Uma das lideranças dos atos terroristas, Ana Priscila Azevedo chegou a ser detida no domingo por militares do Exército, mas sua prisão só ocorreria 2 dias depois, pela PF, fora do DF
Com Yahoo Notícias
Os militares do Exército que atuavam dentro do Palácio do Planalto no domingo, 8, quando golpistas invadiram o prédio oficial e destruíram o que encontraram pela frente, chegaram a deter uma das principais lideranças do movimento criminoso identificadas até agora, Ana Priscila Azevedo. A extremista, no entanto, não figurou entre os presos no prédio da presidência da República naquela noite.
Ligada a grupos extremistas que organizaram a vinda de caravanas até Brasília, Ana Priscila aparece em vídeo que ela mesmo disseminou nas redes sociais, rodeada pelos militares do Exército, sentada ao lado de uma fileira dos agentes de segurança. Naquele momento, quando tudo já tinha sido destruído pelos criminosos, ela comemora, sem nada dizer e apenas fazendo gestos militares, o resultado da invasão.
Golpismo liberado
Depois disso, Ana Priscila Azevedo simplesmente sumiu dali, enquanto centenas de pessoas eram detidas em vários pontos da Praça dos Três poderes, incluindo o próprio Palácio do Planalto.
A prisão da golpista só iria ocorrer, na realidade, dois dias depois, em outro município localizado a mais de 60 quilômetros do Palácio do Planalto. Na terça-feira, 10, a Polícia Federal informou que havia prendido Ana Priscila em Luziânia, um município de Goiás, já fora do Distrito Federal. A ordem de prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ana Priscila aparece em vídeo anunciando, antecipadamente, o que viria a ocorrer na Praça dos Três poderes. “Nós vamos colapsar o sistema, nós vamos sitiar Brasília, nós vamos tomar o poder de assalto, o poder que nos pertence”, disse ela, numa live realizada em 5 de janeiro, no acampamento bolsonarista que ficou montado no entorno do Quartel General do Exército, em Brasília, por meses.
A reportagem questionou o Exército sobre os motivos de Ana Priscila, que estava detida pelos militares, ter sido liberada pelos agentes ou, simplesmente, ter “escapado”. Não houve nenhum posicionamento até a publicação deste texto.
Ana Priscila Azevedo faz parte do levantamento de ao menos 88 pessoas que, conforme mostrou reportagem do Estadão, se envolveram diretamente nas invasões e depredações dos espaços públicos. A convocação para os atos já tinha um propósito golpista pré-estabelecido. Mensagens de mesmo teor foram reforçadas em centenas de postagens produzidas por manifestantes, que também trataram de destacar o papel de liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a mobilização criminosa ocorrida em Brasília.
Nesta quinta-feira, 12, em encontro com jornalistas ocorrido no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expôs a sua contrariedade com diversas situações em que os militares se envolveram com o governo Bolsonaro e contou que, na noite do domingo, após os atos de invasão e depredação, dois blindados foram colocados na avenida que dá acesso à avenida onde ficava o acampamento na porta do Quartel General do Exército, para impedir a ação da polícia contra os extremistas. “Os tanques estavam protegendo o acampamento. O general me ligou dizendo para que não entrasse no acampamento de noite que era perigoso”, contou o presidente.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a campanha de disputa à Presidência prometendo isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganhasse até R$ 5 mil
Com Terra Brasil
A informação foi um dos destaques no site do Partido dos Trabalhadores: “É uma necessidade urgente e integra a lista de medidas que serão implementadas em 2023”, garantia. A proposta tinha como tema a retomada do poder de compra dos brasileiros.
Isenção do imposto de renda foi uma promessa de campanha de Lula | Foto: Reprodução
Entretanto, a partir deste ano, quem ganha pelo menos um salário mínimo e meio por mês (R$ 1,9 mil) passa a pagar o imposto à Receita Federal. O desconto já ocorre na folha de pagamento para essa quantia, com alíquota mínima de 7,5% sobre a renda.
