A poucos dias do início das convenções partidárias, o clima no PSB é de mistério e preocupação entre interlocutores do partido em relação ao futuro eleitoral. Na disputa pela Presidência da República, a cúpula nacional da sigla ainda está dividida entre uma aliança com o PDT, com o PSDB ou ainda com o PT. Essa divisão de opiniões pode fazer o PSB voltar a repensar uma pré-candidatura própria.
Do site otempo.com.br
“O partido passa por um momento delicado com a indefinição sobre a aliança nacional, e a candidatura própria poderia unir o PSB e resgatar seu posicionamento diante de tamanha indefinição eleitoral”, disse o dirigente do PSB-MG, Igor Versiani.
A hipótese do partido de se manter neutro em relação às eleições presidenciais foi descartada pelo presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Em entrevista ao “Estadão”, ele classificou que essa decisão seria inaceitável. “O país está em uma crise política, social e econômica sem precedentes. Aí nós vamos dizer que estamos neutros? Que partido é esse? Eu não reconheceria o PSB se ficasse neutro. Isso não seria PSB, mas uma casa de interesses pessoais. Defendo que o partido tenha uma posição. Neutralidade é inaceitável e imperdoável”, disse.
O nome mais indicado, segundo interlocutores do partido, seria o do deputado federal Júlio Delgado. “Fico muito feliz pelo meu nome ter sido lembrado pelo partido como uma alternativa. Todos sabem que, desde o início, esse era um desejo. Essa é uma eleição muito atípica, mas tenho confiança nesse momento. Temos um projeto em âmbito nacional para colocar em prática, mas vamos deixar as coisas acontecerem. A reunião de definição, marcada para esta quinta-feira (19), em Brasília, foi cancelada. Com isso, vamos esperar a convenção partidária”, disse Delgado.
Aliança descartada
Em Minas, a aposta do PSB para o governo é o ex-prefeito de Belo Horizonte Marcio Lacerda. O político estaria tentando costurar uma possível aliança com o MDB mineiro. Porém, de acordo com o deputado Júlio Delgado, esse acordo não será aceito pelo partido. “A conversa com o MDB inexiste. É um partido com o qual compramos um embate. Há uma posição clara quanto a isso tanto em Minas Gerais quanto na cúpula nacional. Não vamos caminhar com o MDB e não é de interesse ter qualquer aliança com o partido nas eleições proporcionais”, afirmou o parlamentar.
Mesmo com Marcio Lacerda confirmando que não vai desistir de sua pré-candidatura ao governo mineiro, na última semana, em evento com prefeitos mineiros em Belo Horizonte, a dúvida sobre sua continuidade na campanha ainda ronda interlocutores do partido. “Ele ficou indeciso entre ser pré-candidato ao governo de Minas ou seguir como vice de Ciro Gomes (PDT). No fundo, ao que tudo aponta, ele ainda pode desistir da pré-candidatura e seguir com o pedetista”, afirmou um interlocutor do PSB.
Aécio sinaliza
Aécio Neves (PSDB) sinalizou a parlamentares que vai concorrer a deputado federal, segundo o jornal “O Globo”. O tucano concluiu que não há condições políticas para tentar a reeleição.
Com Correio Braziliense
Enquanto o presidenciável Ciro Gomes (PDT) se encontrava ontem com caciques do PCdoB, no Recife, em busca de uma aliança de esquerda, a equipe técnica do pré-candidato tentava alinhar o programa econômico dele com as aspirações do Centrão — grupo que inclui DEM, Solidariedade e PP. Com a indecisão do PSB, que ainda debate internamente se apoiará Ciro ou o nome escolhido pelo PT, o pedetista aponta para a esquerda, mas tenta, a todo custo, o apoio de legendas inclinadas a pautas mais liberais.
A dois dias do início das convenções, o cenário muda frequentemente. O partido comunista ainda luta, oficialmente, pela pré-candidatura de Manuela D’ávila, mas, com a convenção marcada para apenas 1º de agosto, ainda há chances de uma união entre o PCdoB e PDT. Outra possibilidade é que, com a porta fechada para Jair Bolsonaro (PSL), o PR também possa intensificar as conversas com Ciro. Cotado, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, já marcou a reunião do diretório nacional para o próximo dia 30. O encontro irá oficializar se o partido apoiará Ciro, o candidato escolhido pelo PT, ou se seguirá neutro. A definição será em Brasília, às 14h, no Hotel Nacional, conhecido recinto de conchavos e negociações políticas da capital federal.
