A palavra de ordem na sucessão municipal de 2024, a partir de agora, no Tocantins, é cautela, principalmente para a imprensa local, que corre o risco de dar “barrigadas” ao ser surpreendida com as movimentações imediatas e sem aviso, que vêm ocorrendo de Norte a Sul, principalmente nos 12 maiores colégios eleitorais e nos municípios em que houver transmissão do Horário Eleitoral Obrigatório de Rádio e TV.

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

Essas mudanças radicais tiveram início em Palmas, com a filiação anunciada do ex-prefeito e ex-senador Eduardo Siqueira Campos, pré-candidato à prefeitura de Palmas, ao Podemos, em solenidade marcada para o próximo dia quatro de outubro, na Câmara Federal, com a presença da cúpula nacional da legenda, partido que mesmo sem representatividade na Assembleia Legislativa e na Câmara Municipal de Palmas, sempre teve bons nomes em suas fileiras, embora tenha como presidente estadual o ex-deputado federal Tiago Dimas, derrotado em sua busca pela reeleição no ano passado, assim como seu pai, Ronaldo Dimas, do PL, conhecido como professor de Deus, que não conseguiu êxito em sua candidatura ao governo do Estado.

 

Tanto que à chegada de Eduardo Siqueira somou-se, imediatamente, a desfiliação do deputado estadual Júnior Geo, anunciada para breve, o que abre a possibilidade de uma debandada geral dos seguidores e apoiadores da candidatura do parlamentar à prefeitura de Palmas.

 

Peças do Tabuleiro politico da Capital 

 

Geo é um político ficha limpa e de ótimo conceito junto à população palmense e essa mexida no tabuleiro sucessório deve ser friamente analisada, para que se chegue a um consenso sobre quem sai ganhando e quem sai perdendo, se Júnior Geo, se Eduardo Siqueira campos ou se o Podemos.

 

É certo que haverá consequências positivas e negativas para todos, o que deve ser medido pelo descontentamento dos candidatos a vereador do Podemos, se repudiam ou aceitam a filiação de Eduardo Siqueira Campos, se ficarão no Podemos ou se seguirão os caminhos de Júnior Geo, rumo a outro partido que lhe garanta a legenda pela candidatura.

 

Tudo coisa para ser analisada mais à frente,

 

GURUPI

 

Enquanto isso, em Gurupi, a prefeita Josi Nunes vem demonstrando que já escolheu seu “lado” nas eleições municipais e, ao que tudo indica, não será o do governador Wanderlei Barbosa.

 

Em política não há como “tapar o sol com uma peneira” e este é exatamente o caso do posicionamento de Josi Nunes, que vem perdendo musculatura política por conta do seu relacionamento umbilical com o senador Irajá Abreu. Mesmo com o parlamentar injetando recursos federais na sua gestão para obras importantes, a presença de indicados seus, assim como do ex-governador Mauro Carlesse no primeiro escalão da gestão de Josi é um verdadeiro “fogo na ponte” que a ligava ao Palácio Araguaia.

 

O vice-governador, Laurez Moreira, que teve seu candidato à prefeitura de Gurupi derrotado por Josi na eleição passada, vê positivamente a possibilidade de apoiar o maior adversário da reeleição de Josi  Nunes, deputado estadual Eduardo Fortes que, inclusive, lidera as pesquisas de intenção de voto para o Executivo da Capital da Amizade.

 

Forte é apoiado pelo grande líder empresarial de Gurupi, Oswaldo Stival, maior pagador de impostos e gerador de empregos da cidade e maior exportador de carne bovina do Norte do Brasil, que tem relevantes serviços prestados na área social.

 

Prefeita Josi e o deputado Eduardo Fortes

 

Josi Nunes e Eduardo Forte vêm polarizando as pesquisas de intenção de voto, o que dificulta o surgimento de uma terceira via que possa mudar esse quadro, embora não impeçam que haja alternativas, pois Gurupi é um dos principais colégios eleitorais do Tocantins e sedia emissoras de Rádio e TV, o que significa um Horário Eleitoral Obrigatório com bastante influência no resultado das eleições.

