78% dos brasileiros acreditam que corrupção cresceu nos últimos 12 meses. Ainda segundo os entrevistados os políticos e policias são os mais corruptos
Com Estadão Conteúdo e Agências
O Barômetro Global da Corrupção, da Transparência Internacional, divulgado nesta segunda-feira, 9, referente à América Latina e Caribe - onde foram entrevistadas 22.302 pessoas residentes em 20 países da região - indica que quanto à percepção de corrupção, 78% dos brasileiros afirmaram acreditar que tenha aumentado nos doze meses anteriores à pesquisa. Os dados foram coletados em maio e junho de 2016, quando a Operação Lava Jato estava no seu auge.
O levantamento mostra, ainda, que 83% dos brasileiros consultados "acreditam que pessoas comuns podem fazer a diferença na luta contra a corrupção". É a maior taxa da região (Costa Rica e Paraguai vêm em seguida, com 82%).
O Barômetro Global é apontado como a pesquisa de opinião mais importante no mundo sobre comportamentos relacionados à corrupção.
"A pesquisa que publicamos hoje reforça o entendimento de que o combate vigoroso que o Brasil está dando à corrupção não pode ser compreendido apenas pelo avanço institucional e a ação de setores do Ministério Público, Polícia e Judiciário, mas também pelo amplo respaldo da sociedade brasileira a esta causa", afirma Bruno Brandão, representante no Brasil da Transparência Internacional. "E os resultados da pesquisa revelam que o Brasil se destaca de todos os demais países da região neste aspecto."
A pesquisa aponta que o brasileiro é um dos que mais acredita ser socialmente aceitável denunciar casos de corrupção (Costa Rica 75%, Brasil 74%, Guatemala e Uruguai 71%) e 81% dos entrevistados no país responderam que, se testemunhassem um ato de corrupção, se sentiriam pessoalmente obrigados a denunciá-la - esta taxa só é maior no Uruguai (83%) e na Costa Rica (82%).
O Barômetro informa que "uma quantidade expressiva dos entrevistados no Brasil respondeu que denunciaria um ato de corrupção mesmo se tivesse que passar um dia inteiro em um Tribunal (Brasil 71%; Uruguai 70% e Costa Rica 66%)".
Sobre experiências com pagamentos de propina para ter acesso a serviços públicos, os brasileiros tiveram a menor taxa na região, com exceção dos residentes de Trinidad e Tobago: apenas 11% dos entrevistados no Brasil disseram ter repassado propina para acessar serviços de saúde, educação, saneamento, polícia, justiça ou emissão de documentos (contra 6% dos residentes em Trinidad e Tobago). Na outra ponta, estão México (51%) e Peru (39%).
Resultados do barômetro global da corrupção
83% dos brasileiros entrevistados acreditam que pessoas comuns podem fazer a diferença na luta contra a corrupção. É a maior taxa da região (Costa Rica e Paraguai vêm em seguida, com 82%);
O brasileiro é um dos que mais acredita ser socialmente aceitável denunciar casos de corrupção (Costa Rica 75%, Brasil 74%, Guatemala e Uruguai 71%) e 81% dos entrevistados no país responderam que, se testemunhassem um ato de corrupção, se sentiriam pessoalmente obrigados a denunciá-la - esta taxa só é maior no Uruguai (83%) e na Costa Rica (82%);
Na mesma linha, uma quantidade expressiva dos entrevistados no Brasil respondeu que denunciaria um ato de corrupção mesmo se tivesse que passar um dia inteiro em um Tribunal (Brasil 71%; Uruguai 70% e Costa Rica 66%);
No que diz respeito às experiências com pagamentos de propina para ter acesso a serviços públicos, os brasileiros tiveram a menor taxa na região, com exceção dos residentes de Trinidad e Tobago: apenas 11% dos entrevistados no Brasil disseram ter pagado propina para acessar serviços de saúde, educação, saneamento, polícia, justiça ou emissão de documentos (contra 6% dos residentes em Trinidad e Tobago). Na outra ponta, estão México (51%) e Peru (39%).
