TODOS EM BUSCA DE UMA “MÁSCARA” PARA SOBREVIVÊNCIA POLÍTICA

Posted On Quinta, 16 Dezembro 2021 05:39
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A turbulência no voo rumo à sucessão eleitoral de 2022 se dará com requintes de periculosidade, com muitos ventos, trovoadas e “sacudidas”, a ponto de fazer cair as “máscaras de pressurização”, aquelas que a aeromoça orienta a “colocar primeiro em si mesmo, depois, em pessoas que precisem da sua ajuda”.

 

Por Edson Rodrigues

 

Essa metáfora é perfeita para o que vem acontecendo em Brasília com os dirigentes partidários e com o Palácio do Planalto, pois, as últimas movimentações mostram que políticos não têm amigos – com raríssimas exceções – e, principalmente quando estão em jogo os interesses da cúpula nacional dos partidos, a governabilidade e a formação das Federações Partidárias.

 

Cada um ostenta sua “máscara”, pensando primeiro em si, depois nos seus “companheiros”.

 

FRATURAS PROFUNDAS

 

Os efeitos colaterais do “tratoraço” exercido pelo Palácio do Planalto na disputa pela vaga de ministro no Tribunal de Contas da União deixaram o ex-líder do governo no Senado, Fernando Bezerra e a senadora Kátia Abreu totalmente expostos e fragilizados politicamente e, o pior, com a total ciência do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, que tem gabinete ao lado do presidente Jair Bolsonaro, e que é presidente nacional do PP, o mesmo partido da senadora tocantinense.

 

 

As “fraturas profundas” deixadas após a eleição no Senado, Fernando Bezerra entregou o cargo de líder do governo no Senado, após ser “tratorado”, mas o que fará Kátia Abreu? Seu partido, o PP, é aliado do presidente Jair Bolsonaro, tendo seu presidente nacional, Ciro Nogueira “no coração do Palácio do Planalto”.

 

Pelo fato de Kátia Abreu sempre ter demonstrado seu uma pessoa de caráter forte, opinião própria, determinada e combativa, acreditamos que, dificilmente, ela continuará no PP, pois correria o risco de, em abril de 2022, ver o comando do partido no Tocantins ser tirado de suas mãos e entregue a um aliado do Planalto, uma vez que já está claro que o candidato a vice-presidente em 2022, na chapa de Jair Bolsonaro, sairá dos quadros do PP.

 

INSEGURANÇA POLITICA

 

A derrota (a primeira na história política da senadora) de Kátia Abreu para a vaga no TCU, deixa um rastro de muita insegurança política no Tocantins, aonde ela é representante de diversas lideranças, prefeitos, vereadores e, principalmente, está próxima do governador em exercício, Wanderlei Barbosa, com quem Kátia deve cerrar fileira na disputa pelos cargos de governador, senador, deputado federal e estadual, de acordo com as chapas que formarem.

 

Senador Ciro Nogueira e o presidente Jair Bolsonaro ambos do PP

 

Com a derrota imposta pelo Palácio do Planalto à Kátia Abreu, qual será  a garantia dos pré-candidatos filiados ao PP?  Essa questão, depois da votação de terça-feira, se transformou  no grande questionamento no grupo político: qual a segurança política que Kátia Abreu poderá transmitir aos seus aliados e correligionários?

 

Como ainda há um tempo enorme para que cada postulante a um cargo eletivo em 2022 defina por qual partido buscará seu intento, como é o caso do próprio governador Wanderlei Barbosa, todos terão que avaliar com muita paciência e critério os caminhos que seguirão, sob o risco de jogar suas carreiras políticas por água abaixo, dependendo das suas escolhas.

 

Para tudo existe um tempo.  Até um tempo para que se concentre o tempo necessário.

 

Que se dê tempo ao tempo!

 

Por hoje, é só!

 

Última modificação em Quinta, 16 Dezembro 2021 13:25