 

A verdade é que Josi pode ter chegado ao topo da sua capacidade de popularidade e, para mudar esse quadro, precisará profissionalizar a sua candidatura à reeleição para estancar a perda de musculatura política.

 

Já Eduardo Fortes está em plena ascensão política e sua caminhada rumo à prefeitura vem ocorrendo sem obstáculos.

 

ARAGUAÍNA

 

Em Araguaína não há outra hipótese. Sem arrodeios, a eleição na Capital do Boi Gordo está totalmente polarizada, tendo o atual prefeito, Wagner Rodrigues, de um lado e o deputado estadual Jorge Frederico.

 

Wagner é apoiado pelo seu criador, Ronaldo Dimas, o professor de Deus, pelos senadores Eduardo Gomes, campeão no carreamento de recursos federais para todo o Tocantins, incluindo Araguaína, e Irajá Abreu, que tem, também, enviado recursos federais para a cidade, mas que é o mais contumaz adversário do governador Wanderlei Barbosa, e autor de diversas denúncias contra o governo do Tocantins junto à órgãos federais de fiscalização.

 

Os demais deputados federais e estaduais que se dizem governistas ainda não assumiram a candidatura de Jorge Frederico, mesmo ele tendo a preferência do Palácio Araguaia.

 

Com o posicionamento do governador Wanderlei Barbosa cada vez mais claro quanto à necessidade dos seus aliados em escolher “apenas um santo para rezar”, ou seja, apenas um palanque, não haverá espaço para “muristas”.

 

A sucessão municipal em Araguaína será como um clássico do futebol: dois times e duas torcidas em espaços bem definidos e separados. De um lado o time de Ronaldo Dimas e Wagner Rodrigues, do outro o de Jorge Frederico e Wanderlei Barbosa.

 

Cabe ressaltar que a as ações do governo Wanderlei Barbosa na cidade ainda precisam ser melhor divulgadas para os araguainenses e isso se faz necessário para que haja equilíbrio na disputa.

 

A expetativa é de um “jogo’ de alto nível, com craques dos dois lados. Resta saber, até o apito inicial, quem estará com quem e em qual lado da arquibancada estarão sentados.

 

O placar, por enquanto, parece pender para o lado de Wagner Rodrigues, uma vez que não há dúvidas quanto ao posicionamento dos deputados estaduais Gipão e Marcus Marcelo, que são “crias” de Ronaldo Dimas. Já em relação ao deputado estadual Olyntho Neto e ao deputado federal Lázaro Botelho, por incrível que pareça, ainda não deixaram claro e cristalino por qual das duas candidaturas irão se decidir e terá as honras dos seus apoios.

 

Talvez Araguaína seja a cidade – a segunda maior do Tocantins – em que o cenário eleitoral esteja mais indefinido.

 

GOVERNADOR WANDERLEI BARBOSA TEM O SEU TEMPO

 

As eleições municipais de 2024 estão, definitivamente, nas ruas, nos bares, na Assembleia Legislativa, nas Câmaras Municipais, no Congresso Nacional, nos partidos políticos, nas redes sociais e na imprensa, mas, ao que parece, ainda não chegou no Palácio Araguaia nem nas prefeituras.

 

Mas, tudo tem seu tempo.

 

O detalhe é que, em se tratando de eleições municipais, muitos já se anteciparam. Os que cometeram erros serão candidatos natimortos, outros, largaram positivamente na frente, como a deputada estadual Janad Valcari, que busca a prefeitura de Palmas, lidera todas as pesquisas de intenção de voto e colocou um grande terreno de vantagem em relação aos demais postulantes.

 

Já Júnior Geo volta à estaca zero depois que Tiago Dimas, presidente do Podemos anunciou a filiação de Eduardo Siqueira Campos, confirmada pela cúpula nacional da legenda. A candidatura do Podemos será de oposição ao Palácio Araguaia.

 

Este mês de outubro, que marca exatamente um ano para as eleições municipais, ainda reserva muitas outras surpresas, sem contar com as operações da Polícia Federal e seus desdobramentos. Novas filiações e desfiliações devem acontecer a qualquer momento e a tendência é que o caldeirão sucessório ferva até dezembro, com efeitos colaterais positivos para uns e negativos para outros.

