Nunca um Fundo Eleitoral distribuiu tanto dinheiro para os partidos e candidatos, assim como jamais, na história política do Tocantins, um apoio político nunca custou tão caro
Por Edson Rodrigues
Já dizia minha saudosa mãe: “filho, você ainda vai ver tanta coisa na política, que nem Deus vai acreditar”. Pois, nestas eleições de 2022, essa “premonição” está se concretizando das mais diversas maneiras.
Afinal, quanto custa um voto?
Os parâmetros são os mais variados para definir o valor de um voto, mas, dependendo do “topete” do chefete, da “liderança” classista, de bairros, de ex-prefeitos, ex-deputado federal, estadual, prefeitos e outros “líderes”, o custo jamais foi tão elevado por um voto. Um mercado inflacionado, de acordo com os recursos do Fundo Partidário, que, também, nunca foram tão generosos.
Dependendo do colégio eleitoral sobre o qual o “chefete” tem influência, o valor cobrado por ele para “influenciar” sua área de influência, pode ser mais alto que um ano do salário que ele recebe. E olha que estamos falando de apenas 45 dias de campanha.
Logo, “receber” o apoio desses “influenciadores eleitorais”, custa não só o valor acertado, como combustível, contratação de cabos eleitorais, alimentação, aluguel de veículos e outros gastos, isso tudo sem ter a certeza de que, no fim, esse apoio vai virar voto na urna.
FUNDO MILIONÁRIO E SILÊNCIO GARANTIDO
Toda essa “inflação eleitoral” só está sendo possível por conta do Fundo Partidário milionário, aprovado pelo Congresso Nacional para este ano. Vale lembrar que o presidente Jair Bolsonaro vetou o aumento da verba, mas os congressistas derrubaram o veto e mantiveram o aumento do Fundo Eleitoral em proveito próprio.
Isso encheu o “mercado” de candidatos endinheirados, em busca de um cargo eletivo e, segundo estimativas, inflacionou em 450% o custo de “receber” um apoio, pois essa prática, além de controversas, está intrinsecamente ligada ao famoso “caixa dois”, pois é onde os candidatos mais “ousados”, derramam recursos na busca insana pelo voto.
Mas, o pior lado desse “negócio” com os votos da população é a garantia de silêncio de ambas as partes – do comprador e do vendedor.
O pacto de silêncio é uma das garantias para que o negócio seja realizado. Só recebe quem não fala nada e só paga quem não terá interesse nenhum em revelar o ocorrido.
Os “aliciadores de votos”, que, antes, eram chamados de “lideranças”, hoje, no jargão político são conhecidos por “vaqueiros”. Qualquer semelhança com “gado” ou “voto de cabresto“ não é mera coincidência.
O “vaqueiro” é que “laça” os votos compráveis e os oferece aos candidatos.
GADO “REPARTIDO” EM PORTO NACIONAL
Toda essa situação que inflacionou o preço do voto, criou, logo aqui, em Porto Nacional, uma situação inusitada, que beira à comédia, se não fosse trágica.
Um vereador apoia três candidatos a deputado estadual e dois a deputado federal. Cada “apoiado” de um grupo político diferente. Como esse vereador teve uma votação expressiva na cidade, ele resolver “repartir” seus votos entre os candidatos que o estão pagando por apoio, com o objetivo, óbvio, de faturar o mais alto possível com sua “reserva” de votos. Cada um dos seus apoiados é levado a um bairro ou comunidade distinta, sem misturar as cores e sem invasão de território, criando um clima de satisfação entre os “compradores” e de extrema satisfação para o “vendedor”, que consegue faturar por cada pedaço da cidade que o apoiou.
Um candidato a senador resolveu apostar alto nessa “liderança” e acabou inflacionando ainda mais o mercado, sem nem desconfiar que os “vaqueiros”, também são conhecidos pelos ”jeitinhos” ou “trairagens” de última hora, e vão dormir, do dia primeiro de outubro para o dia dois, achando que serão os mais bem votados naquela região...
PISTAS, RASTROS E CONSEQUÊNCIAS
Os candidatos e “vaqueiros” que entram de cabeça nessas negociações, fazem os acertos e “recolhimentos”, olho no olho, tête-à-tête, sem transferências bancárias, com 99% dos pagamentos e acertos feitos em “cash”, dinheiro vivo, longe das câmaras de monitoramento, em locais reservados, sem comentar o assunto, em hipótese alguma, por telefone ou aplicativo de mensagens.
