Em outra chácara essa em São Bernardo dos Campos, berço do sindicalismo diz jornal
jornal O Globo
Em matéria publicada hoje pelo O Globo relata que a administrada pelo tucano Orlando Morando , a prefeitura de São Bernardo do Campo , no ABC paulista, multou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em R$ 41,7 mil e decidiu embargar a obra de uma casa que o petista está construindo ao lado da sua chácara, Los Fubangos. A decisão é mais um capítulo na disputa entre petistas e o prefeito tucano na cidade. Vereadores do PT acusam o prefeito de protagonizar uma série de iniciativas contra aliados e parentes de Lula, entre elas a decisão de alterar o projeto do "Museu do Lula", como é conhecida a obra do Museu do Trabalhador, idealizada pelo ex-prefeito da cidade, Luiz Marinho (PT), pré-candidato ao governo de São Paulo. Outra contenda de Morando envolve o filho de Lula, Marcos Lula, ex-vereador do município, que criticou o prefeito nas redes sociais.
Fiscais da prefeitura de São Bernardo constataram irregularidades ambientais na construção de uma casa de 380 metros quadrados, em uma área comprada em 2016, ao lado da chácara "Los Fubangos", adquirida por Lula na década de 1990. Ao GLOBO, o secretário de Meio Ambiente de São Bernardo, Gil Fonseca, disse que um vizinho do petista contou a técnicos da prefeitura que a terra despejada fora do terreno vinha da chácara de Lula. Segundo ele, o ex-presidente queria fazer um "corte no terreno para nivelar", mas não tinha autorização para isso.
Entrada da chácara “Los Fubangos”, que pertence ao ex-presidente Lula, em São Bernardo do Campo (SP) Foto: Edilson Dantas / Agencia O Globo
Ele queria fazer um corte para nivelar. A ideia era fazer uma plataforma de concreto e construir a casa em cima — afirmou Fonseca.
A prefeitura de São Bernardo informou que "a decisão envolvendo o terreno do sítio Los Fubangos foi embasada em critérios técnicos" e que a movimentação de terra sem autorização está entre as irregularidades constatadas, o que teria culminado no embargo da obra.
"Segundo o proprietário (vizinho), a referida terra era oriunda de uma propriedade (de Lula) localizada no Riacho Grande, sendo passado pelo mesmo a devida localização. Em diligência ao local apontado, constatamos que se tratava de uma movimentação de terra não aprovada, bem como que o projeto que estava sendo executado não estava em consonância com o aprovado junto à prefeitura municipal", informou a prefeitura em nota.
A assessoria de Lula afirma que a prefeitura "adotou critérios usados para imóveis urbanos numa área rural" e confirmou que o ex-presidente já recorreu da decisão no Tribunal de Justiça de São Paulo e aguarda decisão. O TJ não confirmou a informação.
Morando começou a carreira política como vereador em São Bernardo, tida como "berço do sindicalismo" e embrião da vida política de Lula. Se elegeu quatro vezes deputado estadual e já havia tentado ser prefeito em 2008, quando foi derrotado pelo petista Luiz Marinho. Oito ano depois, em 2016, finalmente conseguiu se tornar prefeito. Morando também volta suas forças contra o chamado "Museu do Lula", obra lançada por Marinho.
Na semana passada, a Justiça autorizou a prefeitura de São Bernardo a contratar uma empresa que fará um levantamento do tempo necessário para a conclusão da obra do Museu do Trabalho e do Trabalhador, nome oficial do empreendimento embargado em dezembro do ano passado, após ser deflagrada a Operação Hefesta, que investiga desvios na construção do prédio.
O objetivo da construção do museu é homenagear o movimento sindical e, consequentemente, o ex-presidente Lula. Morando, no entanto, quer imprimir sua marca e trasnformar o espaço em uma "Fábrica de Cultura", modelo tucano criado pelo governo estadual.
Presidente estadual do partido e pré-canditato do PT ao governo paulista, Marinho se tornou réu em novembro, pela segunda vez, por superfaturamento nas obras de construção do museu. Outras 15 pessoas também são alvo da denúncia aceita pela Justiça Federal de São Paulo.
LÍDER DO PT RECLAMA DE 'PERSEGUIÇÃO'
O líder do PT na Câmara Municipal de São Bernardo, vereador Joilson Santos, "tem certeza" que o prefeito optou pela "perseguição política" e diz que o tucano deveria se preocupar em cumprir as promessas que fez durante a campanha.
