Após quatro anos preso, ex-presidente da Câmara concedeu entrevista a revista Veja

 

Por Sofia Cerqueira

 

De terno bem cortado, abotoaduras Hermès e cabelos penteados para trás, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, 62 anos, lembra muito mais os tempos de mandachuva em Brasília do que de ex-detento da Lava-Jato. Ele cumpriu quatro anos e meio de prisão — um deles em casa — dos quinze a que fora condenado. Recém-revogada a medida que o impedia de sair às ruas, Cunha, nesta primeira entrevista cara a cara, gira sua metralhadora com força renovada contra o ex-juiz Sergio Moro, o ex-presidente Michel Temer e outros. Peça-chave do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, sente certa afinidade com ela na maneira como ambos caíram em desgraça. “No fim, morremos abraçados”, diz. Durante a conversa, acompanhada por sua filha e herdeira política Danielle, Cunha conta que escreve um segundo livro sobre os bastidores da República e, sim, planeja retornar à arena política.

 

A esta altura, esperava ter sua prisão revogada? Era uma injustiça. Fiquei esse tempo todo cumprindo medida preventiva mesmo estando num país onde a presunção da inocência é parte da Constituição e só se pode executar a pena depois de a ação transitar em julgado. Me tornei um troféu para o Moro.

 

De onde vem essa convicção? Para mim, está claro que fui usado como contraponto para não parecer que ele perseguia unicamente o PT.

 

O senhor está dizendo que houve abuso de poder na Lava-Jato? Sem dúvida. Na prisão de Curitiba, presenciei as alegações finais de um caso serem entregues tarde da noite e, às 6 da manhã, já haver sentença. A decisão estava pronta e o processo era mero detalhe. No meu caso, a sentença saiu em 36 horas. Há, sim, réus confessos e comprovados na Lava-Jato, mas uma coisa é certa: muitos mentiram sobre atos de terceiros para atender à operação. E eu era a encomenda número 1.

 

Acusaram o senhor de manter contas no exterior e mentir na CPI da Petrobras, o que culminou na sua cassação. Procede? Não tenho conta nenhuma no exterior. Sou mero usufrutuário de um trust (fundo que administra bens) na Suíça, que eu só podia movimentar conforme as instruções do contrato. Ele era constituído com recursos, cerca de 2,3 milhões de dólares, que possuía antes de entrar na política (agora repatriados). Já havia trabalhado com comércio exterior e mercado financeiro.

 

Nunca mesmo se beneficiou de dinheiro público de forma ilícita? Essa pergunta é ofensiva, mas a respeito pela situação em que me encontro. Em outra circunstância, nem responderia. Mas não, não me beneficiei de dinheiro público. Talvez tenha cometido o mesmo erro que outros brasileiros, que, com a inflação alta, mantiveram dinheiro no exterior sem declarar à Receita Federal.

 

Cunha e ex-presidente Dilma

 

Pode dizer com todas as letras que jamais roubou um centavo? Nunca roubei. Para ser sincero, não tenho um centavo sequer. Todo o meu dinheiro foi bloqueado. Hoje sou sustentado pela família. Agora, com a liberdade, preciso arranjar um jeito de sobreviver. Penso em um canal no YouTube sobre política. Também tenho espaços de lojas e talvez vá empreender. Estou ainda às voltas com meu segundo livro, que já tem até título: Querida, Eu Voltei.

 

Descobriram gastos de sua família com cartão de crédito que superam 500 000 dólares, entre 2013 e 2015. De onde vieram esses recursos, que bancaram, entre outras coisas, aulas de tênis na Flórida e um guarda-roupa de grife? Ao contrário do que se divulgou, essas despesas começam em 2007. Os gastos com a academia de tênis, na realidade, eram do high school (ensino médio) do meu filho. Tem uma escola naquela unidade. Quanto às roupas de grife, qual o problema? Faz parte do padrão de vida de uma pessoa de classe média alta. É injusto colocarem tudo na conta da minha mulher (Cláudia Cruz). Ela comprava para a família inteira. O dinheiro vinha do trust na Suíça.

 

“Nunca roubei. Para ser sincero, não tenho um centavo sequer. Todo o meu dinheiro foi bloqueado. Sou sustentado pela família.”