 

O governador Wanderlei Barbosa, por estar no poder e ser o interessado número um nessas eleições que serão o termômetro do pleito majoritário de 2026, principalmente em Palmas, maior colégio eleitoral do Estado, sabe o momento certo de dar a largada e iniciar as movimentações definitivas.

 

Mas, como em política nada é exato, como falamos no início, a cautela é o melhor remédio para evitar “barrigadas” e outros acidentes de percurso.

 

Que Deus ilumine as mentes dos nossos políticos, para que suas decisões não tornem nossas vidas ainda mais difíceis.

 

Amém!

 

 

Posted On Segunda, 02 Outubro 2023 06:39 Escrito por

Historiadora Paula Coradi vai comandar a sigla até 2026; direção lamenta episódio entre militante

 

 

Por Pedro Augusto Figueiredo e Julia Affonso

 

 

O grupo político liderado pelo deputado federal e pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), saiu vitorioso do 8º Congresso Nacional do PSOL, encerrado neste domingo, 1º, em Brasília, ao conseguir eleger a historiadora Paula Coradi como presidente do partido com 67,1% dos votos. Ela vai comandar a legenda até 2026. O encontro foi marcado pela tensão entre as diferentes correntes partidárias e teve que ser interrompido após uma briga entre militantes que descambou para a troca de socos.

 

Assim como Boulos, Coradi pertence à ala da Revolução Solidária, corrente do partido que defende aproximação maior com o PT e com o governo Lula (PT). Já a corrente Movimento Esquerda Socialista, integrada pelas deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS), foi derrotada. Essa ala entende que o PSOL precisa adotar postura de independência em relação a Lula.

 

 

"Eleger Guilherme Boulos a prefeito de São Paulo vai ser uma das grandes tarefas e desafios que o PSOL vai se empenhar e vai fazer de tudo para produzir essa vitória política que, além de ser uma vitória enorme do PSOL, vai ser uma vitória enorme para toda a esquerda brasileira", disse Coradi em entrevista à TV PSOL logo após o fim do Congresso. Ela também afirmou que o partido planeja reeleger Edmilson Nogueira, prefeito de Belém (PA), e que tem "muito boas possibilidades" com os deputados federais Tarcísio Motta, pré-candidato no Rio de Janeiro, e Talíria Perrone, pré-candidata a prefeita de Niterói (RJ).

 

A pré-campanha de Boulos foi alvo de críticas internas de parte do PSOL ao anunciar que terá como marqueteiro Lula Guimarães, nome responsável pelas campanhas eleitorais de João Doria e Geraldo Alckmin em 2016 e 2018, respectivamente. Enquanto isso, o PT confirmou apoio à candidatura do psolista à Prefeitura de São Paulo em 2024, em cumprimento ao acordo firmado para que ele desistisse de se candidatar ao governo do Estado na última eleição e apoiasse o hoje ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP).

Capixaba de Vila Velha (ES) e professora licenciada da rede estadual de ensino do Espírito Santo, Coradi vai substituir Juliano Medeiros, que presidiu o PSOL entre 2017 e 2023. Em nota divulgada à imprensa ainda na condição de presidente, Medeiros disse que a direção do PSOL lamenta o desentendimento ocorrido entre dois militantes durante o evento. "O caso está sob apuração das instâncias responsáveis. O incidente não alterou o curso do encontro que se encerrou elegendo a nova direção e aprovando todas as resoluções previstas", declarou.

 

 

 

Posted On Segunda, 02 Outubro 2023 06:34 Escrito por O Paralelo 13

Máquina foi comprada com verba do espólio do orçamento secreto. Procurada, a assessoria de Lira afirma: "Qual o problema de ter um banner de agradecimento à entrega da retroescavadeira?" Codevasf diz que a responsabilidade é da prefeitura, que não responde

 

Com Estadão

 

O rosto do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estampa uma escavadeira hidráulica adquirida com dinheiro público na cidade de Teotônio Vilela (AL). A máquina de R$ 739 mil deveria ser usada em obras e construções, mas foi reduzida a um aparato de propaganda de Lira na cidade que tem o primo do deputado como prefeito.