— Tenho certeza que é isso (perseguição). Eu acho que o povo tá cansado dessa perseguição política, mas eu não vou seguir essa linha. Quem tem que fazer essas coisas (julgar) é a Justiça. O que ele (Morando) mais fez na cidade foi pintar muro. Ele precisa é sair um pouco das redes sociais. Eu acho que ele devia cumprir o plano de governo que prometeu. Disse que ia entregar uma creche nova a cada 45 dias, mas não entregou nenhuma. Prometeu dobrar o efetivo da guarda municipal, mas não aconteceu nada até agora.
Na campanha eleitoral de 2016 o tucano adotou o slogan "Orlando trabalhador", o mesmo do prefeito de São Paulo e colega de partido, João Doria, que usou o "João trabalhador" para se eleger. Para o vereador petista, um erro do qual Morando já se arrependeu.
— Eu acho que ele quis copiar o Doria, fez marketing, se vestiu de gari, mas viu que a popularidade do Doria caiu e parou com isso. O efeito Doria passou, disse.
O líder do PSDB na Casa, Ary de Oliveira, discorda da avaliação de que o prefeito de São Bernardo esteja perseguindo o PT na cidade. Segundo ele, a multa aplicada ao ex-presidente Lula, por exemplo, é resultado de uma desconfiaça de Morando com a própria administração.
Em outubro, o então secretário de Gestão Ambiental, Mario Henrique de Abreu, foi exonerado após ser alvo de operação do Ministério Público, que apura possíveis atos de improbidade administrativa, entre eles a cobrança de propina para a liberação de licenças ambientais. Por isso, disse o vereador, Morando determinou que fosse realizado um levantamento sobre possíveis irregularidades na pasta.
— Eu não diria que existe perseguição, não. É evidente que tudo que aconteceu na história recente, passou pelo PT (nas duas gestões de Luiz Marinho). Não sei se foi o prefeito que mandou multar (o ex-presidente Lula). Eu sei que o prefeito mandou levantar as licenças concedidas no período anterior porque tinha denúncia de manipulação em área de manancial. O prefeito tem coisa mais importante pra fazer — afirmou.
Em outro round entre Morando e petistas, o prefeito processou o filho de Lula, o ex-vereador Marcos Claudio Lula da Silva. Em 2015, Marcos Lula publicou imagem de Morando nas redes sociais e disse que o então deputado aprovava a repressão da Polícia Militar contra estudantes que protestavam contra a reforma do Ensino Médio, proposta e, mais tarde, suspensa pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Morando processou Marcos Lula por crimes de calúnia, injúria e difamação. Em recente decisão da Justiça, o filho de Lula foi qualificado como denunciado e deve comparecer à audiência de julgamento da ação, marcada para março de 2018.
Em outubro, após o Tribunal de Justiça de São Paulo proibir a realização de um show do cantor Caetano Veloso na ocupação "Povo sem Medo" do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), movimentos de esquerda também acusaram Morando de agir nesse sentido.
Na ocasião, a Guarda Civil Municipal de São Bernardo impediu a entrada de equipamentos de som no terreno. O líder do movimento, Guilherme Boulos, criticou a decisão judicial e disse que a prefeitura, o Ministério Público e a Justiça agiram juntos para proibir o show.
— Esse prefeito (Orlando Morando) deve estar morrendo de dor de cotovelo. Esses artistas todos reunidos aqui conosco é a melhor resposta — afirmou.
Técnica dispensa cirurgia, mas deve ser realizada até os primeiros trinta dias de vida da criança
Por Raquel Budow
Orelha de abano é uma deformidade que aparece tanto em um bebê recém-nascido como em crianças e adultos. Só que nos casos dos pequenos, esse problema pode ser facilmente corrigido. “Se um procedimento simples for feito até o pequeno completar trinta dias de vida, a orelha de abano nem fará parte de suas memórias de infância”, afirma o cirurgião plástico Maurício Orel, especialista no assunto e que trabalha com a técnica da prótese de silicone desde 2016.
Ele explica: “Como a orelha ainda não está completamente formada, porque o nenê está em fase de desenvolvimento do corpo, é possível corrigi-la por meio de um molde de silicone, que não agride o recém-nascido”. Ele também esclarece que a indicação da otoplastia (cirurgia da orelha) só é feita para crianças maiores de 6 anos. “Com o uso da prótese, a cirurgia não precisa ser realizada.”