 

A gravação em que Temer diz ao empresário Joesley Batista “Tem que manter isso aí, viu” dá a entender que o senhor era favorecido. Recebeu dinheiro da JBS? Esse foi o dia mais difícil em todo esse processo. A história de que eu recebia para não delatar não procede. Ninguém cita dinheiro, foi só uma suposição. O que entendo dessa frase é: “Estou de bem com o Eduardo, tem que manter isso aí” — queriam ficar bem comigo. O silêncio que estava sendo comprado não era o meu, mas sim o do doleiro Lúcio Funaro.

 

Qual foi o pior momento na prisão? Quando vazou a delação do Joesley. Como a gente era obrigado a andar pela cadeia, onde havia presos comuns e membros do PCC, sofri ameaças sérias. Esse tipo de informação faz com que bandidos achem que você tem dinheiro e aí tentam extorqui-lo. Existia o medo de que um grupo invadisse a ala da Lava-Jato para fazer de refém um de nós.

 

Circulou que o senhor se portou como um detento encrenqueiro. Nada disso. Sou do tipo que se adapta às circunstâncias. Não me recusei a nada: varri chão e entreguei refeições.

 

O que ficou desse período? Sou temente a Deus e acredito que ele tem um propósito. Até hoje, a Danielle (sua primogênita) não pode ter cartão de crédito; outra filha foi perseguida na faculdade; e todos tiveram contas bancárias encerradas e dificuldade de conseguir emprego em razão do sobrenome. Na prisão, quase morri de hemorragia decorrente de uma hemorroida e descobri um pólipo no intestino.

 

No presídio, o senhor esteve próximo de nomes de peso do PT. Fizeram amizade? Amigo, amigo, não. Mas dividi por um período cela com José Dirceu (ex-ministro-chefe da Casa Civil). Também convivi com o João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do PT) e o André Vargas (ex-deputado federal). Falamos sobre tudo, inclusive política. Mesmo sendo petistas, não reclamaram de nada comigo. Garanto que lá não tinha nenhum fã da Dilma. Todos mostraram seus processos e cheguei a palpitar, mas não posso comentar. Existe um código de honra para não expor quem está ali.

 

Alguém quebrou essa regra? Havia queixa frequente entre os presos de Curitiba sobre o Fernando Baiano (lobista). Diziam que ele montou sua delação com base em conversas na cadeia.

 

O senhor tentou uma delação premiada. Alguém lhe pediu para ser poupado? Não, mas perderiam tempo. Se fosse realmente fazer uma delação, não teria recado que resolvesse. A tentativa de negociação desse acordo partiu de meus advogados para mostrar que era falsa a versão de que eu estaria recebendo dinheiro da JBS para não delatar. No fundo, não queria fazer delação. Como já disse, não cometi crime.

 

No suposto esquema de corrupção na Petrobras, um delator afirmou que o senhor recebeu 5 milhões de dólares de propina. Outro disse que era sua a última palavra nas indicações políticas na área internacional da empresa. Confirma? Essas acusações surgiram exclusivamente na palavra de delatores, na base do “ouvi dizer”.

 

O senhor foi condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. É tudo uma orquestração do sistema? O processo relativo à CPI da Petrobras ainda não transitou em julgado. Fui condenado em primeira instância por um juiz incompetente (Moro) e alvo, sim, de uma orquestração contra mim feita pelo Rodrigo Janot (ex-procurador-geral da República) e pelo José Eduardo Cardozo (ex-ministro da Justiça). Tudo por causa dos atritos iniciados no processo de impeachment.

 

Comenta-se que o impeachment teria sido uma resposta à falta de apoio do governo a sua reeleição na Câmara. O que tem de verdade aí? A tese da vingança não é compatível com a cronologia dos fatos. A decisão de instaurar o processo se deu antes da representação contra mim no Conselho de Ética. É óbvio que a ofensiva do governo para tentar me afastar contribuiu para a minha decisão. O episódio estaria superado não fosse a disposição do governo em me destruir, usando a Lava-Jato como escudo. No final, morremos abraçados, eu e o PT.