Com base nos dados da inflação, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco) calcula uma defasagem de 134% sobre a tabela do IR para a pessoa física, que não é reajustada desde 2016. Caso o governo fizesse o reajuste integral, a renda mensal isenta de declarar o IR sairia do teto atual para R$ 4,4 mil na declaração deste ano, segundo os cálculos da entidade.
Hoje, quase 38 milhões de contribuintes devem declarar imposto de renda. Se houvesse correção integral da tabela, como prometido por Lula, somente 11,5 milhões de brasileiros continuariam obrigados a declarar. Só que o reajuste significaria uma renúncia fiscal de R$ 184 bilhões para a Receita Federal, de acordo com as estimativas da Unafisco.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu inquérito contra três deputados bolsonaristas recém-diplomados que teriam incitado atos antidemocráticos neste domingo (8). Os alvos são André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE) e Silvia Waiãpi (PL-AP).
POR JULIANA BRAGA
De acordo com as informações que chegaram ao Ministério Público Federal, os três incentivaram os atos golpistas por meio de áudios, vídeos e reuniões. O inquérito será encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Na segunda-feira (9), a bancada do PT na Câmara e o PSOL entraram com representações junto ao STF pedindo que parlamentares que participaram ou incentivaram atos antidemocráticos e golpistas sejam investigados pelo ministro Alexandre de Moraes.
Além dos três, os dois partidos pedem ainda a investigação da suplente Pâmela Bório (PSC-PB).
A colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, revelou que Waiãpi apoiou publicamente os atos de vandalismo ocorridos no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no STF. Em publicação nas redes, ela sugeriu que estava em curso uma ação contra um suposto "governo vermelho". Ainda no domingo, ela apagou as postagens.
A medida, tomada pelo procurador-geral, Augusto Aras, ocorre no momento em que ele busca mostrar que não foi leniente com manifestações antidemocráticas.
‘Nós vamos colapsar o sistema, nós vamos sitiar Brasília’, disse uma extremista; outro, com nome de Bolsonaro no boné, orientou pichações no Supremo; mais de 1.500 foram presos após ataques contra STF, Congresso e Planalto
Por: Julia Affonso, Vinícius Valfré, Daniel Weterman, André Borges, Felipe Frazão, Levy Teles -Estadão
Fotografias, vídeos e trocas de mensagens em grupos restritos comprovam que a invasão ao Palácio do Planalto, ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF) por extremistas foi um ato premeditado e organizado em seus detalhes, e não uma ação espontânea. Nos últimos dois dias, o Estadão analisou cerca de 26 horas de transmissões ao vivo, listas de passageiros de ônibus, postagens em redes sociais e centenas de imagens. O material deixa claro que os manifestantes foram para Brasília dispostos, efetivamente, a invadir as sedes dos três Poderes.
O Estadão identificou a participação de 88 pessoas nas invasões e depredações dos espaços públicos. A convocação para os atos já tinha um propósito golpista estabelecido: “Nós vamos colapsar o sistema, nós vamos sitiar Brasília, nós vamos tomar o poder de assalto, o poder que nos pertence”, disse Ana Priscilla Azevedo, numa live realizada em 5 de janeiro, no acampamento bolsonarista montado no entorno do Quartel General do Exército, em Brasília. Não era um grito isolado. Mensagens de mesmo teor foram reforçadas em centenas de postagens produzidas por manifestantes, que também trataram de destacar o papel de liderança do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre a mobilização golpista.
Ana Priscila Azevedo Foto: Reprodução/Redes Sociais
“Jair Messias Bolsonaro, você vai estar voltando para essa nação para continuar o seu governo”, disse o missionário Felício Quitito, ao invadir o plenário do Senado. Com a foto presidencial de Bolsonaro arrancada da galeria de ex-presidentes do Palácio do Planalto, Alcimar Francisco da Silva deixou clara a sua inspiração para invadir a casa oficial do governo federal. “Meu herói. Estamos na casa dele aqui, na nossa casa”, afirmou Silva, exibindo o retrato.
