Por Clenio Araujo
A exemplo do que faz no Brasil, a Embrapa vem atuando junto a diferentes instituições na Bolívia visando a colaborar para o desenvolvimento da pesca e da aquicultura naquele país. Em 2016, foram realizados treinamentos em que profissionais da empresa atuaram como instrutores. O projeto Peces para La Vida, de acordo com o pesquisador Luiz Eduardo Lima de Freitas, "é a primeira plataforma dedicada ao setor pesqueiro e aquícola na Bolívia e tem levantado informações sociais, econômicas e técnicas, as quais têm apoiado o fortalecimento dos complexos produtivos de pesca e piscicultura, principalmente os de escala pequena ou familiar".
Luiz Eduardo, que é da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), explica que, "devido à carência de profissionais no país para ministrar os módulos dos cursos, a coordenação do projeto tem buscado parceiros externos, entre os quais a Embrapa". Ele mesmo foi instrutor nos módulos sobre nutrição e alimentação e sobre monitoramento da produção, realizados em novembro passado em Yapacani e dos quais participaram cerca de 40 pessoas, incluindo técnicos e produtores.
O Peces para La Vida é coordenado pela organização não-governamental Centro de Promoção Agropecuária Campesina (Cepac), da Bolívia, e tem o apoio do governo canadense através do International Development Research Centre (IDRC) e da organização não-governamental World Fisheries Trust (WFT). Foi feito um diagnóstico da atividade piscícola no país e encontraram-se quatro fatores limitantes à produção na região tropical: baixa qualidade e contaminação da água; escassez e baixa qualidade genética de alevinos; baixa segurança nos tanques de criação, construídos sem planejamento; baixa qualidade de ração disponível no mercado.
Sanidade – A pesquisadora Patrícia Maciel, também da Embrapa Pesca e Aquicultura, ministrou em março em Yapacani um módulo de capacitação sobre sanidade de peixes. Entre os temas, "fatores que causam doenças na piscicultura, identificação dos agentes causadores das doenças em peixes, como tratar e evitar as doenças no cultivo, além de temas transversais como métodos para mitigar efeitos de baixa temperatura, possíveis causas para o boquejamento dos peixes nos viveiros de cultivo, controle de predadores de peixes e outros temas de interesse que surgiram ao longo do curso", diz ela.
Ao transmitir conhecimentos sobre piscicultura já estabelecidos, na própria literatura científica, a Embrapa colabora para uma melhor formação de técnicos e produtores. Mas não é apenas isso; para Patrícia, "há uma construção conjunta do conhecimento, ou seja, nós levamos as informações mais atualizadas de cada área, porém estávamos abertos para discutir possibilidades de melhorias da piscicultura dentro da realidade local, de forma que o conhecimento gerado de fato pudesse ser aplicado nas propriedades".
Já Marcela Mataveli, que trabalha com transferência de tecnologia na Embrapa Pesca e Aquicultura, ministrou três módulos: água, alevinagem e manejo sanitário. Isso tanto em Yapacani, como em Chimoré – nesta última cidade, Luiz Eduardo também ministrou conteúdo similar ao que trabalhou em Yapacani. Marcela esteve no país em outubro e fez, também, palestra em que abordou água, alevinagem e reprodução de tambaqui, desta vem em Santa Cruz de la Sierra. Esta atividade envolveu representantes da cadeia produtiva da piscicultura boliviana.
Governador assinou um Termo de Cooperação Técnica entre o Tocantins e a Fundação Lemann, para capacitação de gestores da rede estadual de ensino
Por Jarbas Coutinho
“Vamos perseguir bons índices educacionais não apenas para obter destaque nacional, mas principalmente para ver alunos tornarem-se cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres”. Essa foi a principal mensagem do governador Marcelo Miranda durante a solenidade de assinatura do Termo de Cooperação Técnica entre o Governo do Tocantins e a Fundação Lemann, para realização de cursos de capacitação de gestores e coordenadores pedagógicos da rede estadual de ensino. O evento foi realizado na manhã desta quarta-feira, 25, na sala de reuniões do Palácio Araguaia.
O governador disse que a Educação necessita de investimentos constantes, ações com objetivos claros, e que a parceria com a Fundação Lemann constitui um passo importante para o setor, principalmente para a capacitação dos educadores. “A escola torna-se mais forte e preparada para os avanços do mundo moderno quando os seus profissionais aprimoram seus conhecimentos”, pontuou Marcelo Miranda, afirmando que os reflexos das formações estarão inseridos nas políticas educacionais adotadas pela escola, o que certamente vai refletir na satisfação dos profissionais e no rendimento dos alunos.
A titular da pasta da Educação, professora Wanessa Zavarese Secchim, disse que foi um momento importante para o setor educacional do Tocantins, uma vez que o diretor e o coordenador pedagógico lideram todo o processo de aprendizagem na escola. “A Secretaria da Educação lançou a proposta pedagógica para 2017 e nós precisamos alinhar o novo currículo e todo o planejamento a uma formação que vai subsidiar e garantir que o planejamento chegue à sala de aula”, explicou.
