Município terá novo protocolo de atendimento a partir da experiência
Por Ânderson Silva
Em uma experiência que teve o resultado divulgado nesta terça-feira (29), um prefeito de Santa Catarina passou quase 24 horas pelas ruas da cidade que comanda disfarçado de pessoa em situação de rua. A ação ocorreu em Criciúma, no Sul do Estado, em 10 de julho. A ação ocorreu de forma sigilosa. O objetivo do prefeito Vágner Espíndola, o Vaguinho, foi vivenciar o cenário da cidade de perto e testar o atendimento feito pela prefeitura nas ruas. A partir de agora, segundo ele, um novo protocolo será feito e apresentado na Câmara de Vereadores.
– Essa experiência foi fundamental para entender a complexidade do problema e preparar decisões mais firmes. Vamos fortalecer a rede de atendimento, mas também endurecer quando for preciso, inclusive com medidas como internação involuntária em casos extremos – afirmou o prefeito.
Durante o dia, Vaguinho percorreu pontos centrais da cidade, como as praças do Congresso e Nereu Ramos e as ruas mais movimentadas. Ele foi abordado por moradores, recebeu alimentos, dinheiro nos semáforos e chegou a passar pela própria esposa e filhos, sem ser reconhecido pelas crianças.
Ao anoitecer, foi até a região do Pinheirinho, onde circulou por áreas próximas aos trilhos, locais com presença de pessoas em situação de rua. Toda a ação foi informada apenas à esposa e aos envolvidos na captação de imagens, que fizeram o acompanhamento à distância, com câmeras escondidas. Por fim, o prefeito testou, anonimamente, o serviço da Prefeitura. No início da madrugada, já no bairro Santa Bárbara, foi abordado pela Assistência Social.
A abordagem seguiu o protocolo padrão, com escuta, oferta de abrigo e tentativa de convencimento. A ação foi encerrada quando o servidor quis levá-lo para acolhimento. Nesse momento, o prefeito concluiu a ação e se identificou ao servidor da prefeitura. Nos próximos dias, a Prefeitura apresentará um conjunto de medidas com foco em segurança, combate às drogas e aprimoramento das políticas de acolhimento. As decisões serão baseadas na experiência vivida pessoalmente pelo prefeito, com apoio de técnicos do Município.