As provas que mostram a intenção golpista também revelam a conivência da Polícia Militar do Distrito Federal. A caminho do Congresso, uma mulher que se identificou como Margarida disse aos seus seguidores que o objetivo era “tomar” o local. “Orem por nós”, pediu. Já Jussara Oliveira elogiou os policiais. “Um agradecimento todo especial à PM, que a todo tempo está nos apoiando”, afirmou. Era um clima de confraternização. “Não tem Dubai, não tem Paris, não tem viagem que eu tenha feito na vida que seja melhor do que esse dia que eu sonhei tanto, que a gente ia tomar isso daqui”, vibrou Aline Magalhães em vídeo que exibiu nas suas redes sociais.
Golpistas que atacaram Brasília
Dentro do Congresso, Alessandra Faria Rondon ocupou a cadeira e mesa do senador licenciado e atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), no Senado. “Eu só saio daqui a hora que os traidores da Pátria estiverem presos”, afirmou, aos berros. “Queremos intervenção militar.”
O guarda municipal Joelson Sebastião Freitas comemorou o êxito golpista e até mesmo a direção do vento, que jogava a fumaça das bombas de gás na direção dos policiais. “Como Deus é bom, a fumaça vai só para a polícia”, celebrou, enquanto invadia o Palácio do Planalto ao lado da mulher, Marisa Nogueira. “Amor, venha, vamos subir a rampa antes que a polícia chegue.”
Joelson Sebastião Freitas
Joelson Sebastião Freitas Foto: Reprodução/Redes Sociais
Houve quem lamentasse a perda de itens pessoais, mas dizendo que o caos valia o preço. “Estamos quebrando tudo, fazer o quê? O povo é soberano. Eu perdi o meu Ray-Ban, caiu nessa porra toda. Mas valeu”, disse Beto Rossi, ao invadir o Planalto.
Próximo dali, Fabrizio Cisneros mostrava o Supremo depredado, ao som de vidros sendo quebrados, e pedia que seus seguidores compartilhassem as imagens. “O mundo inteiro tem que saber que a gente tomou o poder de novo e a gente não vai sair daqui. A gente não vai recuar”, disse o extremista. “Infelizmente, tivemos que ser um pouco mais ríspidos.”
Cisneros vestia um boné com o nome de Bolsonaro, que tinha o rosto estampado em uma infinidade de camisetas. Em um dos vídeos, ele pediu a outro extremista para pichar a sede do Supremo. “Não seria interessante escrever nela (janela): Supremo é o povo? Pega essa tinta e escreve nela”, disse. “É a revolução dos manés.”
Durante a transmissão ao vivo, as palavras de Cisneros repercutiam o sentimento de milhares de pessoas que se entocaram por mais de um mês dentro de barracas erguidas na porta do Exército. Disse que os radicais haviam ficado 70 dias nas ruas, “esperando que se fizesse algo” sobre a vitória de Lula Inácio Lula da Silva (PT). “Nada foi feito. Então, viemos tomar o poder, que é nosso por direito”, afirmou. “A gente vai ser resistência até o dia que o Exército intervier com a GLO (Garantia da Lei e da Ordem).”
Os apoiadores do ex-presidente acreditavam que, ao causar o caos nos prédios públicos, as Forças Armadas teriam uma justificativa para dar um golpe e tirar Lula do Palácio do Planalto. “Já tomamos aqui, o pior já foi feito”, afirmou Cineroso. “Não podemos perder essa única e última oportunidade. O Exército tem que vir, tem que intervir.” Após a depredação, o petista decretou intervenção federal na segurança do Distrito Federal e mais de 1.500 extremistas foram presos.
No início da noite, Rafael Faus mostrou que a Esplanada dos Ministérios já estava tomada pelas forças de segurança. “Polícia para c* jogando bomba na gente”, reclamou. “Vamos para cima, vamos entrar de novo.”
