Tempo de propaganda é dividido igualmente entre os candidatos
Por Agência Brasil
Os dois candidatos a presidente da República e os 24 a governador que disputam o segundo turno das eleições podem retomar na sexta-feira (7) a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV.
A propaganda será veiculada nas emissoras que operam em VHF e UHF, bem como nos canais de TV por assinatura administrados pelo Senado, a Câmara dos Deputados, as assembleias legislativas, a Câmara Legislativa do Distrito Federal ou as câmaras municipais.
Deverão ser utilizados recursos de acessibilidade, como legendas em texto, janela com intérprete de Libras e audiodescrição sob responsabilidade dos partidos, federações e coligações.
No segundo turno, o tempo de propaganda é dividido igualmente entre os candidatos. A propaganda será veiculada até o dia 28 de outubro, 2 dias antes da votação, marcada para 30 de outubro.
Pelas normas eleitorais, a propaganda para presidente da República será veiculada na TV de segunda-feira a sábado, das 13h às 13h10, e das 20h30 às 20h40. No rádio, a propaganda para presidente vai ao ar de 7h às 7h10 e de 12h às 12h10.
O primeiro a se apresentar será o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ter obtido maior número de votos no primeiro turno. A partir daí é feita a alternância com o presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição e ficou em segundo lugar.
Nos 12 estados em que a disputa para governador será definida no segundo turno, os candidatos poderão veicular propaganda de 7h10 às 7h20 e das 12h10 às 12h20 no rádio. Na televisão, o horário eleitoral para governador será de 13h10 às 13h20 e das 20h40 às 20h50.
Os candidatos têm 25 minutos de inserções por cargo, de segunda-feira a domingo, para veicular peças de 30 segundos a 60 segundos ao longo da programação.
Atual presidente consegue acordos importantes em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro; Ciro Gomes critica as duas candidaturas que passaram ao segundo turno, mas recomenda voto no petista
Com Jovem Pan
Dois dias após o primeiro turno das eleições de 2022, partidos e lideranças estaduais avançam nas movimentações políticas e começam a anunciar novas alianças e posicionamentos para a segunda etapa do pleito deste ano. Logo na manhã desta terça-feira, 4, o governador Romeu Zema (Novo), que se reelegeu em primeiro turno, declarou seu apoio à candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em sua fala, o governador destacou que ele e o presidente não concordam em tudo, mas que é hora de colocar as divergências de lado. “
É o momento em que o Brasil precisa caminhar para frente e eu acredito mais na proposta de Bolsonaro do que na do adversário. Até porque o adversário dele, que foi o mesmo que eu tive em Minas Gerais, foi uma gestão desastrosa que arruinou o Estado”, disse Zema, que completou: “Estou aqui hoje para declarar o meu apoio à candidatura do presidente Bolsonaro, porque eu, mais do que ninguém, herdei uma tragédia”.
Além dele, o também governador Rodrigo Garcia (PSDB) falou em “apoio incondicional” a Jair Bolsonaro e à candidatura de Tarcísio Gomes de Freitas na corrida ao Palácio dos Bandeirantes. Em um rápido pronunciamento, o tucano encontrou-se com o chefe do Executivo ressaltou que sua decisão já foi comunicada ao presidente do diretório estadual de São Paulo, Marco Vinholi, bem como ao presidente da executiva nacional, Bruno Araújo. Outro apoio declarado ao atual presidente foi do ex-ministro Sergio Moro, eleito ao Senado Federal por São Paulo. Nas redes sociais, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública — que deixou o governo Bolsonaro denunciando suposta tentativa de interferência do chefe do Executivo na Polícia Federal — afirmou que o apoio é “contra o projeto de poder do PT”.
“Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro”, escreveu. Em resposta, Bolsonaro afirmou que os problemas com o ex-juiz foram superados: “É um novo relacionamento”. Um apoio já esperado, mas que pode ajudar o candidato do PL é o de Cláudio Castro, seu correligionário, reeleito governador do Rio de Janeiro em primeiro turno. O chefe do Executivo nacional espera aumentar sua votação no Estado.
