Estado é o que tem maior número de interdições; Pará, Paraná e Rondônia também registram bloqueios
Por: Rafaela Vivas
Após reunião com procuradores e subprocuradores gerais da República na manhã desta 2ª feira (21.nov), o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que vai oficiar o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), para que, dentro de sua autonomia constitucional, possa requerer o apoio da Força Nacional para o desbloqueio de rodovias que cortam o Estado. Mato Grosso é o estado mais afetado pelos movimentos, onde os registros de interdições cresceram nos últimos dias, inclusive com episódios de violência.
"Já entramos em contato com o ministro da Justiça que nos assegurou, que mais uma vez, vai estar com o governador do estado e solicitar a Força Nacional, e ela está disponível para auxiliar na desobstrução das rodovias", afirmou Aras. "Também o procurador-geral da República oficiará ao governador do estado para que dentro da sua autonomia constitucional possa requerer a Força Nacional sem a qual o efetivo da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, das forças locais, não serão suficientes para atender a demanda", conclui Aras.
As declarações foram dadas por meio de um vídeo divulgado por Aras no início da tarde desta 2ª feira (21.nov), após reunião com procuradores na sede do MPF, em Brasília. No encontro -- que durou cerca de duas horas --, apesar dos protestos não serem novos, o PGR elencou as medidas necessárias e se comprometeu em atuar com rigor ao lado das autoridades locais para interromper os atos antidemocráticos. Ministério Público Federal e Ministério da Justiça se articulam para frear as ações de manifestantes.
"Fica a população ciente que o Ministério Público Federal em todo o Brasil continua cuidando para a preservação da ordem jurídica no ambiente democrático, dos interesses sociais e individuais indisponíveis", afirmou o procurador-geral.
Manifestações em rodovias
De acordo com o último levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Mato Grosso tem atualmente 7 interdições em estradas locais e 4 bloqueios totais de rodovias.
Em todo o país são 19 pontos de bloqueios em vários estados, segundo a PRF. Os estados com manifestações ativas, que mais preocupam, além de Mato Grosso, são: Rondônia, Paraná e Pará.
Rondônia já fez o pedido de apoio da Força Nacional e já foi atendido pelo Ministério da Justiça.
Há três semanas, desde o fim do segundo turno das eleições presidenciais, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), inconformados com o resultado das urnas, questionam a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Economistas projetam ainda crescimento do PIB em 2022, que passou de 2,77% para 2,80%
Com Agência Brasil
O mercado financeiro elevou a projeção para a inflação no país. No Relatório de Mercado Focus desta segunda-feira, 21, os economistas estimam alta de 5,88% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano, em comparação aos 5,82% da última semana. Há quatro semanas, a expectativa para o índice era de 5,60%.
O teto da meta é 5%, ou seja, analistas já estimam estouro do índice definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2023, as projeções também seguem movimento de alta, passando de 4,94% para 5,01%, enquanto, para 2024, a inflação segue em 3,50%. Outro dado disponível no relatório do Banco Central (BC) desta segunda é a estimativa atualizada para o Produto Interno Bruto (PIB) 2022, em mais uma semana de alta.
Segundo os analistas, a economia brasileira deve registrar crescimento de 2,80% neste ano. Há uma semana, a expectativa era de alta de 2,77%, e há quatro semanas, de 2,76%. Entretanto, para o ano seguinte, o mercado manteve a projeção de alta de 0,70% do PIB de 2023, seguindo a estagnação das duas últimas semanas. Para 2024 e 2025, os economistas projetam crescimento de 1,70% e 2%, respectivamente.
Assembleia de governadores elegeu o ex-presidente do Banco Central com 80,1% dos votos
Por: Larissa Lins
O ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfjan foi eleito neste domingo (20.nov) presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), uma das principais fontes de financiamento para a América Latina e Caribe. Goldfjan recebeu 80,1% de apoio durante a assembleia de governadores, tornando-se assim o primeiro brasileiro a comandar o banco multilateral fundado há 63 anos.
Ele concorreu com outros quatro candidatos: Nicolás Eyzaguirre Guzmán, ex-ministro da Economia do Chile; Gerardo Esquivel Hernández, um dos diretores do Banco Central do México; Gerard Johnson, ex-funcionário do BID e natural de Trindade e Tobago e Cecilia Todesca Bocco, secretária de Relações Econômicas Internacionais da chancelaria argentina.
O brasileiro foi indicado para a vaga pelo ministro da economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, que usou as reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) para conseguir apoio à candidatura. Goldfjan presidiu o Banco Central entre 2016 e 2019, durante o governo de Michel Temer, e ocupa hoje o cargo de diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI.
Apesar da indicação de Guedes, Ilan Goldfjan é visto como um nome técnico sem ligação explícita com o bolsonarismo. Os petistas estiveram neutros nessa eleição, mas na semana passada, o ex-ministro e integrante da equipe de transição de Lula, Guido Mantega, mandou um e-mail para a ex-secretária do Tesouro dos Estados Unidos, pedindo o adiamento das eleições para a presidência do BID. A ação não foi bem recebida pela coligação de Lula e Mantega deixou a equipe de transição.
Guerra Na Ucrânia
Equipe de especialistas planeja fazer uma avaliação nesta 2ª feira (21.nov) do impacto
Por: Guilherme Resck
A usina nuclear de Zaporizhzhia (ZNPP, na sigla em inglês), no sul da Ucrânia, sofreu um bombardeio neste final de semana, de acordo com o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Grossi. Edifícios, sistemas e equipamentos foram danificados pelas explosões. Algumas delas ocorreram próximo dos reatores.