 

O senhor já disse que a queda de Dilma não foi golpe, mas em seu livro Tchau, Querida — O Diário do Impeachment, escreveu: “Quem com golpe fere, com golpe será ferido”, numa referência irônica ao PT, que defendeu o afastamento de outros presidentes. Afinal, foi golpe? Não. Se for ver por aí, o PT foi muito mais golpista. O impeachment do Collor acabou sendo aceito com base em um Fiat Elba. Aquilo não era crime de responsabilidade.

 

A queda da ex-presidente Dilma teve teor mais técnico ou político? Não existe impeachment que não contenha um componente político. O processo passa pela Câmara e pelo Senado. Agora, a Dilma, além das pedaladas fiscais, desrespeitou a lei orçamentária.

 

Com o Ex-presidente Michel Temer 

 

O senhor afirma que a deposição de Dilma não aconteceria se Temer não tivesse agido nos bastidores. Como é a relação entre vocês hoje? Não nos falamos desde 2016. Poderia até conversar com ele porque sou educado, mas não há motivos. Ao contrário do que o Michel fala, de que só soube do impeachment na véspera e que caiu do céu em seu colo, não é verdade. Ele foi parte ativa da estratégia.

 

Sente-se traído pelo Temer? Sim. Renunciei à presidência da Câmara após uma articulação iniciada por ele e Michel não cumpriu o combinado, que era evitar ou diminuir a carga do processo de cassação contra mim. Mas não foi surpresa. Ele não é dado a entrar em bola dividida, a não ser quando é por interesse próprio.

 

“Ao contrário do que Temer fala, de que só soube do impeachment na véspera e que caiu do céu no colo dele, não é verdade. Ele foi parte ativa.”

 

Houve outras traições? Sim. Uma delas veio do Rodrigo Maia (ex-presidente da Câmara), que foi praticamente o responsável pela minha cassação.

 

O senhor revela no livro que alguns deputados tentaram extorqui-lo para que votassem a seu favor no Conselho de Ética. Como aconteceu? Reforço que fiz política honestamente. A maioria que votou a meu favor o fez sem interesse algum. Claro que teve quem tentasse se locupletar. No livro, cito três casos (os ex-deputados Wladimir Costa, José Carlos Araújo e Fausto Pinato).

 

Em suas memórias, o senhor dá a entender que apoia o presidente Jair Bolsonaro. Apoia mesmo? Como eu vou ficar contra quem foi colocado para ser o anti-PT? A discussão não é apoiar ou não. Não quero é o PT de volta.

 

Como vê o retorno do ex-presidente Lula ao tabuleiro político? O Lula precisa ser derrotado no voto para que a polarização seja superada e esse esqueleto, enterrado. Tirá-lo do jogo é um erro, porque ele fica mais forte. Aliás, esses nomes de centro que apareceram por aí — Mandetta, Doria, Huck — são a turma dos 3%, com chance zero de ganhar.

 

Tem medo de voltar para trás das grades? Ainda vou enfrentar nove ações penais. Eram dez, mas fui absolvido na semana passada em uma delas, na qual era acusado de organização criminosa. Só volto à prisão se for vítima de nova covardia.

 

Cogita um retorno à política? A candidata nas próximas eleições a deputada federal é a minha filha Danielle Cunha. Mas me aguardem: com certeza, eu vou voltar.

 

 

Posted On Domingo, 16 Mai 2021 06:27 Escrito por

Fiocruz utilizará ingrediente farmacêutico ativo produzido no país

 

Com Agência Brasil

 

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deverá começar a fabricar a vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca contra a covid-19 com o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) produzido no Brasil em 15 de maio. A previsão foi feita pelo vice-presidente da instituição, Mario Moreira, em entrevista coletiva do Ministério da Saúde, em Brasília, nesta sexta-feira (7).

De acordo com o dirigente, a fundação está em condições de produzir e obteve a certificação de boas práticas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda há procedimentos de avaliação a serem realizados, além do processo do registro definitivo do imunizante.

 

— Vamos ter que produzir lotes de validação acertados com procedimentos internacionais e a partir daí a gente já começa a produzir em escala industrial. Os testes deverão aguardar o registro definitivo da Anvisa. A expectativa é que em outubro tenhamos a liberação para entregar estes lotes produzidos de maio em diante — disse Moreira.