Quanto à percepção de corrupção, 78% dos brasileiros afirmaram acreditar que tenha aumentado nos doze meses anteriores à pesquisa - os dados foram coletados em maio e junho de 2016.
Fonte: Estadão Conteúdo
Para 74% dos entrevistados, o desempenho do governo Luiz Fernando Pezão na área de segurança tem sido ruim ou péssimo
Da Redação
Uma pesquisa feita pelo Datafolha divulgada neste sábado (7) pelo jornal Folha de S.Paulo mostra que 72% dos moradores do Rio de Janeiro iriam embora da cidade por causa da violência. De acordo com o levantamento, a vontade de sair do Rio é majoritária em todas as regiões e faixas socioeconômicas.
Ao todo, foram ouvidas 812 pessoas e a margem de erro é de quatro pontos percentuais. O levantamento foi feito na terça (3) e quarta-feira (4). Para 74% dos entrevistados, o desempenho do governo Luiz Fernando Pezão (PMDB) na área de segurança tem sido ruim ou péssimo; 21% consideram regular e 5%, ótimo ou bom. Nas ruas, 90% se dizem inseguros ao caminhar à noite pela cidade.
Com relação às Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), 62% acreditam que elas não melhoraram a segurança da cidade; 57% afirmam que não melhoraram a segurança das comunidades com UPP e 56% que não melhoraram os seus entornos. Para 70% dos mradores, o modelo precisa de mudanças.
Ainda segundo a pesquisa do datafolha, 83% dos moradores do rio são a favor da atuação dos militares no combate à violência local, 15% são contra. Sobre a eficácia, 52% afirmam que a presença do Exército não mudou em nada a realidade local, 44% dizem que melhorou, e 2% que piorou.
O Datafolha também perguntou de quem os moradores do Rio têm mais medo e 49% disseram bandidos, 23% polícia e outros 23% ambos na mesma proporção. Apenas 2% disseram não ter medo de nenhum dos deles. O medo da polícia aumenta a 28% entre os mais pobres, que ganham até dois salários mínimos de renda familiar mensal, e os mais jovens - de 16 a 24 anos.
Políticos já sabem que as redes sociais podem ser determinantes em suas pretensões, mas esquecem de manter o autocontrole
Por Correspondente Nacional
O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) investe boa parte do seu tempo em se meter em polêmicas na internet. Em setembro, conseguiu o que queria: saltou do 6º para o 2ª lugar do ranking dos congressistas mais influentes da rede.
Por ora, a liderança se mantém com Jair Bolsonaro e sua imbatível personalidade histriônica.O levantamento mensal foi feito pela FSB Comunicação.
Como a internet influencia o eleitor no Brasil
A imprensa e uma rede sites de webcidadania fazem da internet a segunda fonte mais importante de informações para decisão de voto no Brasil
O Ibope publicou um estudo que mostra que a internet tem se tornado cada vez mais importante para o eleitorado brasileiro. Com dados coletados nos dois últimos processos eleitorais, 2008 e 2010, ele indica que a web se tornou a segunda fonte mais popular de informações sobre os candidatos, atrás apenas da televisão.
A plataforma saltou de apenas 2% em 2008 para 12% em 2014 na escolha do brasileiro como “fonte preferencial para decisão do voto”. Embora ainda esteja bem atrás da televisão (72%), ultrapassou meios tradicionais como rádio (4%), jornal (3%) e até “conversas com parentes, amigos e colegas”, que caiu de 30% em 2008 para apenas 2% em 2010.
PARA O BEM OU PARA O MAL
Se a internet cresceu tanto, parte da responsabilidade é do movimento da webcidadania, termo usado em referência ao conjunto de sites independentes que usam a tecnologia para facilitar o engajamento político da população. Desse grupo, boa parte se dedica às eleições e, entre outros recursos, armazena informações sobre projetos que tramitam no Congresso, fiscaliza a atuação de políticos já eleitos e expõe propostas de candidatos. E importante: oferece isso através de uma interface pensada para facilitar o acesso aos dados.