Por sua vez, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai disputar o segundo turno contra Bolsonaro, recebeu apoio de dois partidos: Cidadania e o PDT (Partido Democrático Trabalhista). A legenda de Roberto Freire, que no primeiro turno se uniu ao PSDB e MDB para a candidatura de Simone Tebet (MDB), justificou apoio ao petista falando em “riscos de escalada autoritária” de um segundo mandato do atual governo. “Desprezo de Bolsonaro às minorias, a condução desumana e incompetente da pandemia, que resultou em centenas de milhares de mortos, suas reiteradas tentativas de cercear órgãos de investigação, os ataques à imprensa e a jornalistas, nada disso merece mais quatro anos”, exaltou o líder da legenda.
O PDT, de Ciro Gomes, falou em candidatura “12+1” e em decisão unânime pelo apoio a Luiz Inácio. Segundo Carlos Lupi, quatro propostas foram enumeradas para viabilizar o apoio, sendo que três já haviam sido previamente apresentadas: a inclusão da Renda Mínima, que abraça uma proposta de Eduardo Suplicy (PT); a renegociação de dívidas do SPC e de pequenas empresas; e a prioridade de escolas de ensino integral.
A quarta exigência, também aprovada pelas lideranças pedetistas nesta terça, é o Código Nacional do Trabalho, “com a defesa dos direitos dos trabalhadores e a revogação de tudo que tenha prejudicado o trabalhador brasileiro”, antecipou Lupi. Em vídeo, Ciro Gomes disse que vai “acompanhar o partido”, mas não citou Lula. O ex-ministro, que elevou o tom contra o petista durante a campanha, também falou em opções insatisfatórias para o segundo turno e antecipou que não vai aceitar qualquer cargo em um governo futuro.
Quem também já havia se posicionado favorável ao ex-presidente Lula foi Eduardo Jorge (PV), deputado federal até 2003 e candidato à Presidência da República em 2014. Embora no primeiro turno ele tenha declarado apoio à Tebet, contrariando a federação entre o Partido Verde e o Partido dos Trabalhadores, para o segundo turno ele definiu que seu voto será “contra Bolsonaro”. “Isto implica num voto Lula, mas mantendo independência política em relação a ele. Qualquer que seja o resultado o Brasil precisa um Centro Político Democrático autônomo e bem articulado. Isto tem faltado na nossa democracia”, escreveu nas redes sociais. O petista agora aguarda a posição de Simone Tebet, presidenciável pelo MDB. Hoje, após encontro com frades franciscanos, ele contou que já conversou com a senadora do Mato Grosso do Sul. O MDB ainda discutirá sua posição no segundo turno.
PSDB libera diretórios
Na contramão do Cidadania e PDT, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) decidiu adotar uma posição de neutralidade e liberou os diretórios para que escolham entre apoiar Lula ou Bolsonaro no segundo turno, visando que as lideranças regionais possam buscar apoio em torno de candidaturas estaduais que ainda disputam o segundo turno, como é o caso do Rio Grande do Sul, onde Eduardo Leite (PSDB) costura uma aliança com o PT para a disputa contra Onyx Lorenzoni (PL), apoiado pelo atual presidente. Em contrapartida, em Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) duela com Marília Arraes (Solidariedade) e, neste caso, uma aliança com o Partido Liberal, que teve quase 20% dos votos, pode assegurar o comando do Estado pelos próximos quatro anos. Entre lideranças tucanas, o ex-governador João Doria (PSDB-SP), que em 2018 se elegeu com a campanha BolsoDoria, definiu uma postura neutra e afirmou que vai votar nulo no segundo turno.
No último domingo, 02 de outubro, o deputado federal Vicentinho Júnior (PP), conquistou o seu 3º mandato
Com Assessoria
Na contramão do dito popular, sobre o desgaste natural causado pela vida pública, Vicentinho Júnior, mais uma vez, foi o parlamentar reeleito com mais votos no Estado do Tocantins. Em 2014, em sua primeira disputa, ocupou o 4º lugar das oito vagas na Câmara dos Deputados. Já em 2018, com 49.868 mil votos ficou na 3ª posição, destes o reeleito mais bem votado e agora em 2022, com 55.292 votos dos tocantinenses, chegou ao 2º lugar na escolha dos tocantinenses e o reeleito com a maior quantidade de votos.