Rafael Faus
Rafael Faus Foto: Reprodução/Redes Sociais
Desde o quebra-quebra, muitos extremistas têm apagados seus perfis nas redes sociais ou os vídeos que fizeram do ato golpista. No domingo, o Estadão assistiu e gravou trechos das lives que os radicais fizeram, o que permitiu a identificação de Karoll Dias, Gilmar Faria, do “Patriota Guilherme” e de Gilberto Mariano, por exemplo.
Veja os 88 invasores identificados pelo Estadão:
- Fátima Mendonça: Aos 67 anos, confirmou em vídeo que participava da invasão e que ia “pegar o Xandão”. “Quebrando tudo e cagando nessa bosta aqui”, disse.
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Fátima Mendonça
Fátima Mendonça Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Adriano Castro: Ex-BBB, participou da invasão ao espaço público, convocou as pessoas a aderirem ao ato golpista e fez quatro horas de transmissão ao vivo do vandalismo. “A galera estava ansiosa para sair do quartel. Ninguém aguentava mais. Acabou, chega”.
Adriano Castro
Adriano Castro Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Alcimar Francisco da Silva (à esquerda na foto): Invadiu o Palácio do Planalto. Gravou uma live com o retrato de Bolsonaro retirado pelos golpistas da galeria de ex-presidentes do Palácio do Planalto. Foi a única preservada. “Meu herói aqui. Estamos na casa dele”.
Alcimar Francisco da Silva
Alcimar Francisco da Silva
- Cabo Correa: Invadiu o Congresso em 2016 pedindo intervenção militar, não foi punido e voltou a atacar no dia 8 o mesmo prédio público.
Cabo Correa
Cabo Correa Foto: Reprodução/Redes Sociais
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- Camila Mendonça Marques: Com máscara e óculos de natação para se proteger de armas de efeito moral, invadiu o Palácio do Planalto.
Camila Mendonça Marques
Camila Mendonça Marques Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Daniel Muller Xerife: Candidato a deputado estadual em SP, invadiu o STF gritando “o Supremo é nosso”.
Daniel Miller Xerife
Daniel Miller Xerife Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Edina Cordeiro: Na marcha à Praça dos Três Poderes já avisava que objetivo era a invasão para “tomar o que é nosso”.
- Pamela Monique Cardoso Bório: Ex-primeira-dama da Paraíba foi flagrada na rampa do Congresso com outros manifestantes, invadindo um espaço de acesso restrito.
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- Samuel Faria: Invadiu o Congresso, sentou-se na cadeira do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e gravou vídeo pedindo Pix para sustentar o golpe.
Samuel Faria
Samuel Faria Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Thiago Bezerra: Pastor em Goiânia, transmitiu invasão ao vivo e apagou a conta após ser investigado. Invadiu o Congresso.
Thiago Bezerra
Thiago Bezerra Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Vitória Gonçalves: Namorada de Gilbert Klier, posou fazendo o “V” da vitória”
- Patriota Guilherme: Transmitiu ao vivo a ação dos vândalos; teve o perfil bloqueado por ordem de Moraes. Invadiu o espaço público.
- Gisele Guedes: Invadiu espaço público. Da Praça dos Três Poderes gravou vídeo dizendo que a invasão era “reintegração de posse”
- Moyses Douglas Zaramella: Esteve em um dos primeiros grupos a tomar o teto do Congresso e mostrar tentativa de acesso às cúpulas
Moyses Zaramella
Moyses Zaramella Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Alexandra Moscoso: Participou da invasão do Senado Federal, celebrando o ato criminoso com os demais golpistas
Alexandra Moscoso
Alexandra Moscoso Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Erlon Paiotta Ferrite: Foi flagrado na invasão do Supremo Tribunal Federal, chutando um busto de metal caído no chão
- José Donizete Correa: Político bolsonarista, invadiu o Congresso e gravou vídeo no teto do prédio, em frente às cúpulas
- Gilbert Klier: Tenista suspenso por doping, esteve nos atos golpistas e divulgou foto, mas depois disse ter se arrependido. Invadiu espaço público.