A ONG Transparência Brasil é uma das mais antigas e, provavelmente, a mais famosa. Fundada em 2000 com o objetivo de combater a corrupção no país, mantém um site com um banco de dados de informações sobre os parlamentares, expõe ligações com acusações de corrupção, investiga a atuação dos políticos.
Uma das iniciativas da TB foi projeto Excelências, que reuniu informações sobre todos os parlamentares em atividade na época. Através dele foi possível descobrir, por exemplo, que, no Ceará, um cidadão cujos rendimentos correspondam exatamente ao PIB per capita do estado, ou seja, à média da população, teria que trabalhar 1770 anos para atingir o patrimônio médio de um senador também do Ceará. Ou que, nas mesmas condições, um paranaense teria que trabalhar 669 anos para ter o patrimônio médio de um deputado.
O projeto teve mais de 7 milhões de acessos no ano e foi mantido até hoje. Nas eleições de 2010 foi possível, por isso, comparar as bases de dados atuais e de 2006 e verificar, por exemplo, quanto cresceu o patrimônio de um parlamentar que tenta a reeleição enquanto ele esteve no poder.
Existem diversos outros sites voltados à eleição que integram o movimento descentralizado que é a webcidania. O site Repolitica, por exemplo, promete ajudar o usuário a encontrar o candidato certo apenas respondendo a um questionário com 8 perguntas vagas sobre posicionamento político. Computadas as respostas, o site julga quais candidatos estão mais alinhados com o pensamento do usuário e os exibe na tela.
Projetos de lei
Já pensando em aproximar o eleitor do que é discutido no Congresso, foi criado o site Vote na Web. Nele, pode-se ver os projetos de lei que serão votados, quem é seu autor e, resumidamente e em linguagem simples, o que propõe (o texto integral da lei também fica disponível). Os internautas podem votar se aprovam ou não a lei e comparar os votos da população com os dos políticos. Em outras palavras, pode ver se seus representantes estão alinhados com suas idéias ou não.
O Vote na Web é um dos projetos do Web Citizen, criado pelo ex-publicitário Fernando Barreto. O Web Citizen também tem outro projeto, mais recente, que tenta lidar com um problema clássico do eleitor brasileiro – não lembrar em quem votou. No site Eu Lembro, o internauta se cadastra e registra em quem votou nas últimas eleições. Pode também optar por “seguir” um ou mais candidatos e acompanhar o que é dito sobre ele(s) nas redes sociais. Em qualquer momento, o cadastrado pode consultar o site e ver em quem votou. Na última eleição, apenas candidatos a presidente e senador estavam disponíveis.
O PIOR LADO
Mas, ainda existe um lado pior, que é quando o próprio político cria fatos que repercutem contra si mesmo nas redes sociais e “viralizam”.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann foi às redes sociais para criticar o programa do governo federal que visa a reduzir o número de beneficiários do Bolsa Família.
No Twitter, a presidente do PT mandou: “Os golpistas agora querem fazer PDV do Bolsa Família”.
Ela deve ter se arrependido. A maioria esmagadora dos seguidores desancou a excelência.
Gleisi leu coisas como “quando a senhora vai se inscrever no bolsa aposentado?”; “Bolsa Família é programa de apoio, não deve ser usado como assistencialismo ‘ad eternum’; e “A eficácia do programa não seria a redução do número de pessoas que dependem dele?”.
Pegou mal…
Na última quinta-feira, A Polícia Federal prendeu Nuzman no desdobramento da operação batizada "Unfair Play", uma menção a "jogo sujo". Além dele, agentes da PF também prenderam o ex-diretor de operações do comitê Rio 2016 e braço-direito de Nuzman, Leonardo Gryner.
Com Agência Brasil
Após a prisão temporária do presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, na Operação Unfair Play – , o Comitê Olímpico Internacional (COI) suspendeu o COB e Nuzman provisoriamente de suas atividades junto à entidade internacional. O anúncio foi publicado hoje na página oficial do COI.