 

O veículo foi comprado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que proíbe o uso de escavadeiras para fins que não sejam de interesse social.

 

Procurada, a assessoria de Lira afirmou: “Qual o problema de ter um banner de agradecimento à entrega da retroescavadeira?” A Codevasf disse que a responsabilidade é da prefeitura. E a prefeitura não respondeu.

 

Uma imagem obtida pelo Estadão mostra a escavadeira estacionada no início da Avenida Jorge Vilela dos Santos, ao lado de um galpão recém-inaugurado com bares, restaurantes e artesanatos. Trata-se do Empório Menestrel, o mais novo ponto turístico da cidade. O banner disposto no maquinário traz a foto de campanha de Arthur Lira e um agradecimento ao parlamentar. “Gratidão por tudo que já fez e faz por Teotônio Vilela”.

 

Tanto a cidade de Teotônio Vilela quanto a Superintendência da Codevasf em Alagoas são comandadas por primos do atual presidente da Câmara. O atual prefeito do município é Peu Pereira (PP). Já o superintendente regional da Companhia é Joãozinho Pereira. Ambos alternam o comando da Teotônio há mais de duas décadas, desde as eleições municipais de 2000. Hoje, assinam o termo de doação da escavadeira hidráulica que virou “outdoor” na cidade.
Teotônio Vilela é um dos principais redutos eleitorais de Lira em Alagoas. Nas eleições de 2022, o deputado conquistou 7,6 mil votos no município, o equivalente a 38,7% dos eleitores locais e 13,2% de todos os votos conquistados por ele no pleito.

 

Deputado Arthur Lira posa ao lado do primo e prefeito de Teotônio Vilela (AL), Peu Pereira Foto: Reprodução/ Instagram

Muito desse apoio se deve ao dinheiro angariado pelo presidente da Câmara para o município. Para Joãozinho, Lira é “o homi [sic] responsável pelo envio das emendas que construíram as maiores obras de Teotônio Vilela”. De acordo com publicação feita pelo superintendente da Codevasf em setembro de 2022, cerca de 90% das emendas parlamentares enviadas a Teotônio Vilela nos últimos 12 anos são de autoria de Arthur Lira. “Aproximadamente R$ 135 milhões para todas as áreas, de 2010 a 2022?, disse.

 

 

Em maio deste ano, Joãozinho informou, via rede social, que a Superintendência de Alagoas recebeu 20 retroescavadeiras por meio de emendas parlamentares de Arthur Lira.

 

Teotônio Vilela tem 74% da população em situação de pobreza ou extrema pobreza, segundo dados do Cadastro Único (CadÚnico) do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. São 28 mil pessoas que vivem com menos de meio salário mínimo, o equivalente a R$ 660 por mês. Desses, 9,8 mil declararam que moram em ruas sem calçamentos.

A escavadeira que virou “outdoor” em Teotônio Vilela foi comprada com verba do espólio do orçamento secreto, declarado inconstitucional, no fim do ano passado, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O dinheiro é do atual Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, mas a publicidade de Lira no veículo indica que a verba foi ‘batizada’ pelo deputado.

 

O Estadão obteve acesso ao termo de doação da máquina, assinado no último dia 10 de agosto pelos primos-irmãos Peu e Joãozinho Pereira. Trata-se de um modelo XE215BR da marca XCMG.

 

Uma das cláusulas diz que a escavadeira não pode ser usada para outra finalidade senão a de interesse social. E lista, ainda, como deve ser feita a utilização: recuperação e conservação de estradas, retirada de entulhos, limpeza urbana, escavação mecanizada de valas, limpeza de barreiros, entre outras.

 

A reportagem procurou Arthur Lira. Em um primeiro momento, a assessoria do deputado questionou: “Qual o problema de ter um banner de agradecimento à entrega da retroescavadeira?” Em seguida, informou que Lira não vai comentar a reportagem.

 

A Codevasf informou que o uso e a guarda do bem doado são de responsabilidade do município e que a empresa “não realiza fixação de material gráfico como o que se vê na fotografia”.