Apesar de afetar de 2 a 5% da população mundial, porcentagem considerada pequena, a orelha de abano pode abalar a qualidade de vida de quem a possui. Em muitos casos, os portadores são vítimas constantes do bullying.
Diagnóstico precoce
“A atenção dos pais à saúde do bebê é essencial para a detecção precoce do problema, para o diagnóstico precoce”, salienta o cirurgião.
O especialista destaca que a prótese de silicone, batizada de EarWell ® nos Estados Unidos, e com selo da Anvisa do Brasil, remodela a cartilagem da área rapidamente em um tratamento nada invasivo e indolor. Ela serve tanto para corrigir orelha de abano como vários tipos de outras deformidades na orelha, menos conhecidas.
Primeiramente, é preciso moldar a prótese conforme o formato da orelha e a necessidade de reparação, procedimento que deve ser feito pelo cirurgião plástico. Depois, é só fixá-la na orelha com o auxílio de adesivos. O tempo de uso da prótese também é determinado pelo médico, mas, geralmente, costuma ser de 30 a 45 dias. “A EarWell® resolve questões puramente estéticas. Ela não trata ou interfere em quaisquer aspectos auditivos”, ressalta.
O bebê recebe hormônio estrógeno de sua mãe, por intermédio do cordão umbilical, que é responsável por amolecer as cartilagens e permitir a passagem da criança pelo canal do parto. Após 30 dias de vida, o hormônio começa a diminuir e a orelha a ficar mais rígida, por isso a correção pela prótese de silicone não é mais eficaz. “Devemos chamar a atenção para o problema, porque, recebo em meu consultório, muitas crianças com mais de 45 dias de vida e, infelizmente, não mais posso realizar o procedimento. Os pediatras precisam conhecer mais o produto para também avisar os pais em tempo hábil”.
Orel reforça que a modelagem é uma maneira simples utilizada pelos pais quando percebem a orelha de abano em seus bebês. “Eles costumam colocar faixas de pano e evitar que o bebê durma apenas de um lado. Só que, feita assim, não tem eficácia, pois a orelha não é modelada de forma constante e por períodos longos”.
Deformidades
O cirurgião plástico afirma que as imperfeições na cartilagem da orelha podem ser ocasionadas por fatores genéticos ou pela posição intrauterina do bebê. Além da orelha de abano, outros problemas que aparecem são conhecidos como cálice, quando o órgão é projetado para fora e possui formato fechado, parecendo o objeto que dá nome ao problema; ptosada, quando a orelha apresenta sua parte superior dobrada; padrões mistos, ou seja, quando mistura características de abano, cálice e ptosada, e pontiaguda (orelha de Stahl), que lembra a orelha do personagem Spock, da série “Jornada nas Estrelas”.
Muitos pais têm dúvidas se a orelha está em abano ou não. Maurício Orel dá a dica: “É só medir com uma régua a distância entre a orelha e o crânio. A distância normal em bebês recém-nascidos é de até 7 mm. Se a distância for maior que 9 mm, a sugestão é fazer o procedimento para que a projeção da orelha diminua e tenham características normais”, finaliza o médico.
SOBRE O DR. MAURÍCIO OREL – cirurgião plástico, especialista em cirurgia geral pela Faculdade de Medicina do ABC e em cirurgia plástica pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), membro da SBCP e das entidades internacionais IPRAS (International Confederation for Plastic Reconstructive and Aesthetic Surgery) e ASPS (American Society of Plastic Surgeons). Também é pioneiro no tratamento de deformidade de orelhas em recém-nascidos de forma não invasiva Earwell® em São Paulo (sem cortes ou dores ao bebê).
VEJA FALA SOBRE A IMINENTE ELEIÇÃO DE BOLSONARO. ÉPOCA ESMIÚÇA AS PESQUISAS ELEITORAIS E ISTOÉ PROCURA ENTENDER O AUMENTO DOS VOTOS CONSERVADORES
Veja
Será isso mesmo? Com boa vantagem nas pesquisas, Bolsonaro está a um passo de virar presidente
Jair Bolsonaro não ganhou só o primeiro turno das eleições em 7 de outubro. O ex-obscuro deputado, sem dinheiro e sem partido forte, conquistou um recorde de 49 milhões de votos (o anterior era da ex- presidente Dilma Rousseff, com 47,5 milhões), quebrou uma polarização eleitoral de 24 anos entre PT e PSDB e transformou sua diminuta legenda, o PSL, na segunda maior da Câmara dos Deputados — de oito cadeiras, saltou para 52 e deve crescer à sombra do oportunismo dos que não aguentam ficar longe do poder. Não há dúvida de que Bolsonaro é um fenômeno político de uma magnitude que o Brasil não via desde Lula. O que ele fará com a notoriedade e a confiança que mereceu até agora de quase 50 milhões de brasileiros é que são elas.