O diretor-presidente da Fundação Lemann, Denis Fernando Mizne, disse que a instituição trabalha para proporcionar uma educação de excelência a todas as crianças. “Só a educação de qualidade vai garantir o sucesso em qualquer iniciativa, e é importante desenvolver um projeto dessa natureza em um Estado comprometido com o setor”, avaliou.
Formação
Por meio do Projeto Gestão para a Aprendizagem, da Fundação Lemann, será ofertado o curso Gestão Escolar: Desafios e Perspectivas para a Efetivação da Autonomia na Gestão Democrática da Escola. A iniciativa é uma das ações do Programa Estrada do Conhecimento (PEC), desenvolvido no Tocantins com apoio do Banco Mundial.
A cooperação técnica vai permitir que 458 diretores escolares, 458 coordenadores pedagógicos das escolas estaduais e 91 técnicos da Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) participem do curso. Os encontros presenciais serão realizados nos polos de Araguaína, Dianópolis, Guaraí, Gurupi e Palmas.
Fundação Lemann
Fundada em 2002, com sede em São Paulo, a Fundação Lemann desenvolve e apoia projetos inovadores em educação, realiza pesquisas para embasar políticas no setor, oferece formação para profissionais da educação e para o aprimoramento de lideranças em diversas áreas.
A solenidade contou com a presença da vice-governadora Claudia Lelis; do diretor-presidente da Fundação Lemann, Denis Fernando Mizne; da deputada federal Dorinha Seabra; prefeitos; secretários de estado; e auxiliares do governo.
Foto: Elizeu Oliveira
Por Cláudio Paixão
O governador Marcelo Miranda recebeu na manhã desta quarta-feira, 25, o presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). A visita faz parte de uma agenda nacional que ele vem cumprindo nos estados, dentro do processo eleitoral para a próxima legislatura da Câmara.
Rodrigo Maia esteve acompanhado dos deputados federais Dulce Miranda, Lázaro Botelho, Dorinha Seabra, Carlos Gaguim, Vicentinho Júnior e César Halum. “É uma grande oportunidade, no processo eleitoral para presidir a Câmara, visitar os estados, conversar com os parlamentares e conhecer pessoalmente a região”, ressaltou Maia.
O líder da bancada tocantinense na Câmara dos Deputados, Lázaro Botelho, destacou o trabalho de Rodrigo Maia. “O presidente tem colocado matérias importantes para o Brasil, conquistou a confiança da maioria dos deputados, e aqui no Tocantins somos reconhecedores desse comportamento”, disse.
O governador Marcelo Miranda agradeceu a visita do parlamentar e desejou que as eleições à Câmara do Deputado, que acontecerão próximo dia 2 de fevereiro, ocorram dentro da normalidade e do espírito democrático.
Em um cenário de poucas verbas e muitas promessas, prefeitos, escaldados pela última gestão, pensam em mudar de partidos e até de “padrinhos” políticos para não ficarem mal frente aos eleitores
Por Edson Rodrigues
O velho ditado que diz que “gato escaldado tem medo de água fria” nunca esteve tão em voga quanto nos dias de hoje para os atuais prefeitos brasileiros. No Tocantins, então, parece ladainha.
Ao analisar pesquisa interna realizada pelo jornal O Paralelo 13 com 28 prefeitos eleitos e dois reeleitos, pouquíssimos são os atuais gestores municipais que se acham na obrigação e no dever de apoiar o candidato X ou Y a deputado federal ou a senador, simplesmente porque ele faz parte do mesmo partido.
Cinco admitem que irão mudar de partido, pura e simplesmente, enquanto outros nove pelo menos estudam em ir para um partido que tenha um bom representante na Câmara Federal – deputado federal ou senador – capaz de efetivamente viabilizar recursos para seus municípios. O prazo para que tomem essa decisão, ou seja, a “paciência”, termina em agosto deste ano.
Por conta da forma com que foram tratados nos últimos tempos, são poucos os prefeitos fiéis aos próprios partidos e, sem pensar duas vezes, marcam a campanha eleitoral de 2018 para poder soltar a língua e dizer em alto e bom som tudo o que lhes está agarrado na garganta: “isso se eles (candidatos a deputado federal e a senador) tiverem a cara de pau de vir pedir o nosso apoio. E falamos de, pelo menos, 80% dos atuais detentores de mandato na Câmara Federal”, enfatiza.
Já em relação aos deputados estaduais e líderes partidários a bronca não é tão grande e são poucos os que têm alguma reclamação.
Trocando em miúdos, o que os atuais prefeitos querem é dinheiro em caixa. Emendas parlamentares e convênios que demoram uma eternidade para virar realidade, ou seja, se converterem em verbas, já não servem para aplacar as necessidades dos municípios. Tem prefeito reeleito que participou de celebrações, em Brasília, ainda no governo Dilma Rousseff, em que foram prometidas 70 mil casas populares, não receberam sequer um centavo e passaram vergonha junto aos cidadãos de seus municípios.