 

A produção com o IFA nacional é resultado de um acordo de transferência de tecnologia entre a Fiocruz e o consórcio formado pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca. Até o momento, as doses produzidas dependem de IFA importado da China.

 

A lentidão no envio dessas substâncias tem dificultado o andamento da imunização no Brasil. Na entrevista coletiva, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, foi perguntado sobre as ações para acelerar a liberação dos IFAs pela China diante do quadro da previsão do Instituto Butantan de cessar a produção da CoronaVac na semana que vem pela falta da matéria-prima, anunciada pelo diretor da instituição, Dimas Covas.

 

— O governo federal trabalha sempre junto com o Instituto Butantan. Estamos sempre junto com eles para monitorar o recebimento dos insumos. O ministro (Marcelo Queiroga) esteve presente hoje com o embaixador chinês (Yang Wanming). Estamos sempre conversando, quer com embaixada em Pequim ou com embaixador chinês no Brasil — disse o secretário executivo.

 

Contudo, Cruz acrescentou que o Ministério da Saúde não tem, ainda, informações do governo chinês quanto ao envio de mais IFAs.

 

 

Posted On Domingo, 09 Mai 2021 08:18 Escrito por

O processo sucessório de 2022 já está presente na bancada federal do Tocantins, em Brasília, nos 139 municípios tocantinenses, mais notadamente na Capital, onde já é o assunto dominante nas esquinas, reuniões familiares e, principalmente nas cúpulas partidárias, nos bastidores políticos, na Assembleia Legislativa e no Palácio Araguaia

 

Por Edson Rodrigues

 

Palmas é o maior colégio eleitoral do Estado e a cidade administrativa, onde estão sediadas as principais emissoras de Rádio e TV e as sedes dos portais e blogs de notícias, sendo o único colégio eleitoral que pode decidir uma eleição majoritária estadual como a de 2022 que se aproxima.

 

CARLESSE PREPARADO PARA O EMBATE EM 2022

 

O governador Mauro Carlesse surge nesse cenário como um dos mais fortes cabos eleitorais em 2022, trazendo consigo mais de 20 deputados estaduais, um pacote de obras a ser anunciado para os 139 municípios do Estado, progressões para o funcionalismo público, promoções aos militares e outras benfeitorias a serem anunciadas.

 

O enfrentamento a pandemia do Covid-19 dentro das especificações e orientações das autoridades de Saúde e o dinheiro em caixa, que servirá para pavimentar as antigas e abrir novas rodovias, juntando a isso a ampliação do Hospital Geral de Palmas que estará sendo entregue em breve, o colocarão em uma situação tranquila para, se assim decidir, renunciar ao mandato de governador para ser candidato ao Senado, com o apoio dos deputados estaduais e de prefeitos e ex-prefeitos, como Cinthia Ribeiro, de Palmas, e Josi Nunes, de Gurupi, entre outros de importantes colégios eleitorais.

 

Wanderley Barbosa e Mauro Carlesse

 

No momento, não é possível medir a popularidade dos possíveis candidatos a governador e senador, mas sempre é bom lembrar que dois nomes citados como prováveis candidatos ao governo têm seus maiores patrimônios políticos justamente em Palmas. Estamos falando do vice-governador, Wanderlei Barbosa e do senador Eduardo Gomes. Os dois começaram suas carreiras políticas como vereadores, em Palmas.

 

Gomes foi eleito vereador e presidente da Câmara Municipal.  Foi a Capital, também, que o elegeu deputado federal por três mandatos e senador, há dois anos e meio. Eduardo Gomes soube capitalizar muito bem seus mandatos e é, hoje, o recordista em envio de recursos federais – dentre todos os congressistas eleitos por votos da Capital e dos municípios do interior – para Palmas, além de outras benfeitorias.

 

Humilde, Gomes não faz alarde desses repasses, e boa parte da sociedade palmense desconhece seu trabalho como representante do povo da Capital.