Quando desembarcou no Progressistas, ainda no início de 2021, Vicentinho Júnior garantiu que buscaria eleger dois candidatos da Sigla. O parlamentar vinha registrando em suas redes sociais as visitas feitas aos municípios, um trabalho de base e silencioso. Ressalta-se que por muitas vezes as declarações de Vicentinho Júnior foram questionadas, colocadas em xeque, mas o político mostrou resultados com uma votação expressiva, responsável pela reeleição do então colega, o deputado federal Lázaro Botelho (PP).
“O amigo Vicentinho Júnior demonstrou popularidade e confiança ao povo tocantinense, além de fortalecer o Progressistas dentro do Estado desde sua chegada. Nosso partido sai desta campanha consolidado na Câmara dos Deputados, com dois representantes experientes e aliados do Governador Wanderlei Barbosa. Iremos trabalhar por um Tocantins cada vez mais forte, competitivo e com oportunidade para todos”, pontuou Lázaro Botelho.
Quando se trata de Vicentinho Júnior é preciso registrar o enfrentamento que o deputado federal fez nos últimos anos ao então governador Mauro Carlesse (AGIR). Oposição esta que ele ressalta ter sido contra tudo e todos. “Foram muitos anos de enfrentamos para mostrar às pessoas e principalmente aos órgãos fiscalizadores os desmandos deste desgoverno, que por muitas vezes repeti estar aquém do tocantinense”, pontua.
Segundo Turno
Articulador partidário, o resultado do pleito eleitoral contribui para que Vicentinho Júnior busque por projetos maiores no próximo pleito. Em suas redes sociais o deputado agradeceu os votos recebidos, pontuou que vai trabalhar muito em seu terceiro mandato e divulgou apoio ao presidente Jair Bolsonaro neste segundo turno, no Tocantins.
PANORAMA POLÍTICO
Por Edson Rodrigues
O dia dois de outubro de 2022 passou e, hoje, no Tocantins, não há mais nenhum cargo em disputa.
Ledo engano de quem pensa assim. Todos os políticos, os que ganharam e os que perderam, já pensam em candidaturas para as eleições municipais de 2024. Ninguém fala abertamente sobre isso, mas, em breve, tomaremos ciência de quem são os pré-candidatos ao executivo municipal dos nove maiores colégios eleitorais do Tocantins.
Obviamente, os recados deixados pela eleição do último domingo serão decisivos para as postulações a prefeito e a vereador. E o mais claro deles é que não basta ser político para ser candidato a um cargo eletivo. Tem que ter afinidade com o eleitor e ter a sua própria infraestrutura partidária e financeira.
Durante a votação do último domingo, estive com dois amigos, candidatos a deputado estadual, que estavam com acertos políticos com lideranças sérias, detentores de patrimônio eleitoral e com capacidade de transferência de votos que, após o início da apuração, ficaram a ver navios, sem os votos suficientes para se eleger e sem recursos para honrar seus compromissos financeiros, justamente porque receberam miseráveis trocados do Fundo Eleitoral, por parte de seus partidos.
CAPACIDADE PRÓPRIA
É bom que aqueles que desejam se candidatar a prefeito nas próximas eleições comecem a se preparar para ter esse tipo de infraestrutura à sua disposição, para que não dependam de ninguém, muito menos de seus partidos, e tenham capacidade própria de ser candidato.
Além disso, pelo menos nos nove principais colégios eleitorais, os pré-candidatos precisarão ter muita disposição e se dedicar a um trabalho de constante aproximação com a população do seu município, se cercar de um grupo político sólido, com ramificações junto aos segmentos religiosos, à juventude, e trabalhar essas pessoas sem promessas, apenas com a apresentação de projetos que dialoguem com as demandas de cada setor, criando, assim, eleitores cativos, que não precisam de favores ou promessas para se manter fiéis.
HORA DE ESPERAR
Por isso, não é recomendável aos candidatos derrotados nestas eleições tentarem se candidatar a prefeito, principalmente aqueles que foram candidatos de si próprios. É melhor que eles esperem a “poeira baixar” e deem uma pausa para reflexão, do que arriscar duas derrotas seguidas.