Vi e não gostei
A primeira pesquisa eleitoral feita depois do primeiro turno, encomendada por VEJA à consultoria Ideia Big Data, revelou que a maioria do eleitorado ficou insatisfeita com o resultado das urnas. O levantamento, realizado presencialmente com 2 036 eleitores, entre 8 e 10 de outubro, mostra que 44% estão “insatisfeitos” ou “muito insatisfeitos” com o resultado, contra 35% que se declaram “satisfeitos” ou “muito satisfeitos”. “Os descontentes são os eleitores nem- nem: não queriam nem Bolsonaro nem Haddad”, afirma Mauricio Moura, sócio da Ideia Big Data e idealizador da pesquisa.
O descontentamento se repete também na pouca disposição dos eleitores que não votaram nem em Bolsonaro nem em Haddad para seguir agora uma eventual orientação de voto dada por seu candidato de primeiro turno. Somente 25% dos entrevistados responderam ter a intenção de fazê-lo. A pesquisa também confirmou a liderança de Bolsonaro na disputa contra Haddad no segundo turno por 54% a 46% dos votos válidos — distância mais estreita que a mostrada na pesquisa do instituto Datafolha, realizada um dia depois, que aponta 58% a 42%.
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Época
A margem de erro: o que está por trás das pesquisas eleitorais
A apuração de domingo (7) trouxe alguns resultados discrepantes com o que indicavam as pesquisas eleitorais até a véspera do pleito. ÉPOCA, em sua reportagem de capa desta semana, traz o que está por trás dos levantamentos, quem os financia, suas metodologias e por que tem se tornado mais difícil captar o que o eleitor fará na intimidade da cabine de votação.
Fake News
Candidato a vice de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB) teria um suposto plano para confiscar poupanças. O Partido dos Trabalhadores (PT) poderia distribuir mamadeiras com bicos em formato de órgão sexual. Manuela D'Ávila (PCB) teria usado uma camisa em que se lê “Jesus é Travesti”. Além de serem falsas, essas notícias compartilham mais um elo em comum: todas elas foram disseminadas no Whatsapp, aplicativo que nestas eleições ganhou protagonismo ao se transformar em palco de inverdades, desinformações e troca de ofensas.
Com 120 milhões de usuários no país, a ferramenta recebeu tanta relevância que Fernando Haddad, candidato petista à Presidência, chegou a responsabilizá-la pelo crescimento de Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto.
A militância virtual do capitão da reserva é de fato um de seus maiores ativos para compensar os escassos 8 segundos de televisão. Preocupado com o poder de influência do Whatsapp, Haddad decidiu articular ainda no primeiro turno uma empreitada contra as inverdades que circulam a seu respeito.
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Istoé
De onde vem a onda conservadora?
O que explica a ascensão de Jair Bolsonaro, o candidato de 49 milhões de votos que quase liquidou a fatura no 1º turno das eleições e segue como franco favorito para ocupar a cadeira presidencial a partir de 2019.
Em 1992, James Carville, estrategista da campanha de Bill Clinton, do Partido Democrata, na disputa pela Presidência dos Estados Unidos contra George Bush, concorrente à reeleição, cunhou um mantra para o resultado de qualquer refrega política: “É a economia, estúpido!”. O termo pouco educado pretendia mostrar que é a questão econômica a balizadora dos resultados eleitorais. No caso, Carville apostava que a crise americana superaria o sentimento de resgate da autoestima do cidadão obtido após a vitória na Guerra do Golfo. O que se confirmou e garantiu a vitória de Clinton. As eleições brasileiras de 2018 parecem contrariar o mantra de Carville. No caso, o que definiu o resultado das urnas foi “a política, estúpido!”.
E nenhum outro candidato beneficiou-se dessa nova ordem de forma melhor que Jair Bolsonaro, do PSL. “Houve uma mudança profunda no sentimento do eleitor, que a maior parte dos candidatos, à exceção de Jair Bolsonaro, demoraram a perceber”, observa o cientista político André Felipe, especialista em questões municipalistas. Muitos ainda nem perceberam.
