previamente em Cuba e que o “controle” no Brasil tenha finalidade de familiarizar os médicos, sobretudo, ao idioma, a práticas processuais e administrativas e à legislação”.
Brasil e Cuba só não concordaram no valor que cada médico receberia. “O lado brasileiro propôs a quantia de US$ 4 mil por médico, US$ 3 mil para o governo cubano e US$ 1 mil para o médico”. “Cuba disse que contava receber US$ 8 mil por médico e contrapropôs US$ 6 mil, sendo US$ 5 mil para o governo cubano e US$ 1 mil para o médico”.
A assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff não quis se manifestar. Já o então ministro da Saúde do governo dela, Alexandre Padilha, negou que o Mais Médicos tivesse sido negociado secretamente. Ele declarou que o programa foi defendido e negociado publicamente; que o Congresso aprovou e prorrogou o Mais Médicos, com participação de todos os partidos, e que também teve a aprovação do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal de Contas e da Organização Mundial da Saúde.
A Organização Pan-Americana de Saúde, a OPAS, também afirmou que o Mais Médicos foi instituído por uma lei aprovada pelo Congresso Nacional e ratificada pelo Supremo.