Partido entende que ex-deputada tentou uma manobra política
Com Metrópoles
O diretório do PSDB em São Paulo confirmou na noite da última terça-feira (31) a expulsão de Joice Hasselmann, antes que ela conseguisse se desfiliar do partido.
Não reeleita para um segundo mandato em 2022, a agora ex-deputada havia feito uma série de críticas ao PSDB em entrevista ao portal Metrópoles.
Tentativa de desfiliação
Joice chegou a anunciar sua desfiliação do partido na última terça, menos de uma hora antes da reunião que determinou sua expulsão.
Segundo o PSDB, a ex-deputada desrespeitou a legislação eleitoral ao enviar seu pedido de desfiliação ao diretório estadual, e não ao municipal, como estabelecido.
Expulsão por unanimidade
Diante do erro, o presidente do partido na capital paulista, Fernando Alfredo, marcou reunião com os 71 membros do diretório municipal para decidir o futuro da política.
Durante o início da noite, o partido definiu por unanimidade a expulsão de Joice.
Tentativa de manobra política
Segundo os tucanos, com o pedido de desfiliação, a ex-deputada tentou uma manobra política para evitar a imagem de que havia sido rejeitada pelo partido.
Com a expulsão, constará nos registros da Justiça Eleitoral que Joice foi obrigada a deixar a sigla.
Críticas à ex-filiada
O diretório municipal do PSDB publicou uma nota após a decisão, com diversos ataques a Joice.
“A entrada dela no partido foi objeto de inúmeros pedidos de impugnação desde o anuncio de sua filiação, sua postura arrogante e a forma como sempre tratou pautas e princípios caros ao PSDB sempre trouxe desconforto a quem é tucano/tucana por convicção não por conveniência”, diz o texto.
Ataque de Joice
Na segunda-feira (30), Joice concedeu entrevista ao Metrópoles na qual considerava o PSDB o principal responsável por seu fracasso nas urnas na última eleição, chegando a chamar o partido de "âncora".
“O PSDB saiu muito menor das urnas. Acho também que foi uma âncora na minha eleição, me puxou para baixo porque o partido está extremamente desgastado”, disse ao Metrópoles.
Candidatura frustrada
Joice foi a segunda deputada federal mais votada em 2018, aproveitando a onda de conservadorismo que marcou aquela eleição, com mais de um milhão de votos pelo PSL, mesmo partido que elegeu Jair Bolsonaro presidente naquele ano.
Depois de romper com Bolsonaro, ela filiou-se ao PSDB em 2021, a convite do então governador de São Paulo João Doria, e tentou se reeleger deputada federal.
Na eleição do ano passado, porém, apresentou queda vertiginosa de popularidade, recebendo menos de 14 mil votos e ficando longe de assumir uma cadeira na Câmara.
Planalto estaria oferecendo superintendências estaduais outras posições de segundo escalão em troca de votos de senadores indecisos
Com Yahoo Notícias
Palácio do Planalto oferece cargos de segundo escalão em troca de votos para reeleger Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a presidência do Senado;
Posições seriam principalmente superintendências estaduais que ainda não foram ocupadas;
Pacheco disputa o comando da Casa Alta contra Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para conseguir a vitória de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na reeleição para a presidência do Senado, o Palácio do Planalto tem disponibilizado cargos de segundo escalão ainda não ocupados.
Pacheco está na disputa contra Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL) e aliado do ex-presidente.
Segundo informações da CNN Brasil, aliados do senador mineiro e fontes do governo confirmaram que os cargos estão sendo disponibilizados na busca por votos de parlamentares indecisos. As posições estão nos estados, como superintendências e dezenas de cargos ainda não preenchidos.
O ponto de maior atenção é o próprio partido de Pacheco, o PSD, com grupo contrário a promessa feita a Davi Alcolumbre, atual presidente do colegiado, de assumir a Comissão de Constituição de Justiça. Dos 13 senadores do partido, cinco cogitam votar em Marinho, indica apuração da CNN Brasil.
Também é ponto de atenção o União Brasil, partido de Alcolumbre, que teria alguns membros incomodados com o controle exercido por ele em cargos da CCJ, além das negociações com o governo.
Apesar do crescimento da campanha de Marinho nos últimos dias, a expectativa de aliados de Pacheco ainda é de vitória do atual presidente da Casa Alta.