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Vitória Gonçalves Gilbert Klier
Vitória Gonçalves Gilbert Klier Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Josafá Ramos dos Santos: Sargento da Polícia Militar da Bahia, estava acampado em Brasília e participou da invasão.
- Salomão Vieira: Cantor gospel, foi um dos incentivadores das invasões por meio de diversas lives. Transmitiu os atos golpistas direto da Esplanada.
Salomao Vieira
Salomao Vieira Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Vânia Regina Mielke: Invadiu o teto do Congresso. Nas redes, usa foto de Bolsonaro
Vania Regina Mielke
Vania Regina Mielke Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Alessandra Faria Rondon: Invadiu Senado e gravou na cadeira de senador Carlos Fávaro, a quem chamou de “traidor”. “Só saio daqui na hora que s traidores da pátria estiverem presos”.
- Ana Priscila Azevedo: Organizadora de grupo extremista no Telegram, comemorou invasão e vandalismo e atacou STF. Invadiu o Supremo e o Planalto. “Nós vamos colapsar o sistema, sitiar Brasília, tomar o poder de assalto”.
- Fabrizio Cisneros: Invadiu o Supremo. Usava boné com nome de Bolsonaro e orientou pichações na fachada do prédio.
Fabrizio Cisneros
Fabrizio Cisneros Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Felicio Quitito: Invadiu Senado e gravou vídeo dizendo que Bolsonaro voltaria para continuar governo.
Felício Quitito
Felício Quitito Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Rafael Faus: Ao mostrar a Esplanada tomada pela polícia, ameaçou: “Vamos para cima, vamos entrar de novo.”
- Ridauto Lucio Fernandes: General da reserva do Exército, foi diretor de Logística do Ministério da Saúde no governo Bolsonaro. Invadiu a Praça dos Três Poderes e exaltou ato.
Ridauto Lucio Fernandes
Ridauto Lucio Fernandes Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Joelson Sebastião Freitas: Guarda municipal em Foz do Iguaçu (PR), invadiu o Congresso e o Planalto e defendeu em vídeo reação a policiais e militares.
- Simone Tosato: Esteve no acampamento em frente ao QG e participou da invasão na Praça dos Três Poderes.
Simone Tosato
Simone Tosato Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Ana Flávia Batista: Transmitiu todo o deslocamento do QG do Exército para a Praça dos Três Poderes. Invadiu o Senado Federal e ocupou o plenário, de onde fez uma live de 2h30 e pedia um golpe de Estado das Forças Armadas.
- Adriano Camargo Testoni: Coronel aposentado aparece na área restrita do Congresso xingando o Exército.
- Beto Rossi: Participou de invasão e reclamou ter perdido um óculos: “perdi meu Ray-Ban, caiu nessa p*, mas valeu”.
- Gilmar Faria: Invadiu o Planalto pensando que o local era o Congresso.
- Karoll Dias: Transmitiu o ato golpista pelo Tik Tok e comemorou a invasão do Supremo: “Xandão do cão”.
Karoll Dias
Karoll Dias Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Aline Magalhães: No Congresso, disse que era melhor dia de sua vida, “mesmo com bomba, com gás lacrimogêneo”. “Não tem Dubai, não tem Paris. Não tem viagem que tenha feito na vida que seja melhor que esse dia que sonhei tanto. Que a gente iria tomar isso daqui”.
- Paulo Silva: Pastor, missionário e apoiador de Bolsonaro, invadiu a sede do Congresso Nacional.
Paulo Silva
Paulo Silva Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Aline Bastos: Subiu no teto do Congresso, área proibida, e gravou vídeos dizendo não aceitar “ser governada por ladrão”.
- Ederson Diniz: Tomou o teto do Congresso com pedido de golpe militar, o que é inconstitucional: “Forças Armadas, venham!”.