Todo e qualquer pré-candidato a prefeito que tenha sido derrotado, no último domingo, em seus municípios de origem, vai precisar trabalhar dez vezes mais, se quiser ter sucesso. Terá que, obrigatoriamente, formar um grande grupo de políticos, lideranças – incluindo eleitos neste ano – e que tiveram votações expressivas no município.
O Observatório Político de O Paralelo 13 já detectou a necessidade dos pré-candidatos a prefeito – seja ele ou ela, seja de oposição ou situação – terem candidaturas coletivas, que sejam o desejo de um grupo, não apenas de si mesmos, pois teremos muitos candidatos à reeleição que já demonstraram muita força no último domingo, além de familiares de parlamentares eleitos e reeleitos, de companheiros do governador Wanderlei Barbosa, do seu vice, Laurez Moreira e da senadora Dorinha Seabra.
Bater de frente com qualquer um desses apoiados ou apoiadores, não será recomendado e, se for um candidato oposicionista, será crucial que consiga reunir à sua volta toda a oposição, pois dividida, a oposição já se mostrou incapaz de vencer as barreiras.
Lembramos, ainda, que o único município em que pode haver segundo turno em 2024 é Palmas, a Capital, com mais de 200 mil eleitores.
A todos, desejamos boa sorte!
Câmara dos Deputados será representada por 19 partidos – 11 a menos do que na eleição passada. No Senado, partido terá oito parlamentares
Por Victor Fuzeira
Os brasileiros foram às urnas, no domingo (2/10), e definiram os 513 parlamentares que representarão as 27 unidades da Federação na Câmara dos Deputados. Com os resultados já apurados, a Casa contará com 19 partidos. Trata-se de redução significativa no número de legendas eleitas, uma vez que, no último pleito, em 2018, 30 siglas tiveram candidatos avalizados nas urnas.
Além de eleger o maior número de senadores, o PL, do presidente Jair Bolsonaro, também conseguiu largar na frente na disputa pelas 513 cadeiras da Câmara Federal. Sozinho, o partido conquistou o maior número de parlamentares eleitos para a Casa, com 99 deputados. O resultado se repetiu no Senado, com oito políticos eleitos pela sigla, que formará a maior bancada (veja mais abaixo).
O desempenho nas urnas coloca o PL como a maior bancada da Câmara para 2023, assim como no Senado Federal. Os liberais se somarão ao Republicanos, que registrou a eleição de 42 deputados neste ano. Dessa forma, caso consiga uma virada histórica e vença no segundo turno, Bolsonaro terá base aliada sólida no Congresso Nacional para aprovar pautas de interesse do seu governo.
Em contrapartida, se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantiver vantagem sobre Bolsonaro e for eleito para o Palácio do Planalto, enfrentará oposição pesada no Congresso. Apesar da onda bolsonarista eleita na Câmara, o PT de Lula também tem motivos para comemorar. A federação petista com PCdoB e PV conseguiu eleger 79 parlamentares.
Em seguida, aparecem União Brasil, com 59 deputados eleitos, e PP, com 47. Na sequência, estão: MDB (42), PSD (42), PSDB (18) e PDT (17).
Há quatro anos, em 2018, as maiores bancadas eleitas pertenciam ao PT, com 56 deputados, e ao então PSL, com 52.
O PSL foi, inclusive, a legenda com melhor desempenho na eleição de deputados. Em 2014, o partido tinha apenas um representante na Câmara. Quatro anos depois, elegeu outros 51 candidatos. Na oportunidade, a sigla contava como principal puxador de voto o presidente Jair Bolsonaro, atualmente no PL. Neste ano, a legenda se fundiu ao Democratas, originando o União Brasil.
Em contrapartida, o título de maior derrotado nas urnas ficou com o MDB, que viu o número de deputados despencar de 66 eleitos, em 2014, para 34, em 2018.
O último pleito eleitoral marcou recorde no quesito representatividade. Nunca antes o país teve tantos partidos diferentes dispostos nas cadeiras da Casa Legislativa – 30 legendas partidárias contra 28 bancadas formadas, em 2014.
Em 2012, a Câmara era composta por 22 partidos e, em 2002, 19. Quatro anos antes, em 1998, apenas 18 legendas compunham a Casa.