Segundo a nota, o Conselho de Administração do COI tomou a decisão baseado nas acusações contra Nuzman, de ter intermediado suposta compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos 2016. Com isso, o dirigente brasileiro foi retirado da Comissão de Coordenação dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e teve suas prerrogativas e funções como membro honorário do comitê internacional suspensas.
Com relação ao COB, a suspensão provisória impõe o congelamento de subsídios e pagamentos do COI à entidade brasileira, que também está sem permissão para “exercer seus direitos em Associações Olímpicas Nacionais (NOC associations, na sigla em inglês).
A decisão não afeta os atletas brasileiros e uma equipe do país será aceita nos Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018, bem como nas outras competições sob os cuidados do COI. As bolsas olímpicas para atletas brasileiros também continuarão a ser pagas.
Sobre o Comitê Organizador Rio 2017, o COI informa que cumpriu todas as obrigações até dezembro de 2016, com contribuição financeira significativamente maior do que as obrigações contratuais, “levando em consideração a grave crise que afeta o país”. As relações do COI com o Comitê Organizador também foram suspensas provisoriamente.
“O COI reitera seu compromisso total com a proteção da integridade do esporte e continuará a tratar de qualquer questão que afete tal integridade, conforme as regras e regulamentos de seu sistema de governança recentemente reformado", informou a entidade.
"Para acompanhar este caso de modo adequado, o Conselho Executivo solicita a todas as autoridades judiciais que forneçam à Comissão de Ética do COI, o mais breve possível, todas as informações disponíveis. O COI seguirá cooperando plenamente com todas essas autoridades judiciais. É do mais alto interesse do COI poder esclarecer por completo tais questões relativas a um Membro do COI, ou a um Membro Honorário do COI, o mais rápido possível, a fim de proteger sua reputação como organização”, completou.
Todas as medidas podem ser retiradas assim que “questões de governança” forem sanadas.
Ministério Público Federal aponta "fortes indícios" de que Nuzman e Gryner "interligaram corruptos e corruptores" na compra de votos para o Rio 2016
De acordo com a entidade, os pagamentos feitos ao COB serão congelados, mas não afetarão os atletas brasileiros. Nuzman era membro honorario do COI e integrava a comissão de coordenação para os Jogoso Olímpicos de Tóquio em 2020. Ele foi o único presidente do comitê organizador a acumular o cargo de mandatário do comitê olímpico do país-sede.
O pedido de prisão foi decretado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal. Nuzman é suspeito de intermediar a compra de votos de integrantes do Comitê Olímpico Internacional para a eleição do Rio como sede da Olimpíada de 2016. A decisão foi tomada porque houve uma tentativa de ocultação de bens no último mês, depois que a polícia cumpriu um mandado de busca na casa do presidente do COB . Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
*Colaborou Leonardo Vieira, tradutor do Serviço de Língua Estrangeira da Agência Brasil // A matéria foi corrigida às 12h35 para adequação do nome do COB que, agora, é Comitê Olímpico do Brasil, e não mais Comitê Olímpico Brasileiro
Edição: Lílian Beraldo
O juiz Odilon de Oliveira, da 3ª Vara Federal em Campo Grande (MS), decretou hoje (5) a prisão preventiva do ativista italiano Cesare Battisti durante audiência de custódia realizada em Mato Grosso do Sul. O magistrado alegou “fortes indícios” de que o militante tentava sair do país com quantidade de moeda estrangeira superior ao permitido pela legislação brasileira, prática que configuraria crime de evasão de divisas.
Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil
Battisti foi detido ontem (4) na cidade de Corumbá, perto da fronteira entre Brasil e Bolívia, com US$ 6 mil dólares e € 1.300 euros. Pela lei brasileira, qualquer cidadão com mais de R$ 10 mil em qualquer moeda deve declarar o valor às autoridades competentes. O magistrado apontou ainda indícios de lavagem de dinheiro em relação aos valores carregados pelo italiano.
Odilon de Oliveira justificou também sua decisão por “concluir, ao menos em caráter provisório, que Cesare Battisti procurava se evadir do território nacional, temendo ser efetivamente extraditado”. Segundo o magistrado, os antecedentes do ativista são “gravíssimos” e “impõem a decretação da sua prisão preventiva”.