Pelas contas, o representante do PSD teria 55 votos, contra 45 do aliado de Bolsonaro. Em 2021, ele foi eleito com 57 votos.
Por outro lado, o grupo próximo a Marinho acredita na virada dele até a quarta-feira (1º), quando ocorre a eleição. Em favor do membro do PL estão ainda cerca de quatro votos destinados a Eduardo Girão (Podemos-CE) que deve desistir da candidatura.
Aliados de Marinho descartam a tese de a eleição para o Senado seria um segundo turno da disputa presidencial entre Lula (PT) e Bolsonaro. Para eles, a mudança é sobre o grupo que comanda Casa. Tendo em vista que Alcolumbre presidiu o Congresso em 2019 e indicou Pacheco para substituí-lo em 2021, a reeleição do senador mineiro seria uma nova alternância entre os dois.
Juscelino Filho, que comanda a pasta de Comunicações, confirmou ter enviado verba para asfaltar estrada que passa por fazenda própria
Por: Daniel Weterman, Vinícius Valfré, Julia Affonso e Tácio Lorran
Em nota enviada ao Estadão, o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, confirmou ter enviado verba do orçamento secreto para asfaltar a estrada que passa por sua Fazenda Alegria. Ele também admitiu conhecer o empresário Eduardo José Barros Costa, o Eduardo Imperador, apontado pela Polícia Federal como sócio oculto da empresa Construservice, que receberá pelo serviço.
"É conhecido de Juscelino Filho há mais de 20 anos, antes mesmo de se tornar parlamentar", destaca a nota encaminhada pela assessoria do ministro.
Juscelino disse que as fazendas beneficiadas pela obra estão desde os anos 1980 nas mãos de sua família. Mas observou, por meio de sua assessoria, que elas são cercadas por "inúmeros povoados". "Considerar que a estrada de 19 km de extensão, que recebeu, sim, recursos de emenda do parlamentar via convênio com a Codevasf, beneficiou apenas sua propriedade é no mínimo leviano, uma vez que a estrada liga os povoados de Estirão e Jatobá", diz um trecho do comunicado. Dos R$ 7,5 milhões enviados por ele, R$ 5 milhões são para fazer o trecho que o beneficia.
Os laços familiares e afetivos do ministro com a região são "profundos", segundo a nota. "É natural e previsível que na qualidade de parlamentar, Juscelino Filho tenha o compromisso de levar recursos para a região, sua base política". O titular das Comunicações assinalou que as propriedades rurais da família "são frutos de investimentos realizados ao longo de décadas" e passam "de pai para filhos".
O secretário de Administração de Vitorino Freire, Josué Lima de Alencar, afirmou que a escolha das estradas para receber o asfalto foi feita pelo município e que a empresa foi selecionada de acordo com os pré-requisitos da licitação.
"Licitação pública não tem escolha de prefeito, não tem escolha de deputado. O senhor é repórter, deve saber como é feita uma licitação, né?", perguntou. Alencar desligou o telefone quando questionado por que a prefeitura decidiu asfaltar a estrada que passa em frente à fazenda de Juscelino.
O Estadão tentou localizar a prefeita de Vitorino Freire, Luanna Rezende (União Brasil). As mensagens não foram respondidas. Irmã de Juscelino, ela aparece nos registros oficiais como dona de ao menos um dos imóveis cortados pela estrada que será pavimentada com verba enviada pelo ministro. Os demais pertencem a Juscelino ou à mulher dele. Em Vitorino Freire, o haras está em nome de Luanna.
Procurado, o advogado Tharick Santos Ferreira, que atua na defesa da Construservice e de Eduardo Imperador, não se manifestou.
Afastado por corrupção, gerente mantém salário
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) confirmou ao Estadão que afastou o funcionário acusado pela Polícia Federal de receber R$ 250 mil de propina da Construservice, a empresa beneficiada pela emenda secreta do ministro Juscelino Filho (Comunicações). Julimar Alves da Silva Filho, gerente regional de Empreendimento de Irrigação, está impedido de entrar na sede da empresa.
A Codevasf informou, porém, que a decisão judicial não prevê prejuízo na remuneração. Assim, ele continua recebendo salário normalmente. Em dezembro, último registro, o valor foi de R$ 20.119,19.