A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR
Esse sentimento comum entre os prefeitos não pode – nem deve – ser colocado apenas nas contas dos deputados federais e senadores. Muitos deles fizeram direitinho a sua parte nesse processo, mas, por motivos além de suas possibilidades, como falta de prestígio junto aos respectivos partidos, ou por serem de partidos de oposição ao governo federal.
Os parlamentares que entram na parte negativa desta pesquisa são os que demonstraram estar alheios aos problemas dos municípios, principalmente daqueles que “representam” e se preocuparam apenas com suas imagens junto aos colegas congressistas e na mídia e, principalmente aqueles que deixaram os prefeitos a ver navios durante as campanhas no ano passado, deixando de comparecer a palanques e, principalmente, com recursos para as despesas.
O que os prefeitos querem é menos blábláblá e mais, muito mais ação em favor dos municípios que, como pontas mais fracas da corda sempre acabam prejudicados.
Felizes são os municípios que têm à frente de suas administrações prefeitos que sabem andar com as próprias pernas, sabem em quais portas devem bater em Brasília e, principalmente, sabem que têm, em sua equipe de auxiliares, pessoas capazes de elaborar e aprovar projetos de forma correta nos ministérios.
Infelizmente, essa não é uma regra entre os municípios tocantinenses...
Com a palavra – e o trabalho – nossa bancada federal!
Por Nara Moura
Será realizado nesta quinta-feira, 26, no Câmpus Cimba da Universidade Federal do Tocantins (UFT), em Araguaína, o Seminário Estadual Sobre Trabalho Escravo Contemporâneo. Uma parceria entrea Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju) e a Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo (Coetrae-TO), o evento faz parte da Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, lembrado no dia 28 de janeiro.
A secretária estadual da Cidadania e Justiça e presidente da Coetrae-TO, Gleidy Braga explicou a necessidade de promover seminários temáticos. “O trabalho é um direito humano fundamental e precisa ser assegurado a todos. Daí a importância de se realizar eventos de mobilização da sociedade para combater essa prática”, enfatizou.
“No combate ao trabalho escravo, é necessário que haja uma formação contextualizada com a realidade do trabalhador. O seminário leva conhecimento quanto aos direitos desses trabalhadores”, disse Maria Vanir Ilídio, diretora de Direitos Humanos da Seciju.
Mesa-redonda
Durante o evento, também ocorrerá uma mesa-redonda com minipalestras, entre elas a “O Conceito atual de Trabalho Escravo e atuação da Justiça do Trabalho – Casos Recentes”, com Dr. Jonatas dos Santos Andrade, Juizdo Titular do Tribunal Regional do Trabalho - 8ª Regiãoem Marabá (PA).
Outra minipalestra ofertada será “O trabalho escravo pode cair na invisibilidade? Caso Brasil Verde e o papel da Sociedade - dados atuais”, com o Frei Xavier Plassat da Comissão Pastoral da Terra no Tocantins (CPT - TO).
Além do seminário, ocorrerá também um debate sobre o trabalho escravo com os alunos da UFT (Câmpus Cimba) das 14h às 18h, dia 26, e na sexta-feira, 28, uma blitz educativa no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Araguaína, ação da PRF juntamente com a Coetrae-TO.
“As atividades alusivas à semana [Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo] é de suma importância para também formar multiplicadores que levam o conhecimento para as bases. Temos os dados e também um plano de trabalho onde estamos constantemente promovendo ações com o apoio da própria Coetrae-TO, para diminuiur os índices e mudar a realidade do Estado”, finalizou Maria Vanir Ilídio.
Coetrae-TO
Fazem parte da Comissão Estadual para Erradicação do Trabalho Escravo no Tocantins a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju); a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc); Secretaria de Estado do Trabalho e da Assistência Social (Setas); Defensoria Pública Estadual (DPE); o Ministério Público Federal (MPF); o Ministério Público do Trabalho (MPT); a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Polícia Federal (PF), Advocacia Geral da União no Estado do Tocantins (AGU); Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (Faet); Federação dos trabalhadores na agricultura do Estado do Tocantins (Fetaet); Procuradoria Regional do Trabalho da 10 Região; Procuradoria da República no Tocantins; Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE –TO); Universidade Federal do Tocantins (UFT); Tribunal Regional do Trabalho da 10° Região (TRT); Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO) Comissão Pastoral da Terra (CPT-TO) e Movimento Estadual de Direitos Humanos (MEDH Tocantins).
Semana Nacional
Na próxima sexta-feira, 28, o Brasil lembra o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, data que teve início em 2004, após o assassinato de quatro funcionários do Ministério do Trabalho (MT), quando apuravam denúncia de trabalho escravo na zona rural de Unaí, em Minas Gerais. No Brasil, esse atentado contra a dignidade humana ainda vitima milhares de pessoas.
Segundo levantamentos do Observatório Social do Brasil (OSB), nos últimos quinze anos foram libertadas mais de 38 mil pessoas em diferentes regiões do Brasil. Estima-se que mais de 25 mil entram no ciclo do trabalho escravo a cada ano. A entidade aponta os fatores que levam à continuidade do trabalho escravo no país. “Três fatores contribuem diretamente para que essa triste realidade ainda perdure: ganância, miséria e impunidade”.