O juiz disse ainda que Battisti está em situação de refugiado e se dirigia a um país estrangeiro sem comunicar ao governo brasileiro. Essa iniciativa é proibida pela Lei 9.474, de 1997, sobre o Estatuto dos Refugiados. O artigo 39 da norma indica que a saída do território sem autorização prévia é condição da perda do status de refugiado.
Esse foi o mesmo entendimento do Ministério Público Federal. Representantes da instituição solicitaram a prisão preventiva argumentando que os pedidos de extradição do governo italiano podem ter levado Battisti a tentar sair do país.
Defesa
A defesa do militante questionou os motivos para a decretação da prisão preventiva. No entendimento dos advogados, não há crime contra o sistema financeiro nem lavagem de dinheiro, uma vez que não há provas indicando uma origem ilícita do dinheiro que Battisti levava.
Os advogados, que já haviam entrado no mês passado com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar mudança na decisão de 2010, que garantiu a permanência no país e impediu a sua extradição (quando um governo entrega a outro país, a pedido, uma pessoa condenada ou suspeita de cometer um crime).
Hoje (5), a defesa enviou petição ao Supremo Tribunal Federal (STF), reiterando pedido de habeas corpus preventivo para que Battisti seja solto e não seja extraditado para a Itália.
Segundo notícias publicadas pelo jornal O Globo e pelo Portal G1, o governo italiano teria solicitado à nova gestão do governo federal a extradição do ativista. A Agência Brasil entrou em contato com a Embaixada da Itália no Brasil, mas não havia representantes disponíveis para comentar a prisão ou confirmar a informação do pedido de extradição. Ao jornal Corriere della Serra, o ministro da Justiça do país, Andrea Orlando, afirmou que o pedido “continua firme e que existem todas as condições do direito internacional para que ele [Battisti] seja alcançado”.
A Agência Brasil também entrou em contato com o governo federal sobre um possível processo de extradição de Battisti. O Ministério da Justiça não confirmou se recebeu pedido de extradição do governo italiano ou se há processo neste sentido. Segundo o órgão, uma informação sobre o assunto “poderá colocar em risco o sigilo de investigação ou procedimento em andamento, sem que as autoridades por eles responsáveis tenham autorizado”.
Entenda o caso
Militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), Cesare Battisti foi acusado nos anos 1970 de quatro assassinatos. Em 1979 fugiu para a França mas foi capturado e extraditado. Em 1988, foi condenado à prisão perpétua. O ativista escapou novamente para a França e chegou ao Brasil em 2004. Em 2007, foi preso no Rio de Janeiro mas teve a condição de refugiado político reconhecida pelo Governo Federal.
Em 2010, o Supremo Tribunal Federal aprovou a extradição do ativista à Itália, mas remeteu também a decisão final ao presidente da República. Luiz Inácio Lula da Silva, então no cargo, negou o envio de Battisti ao país natal. Frente à situação, a defesa do militante solicitou a sua libertação, enquanto o governo italiano requereu novamente a extradição.
Em junho de 2011, o STF voltou a analisar o caso e concedeu liberdade a Battisti. A maioria da Corte entendeu que não poderia interferir na decisão do presidente, pois se tratava de uma questão de soberania nacional. O Ministério das Relações Exteriores da Itália convocou o então embaixador no Brasil, Gherardo La Francesca, para explicações. O gesto é visto no meio diplomático como manifestação de descontentamento de um país com outro.
Em 2015, a juíza federal Adverci Rates Mendes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, decidiu pela deportação de Battisti. A magistrada atendeu a uma ação do Ministério Público Federal segundo a qual o ativista não podia ter visto de permanência no Brasil por ter sido condenado por assassinatos na Itália. A Polícia Federal encontrou e prendeu o italiano na cidade de Embu das Artes (SP), mas o libertou em seguida. Em 2016, a defesa do militante solicitou ao STF um habeas corpus para evitar uma deportação ou uma extradição, pedido posteriormente negado pelo ministro Luiz Fux.