Até 2014, prevalecia o voto econômico, voltado a temas como controle da inação, desemprego, estabilidade, desigualdade social. Este ano, não. Compõem os alicerces do voto em Bolsonaro o combate à corrupção, o enfrentamento dos problemas de segurança pública, a contestação ao establishment, que faz com que o eleitor do candidato do PSL sinta-se quase como um revolucionário dos tempos modernos, o conservadorismo, ao qual estão umbilicalmente ligados a questão cultural e os costumes – defesa da religião e de valores da família tradicional composta por “pai e mãe” contra uma agenda considerada progressista – e, claro, o antipetismo, grande responsável pela avalanche de votos na reta final.
A transmutação de Haddad
Como um sabão em pó em que o fabricante muda a embalagem para maquiar o produto, enganando o consumidor, o PT transformou radicalmente a campanha do seu candidato: retirou Lula da propaganda e trocou o vermelho pelo verde e amarelo.
Na segunda-feira 8, o candidato do PT Fernando Haddad repetiu o gesto que fez durante toda a campanha e foi à sede da Polícia Federal em Curitiba pedir a benção do ex-presidente Lula na sala-cela que lhe serve de prisão. Nessa visita, Lula, que é o coordenador de sua campanha, pediu que fosse a última vez que o candidato o visitasse durante este segundo turno.
Na verdade, como em uma sessão espírita, não foi Haddad quem se livrou de Lula. Mas Lula quem se livrou de Haddad. Na sua última recomendação ao candidato que lhe serve de avatar, Lula ordenou que Haddad passasse a tocar a campanha sozinho. O ex-prefeito de São Paulo foi autorizado pelo presidiário a tornar-se, de fato, candidato à Presidência da República. E, rapidamente, transmutou-se. Sumiram as camisetas com os dizeres “Lula livre”.
Entraram em seu lugar fotos suas com ternos bem cortados e cabelos aparados. Sumiu a foto de Lula, que dividia espaço de destaque ao lado de Haddad e da sua vice, Manuela D’Ávila (PCdoB). Desapareceram outros gurus petistas, como o ex-ministro José Dirceu. Até a cor vermelha do PT saiu de cena. Agora, Haddad é verde e amarelo, as mesmas usadas por Bolsonaro. Se durante o primeiro turno, Haddad precisou se vincular diretamente à imagem de Lula para conseguir ter uma candidatura com alguma competitividade, agora ele se transforma para se aproximar de Bolsonaro e reverter o quadro que, no primeiro turno, rendeu 46% dos votos ao candidato do PSL contra os 29% dados a ele, diferença de 17% a favor do ex-capitão do Exército.
Agora, para crescer, os marqueteiros concluíram que Haddad precisa se descolar do ex-presidente, que tem uma elevada rejeição, e zeram nele uma maquiagem, com o intuito de engabelar o eleitor.
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Lista foi apresentada pela defesa do ex-ministro ao TRF4 ao pedir benefícios para o delator, como o cumprimento da pena em casa
Com Agências
O ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda e Casa Civil) entregou 18 tipos de provas — como agendas, computador, notas fiscais e contratos — em pedido feito ao TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), corte de apelação da Lava Jato, no qual solicita benefícios em razão de sua colaboração com a Justiça.
O objetivo é comprovar a colaboração premiada que acertou com a Justiça. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
O pedido foi encaminhado ao desembargador João Pedro Gebran Neto, relator dos processos da Lava Jato na segunda instância e responsável por validar a delação premiada do ex-ministro de Lula e Dilma, firmado com a Polícia Federal.
Condenado a 12 anos e 2 meses de prisão na primeira instância, Palocci solicita à Justiça que sejam concedidos a ele benefícios de um colaborador da Justiça, como a possibilidade de cumprir pena em casa.
Ao justificar o pedido, o advogado Tracy Reinaldet alega que a "cooperação de Palocci" tem se mostrado "efetiva e útil", segundo relata "O Estado de S.Paulo". Para Reinaldet, não há risco de que o ex-ministro volte a cometer crimes.
No pedido à Justiça, a defesa de Palocci lista 18 tipos de provas que foram apresentadas, além das mais de 140 horas de depoimentos, para colaborar com as investigações.