- Edson Feitosa: Estava em grupo que invadiu área do Congresso bloqueada e disse que ato era vitória dos patriotas.
- Gilberto da Silva Ferreira: É suplente de vereador em Nova Santa Rita (RS) e invadiu a sede do Congresso.
Gilberto da Silva Ferreira
Gilberto da Silva Ferreira Foto: Reprodução/Redes Sociais
- Gilberto Mariano: Invadiu a Praça dos Três Poderes. Na saída do ato, quis voltar para o quartel-general do Exército e manter o movimento golpista.
- João Salas: Tentou minimizar a atuação após a depredação dos prédios: “Entrei para mostrar como estava lá dentro”. Invadiu os prédios públicos.
- Leandro Alves: Participou do movimento de invasão da Praça dos Três Poderes.
- Luciano Oliveira dos Santos: É conhecido como Popó Bolsonaro e ironizou a reação da polícia: ”o pessoal está empurrrando bala de borracha na gente, é normal, estamos protestando”. Invadiu a Praça dos Três Poderes.
- Lucimario Benedito Camargo: É flagrado em imagens durante a invasão do Palácio do Planalto, carregando uma bandeira do Brasil.
- Luiz Fernandes Ferreira: ”Vamos tomar, tem que ser desse jeito”, gritava Ferreira, dentro das invasões em Brasília.
- Mathews Lukkas Phellype: Teve a participação registrada nos atos de invasão.
- Pedro Noronha: Esteve no acampamento no QG do Exército, em Brasília e participou da invasão a Praça dos Três Poderes.
- Rodrigo Raul Tara: Participou da invasão do gramado do Congresso.
- Romario Garcia: Participou da invasão do gramado do Congresso.
- “sergio_brucutu”: Participou da invasão ao Congresso.
- Thiago Queiroz: Invadiu o Senado Federal. É advogado.
- Dayane Muhammad: Participou da invasão. ”É tudo ou nada, quebramos tudo”, afirmou em vídeo.
- Jussara Oliveira: Invadiu o Congresso alegando que “tinha permissão”.
- Leo Indio: Sobrinho de Bolsonaro. Invadiu o Congresso.
- Zuleica Portes Machado: “Tomamos”, anunciou ao invadir o Congresso.
- Margarida (sobrenome não identificado): A caminho do Congresso, disse que o objetivo era “tomar” o local e pediu oração aos seguidores.
- Roniclei Teixeira: ”Botamos os vagabundos para correr”, anunciou na porta do STF. Participou da invasão.
- Luis Fernando, o “Sabugueiro”: Invadiu o Congresso. “Invadindo essa bosta”, disse em vídeo.
- Erlindo Cruz: Pastor e ex-candidato a vice-prefeito de Chapadas dos Guimarães invadiu o Planalto pela rampa.
- Eduardo Arantes Barcelos: Participou da invasão na Praça dos Três Poderes.
- Francisco Andrade da Conceição: Veio de Santarém (PA) e postou vídeo para anunciar a invasão do Congresso, Palácio e STF.
- Francisco Gaudêncio Schena: Participou da invasão a Praça dos Três Poderes.
- Natália Karina: Participou da invasão na Praça dos Três Poderes e fez vídeos no teto do Congresso, área de acesso proibido.
- Nelma Barros Braga Perovani: Participou e celebrou as invasões do Congresso Nacional, com vídeos divulgados com golpistas nas redes.
- Rieny Munhoz Marçula: Participou da invasão na Praça dos Três Poderes. Na invasão, disse que o gás lacrimogêneo veio, mas seria “resistência”.
- Sara Sany: É de Sete Lagoas (MG) e participou dos atos que resultaram na invasão do Congresso Nacional.
- Yago Sampaio: Participou da invasão na Praça dos Três Poderes
- Gaspar Rafael: Eletricista, gravou um vídeo próximo ao Espelho D’Água do Congresso: “Dominamos tudo”
- Rodrigo Cardoso: Participou da invasão na Praça dos Três Poderes.