Em quase todas as cidades do Tocantins negociações, assim, vêm acontecendo. Todos achando que estão invisíveis aos olhos da Lei. Mas, se nós, dO Observatório Político de O Paralelon13 já estamos sabendo, imagina as polícias Federal e Civil, encarregadas pela Justiça Eleitoral de investigar esse tipo de ação.
As ações do “vaqueiros” e dos candidatos beiram o inacreditável, de tão ingênuas, por uma parte, e tão inescrupulosas, da outra parte. Nestas últimas duas semanas que antecedem as eleições, os “desvios de rota” e “acertos de rumo” serão tantos entre as “lideranças” políticas locais e regionais, que nem Nostradamus seria capaz de prever.
Quem estava “fechado” com fulano vai levar seu grupo para votar em “sicrano” e vice-versa em todas as versões possíveis.
As consequências dessas movimentações repentinas podem ser cadeia, bloqueio de bens e ressarcimento de verbas ao erário público.
Afinal, o Fundo Partidário vem do meu, do seu, do nosso dinheiro, que é alocado, via impostos, para bancar essa “farra” eleitoral.
Os Ministérios Públicos Eleitorais Estadual e Federal estão acompanhando a movimentação de gastos de todos os candidatos, principalmente dos inexpressivos que receberam recursos superiores aos que concorrem à reeleição.
Em caso de desvio de finalidade dos recursos do Fundo Eleitoral, constatados nas prestações de contas, serão abertos inquéritos investigativos que vão mapear, dia a dia, o caminho do dinheiro. Se as contas de campanha forem rejeitadas por “condições insanáveis”, o candidato flagrado, eleito ou não, perde todas as condições de tomar posse, ser diplomado e, o pior, de ter seus votos somados à legenda. Ou seja, pode prejudicar desde os companheiros proporcionais até os candidatos majoritários, diminuindo as chances de eleição de quem agiu corretamente com seus gastos de campanha.
Além disso, serão os seus bens, do candidato irregular, que serão penhorados, bloqueados e arrestados para o ressarcimento dos cofres públicos.
Ou seja, será uma despedida oficial de qualquer pretensão política futura.
Ainda bem que a Lei vale para todos e para todas....
Confira, abaixo, quanto, cada partido, tem para gastar nestas eleições:
União Brasil: R$ 782,5 milhões
PT: 503,4 milhões
MDB: R$ 363,2 milhões
PSD: R$ 349,9 milhões
PP: R$ 344,8 milhões
PSDB: R$ 320 milhões
PL: R$ 288,5 milhões
PSB: R$ 268,9 milhões
PDT: R$ 253,4 milhões
Republicanos: R$ 242,2 milhões
Podemos: R$ 191,4 milhões
[19:53, 25/09/2022] Edson Rodrig Clsto: PTB: R$ 114,5 milhõesSolidariedade: R$ 113 milhões
PSOL: R$ 100 milhões
PROS: R$ 91,4 milhões
Novo: R$ 90,1 milhões (a sigla informou que devolverá o dinheiro)
Cidadania: R$ 87,9 milhões
Patriota: R$ 86,5 milhões
PSC: R$ 76,2 milhões
PCdoB: R$ 76,1 milhões
Rede: R$ 69,7 milhões
Avante: R$ 69,2 milhões
PV: R$ 50,6 milhões
Agir: R$ 3,1 milhões
DC: R$ 3,1 milhões
PCB: R$ 3,1 milhões
PCO: R$ 3,1 milhões
PMB: R$ 3,1 milhões
PMN: R$ 3,1 milhões
PRTB: R$ 3,1 milhões
PSTU: R$ 3,1 milhões
UP: R$ 3,1 milhões
Não existe dinheiro que não deixe rastro...
As críticas a Lula já começaram antes mesmo do debate. Na chegada, os candidatos lamentaram a ausência do líder nas pesquisas. O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição e principal adversário de Lula, atacou o petista ao chegar. “A ausência do presidiário, do ex-presidiário demonstra que ele não tem compromisso com a população. Em 2018, eu não compareci por causa da facada e fui massacrado pelo PT”, afirmou.