Do outro lado, o Centrão também ainda não decidiu com quem formará aliança. A dúvida continua sendo entre Ciro ou Geraldo Alckmin (PSDB). A próxima reunião dos dirigentes dos partidos será nesta noite, possivelmente na casa do presidente do PP, Ciro Nogueira, em Brasília. O objetivo é chegar a um acordo até o fim da semana, mas alguns nomes ligados às negociações se mostram pouco otimistas em relação à possibilidade de baterem o martelo ainda hoje.
“Talvez avance alguma coisa, mas é muito difícil chegar a um consenso entre todos os partidos, porque ainda há muitas divergências”, disse o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP). Nos últimos dias, houve uma aproximação com o candidato do PDT, por se tratar de um candidato “aberto a discutir o programa de governo”. A última reunião do centrão com Ciro, no sábado, “foi bastante produtiva”, mas ainda não o suficiente para que o grupo conseguisse chegar a um consenso. “Ele falou sobre as propostas e se comprometeu a rediscutir alguns pontos de conflito no programa”, disse Paulinho.
Fontes ligadas ao PP afirmaram que, atualmente, o partido também está mais voltado para Ciro do que para Alckmin. A reunião de amanhã não deve ser a única da semana. “É mais complexo que a questão econômica. Os partidos têm preocupações com as definições estaduais também”, disse uma pessoa ligada à legenda. “Cada um quer ir para um lado. São muito diferentes”, acrescentou.
Cautela
O governador Mauro Carlesse (PHS) vem se mantendo reservado, sem declarações ou entrevistas à imprensa. Ao que tudo indica, tal estratégia do governador e pré-candidato a reeleição é uma forma de evitar qualquer deslize em suas declarações. Neste período, ainda que muito discreto é sabido que [Carlesse] mantêm conversações com dirigentes de vários partidos, organizando um entrelaçado que se formou com as eleições suplementares, mas que precisa ser desfeito.
Das inúmeras dúvidas que o grupo enfrenta neste momento uma delas, e hoje em grande proporção, é a escolha dos dois candidatos ao senado que farão parte da majoritária. Quem soma mais? Quem tem mais apoio dos partidos aliados? E, dos principais líderes? Quem está melhor nas pesquisas? Tais questionamentos são importantes para que o candidato decida os dois nomes que somarão positivamente em sua campanha a reeleição.
Muitas surpresas poderão ocorrer nas composições das chapas. Agora vale a matemática da adição, da multiplicação. Quem mais soma, quem mais conta com o apoio dos partidos? Quem atualmente tem maior aceitação pública.
Marlon Reis
Serão no mínimo oito candidatos ao senado, que disputarão duas vagas. Na equipe de Mauro Carlesse dois candidatos, com Marlon Reis mais duas vagas, e com Carlos Amastha tudo indica que resta apenas mais uma vaga, já que uma delas está garantida para o senador Vicentinho Alves (PR).
Os demais que não forem contemplados para integrar a majoritária podem migrar para as disputas de cargos de deputado federal ou estadual.
*Economia*
Mauro Carlesse tem administrado o Tocantins de forma engessada. Conforme a legislação eleitoral, o então governador interino estava proibido de nomear, contratar ou dispensar qualquer servidor público durante o período de eleições suplementares.
Diplomado em 9 de julho de 2018, às vésperas de um novo processo eleitoral que agora acontece em todo o País, o governador eleito está constitucionalmente proibido de mais uma vez, contratar, dispensar ou nomear até 90 dias após o processo que acontece em outubro.
Mauro Carlesse
No entanto, o Tocantins encontra-se financeiramente desnivelado, e hoje não atende a exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que permite que da Receita Corrente Líquida (RCL) seja gasto no máximo 49%. O Tocantins já ultrapassa quase 10% dos índices permitidos e hoje o gasto com despesa de pessoal ultrapassa os 58%, chegando a um montante de R$ 4,178 bilhões, conforme foi divulgado pelo Jornal do Tocantins, com base nos dados do Portal da Transparência.