 

“Após a doação de um bem pela Codevasf, cabe ao donatário observar integralmente as disposições do termo de doação e dar cumprimento a sua finalidade social. A não observância do termo pode motivar revogação da doação e reversão do bem ao patrimônio da Companhia. Todas as iniciativas relacionadas ao uso do bem para os fins a que se destina são de responsabilidade da instituição beneficiada. Denúncias de eventual uso indevido de equipamentos doados, ou de desvio de finalidade, podem ser encaminhadas por qualquer cidadão à Ouvidoria da Codevasf”, explicou a companhia.

 

Há duas semanas a reportagem tem enviado questionamentos à Prefeitura de Teotônio Vilela, mas jamais obteve retorno.

 

Posted On Segunda, 02 Outubro 2023 06:30 Escrito por

A deputada está internada em um hospital particular em Brasília; 'Estou bem e sendo cuidada', disse

 

Com informações da Agência Estado

  A presidente do Partido dos Trabalhaores (PT), a deputada Gleisi Hoffmann (PR), vai fazer uma cirurgia no coração neste sábado (30). Segundo a parlamentar, ela passou por alguns exames, nesta quinta-feira (28), que mostraram uma obstrução coronariana. Ela está internada em um hospital particular em Brasília.

 

"Olá, pessoal, vou passar por um procedimento cirúrgico, resultado de exames que fiz ontem, mas está tudo certo, estou bem e sendo cuidada”, afirmou Gleisi numa rede social, sem, no entanto, informar a data exata do procedimento.

 

A doença arterial coronariana é uma consequência do processo de aterosclerose, uma obstrução gradual ou súbita das artérias coronárias por placas de gordura e coágulos. A partir disso, há insuficiência desses vasos sanguíneos, responsáveis por irrigar o próprio coração e proporcionar ao músculo cardíaco (miocárdio) nutrientes e oxigênio.

 

"O procedimento é rotineiramente realizado em casos de doença arterial coronária e refere-se a colocação de um enxerto de mamária e uma ponte de safena, que criam um novo caminho para o sangue fluir até o coração. No momento, a paciente está assintomática e clinicamente bem", informou a unidade de saúde.

 

 

Posted On Segunda, 02 Outubro 2023 06:26 Escrito por

A escandalosa minirreforma eleitoral em tramitação no Congresso Nacional, com perdão de multas e afrouxamento nas condenações de inelegibilidade, dificilmente sairá do papel a tempo para ter validade já nas eleições de 2024. 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

Apesar de já ter sido votada e aprovada na Câmara Federal, a proposta está sendo cozinhada em banho maria pelo Senado, com um andamento lento e várias mudanças sendo propostas. O prazo final para que possa ter validade nas eleições municipais de 2024 é o dia seis de outubro.

 

Essa indefinição vem causando mudanças no comportamento dos partidos em relação às filiações e formação de Comissões Provisórias nos municípios.

 

OS “ESPERTOS” E OS "DESCONFIADOS"

 

Os dirigentes partidários perceberam o jogo de cena que vem sendo praticado por alguns pré-candidatos a prefeito, que buscam filiações apenas para aumentar seu cacife eleitoral e chegaram à conclusão de que precisarão ter muita cautela antes de constituir comissões provisórias nos maiores colégios eleitorais, mas, principalmente, nos municípios em que houver transmissão do Horário Obrigatório de Rádio e TV.

 

 

É fácil exemplificar a questão: um certo candidato faz sua filiação em um partido de médio ou grande porte, jurando “fidelidade eterna”, exaltando sua “competitividade”. Nesse momento, seu “valor no mercado político” vai às alturas e todos ficam satisfeitos. Mas, como o tempo até as convenções que decidirão os escolhidos dos partidos é longo, os outros partidos de médio e grande porte começam a apresentar propostas melhores para aquele “candidato fiel”, oferecendo mais visibilidade, mais recursos, mais infraestrutura partidária.  O que vai acontecer? É óbvio que o “fiel” vai trair a confiança de quem o acolheu, da mesma maneira que o indeciso, que o nome em ascensão ou que qualquer candidato faria, caso recebesse uma proposta mais interessante e mais concreta para o êxito de sua candidatura.