Eduardo Gayer e Gustavo Queiroz
O presidente alegou que Lula “foi muito mal” no debate realizado pela Band, no início da campanha, e voltou a acusar o petista de ser responsável por esquemas de corrupção. “Foi tirado da cadeia e ‘descondenado’ por amigos no STF (Supremo Tribunal Federal). Ele é candidato, mas não tem condições morais de ocupar a Presidência.”
“É lamentável que um candidato que diz que precisa fazer voto útil para enfrentar o fascismo, e estigmatiza o fascismo da ponte adversária, não venha, na presença do adversário, mostrar o fascismo dele”, afirmou Ciro ao chegar. “Eu estou aqui para denunciar a corrupção, o fascismo e, mais do que tudo, mostrar que o Brasil tem saída”, disse.
Questionado sobre as propostas que discutirá no debate, o presidente afirmou que quer falar de políticas para mulheres. “Não adianta vitimizar sem proposta para tornar (as mulheres) independentes”, disse. Pesquisas eleitorais mostram que Lula lidera as intenções de voto no segmento.
A candidata do União Brasil, Soraya Thronicke, por sua vez, avaliou a ausência de Lula como um “ato de covardia”. “Comparecer ao debate é obrigação do candidato e direito do eleitor”, afirmou Soraya ao chegar ao debate.1 “Entendo que é ato de covardia do candidato. Você pode organizar sua agenda. A desculpa que foi dada é esfarrapada. É desrespeito.”
Bolsonaro chama Lula de ‘presidiário’ e Ciro diz que petista está de ‘salto alto’ por falta a debate https://t.co/qAhIhmjUVU
— orelato (@orelato2016) September 25, 2022
O candidato do Novo, Felipe d’Avila, criticou o pedido por “voto útil” no primeiro turno, incentivado por Lula. “Voto útil para quem? Não é para o povo. Útil para o povo é o voto que vai livrar o Brasil da política populista que esses candidatos pregam”, afirmou ao chegar ao SBT, em referência ao petista e Jair Bolsonaro. O candidato também disse que a polarização fez com que propostas não fossem discutidas ao longo da campanha. “Minimalismo político empobreceu a eleição”, afirmou.
O petista atribuiu, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 23, a falta a conflitos de agenda e desconhecimento de um dos debatedores. Lula disse que, quando o debate foi agendado, ele já tinha comícios marcados. Ele afirmou também que não teve tempo para conhecer o novo candidato, que ele “nem sabe quem é”, em referência a Padre Kelmon (PTB).
Os veículos de imprensa que organizam o debate, informam que a formação do pool ocorreu antes mesmo da sugestão dada pelo petista e que, desde 22 de março, todas as campanhas estavam informadas da data do evento.
Em nota divulgada também na sexta, o conjunto de veículos de comunicação informou que recebeu com surpresa a justificativa, pois, “diferentemente do que foi declarado pelo candidato, a formação do pool deu-se antes mesmo da sugestão feita por sua campanha”. A parceria foi firmada em março deste ano.
Há nove dias do processo eleitoral, um dos principais líderes políticos do Tocantins e personagem importante na luta pela criação do Estado, o ex-governador José Wilson Siqueira Campos, 94 anos, declarou nesta sexta-feira, 23, em uma ligação a jornalista Roberta Tum, que Vicentinho Júnior (PP), é o seu candidato à deputado federal.
Da Assessoria
Na matéria, na qual cita os candidatos do eterno governador, Roberta Tum destaca que apesar da idade, Siqueira Campos está lúcido e segue atento às movimentações políticas do Estado. A jornalista descreve que “ele entrou em contato com o Blog no início da noite para acrescentar um nome à lista dos seus candidatos este ano: o do deputado federal Vicente Jr., do PP. "Foi um excelente deputado e será novamente", disse Siqueira”.
Vicentinho Júnior pontuou que sente-se lisonjeado com a declaração de Siqueira Campos “Tenho o apoio do governador Siqueira Campos, de Moisés Avelino, que são homens que admiro e são referências na política. Isso me deixa muito honrado e confesso que aumenta a nossa responsabilidade, pois eles confiaram em mim para representá-los na Câmara dos Deputados, o que demonstra também que estamos no caminho certo, fazendo o trabalho no qual fomos escolhidos para fazer. Não tenho palavras para descrever a emoção de ler uma declaração desta”, pontuou o candidato à reeleição.