Agora, diante do atual cenário e da legislação, que não permite o enxugamento da folha, só há um caminho a seguir, e tais medidas devem ser emergenciais. Toda gordura deve ser cortada por questões de sobrevivência pública, a começar pelo serviço aéreo, consumo de combustível, pagamento de diárias e passagens de avião e fusões de secretarias e outros órgãos nos próximos três meses.
O Estado não pode deixar de fazer os repasses garantidos em lei, aos demais poderes, mesmo com a possível frustração de receita, é inviável atrasar o pagamento do funcionalismo público que vinha sendo feito pelo ex-governador Marcelo Miranda até o 12º dia do mês. Já o governador Mauro Carlesse optou pelo pagamento de 63% do funcionalismo público, que recebe até R$3.000,00 o pagamento para o primeiro dia útil do mês.
*Detalhamento*
Conforme o Jornal do Tocantins, o Portal da Transparência traz informações de que nos meses de maio, foi gasto R$ 343,5 milhões em salário para os servidores públicos. Já em junho, o montante chegou a R$361,6 milhões sem mencionar as folhas adicionais de férias.
Um comparativo realizado sobre o mesmo período em 2017 mostrou que em maio o governo do Tocantins gastou R$ 335 milhões com o salário e em junho e R$ 354,2 milhões, sendo R$7 milhões a menos que em 2018.
Investimentos
O veículo de comunicação comparou ainda o montante gasto com investimentos a folha dos servidores. Este ano, foram pagos cerca de R$68,62 milhões para aplicação no Tocantins. Este valor corresponde a 2,1% dos gastos do governo nestes seis meses, no entanto com o pagamento de servidores o montante chega a 3,1% das despesas.
Em 2017, no primeiro semestre do ano foram investidos R$ 397,9 milhões, o que correspondeu a 5,5% da despesa total. Já a manutenção da máquina pública também traz grande despesa, chegando ao montante de R$ 687 milhões nestes 180 dias de 2018.
Saúde
Mais importante do governo tem sido o cuidado com os pacientes que dependem de serviços da saúde pública nos Hospitais Regionais e maternidades do Estado.
Na Capital, o abastecimento das farmácias e dos centros cirúrgicos trouxe melhorias significativas no sistema de saúde. No HGP e dona Regina, nos corredores não se vê mais macas ou pacientes. Estas benfeitorias na saúde pública tocantinense é um ganho significativo a todos nós, o que traz maior conforto em um período de vulnerabilidade do cidadão.
Amastha reforça acordos
O governadoriável, o ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, estava com retorno aguardado para esta terça-feira. O pré-candidato estava sendo aguardado por líderes e correligionários onde deve nos próximos dias afunilar os entendimentos para a formação da chapa majoritária dos partidos que marcaram suas convenções para o último dia estabelecido pela legislação eleitoral, que é até 05 de agosto.
As vésperas da divulgação dos acontecimentos e acordos que estão sendo alinhados nos bastidores, fora dos holofotes da imprensa, serão muito intensos e de costuramentos de acordos políticos.
O olhar atento da sociedade
A população tocantinense aguarda silenciosamente a divulgação dos possíveis nomes para concorrer a função de governador do Tocantins. Aqueles que buscam a vaga de gestor no Palácio Araguaia deverão apresentar suas propostas de governo, assim como participar das discussões sobre assuntos de interesse social como geração de emprego e renda, estratégias e propostas para o enxugamento da máquina público, associado à apresentação de concursos públicos, ações voltadas para melhorias na saúde, educação, segurança pública, dentre tantas outras questões que devem estar associadas a políticas públicas para a redução da criminalidade, da drogadição e do desemprego.
As propostas devem convencer mais de um milhão de eleitores que estão aptos a exercer a democracia por meio do voto em outubro, nos 139 municípios tocantinense.
Paralelo a todas estas questões, é preciso que o candidato esteja preparado para enfrentar não apenas as sabatinas com seus adversários, mas de representantes de instituições classistas.
Os olhos e ouvidos do povo
A imprensa com todas as suas ferramentas de comunicação será essencial para levar a conhecimento público o perfil, proposta, ideologia, visão de cada candidato, tendo em vista que esta eleição será de poucos comícios e grandes encontros haja visto que a classe encontra-se desacreditada, descredibilizada, sem prestígio algum junto a opinião pública.
