De repente, os colegas de andanças o deixaram à deriva e pousaram no palácio Araguaia, aproximando de Wanderlei Barbosa
Por Edson Rodrigues
Ingratidão e traição são irmãs gêmeas. Quem trai é ingrato. Começamos a análise de hoje lembrando que o maior traidor da História da humanidade, Judas Iscariotes (Mateus 26,14-25) traz à luz as tratativas de Judas com alguns dos sumos sacerdotes para trair seu Mestre: “O que me dareis se eu vos entregar Jesus?”. Então combinaram o preço: trinta moedas de prata. O episódio é tocante, especialmente por causa da ingratidão daquele que conviveu com Jesus por muito tempo.
Voltando ao Tocantins encontramos algumas situações semelhantes, que não são meras coincidências, mas igualmente preocupante. Recentemente abandonado pela senadora Katia Abreu, a caminho do altar, quando em um passado recente rodou o Bico do Papagaio e outras cidades, acompanhando os senadores Katia Abreu e Irajá Abreu e o empresário Edson Taboão, em pré-campanha para o cargo de governador em 2022, o ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas, passou a ser pré-candidato de si próprio. De repente, os colegas de andanças o deixaram à deriva e pousaram no palácio Araguaia, com aproximação política do também pré-candidato a governador Wanderlei Barbosa e deixando-o a ver navio.
Vexame em público
O encontro
Outra situação vexatória foi o evento por ele (Ronaldo Dimas) realizado recentemente com as presenças de políticos expressivos como o presidente do MDB estadual e ex-governador do Estado, Marcelo Miranda; ex-prefeito de Gurupi e pré-candidato a governador, Laurez Moreira; líder do governo federal no Congresso Nacional, senador Eduardo Gomes; coordenador da bancada tocantinense no Congresso Nacional deputado federal Thiago Dimas; deputada Luana Ribeiro e ex-prefeitos em que durante o evento um veículo de comunicação de Araguaína já anunciava a notícia que o senador Eduardo Gomes retiraria a possibilidade de se candidatar a governador em apoio à candidatura de Ronaldo Dimas, informação que foi desmentida pelo senador Gomes no mesmo evento. No dia seguinte, em forma de deboches, Ronaldo Dimas fez circular em sua conta na internet que "o senador Eduardo Gomes dava para um ótimo coordenador de campanha".
Ofensas ao governador em exercício
Acontece que nesta última segunda-feira, 06, o pré-candidato a governador Ronaldo Dimas concedeu uma entrevista ao site de notícias Gazeta do Cerrado, da jornalista Maju Cotrim, uma entrevista muito agressiva, tendo como alvo o governador interino Wanderlei Barbosa. Em um dos trechos da entrevista o ex-prefeito de Araguaína ataca a gestão de Wanderley Barbosa dizendo que “o governo continua o mesmo. Não consigo enxergar... mudou o quê? Continua as mesmas práticas e olha, pior ainda. Estamos vendo ataque político desenfreado e irresponsável, sem planejamento nenhum”.
Governador Wanderlei Barbosa
Sobre o processo de Impeachment, Ronaldo Dimas disse que “tinha que ‘impeachmar’ era tudo... acho estranho porque era uma paixão desenfreada pelo Carlesse, agora pelo vice-governador... é muito estranho, mas é uma questão da Assembleia, a Casa que tem que avaliar e resolver isso. Espero que no desenrolar destes problemas todos, não tenhamos surpresas mais negativas”.
Sem apoio, sem companheiros
Fraudneis Fiomare
Nem mesmo o ex-vice-prefeito de Dimas, Fraudneis Fiomare está com ele. Após essas publicações, o ex-vice e atual vereador de Araguaína pelo PSC, usou uma de suas redes sociais para chama o ex aliado, presidente do Podemos, de “oportunista” por em pedir impeachment de “todos”.
Fraudneis foi vice-prefeito de Ronaldo Dimas, em Araguaína, por dois mandatos (2013-2020), e não gostou das declarações do pré-candidato a governador, especialmente quando fala que “tinha que ‘impeachmar’ era tudo...” e o taxou de “oportunista”, lembrando que recentemente “o ex-prefeito de Araguaína estava com Carlesse, teve até dobradinha. Era amor ou paixão passageira?”, questionou. Se nem o aliado de oito anos (dois mandatos consecutivos) o apoia, quem apoiará?
Diante do exposto, tudo caminha negativamente para uma candidatura a governador, com mais de ano anunciada, e nenhuma declaração de apoio de nenhum grupo político e nenhuma liderança de peso a não ser o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues e do deputado federal Thiago Dimas, seu filho. Desta forma, não há outra definição jornalística que não seja: a pré-candidatura a governador de Ronaldo Dimas está derretendo.
Fama de ingrato
Ronaldo Dimas tem uma fama de ingratidão política para com seus aliados, os ex-deputados federais Lazaro Botelho e Cesar Halum, que em seus três mandatos de deputados federais carregaram a gestão do então prefeito de uma das principais cidades do Tocantins, Ronaldo Dimas. Foram muitos milhões liberados pelos dois, via Emendas Impositivas e Convênios onde Ronaldo Dimas conseguiu realizar a maior e melhor administração da capital dos negócios e do boi gordo, sem falar nos milhões e milhões que o senador Eduardo Gomes trouxe para serem investidos em Araguaína, durante estes quase quatro anos.
Deputado Lazaro Botelho, César Halum e o prefeito Ronaldo Dimas
Mas o observatório de O Paralelo13, em conversa reservada com lideranças políticas de Araguaína, ouviu a seguinte previsão: "o próximo a ser traído por Dimas será o senador Eduardo Gomes". E falam porque depois que os dois aliados mais próximos ao ex-prefeito Ronaldo Dimas, que fizeram de tudo para sua gestão ser de excelência, e na ‘hora H’ ele os abandonou, apoiando a candidatura a senador do então deputado federal Irajá Abreu, ficando contra Cesar Halum, que também almejava uma vaga no senado. E ainda, e em vez de apoiar seu outro aliado Lazaro Botelho, lançou seu filho como candidato a deputado federal, sem contar o descaso com os outros aliados como o deputado Jorge Frederico e Elenil da Penha.
Ex-juiz Sergio Moro e o ex-prefeito de Araguaína Rolando Dimas
E, baseado no que ouvimos, e pelo andar da carruagem, todo cuidado é pouco ao senador Eduardo Gomes sobre a previsão de ser o próximo a ser traído. Inclusive, se Dimas permanecer filiado ao Podemos do presidenciável ex-ministro da justiça Sergio Moro, de ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro, passa de adversário a inimigo, já que o senador Eduardo Gomes é líder do governo federal de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e que, trouxe, deste mesmo governo, muitos e muitos milhões para gestão de Ronaldo Dimas.
O tempo dirá!