Jornal 'O Estado de S. Paulo' pediu na Justiça acesso aos exames. Presidente tinha anunciado resultados, mas se recusou a mostrar documentos até o processo judicial
Com Agências
O presidente Jair Bolsonaro citou o respaldo da lei mais uma vez para falar sobre a proteção da sua intimidade para justificar o sigilo de seus exames para o novo coronavírus. O jornal O Estado de S. Paulo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obter o resultado dos exames de covid-19, que o mandatário se recusa a divulgar.
Bolsonaro destacou que mandou entregar os papéis e que agora está "na mão" do ministro Ricardo Lewandowski, do STF, que decidirá sobre o assunto. "Eu estou fazendo valer a lei. Eu e você nós somos escravos da lei e a lei disse que a intimidade, isso aí você não precisa divulgar. Por isso, desde o começo eu me neguei a mostrar", declarou.
Na noite de terça, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que entregou ao ministro os exames que o presidente fez para detectar o novo coronavírus. O gabinete de Lewandowski comunicou que os exames foram recebidos às 22h de terça-feira e que seriam encaminhados para análise do ministro nesta quarta.
"O meu advogado chama doutor José Levi, da AGU. O ministro vai decidir hoje. O Lewandolvisk deve decidir hoje à tarde se dá a liminar, decide se eu entrego ou não, mas já mandamos entregar para ele, e ele decide o que fazer. Está na mão dele", disse.
Lewandowski teria a palavra final sobre uma ação aberta pelo jornal para ter acesso aos testes. A Justiça Federal de São Paulo e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região garantiram o acesso aos exames, mas o Superior Tribunal de Justiça acolheu o recurso da AGU na semana passada e manteve o sigilo sobre os documentos. O Estado então fez novo pedido ao STF.
Bolsonaro informou em março que fez dois exames e que ambos deram negativo para covid-19, mas se recusava a apresentar os laudos até esta terça-feira.
"Alguns acham que estou mentindo sobre exame ter dado negativo, já adianto que caíram do cavalo, como vão cair do cavalo sobre o vídeo", disse em referência ao vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. A gravação é objeto de inquérito no STF que apura possíveis interferências de Bolsonaro na Polícia Federal.
Em reunião extraordinária, realizada na manhã desta terça-feira, 12, deputados integrantes da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) aprovaram, por unanimidade, Projeto de Leidirecionado a beneficiar profissionais da saúde. A aprovação ocorre no Dia Internacional da Enfermagem.
Com Assessoria
De autoria da deputada Vanda Monteiro (PSL), o Projeto dispõe sobre o pagamento de insalubridade para os profissionais da saúde e de outros quadros que atuam na linha de frente da pandemia do coronavírus.
A deputada comemora a primeira etapa de apreciação, destacando a sensibilidade dos demais parlamentares e o reconhecimento de uma situação especial neste momento. “Esses profissionais estão arriscando a vida em nome da nossa saúde”.
Ricardo Ayres (PSB) reforçou que “esse é um justo reconhecimento aos profissionais que estão na árdua luta de enfrentamento ao Coronavírus”.Segundo ele, esse é um direito adquirido que a Assembleia Legislativa está propondo fazer valer.
Emenda
O projeto contou com emenda modificativa da relatora, deputada estadual Cláudia Lelis (PV). Com a emenda, o pagamento da insalubridade não será restrito apenas aos servidores concursados, mas para todos.
Após aprovação na CCJ, o projeto segue para a Comissão de Finanças e para a Comissão de Saúde para, então, ser lavado à apreciação do Plenário da Assembleia Legislativa.
Por Lauro Jardim de Veja
Augusto Aras sempre foi tido, com justa razão, como alguém de excelentes relações com Jair Bolsoanro que, afinal, o escolheu Procurador-Geral da República.
Portanto, havia uma quase certeza no ar, inclusive entre os integrantes de sua equipe, que ele não denunciaria Bolsonaro no inquérito que corre no STF sob a responsabilidade de Celso de Mello.
Pois bem, ao menos uma pessoa que esteve hoje com Aras contou que o PGR estava "absolutamente impressionado" com o relato que recebeu sobre o conteúdo do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. Ainda segundo esse interlocutor, pelo tom do que foi dito por Aras, ele deve preparar a denúncia contra Bolsonaro.
Com mais de 18 mil casos confirmados, Rio tem quase 2 mil óbitos
Por Agência Brasil
O estado do Rio de Janeiro registra até esta terça-feira (12) 18.486 casos confirmados de covid-19 e 1.928 óbitos. O boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES) informa que existem ainda 927 óbitos em investigação e 172 foram descartados. Entre os casos confirmados da doença, 12.980 pacientes conseguiram se recuperar. Isso significa que 70,2% dos infectados estão curados, maior que a média nacional, que é de 40,9%.
A capital fluminense continua liderando os casos da covid-19 com 10.816 pessoas infectadas. Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, vem em seguida, com 855 casos. Niterói, na região metropolitana, (779), Nova Iguaçu (696), São Gonçalo ( 572) e Volta Redonda, na região do Médio Paraíba, apresenta 420 infectados.
Óbitos por covid-19
O município do Rio de Janeiro tem o maior número de óbitos (1.279). Duque de Caxias (125), Nova Iguaçu (72), São Gonçalo (50), Niterói (45), Belford Roxo (39), São João de Meriti (38), Itaboraí (27), Mesquita (25), Petrópolis (18), Volta Redonda (16), Macaé (14), Magé (13), Maricá (13), Nilópolis (13), Itaguaí (11), Angra dos Reis (10), Teresópolis (10), Nova Friburgo (8) e Rio das Ostras (8).