 

Em alguns casos, dependendo do caráter, o “fiel” pode até, num primeiro momento, não se desfiliar do partido que o acolheu, mas, certamente, vai exigir mais da direção da agremiação, mesmo sabendo, desde antes de entrar, das condições limitadas.

 

Essas manobras permitem que pré-candidatos consigam dar mais visibilidade às suas pretensões, atrair o interesse da mídia para si e, em caso de mudança de partido nos minutos finais, deixará a legenda na mão, abandonada, e com os candidatos a vereador a ver navios.

 

É por causa disso que há os “espertos” e os “desconfiados” nesse processo, em que os dirigentes partidários definiram que o processo sucessório para 2024 pode – e deve – andar em um ritmo mais lento, deixando as definições para o ano que vem, quando findar o prazo para os pretensos candidatos estarem filiados a um partido para participar do pleito.

 

Diante de todas essas movimentações e percepções, a maioria dos dirigentes partidários do Tocantins está conversando, fazendo previsões e escutando seus principais líderes regionais, abrangendo os 139 municípios do Estado, dando uma “pisada no freio” na antecipação da sucessão municipal de 2024, que já vinha tomando as rodas de conversa e concentrando a atenção de todos, deixando para o primeiro trimestre de 2024 a largada na corrida das filiações, pois, além de tudo, ainda há a questão da não possibilidade de coligações e a obrigatoriedade do respeito às regras das federações partidárias.

 

As federações, fechadas de cima para baixo, podem criar situações em que muitos pré-candidatos a prefeito e a vereador irão correr o risco de não ter garantia de legenda, podendo, sob esse risco, promover um êxodo para partidos mais “estáveis”, subjugando as legendas federadas à possibilidade de ficar sem candidatos.

 

OUTRAS PRIORIDADES 

 

Por conta de todo esse risco e ante o iminente resfriamento das movimentações políticas pré-eleitorais, a saída para alguns partidos será a voltar a atenção e as forças para outras prioridades, como a realização de seminários e reuniões estaduais para esclarecer seus quadros sobre as regras eleitorais, definir uma linha de atuação como agremiação e definir as estratégias a serem adotadas.

 

ABRIL DE 2024 E A ABERTURA DA JANELA

 

 

Até lá, as atenções estarão voltadas para o mês de abril, quando se abrirá a “janela” que permite a troca de partido sem o risco da perda do mandato.

 

Com todas as acomodações – de forças e de ações -, já é praticamente certo que haverá um grande movimento de quadros entre partidos, principalmente em Palmas e nos demais maiores colégios eleitorais do Estado, em que haverá uma verdadeira “bolsa de valores” em que a cotação de cada candidato junto à opinião pública será colocada à prova e os partidos farão “investimentos” para atrair mais cotados.

 

Palmas deve concentrar o maior número de mudanças de partido, principalmente na questão da saída dos que participam de alguma federação, pois, sem as coligações partidárias, para se candidatar por qualquer legenda será necessário observar e avaliar sua densidade eleitoral, sua capacidade de ter uma chapa com bons candidatos, puxadores de voto.

 

Esses serão os pontos de estudo obrigatório de cada candidato a vereador para, em abril, já estarem conversados e acertados com a cúpula do partido para o qual cada um pretende se filiar.

 

É óbvio que nem todos terão facilidade para se filiar, como já foi explanado neste panorama, pois já há partidos com suas chapas praticamente fechadas, assim como estarão as portas para os candidatos detentores de mandato.

 

Enfim, o momento é de reflexão e de se preparar para uma batalha hercúlea para garantir um novo partido e ter a garantia de legenda.

 

O jogo será jogado entre o time dos “espertos” e o time dos “desconfiados”.  A inteligência, a percepção e a estratégia serão determinantes para a definição dos vencedores.

 

É observar, anotar e trabalhar.  Tudo no seu devido tempo...

 

 

 

Posted On Sexta, 29 Setembro 2023 09:31 Escrito por
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