Por outro lado, os níveis de radiação no local estão normais, não há relatos de vítimas, e as fontes de alimentação externas da ZNPP não foram afetadas. A equipe de especialistas da Aiea planeja fazer uma avaliação nesta 2ª feira (21.nov) do impacto do ataque na usina.
Na última manhã, houve mais de 12 explosões em 40 minutos na ZNPP. O bombardeio começou pouco antes das 18h no sábado (19.nov), foi interrompido e, depois, retomado às 9h15 deste domingo (20.nov), no horário local. Como resultado do ataque, várias partes da usina ficaram danificadas, conforme a administração desta. Entre elas, um prédio de armazenamento e resíduos radioativos, sistemas de irrigação de lagoas de resfriamento, um cabo elétrico para um dos reatores, tanques de armazenamento de condensado e uma ponte entre um reator e seu auxiliar.
Segundo Grossi, "mais uma vez, tivemos a sorte de não ter ocorrido um incidente nuclear potencialmente grave". "A próxima vez, podemos não ter tanta sorte. Devemos fazer tudo ao nosso alcance para garantir que não haja próxima vez". Zaporizhzhia é a maior usina nuclear da Europa e está ocupada pela Rússia.
O diretor geral da Aiea consultou líderes mundiais neste domingo sobre o ataque que terminou pela manhã. Ele defende que seja feita, neste momento, a implementação de uma zona de proteção e segurança nuclear ao redor de Zaporizhzhia. "Embora não houvesse impacto direto nos principais sistemas de segurança e proteção nuclear da usina, o bombardeio chegou perigosamente perto deles. Estamos falando de metros, não de quilômetros. Quem está bombardeando a Usina Nuclear de Zaporizhzhya está correndo riscos enormes e jogando com a vida de muitas pessoas", pontuou.
Mais da metade dos bloqueios são em Rondônia e Mato Grosso. Pará e Paraná também têm interdições por protestos
Por Thalys Alcântara
As rodovias federais brasileiras estão neste sábado (19/11) com 32 bloqueios e interdições por conta de manifestações contrárias ao resultado da eleição e que pedem por uma intervenção militar.
Mais da metade dos bloqueios (15) estão concentrados em Rondônia e Mato Grosso, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de casa estado.
Os outros estados com bloqueios são Paraná e Pará. A quantidade total de bloqueios passou de 14 para 32, entre sexta e sábado.
Esse é o segundo movimento de bloqueio de rodovias desde o segundo turno das eleições. A quantidade de bloqueios agora é bem menor que da primeira vez. Na primeira semana após o resultado da votação, centenas de interdições chegaram a ser registradas.
Dessa vez, além de bloqueios em rodovias, manifestantes têm defendido apenas a paralisação de caminhoneiros. Na sexta houve registro de concentração de caminhoneiros em pontos do Rio de Janeiro, Bahia e Mato Grosso do Sul, por exemplo. A PRF não divulga a quantidade de pontos de concentração.
Veja a atual situação:
Mato Grosso
Treze pontos de interdições parciais ou totais nas rodovias federais. Na BR 158 há bloqueios parciais em Confresa e Água Boa. Na BR 163 há três interdições em Sorriso, duas em Lucas do Rio Verde e uma em Sinop. Já na BR 174 há bloqueios parciais em Cáceres e Pontes e Lacerda. Na BR 364 há três pontos com interdição total em Campo Novo dos Parecis, Sapezal e Campos de Júlio.
Paraná
Dois bloqueios parciais em União da Vitória: na BR 476, km 357 e BR 153, km 466. Chegou a ter bloqueio total durante a madrugada.
Rondônia
Quatorze interdições de rodovias: Na BR 364 no distrito Nova Califórnia, distrito de Extrema, distrito de Vista Alegre do Abunã, Ariquemes, Cacoal, Ouro Preto D’Oeste, Jaru, Rolim de Moura, Presidente Médici, Ji-Paraná, Itapuão do Oeste; Na BR 425 em Colorado do Oeste, Cerejeiras e Nova Namoré.
Pará
Três bloqueios, sendo um na rodovia BR-155 em Marabá e outros dois na BR-163: um em Morais de Almeida, distrito de Itaituba, e outro em Caracol, distrito do município de Trairão.
Santa Catarina
Chegou a ter um bloqueio na rodovia BR-101, em Sombrio. Cerca de 10 tratores e 30 pessoas ocuparam a via. A PRF conseguiu liberar a rodovia.
Decisão de Moraes
Em grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), militantes defendem que os protestos dessa semana são uma resposta à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que puniu os responsáveis por financiar os movimentos antidemocráticos.
No último sábado (12/11), o STF determinou o bloqueio das contas de 43 empresas e pessoas físicas por financiarem esses atos. A decisão foi noticiada na quinta (17/11).
Moraes determinou que a Polícia Federal (PF) colha depoimentos de todas as empresas e pessoas listadas. Na ocasião, o ministro citou o deslocamento de 115 caminhões para o QG do Exército, em Brasília, onde os manifestantes se concentram.
Apoiadores de uma suposta intervenção militar contra Lula acampam e protestam na porta de unidades do Exército em várias cidades do país desde o início de novembro.