- Marta Calliari: Guarda Municipal em Gravataí (RS), ela participou das mobilizações na Esplanada dos Ministérios. ‘Acabamos de invadir o Congresso Nacional”, postou.
- Luciana Novaes: Do Paraná, ela participou da invasão ao Congresso Nacional.
- Marcos Poggetti de Menezes: Apoiador de Bolsonaro e do PL, fez selfie na invasão ao Salão Negro do Congresso.
- Marcos Alexandre Mataveli de Morais: Ex-vice-prefeito de Pancas (ES), participou da invasão ao Salão Nobre do Palácio do Planalto e transmitiu os atos.
- Rafael Schmitt: Foi um dos invasores do Salão Verde da Câmara, com ameaças: “ou eles fazem acordo com nós ou já era para eles”.
- Robson Pereira Stenpim: Posou para as redes sociais no teto do Congresso, área de segurança com acesso proibido ao público.
- Edmara Cardin Teixeira: Transmitiu a invasão do Congresso na altura do Salão Negro. De Lins (SP), cobrava intervenção militar e atribuia o quebra-quebra a infiltrados.
- Mari Cristina Bizari: Participou da invasão na Praça dos Três Poderes. Falava em salvar o Brasil durante a invasão. Foi candidata derrotada a deputada estadual em SP.
- Perpétua Aguiar Germano: a fisioterapeuta Maria Do Perpétuo Socorro Aguiar Germano invadiu o Congresso e celebrou nas redes sociais, dizendo que as bombas não impediriam o mesmo no Planalto. Candidatou-se a deputada estadual no Ceará pelo PL e foi derrotada candidata derrotada.
- Vanessa Harume Takasaki: Invadiu o Palácio do Planalto, de peruca rosa, e subiu a rampa interna até o 3º andar, onde fica o gabinete presidencial. É de Tupã (SP) e foi presa no Planalto.
- Veri Mendes: Participou de ato golpista se apresentando como “ativista política bolsonarista”.
- Vinicius Matsunaga Sanches: Dono de uma cutelaria em São Paulo, ele foi flagrado na tomada da Praça dos Três Poderes.
- Caio Enrico Lima: De Hortolândia (SP) invadiu o Congresso Nacional e disse ter reagido por não estar de acordo com o comunismo. Segundo ele, atos totalmente pacíficos não resultam em nada
- Marisa Aparecida Aires Nogueira: Mulher de Joelson Freitas, também é guarda municipal e participou de invasões às sedes dos Poderes
- Wallace França: Policial legislativo posou ao lado dos golpistas durante a invasão do Senado Federal.
- Silvia Waiãpi: Deputada federal eleita pelo PL no Amapá, chegou a publicar vídeos de cima do Congresso Nacional. Depois, apagou o material das redes.
- Gilberto Carlos da Nóbrega: Veio de Cáceres (MT) e divulgou imagens utilizando uma balaclava para esconder o rosto.
- Ruy Garcia: vereador de Inhumas (GO), participou da invasão à área do Congresso e posou para fotos com amigos.
Ministro da Justiça afirmou que 1.500 pessoas foram detidas desde o último domingo, 8
Por Vanessa Ortiz
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira, 9, durante uma entrevista a jornalistas, que 1.500 pessoas foram detidas, desde domingo, 8, após os atentados terroristas no Distrito Federal. Desse número, 1.200 estavam em frente ao QG do Exército, em Brasília. Dino disse que eles serão ouvidos até terça-feira, 10, e caberá ao Judiciário decidir se serão presos ou não.
O Exército e a Polícia Militar do DF realizaram, nesta segunda, uma operação para desmontar o acampamento de bolsonaristas que participaram dos atos. O grupo foi encaminhado para a Polícia Federal.