Indicado pelo grupo político do ministro para ocupar o cargo de confiança, Julimar assinou um parecer, no dia 18 de agosto de 2021, dando aval para a obra que beneficia a fazenda de Juscelino. Segundo a Codevasf, a responsabilidade pela seleção da empresa e indicação das estradas é da prefeitura de Vitorino Freire.
Juscelino Filho, ministro das Comunicações, indicou verba para asfaltar 19km de uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, em Vitorino Freire
Por Vinícius Prates
Juscelino Filho, ( União Brasil ), ministro das Comunicações do governo Lula, usou R$ 5 milhões do orçamento secreto para benefício próprio. Conforme levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, o ministro direcionou o montante para asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, em Vitorino Freire (MA). A propriedade também tem uma pista de pouso para um avião particular e um heliponto.
De acordo com as informações do jornal, a obra tem 19 km e corta propriedades de, no mínimo, oito pessoas ligadas ao ministro. A empresa responsável pela obra foi a Construservice, em fevereiro de 2022. Os serviços foram contratados pela irmã do ministro, Luanna Rezende, prefeita de Vitorino Freire.
A Construservice disputou a licitação sozinha e o dono da empresa, Eduardo Imperador, amigo de longa da família, é suspeito de pagar propina a servidores federais para obter obras da cidade, cinco meses após a assinatura do contrato para a pavimentação do local.
Julimar Alves da Silva Filho, engenheiro da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que assinou a autorização do valor orçado para a obra, foi afastado, sob suspeita de receber R$ 250 mil em propina de Eduardo Imperador.
Ao todo, o orçamento da obra ficou em R$ 7,5 milhões. Destes, R$ 5 milhões foram destinados ao trecho de 19km em frente às propriedades do ministro e de seus familiares, e o restante destinado a 11 ruas da cidade.
O ministro indicou a verba em 2020, quando era deputado federal.
'Compromisso com a região'
Em nota, a assessoria do ministro disse que considerar que a obra é um benefício apenas para Juscelino e familiares é "no mínimo leviano", "uma vez que a estrada liga os povoados de Estirão e Jatobá".
“É natural e previsível que, na qualidade de parlamentar, Juscelino Filho tenha o compromisso de levar recursos para a região, sua base política”. O ministro das Comunicações afirma que as propriedades rurais da família “são frutos de investimentos realizados ao longo de décadas” e passam “de pai para filhos”.
Codevasf
A empresa Codevasf disse que não tinha conhecimento que a estrada passa pela fazenda do ministro e familiares. Eles disseram que o responsável por escolher a empresa e a indicação das estradas é da prefeitura.
Conforme a companhia, Julimar Alves da Silva Filho foi afastado após as acusações de receber propina, mas continua recebendo salário de R$ 20 mil por mês.
Prefeitura
O secretário de Administração de Vitorino Freire, Josué Lima de Alencar, alegou que a escolha das estradas para receber o asfalto foi feita pelo município e que a empresa foi selecionada de acordo com os pré-requisitos da licitação.
A prefeita de Vitorino Freire, Luanna Rezende, não se pronunciou sobre o caso.
A parlamentar ficou 19 anos no partido e fez anúncio, neste domingo, pelas redes sociais
Por: Fernando Passarelli
A senadora por São Paulo Mara Gabrilli está deixando o PSDB, depois de 19 anos de filiação. Em postagem nas redes sociais, ela afirmou que vai migrar para o PSD.
Pela internet, a parlamentar escreveu: "Saio com gratidão do PSDB para o PSD, levando comigo a missão de continuar trabalhando pelo Brasil". Junto à publicação, postou uma foto com o tucano José Serra e o novo correligionário Gilberto Kassab.
Em entrevista publicada, neste domingo (29.jan), pelo jornal Folha de S.Paulo, a parlamentar afirmou que o antigo partido "deu uma bela encolhida". Ela disse ter ficado decepcionada com a distribuição dos recursos da legenda para as mulheres.
Candidata a vice-presidente da República na chapa de Simone Tebet (MDB/MS), Gabrilli fica no mandato de senadora até 2027. Ela já foi deputada federal por dois mandatos e vereadora em São Paulo.