A relação de carinho, amizade e respeito entre o deputado federal Vicentinho Júnior e o ex-governador Siqueira Campos iniciou quando o parlamentar ainda era criança e foi herdada através do seu pai, o ex-senador Vicentinho Alves. Em 2021, Siqueira Campos filiou-se ao Partido Liberal (PL) a convite do amigo e presidente regional da Sigla, à época Vicentinho Alves.
Da Assessoria
A região do Taquaralto recebeu na noite desta quarta-feira (21) o candidato a deputado estadual, Eduardo Mantoan (PSDB) e Rodrigo Maciel (UD), que disputa uma vaga na Câmara Federal. Fiéis e lideranças da Igreja Adventista do Sétimo Dia marcaram presença na reunião aberta pela professora, Patrícia Daniella: “ O Mantoan e o Rodrigo representam muito bem os jovens e nós temos a certeza que só eles podem fazer a diferença no futuro do nosso Estado”.
A juventude irá receber atenção especial de Mantoan, que tem diversas propostas voltadas para essa faixa etária. “ Hoje uma carteira de motorista custa cerca de R$2.800, valor muito alto para um jovem desempregado. Como deputado estadual irei propor zerar as taxas do Detran para CNH aos jovens de famílias cadastradas no CadÚnico. Os demais custos com autoescola serão financiados pela Agência de Fomento. Além disso, vou propor convênio com a Confederação dos Transportes para oferecer cursos de motorista profissional para estes jovens”, afirma Mantoan.
A dobradinha entre os dois candidatos contempla 37 cidades, entre elas Palmas. “ Esta candidatura foi um chamado dos movimentos classistas e de Deus. Eu estou pronto para assumir uma vaga na Assembleia Legislativa para dar voz à juventude, as igrejas, à advocacia, aos evangélicos, ao homem do campo e a todos os tocantinenses”, garantiu Mantoan.
Para os palmenses, o vereador e presidente da Câmara Municipal de Gurupi, Rodrigo Maciel apresentou as suas propostas e reafirmou a união de esforços com a candidatura de Eduardo. “Eu na Câmara Federal e o Mantoan na Assembleia lutaremos por pautas importantes para o povo do Tocantins, como a redução da carga tributária”.
Principal alvo da campanha em defesa do voto útil no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pedetista Ciro Gomes afirmou nesta quinta-feira (22) que "votar em candidato corrupto é uma coisa inútil".
POR DANIELLE BRANT
Ciro participou de uma reunião com embaixadores da União Europeia no Brasil na sede da delegação, em Brasília. Ao chegar, ele foi perguntado sobre a ofensiva de apoiadores do petista para que a eleição termine no primeiro turno.
"Eu sou a favor do voto útil. Nós temos que fazer do nosso voto uma coisa útil contra a corrupção", disse.
"Então votar em candidato corrupto é uma coisa inútil. Mais do que isso, compromete o futuro da nação brasileira. E é isso que o PT e o [presidente Jair] Bolsonaro não querem. Eles gostariam muito de que as pessoas entenderem que voto útil é você esquecer determinadas questões graves, como a corrupção, o mesmo modelo econômico trágico que produziu desemprego em massa, inadimplência das famílias humilhante para 66,6 milhões de pessoas."
Ciro afirmou ainda que, se fosse "a irrelevância com que quiseram me tratar, eu não estaria tendo o tratamento preferencial dos fascistas de direita e de esquerda no Brasil."
Ao final da reunião, Ciro voltou a falar com jornalistas e afirmou que os embaixadores expressaram preocupação com ruptura democrática no país e com a Amazônia. Ele voltou a falar dos dois líderes das pesquisas de intenção e voto e afirmou que Lula e Bolsonaro são "dois corruptos". "Eu vou votar num corrupto à força de que?"
Mais cedo, em uma rede social, o ex-juiz Sergio Moro, que foi ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, expressou solidariedade ao que viu como ataques contra Ciro.
"A campanha de ataque ao Ciro Gomes é mais uma demonstração da natureza totalitária do PT. Querem destruir todos que se opõem ao partido. Não sou eleitor do Ciro, mas fica o alerta", indicou Moro.