Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente ta COP30, André Corrêa do Lago
Foto: Bruno Peres
Texto preliminar do acordo não menciona petróleo, gás e carvão e divide quase 200 países na reta final da conferência do clima em Belém
Com SBT
O comissário de clima da União Europeia (UE), Wopke Hoekstra, afirmou nesta sexta-feira (21) que a discussão sobre combustíveis fósseis é fundamental para garantir que os compromissos já assumidos pelo mundo para reduzir as emissões de CO₂ saiam do papel.
A declaração foi feita após o esboço do texto para um acordo proposto para a cúpula climática da ONU ter retira da proposta o desenvolvimento de um plano global para se afastar dos combustíveis fósseis que havia sido incluída em uma versão anterior.
“Precisamos nos certificar de que a mudança dos combustíveis fósseis para a energia limpa seja real e esteja no texto”, disse ele.
O principal ponto de conflito é como o texto final vai tratar o futuro do petróleo, do gás e do carvão, que são os combustíveis fósseis usados em grande escala no mundo para gerar energia e movimentar a economia.
De um lado, dezenas de países, inclusive grandes produtores de petróleo e gás, consideram inaceitável citar no texto qualquer compromisso mais duro contra esses combustíveis.
Do outro, cerca de 80 governos, incluindo a UE, defendem que o acordo deixe clara a necessidade de reduzir o uso de petróleo, gás e carvão para limitar o aquecimento global.
A queima de combustíveis fósseis é a principal responsável pelas emissões de gases de efeito estufa, que aquecem o planeta e agravam eventos extremos, como ondas de calor, secas e tempestades.
Brasil pede união
Ao mesmo tempo, o Brasil, país-sede da COP30, pediu união dos governos para tentar destravar o impasse nas horas finais da conferência.
O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, fez um apelo direto aos delegados:
“Esta não pode ser uma agenda que nos divida. Precisamos chegar a um acordo entre nós.”
Por que se fala em “impasse” na COP30?
Esse confronto entre países que querem manter os combustíveis fósseis no centro da matriz energética e os que defendem uma transição mais rápida para energia limpa deixou as negociações travadas.
Segundo o texto, as conversas seguiam em impasse nesta sexta-feira, sem consenso sobre como escrever, ou mesmo se escrever, um compromisso mais claro de reduzir ou abandonar os combustíveis fósseis.
O que falta para o acordo ser fechado?
A conferência em Belém está prevista nesta sexta-feira (21), mas outras COPs já ultrapassaram o prazo e avançaram pela madrugada ou até por dias a mais até chegar a um consenso.
Para ser aprovado, o texto final precisa do acordo de quase 200 países, o que torna qualquer frase sobre combustíveis fósseis extremamente sensível.