 

Já Wanderlei Barbosa, vice-governador, passou, também, pela Câmara Municipal de Palmas, foi deputado estadual e junta ao seu patrimônio eleitoral as figuras de seu pai, primeiro prefeito da Capital, da sua mãe, a saudosa Dona Maria Rosa, o seu irmão, Marilon Barbosa, ex-presidente da Câmara Municipal e vereador reeleito, o seu sobrinho, Leo Barbosa, deputado estadual e sua irmã, Berenice Barbosa, ex-secretária municipal de Educação.

 

ESTRANHO NO NINHO

 

Mas, entre os postulantes ao cargo de governador em 2022, está o ex-prefeito de Araguaína, segundo maior colégio eleitoral do Tocantins, Ronaldo Dimas, do Podemos, que tenta trazer para si alguns votos da Capital.

 

O aniversariante, Ronaldo Dimas, a Presidente nacional do Podemos, deputada federal Renata Abreu (SP), seu filho, deputado federal Tiago Dimas, o ex-prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, o ex-senador Vicentinho Alves, Carlos Amastha e o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues no jantar comemorativo à data

 

Embora tenha sido considerado um dos melhores prefeitos da última gestão, Dimas tentou emplacar um candidato a prefeito, nas eleições passadas, o ex-reitor da UFT, Alan barbeiro, mas acabou colhendo um resultado pífio, em que seu candidato obteve menos votos que a atual presidente da Câmara de Vereadores, Janad Valcari, o que, para o apoio e a estrutura que recebeu durante a campanha, acabou se configurando em um completo vexame.

 

A insistência de Dimas em relação ao eleitorado palmense faz dele um “estranho no ninho”, que bate cabeça em busca de votos para si que, simplesmente, não existem em Palmas.

 

Enquanto isso, Dimas recebeu, na comemoração do seu aniversário, em Araguaína, o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha, derrotado três vezes consecutivas nas eleições para governador, vencidas por Mauro Carlesse, e que também teve seu candidato a prefeito de Palmas, Thiago Andrino, com votação pífia nas eleições municipais, o ex-senador Vicentinho Alves, também derrotado fragorosamente por Mauro Carlesse para o cargo de governador, e um punhado de prefeitos e candidatos a prefeito derrotados nos municípios da Região Norte do Estado.

 

OUTROS GRUPOS

 

Além de Dimas, tudo caminha para a união de vários dirigentes e líderes políticos, na formação de uma frente de partidos de esquerda, englobando PDT, PT, PSB, PP e PSD, tendo como expoentes os senadores Kátia e Irajá Abreu, o ex-prefeito Carlos Amastha, o ex-deputado Paulo Mourão, Donizete Nogueira, deputado Célio Moura, diversos prefeitos e ex-prefeitos, vereadores e ex-vereadores.

Os ex prefeitos Raul Filho e Paulo Mourão

 

Esse grupo une, estranhamente, aliados e adversários tanto do presidente Jair Bolsonaro quanto de Luiz Inácio Lula da Silva.

 

Desta frente política deve sair uma chapa de candidatos majoritários e proporcionais para disputar as eleições estaduais em 2022, incluindo o governo do Estado, uma vaga para o Senado, oito para deputado federal e 24 para deputado estadual, consolidando a construção de uma “colcha de retalhos” de esquerda.

 

Outra frente, esta de centro-direita, já está em formação, com conversações adiantadas entre as lideranças partidárias e diversos prefeitos e ex-prefeitos, incluindo os dos principais colégios eleitorais, como Laurez Moreira, de Gurupi, o pré-candidato a governador e ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, Moisés Avelino, de Paraíso, e os atuais prefeitos dessas cidades, além de dezenas de prefeitos de outros municípios que, no momento, focam suas atenções no combate à pandemia. As tratativas eleitorais só devem ganhar corpo a partir do primeiro trimestre de 2022.

 

DEMARCANDO TERRITÓRIO

 

Este grupo de centro-direita tem em seus quadros o senador Eduardo Gomes, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional e campeão no carreamento de recursos para o Estado e para os municípios, independente de cor partidária, que ainda não definiu se será candidato ao governo, mas que vem recebendo apelos e chamamentos de dezenas de municípios para que entre nessa disputa.