Entre as provas estão contratos fictícios firmados pela empresa Projeto (de propriedade do ex-ministro) para receber pagamentos ilícitos, juntamente com notas fiscais corroborando os depósitos. A defesa também cita e-mails trocados entre funcionários de Palocci e das empresas com quem se firmaram os contratos ilícitos, bem como anotações na agenda do ex-petista, extratos bancários, celulares, HD e pen drive. Os advogados incluíram até dados de rastreadores de veículos para confirmar as alegações feitas por Palocci na delação.
Na delação, que foi liberada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, a menos de uma semana das eleições presidenciais, Palocci afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria participado de uma reunião no Palácio do Planalto, em 2010, na qual foi acertado o pagamento de propina para a campanha de Dilma Rousseff naquele ano, envolvendo a construção de 40 navios-sonda da Petrobras.
Palocci foi alvo da Operação Omertá — desdobramento da Lava Jato — e está preso desde setembro de 2016. Já condenado em primeira instância, o ex-ministro pede benefícios como redução de pena em razão da delação premiada.
Parlamentares fazem parte do grupo que conseguiu permanecer na Casa após uma eleição de alta renovação. Três estão indo para o 8º mandato
Com Agências
Onze deputados federais eleitos no domingo (07) ocupam uma cadeira na Câmara há mais de duas décadas. Esses parlamentares fazem parte dos que conseguiram permanecer na Casa em um pleito marcado por alto índice de renovação: dos 513 que ocupam uma vaga, 240 obtiveram um novo mandato – menos da metade do total.
Átila Lira (PSB-PI), Átila Lins (PP-AM) e Gonzaga Patriota (PSB-PE) são os deputados com mais mandatos na atual composição da Câmara. Cada um já ocupou o cargo sete vezes e está há 28 anos no poder. Lins, do PP do Amazonas, emendou os sete mandatos seguidos e foi eleito pela primeira vez em 1991. Já Patriota, do PSB de Pernambuco, e Lira, do PSB do Piauí, iniciaram como deputados em 1987 e passaram quatro anos fora do Congresso desde então.
Outros oito candidatos eleitos neste pleito ultrapassam os 20 anos de legislatura. Eduardo Barbosa, José Rocha, Arlindo Chinaglia, Ivan Valente, Jandira Feghali, Claudio Cajado, Lauro Lopes e Hermes Picianello já ocuparam o cargo por seis vezes e completam, em dezembro, 24 anos de atuação na Câmara.
O atual deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) é o recordista: foi eleito 11 vezes e está há 44 anos na Câmara. No entanto, Teixeira se despedirá do Congresso em 2019. Nestas eleições, ele se candidatou para o Senado pelo Rio de Janeiro e terminou em sétimo lugar, com 3,09% dos votos.
Apesar de estarem há duas décadas no poder, os deputados avaliaram como benéfica a renovação não só na Câmara, mas também no Senado, onde só oito dos 32 integrantes que buscaram a um novo mandato conseguiram. Para os veteranos, a nova composição será importante para tratar das reformas.
“O Senado tem sido uma casa conservadora sobre reformas. Então, gostei das mudanças”, avaliou Átila Lira, a favor da revisão da legislação sobretudo nas questões tributária, previdenciária e política. Lira também vê como positiva a não eleição, em 2018, dos grandes caciques da política brasileira e seus contemporâneos ao longo dos anos de legislatura, como Romero Jucá, Eunício Oliveira e Cássio Cunha Lima, entre outros.
Já Patriota lamentou a queda dos políticos tradicionais. “Eles tiveram sua participação e marcaram a política brasileira”, comentou. Ambos estão esperançosos com o equilíbrio entre políticos tradicionais e estreantes para os próximos quatro anos. “Conseguimos atrair setores da sociedade que não estavam representados e ter olhares mais plurais”, ressaltou Patriota.
Lira tem como principal bandeira a educação e pretende atuar em três campos no novo mandato: escola em tempo integral, universalização e ampliação do Fies e do ProUni e a criação de escolas técnicas federais, principalmente no Nordeste. Apesar de ver a Câmara como conservadora, diz que votará pautado pelo liberalismo tanto nos costumes quanto na economia.
Patriota elegeu segurança e desenvolvimento como principais bandeiras. O parlamentar vai lutar pela implantação da Zona Franca do semi-árido, a retomada das obras da ferrovia Transnordestina e a integração entre os rios Tocantins e São Francisco.