As redes sociais serão um diferencial neste processo, uma faca de dois gumes, pois para aqueles que estão no exercício do mandato mais uma ferramenta de comunicação para divulgar e prestar conta do trabalho realizado junto aos municípios.
Agora, aqueles que ocuparam cadeiras, passaram por mandatos eletivos e não trabalharam como deveriam, se não realizarem uma prestação de contas positiva, o eleitor tende a trocar por um outro candidato que possa fazer, ou ao menos que lhe transmita segurança e seriedade na função que busca ocupar.
Vamos aguardar as pedras sucessórias serem postas no tabuleiro para conhecermos e analisarmos o potencial de cada um. Boa sorte a todos, e até o próximo episódio dessa história sobre a sucessão do Tocantins.
Em vídeo José Nêumanne Pinto, no fim da matéria do jornal da TV Gazeta
Presidente do partido não abre mão da disputa pelo Planalto: “não participar seria ato de covardia”
Do Jornal do Brasil
Sem mencionar o nome do pré-candidato Henrique Meirelles, o presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR) convocou os convencionados a apoiar a candidatura própria do partido à Presidência da República. Em vídeo distribuído pelas redes sociais, Jucá anunciou a convenção nacional do partido para o dia 2 de agosto, três dias antes do fim do prazo estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Não participar dessa eleição seria um ato de covardia. O MDB, com a sua história e as suas conquistas, não deve e não pode fugir ao debate. Não podemos fazer de conta que nada está acontecendo e ficarmos inertes. Isso seria diminuir e encolher o nosso tamanho e importância”, afirmou Jucá no vídeo, ao referir-se a uma “grave crise política e econômica” que persegue o Brasil há dois anos. Ele não faz referência ao fato de o país ser presidido pelo emedebista Michel Temer.
Senador Romero Jucá anunciou para o dia 2 de agosto a convenção nacional do partido para lançar ex-ministro Henrique Meirelles candidato
“Tenho ouvido da grande maioria nos nossos estados o desejo de candidatura própria a presidente. O MDB precisa ser cada vez mais afirmativo e conduzir seu próprio caminho”, prossegue o senador, no vídeo. Ele diz que o MDB é o maior partido do Brasil e, por isso, não pode “se esconder ou se omitir” em um momento em que a sociedade pede mudanças na política. “Não podemos abdicar de nossa posição e seguir outras ideologias, populistas, que já nos fizeram tanto mal”, diz, sem citar a aliança com o PT no governo Dilma Rousseff.
“Vamos unidos para a convenção do dia 2 de agosto. Vamos reafirmar nosso compromisso com o Brasil”, conclamou.
Será impossível ao MDB, porém, alcançar a unidade aclamada por Jucá, uma vez que o seu candidato, Meirelles, encontra resistência em muitos diretórios estaduais. Lideram a resistência à candidatura própria figuras importantes do partido, como os senadores Renan Calheiros (AL), Eunício Oliveira (CE) e Roberto Requião (PR).
Renan Calheiros lançou, inclusive, a tese “MDB Livre”, que defende a posição de neutralidade na convenção partidária, para que o partido faça livremente as alianças regionais. Os que resistem ao nome de Meirelles o acusam de ter “alugado” o partido para realizar o sonho pessoal de ser presidente, sem que haja qualquer compromisso com a legenda.
Dois são os motivos que fazem Jucá insistir na candidatura própria. Primeiro, a campanha majoritária será totalmente financiada pelo candidato. Ele mesmo já havia anunciado a decisão da Executiva Nacional que coloca como prioridade do partido na campanha de 2018 a ampliação da bancada na Câmara dos Deputados e no Senado. A decisão consta dos critérios para utilização do Fundo Eleitoral, encaminhados pela Executiva ao TSE. Com isso, o partido tornou inviável a candidatura de outro concorrente que não Henrique Meirelles, o único disposto a bancar R$ 70 milhões em campanha.
O outro motivo são pesquisas recentes que colocam até mesmo o candidato do PT, Fernando Haddad, com 2% nas intenções de voto. A avaliação da equipe de Meirelles é que cai por terra a tese de que há risco de sobrar apenas o candidato de Lula e Jair Bolsonaro para disputar o segundo turno. Haveria, portanto, chances de sua candidatura crescer ao longo da campanha.