"É claro que eles estão sendo ouvidos e as providências de polícia judiciária serão tomadas, inclusive com a posterior comunicação ao Poder Judiciário. Caberá ao Judiciário dizer o que vai acontecer com eles. Alguns serão submetidos à audiência de custódia, outros podem eventualmente receber o benefício da liberdade provisória. Então, não podemos dizer o que vai acontecer com cada um. Haverá encaminhamento ao Poder Judiciário, creio que hoje ou amanhã”, declarou.
Ele salientou que houve no domingo 209 prisões em flagrante e que foram apreendidos, nos dois dias, 40 ônibus, inclusive em deslocamento, tentando sair de Brasília. “Em um desses ônibus havia arma de fogo".
‘Tentativa de golpe de Estado’
Dino classificou os atos como criminosos e afirmou que o grupo bolsonarista tentou “golpe de Estado” e praticou danos ao patrimônio público, já que invadiu e destruiu parte da área do Três Poderes, bem como “formação de quadrilha” e promoção de “lesões corporais”, contra jornalistas que trabalhavam no local e policiais.
O ministro também afirmou que as pessoas envolvidas serão punidas, não só no âmbito penal, como civil, arcando com a depredação do patrimônio público que ocorreu no domingo. De acordo com ele, isso caberá à Advocacia-Geral da União (AGU).
"Faço questão também de mencionar que foram realizadas também as perícias pela Polícia Federal nos edifícios-sede do Executivo, no Congresso Nacional e do Supremo. Perícias essas visando os inquéritos que estão sendo instaurados na Polícia Federal e, também, para promoção da responsabilidade civil", afirmou.
“Nós vimos a manifestação de um ódio contra instituições que foram duramente atacadas nos últimos anos, a exemplo do STF. Quem viu imagens, viu a materialização e o efeito do discurso de ódio, que não era anedótico, como nós alertamos esses anos todos. Palavras tem poder e essas palavras se transformaram em ódio e destruição. Mas essa é outra cadeia de responsabilidade jurídica ainda, é política”, completou.‘Capitólio brasileiro’
Dino chamou o episódio extremista e criminoso que ocorreu no Distrito Federal de "Capitólio brasileiro”, em comparação com o ataque ao Congresso dos EUA, em 6 de janeiro de 2021, para impedir que Joe Biden assumisse a Casa Branca, após as eleições. O ataque foi liderado por apoiadores do ex-presidente Donald Trump.
"Deus abençoou o Brasil, porque não tivemos nenhuma morte. [...] Nós ontem tivemos o ‘Capitólio Brasileiro’, com duas diferenças: a primeira, não houve óbitos e segundo, teve mais presos aqui do que lá, e com muita velocidade. O que mostra que as instituições sobreviveram a esse estresse a que foram submetidas. Mas não tenho dúvida que vivemos no ‘Capitólio brasileiro’.”
"Em primeiro lugar, quero afirmar que o nosso país caminha para a absoluta normalização institucional com muita velocidade. Hoje, o presidente Lula realizou reuniões com os Três Poderes da República e os comandantes das Forças Armadas de modo que, tanto no que refere às instituições civis quanto às militares, reina a plena compreensão quanto à importância da proteção da Constituição e da democracia", disse.
Financiamento dos atos
O ministro confirmou que a Polícia já busca por aqueles que financiaram os atos, embora, ainda não seja possível saber como isso se organizou. Agora, serão mapeados os contratantes de ônibus, e chamados para prestar depoimento.
"Não é possível ainda distinguir o financiamento. O que é possível dizer é que havia financiamento. Temos a relação de todos os contratantes dos ônibus, e eles serão chamados. Todos os que contrataram ônibus e vieram para Brasília nesse período serão chamados", afirmou.
Reunião com governadores
Nesta segunda-feira, Lula deve se reunir com governadores dos Estados, a fim de discutir medidas para que o movimento extremista não cresça. Segundo Dino, a medida vai configurar a “união geral do País”.
“A reunião com os governadores já é fruto de uma ideia de união nacional para proteger a Constituição e a democracia”, declarou.