Os outros 35 municípios têm até sete mortes cada, sendo que a maioria apresenta dois ou um óbito pela covid-19.
Capital
Dos 10.816 casos registrados na cidade do Rio de Janeiro, 7.905 pessoas infectadas pela doença conseguiram se recuperar. O bairro de Copacabana lidera o número de mortos, com 79 vítimas. Em seguida, vem Campo Grande (70), Bangu (62), Barra da Tijuca (45), Tijuca (38), Realengo, (37), Santa Cruz (33) e Botafogo (27). Ao todo, 143 bairros do município tiveram registro de óbitos.
Dados de Covid-19 no Rio de Janeiro
Para mais informações, acesse o painel de monitoramento de coronavírus no estado do Rio de Janeiro ou o painel de monitoramento da prefeitura do Rio, com o gráfico sobre os infectados e óbitos por bairros no município.
País bate recorde de novos registros de mortes por covid-19 em um dia
Por Jonas Valente
O Brasil teve 881 novos registros de mortes nas últimas 24 horas e o total de óbitos chegou a 12,4 mil. O resultado representou um aumento de 7,6% em relação a ontem, quando foram contabilizados 11.519 falecimentos pela covid-19. O balanço diário foi divulgado no início da noite de hoje (12) pelo Ministério da Saúde. Já os novos casos confirmados são 9.258, totalizando 177.589. O resultado marcou um acréscimo de 5,4% em relação a ontem, quando o número de pessoas infectadas estava em 168.331.
Do total de casos confirmados, 92.593 (52,1%) estão em acompanhamento e 72.597 (40,9%) foram recuperados. Há ainda 2.050 mortes em investigação.
São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de óbitos (3.949). O estado é seguido pelo Rio de Janeiro (1.928), Ceará (1.280), Pernambuco (1.157) e Amazonas (1.098).
Além disso, foram registradas mortes no Pará (864), Maranhão (423), Bahia (225), Espírito Santo (212), Paraíba (154), Alagoas (150), Minas Gerais (127), Paraná (113), Rio Grande do Sul (111), Rio Grande do Norte (93), Amapá (86), Santa Catarina (73), Goiás (52), Acre (51), Rondônia (50), Piauí (49), Distrito Federal (46), Sergipe (37), Roraima (50), Mato Grosso (19), Tocantins (14) e Mato Grosso do Sul (11).
Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o secretário-substituto de Vigilância em Saúde, Eduardo Macário, apresentou a nova plataforma de disponibilização de dados sobre a pandemia. O site continua disponibilizando dados atualizados diariamente de casos confirmados, mortes e a letalidade (número de falecimentos por pessoas infectadas).
Essas informações são detalhadas por região e por estado. Foram adicionadas novas informações, como o número de recuperados e a mortalidade. Os recuperados passaram a ser informados diariamente desde a troca no comando do Ministério da Saúde.
Na plataforma, são publicados também dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), grupo de infecção em que a covid-19 se insere. Contudo, deixaram de ser atualizados diariamente os números totais de hospitalizados por SRAG, hospitalizados com covid-19 e hospitalizados com SRAG em investigação.
Primeiros casos
Eduardo Macário informou que há 39 casos identificados no sistema de informação nacional antes do primeiro dia, 26 de fevereiro. O Ministério da Saúde pediu para que secretarias estaduais façam investigação mais detalhada para analisar como se deram esses casos e transmissão.
“No Sivep gripe temos mais de 100 mil casos nesses primeiros quatro meses. Queremos entender melhor, [para saber] se trata-se de erros de digitação. Para nos certificarmos que se trata de casos, precisamos da contribuição das secretarias estaduais e municipais”, disse o secretário.
Profissionais de saúde
A secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Ribeiro, anunciou que a pasta começará um levantamento dos profissionais de saúde contaminados e mortos em razão da covid-19. A equipe do ministério comentou que pretende lançar um boletim epidemiológico com o detalhamento sobre a situação desses profissionais. Até o momento, há 884 trabalhadores da área registrados no sistema como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 276 hospitalizados.
Ela informou que o programa de recrutamento de trabalhadores de saúde Brasil Conta Comigo já cadastrou 931 mil pessoas. Deste total, 431 mil já se dispuseram a atuar em estados e cidades que tenham esta demanda. O primeiro município a solicitar auxílio foi Manaus, para onde foram enviados 377 profissionais.
Mayra informou que começou a ser disponibilizado para os profissionais um apoio psicológico. Entre os trabalhadores enviados a Manaus, em 6% já foram encontradas situações de ansiedade e depressão.
“Temos que ter cuidado com nossos profissionais para que estejam aptos a enfrentar a pandemia. Eles precisam de mais suporte emocional para continuar atuando”, observou a secretária.
A secretária respondeu a questionamentos sobre o atraso no pagamento das bolsas de residência médica, realizado hoje por entidades que reúnem esses pesquisadores. Mayra Ribeiro informou que atualmente há 22 mil residências. Ela justificou afirmando que as bolsas são devolvidas quando há inconsistências nos dados bancários. Nesta situação, o Ministério da Saúde entra em contato com instituição de ensino ou residente. “Como os sistemas de pagamento abrem uma vez, quando recebemos a correção esperamos até que o sistema abra para poder reincluí-los”, respondeu Mayra.