 

Senador Eduardo Gomes e  Ronaldo Dimas

 

Eduardo Gomes, inclusive, gravou um vídeo exclusivamente para parabenizar Ronaldo Dimas, a quem chama de “amigo irmão”, onde ressalta que os dois trabalharam juntos para a reconstrução de Araguaína e que caminharão, sempre juntos, na sucessão estadual, sem determinar de qual forma e quem concorrendo a qual cargo.

 

Traduzindo em miúdos, de forma curta e grossa, Eduardo Gomes não se coloca como candidato ao governo, nem ao próprio Ronaldo Dimas, mas faz questão de ressaltar que os dois “caminharão juntos” em qualquer situação, ou seja, sem definir qual dos dois será candidato ao governo, deixando isso para a hora certa, mas ressaltando que o trabalho conjunto será ininterrupto e a união entre os dois é verdadeira e marcada pela lealdade.

 

Mas, Dimas, com suas movimentações na Capital e os “aliados” que vem buscando, pode colocar tudo isso a perder e ficar sem o apoio de Eduardo Gomes.  Como ainda faltam 15 meses para a realização das eleições, os futuros panoramas políticos podem trazer “fotografias” diferentes, revelando, talvez, um alinhamento da candidatura de Dimas, afinal, não se pode desprezar o seu “titulo” de melhor prefeito do Tocantins nos últimos oito anos.

 

Por enquanto, essa é a fotografia deste fim de abril.  Em maio, muita coisa pode mudar ou tudo pode permanecer como está, pois, em política, nada é definitivo.  Ainda mais faltando 15 meses para as eleições estaduais.

 

 

Posted On Quinta, 29 Abril 2021 07:57 Escrito por

O Paralelo 13 fez uma radiografia do “sonho de consumo” das classes política, empresarial, religiosa, profissionais liberais, jovens e formadores de opinião, além dos detentores de mandatos eletivos na maioria dos 139 municípios tocantinenses, acerca de suas perspectivas quanto ao nome do futuro governador, independentemente de cor partidária

 

Por Edson Rodrigues

Foi um verdadeiro “mergulho” nos sonhos de muitos homens que, apesar de estarem fora do poder, enfrentando problemas na iniciativa privada com as medidas restritivas por conta da pandemia, outros recém-formados em cursos superiores sem vislumbrar empregos a curto prazo e, principalmente os que já exerceram cargos nos Executivos e Legislativos municipal e estadual, todos, sem exceção, manifestaram um mesmo desejo, uma mesma vontade, que vamos juntar nesta análise, para que o leitor repare como esses sonhos e desejos coletivos de cidadãos que vão dos 23 aos 78 anos de idade, se encaixam e caminham em uma só direção.

 

ESCASSEZ DE GRANDES LÍDERES

Em todas as conversas, principalmente com os cidadãos mais experientes, ouvimos palavras saudosas sobre grandes líderes políticos como Juscelino Kubitschek, Ulysses Guimarães, que conduziu a Constituinte de 88 que criou o Estado do Tocantins, Pedro Ludovico e Siqueira Campos, associados à coragem, visão de futuro e conquistas para o povo.

Ex presidente Juscelino Kubitschek, Pedro Ludovico Teixeira, Ulisses Guimães e Siqueira Campos  

Todos citados com a observação de que, em alguns casos, quem os sucedeu deu continuidade aos bons serviços ao povo, e citam como exemplo a estagnada que o Tocantins sofreu após a cassação de Marcelo Miranda, mesmo reconhecendo os esforços de Mauro Carlesse para reequilibrar a economia.

Na leitura desses cidadãos, o Tocantins precisa aproveitar as eleições de 2022 para deixar de ser apenas uma “ponte” por onde passa a produção de grãos da Bahia até Luzimangues, onde é embarcada na Ferrovia Norte-Sul e nada deixam de impostos para o Estado, assim como a Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães, que exterminou com 90% das nossas praias, debilitando o setor turístico e todos que dele viviam e, em troca, cobra uma das taxas de energia elétrica mais caras do Brasil.

“Onde estão os líderes políticos que fariam dessas duas situações oportunidades para o povo e para a economia tocantinenses?” Perguntam.

 

FORÇA EM BRASÍLIA

Os cidadãos ouvidos pelo Paralelo 13 foram unânimes em afirmar que o Tocantins precisa de um governador que tenha um projeto de futuro e força, em Brasília, para brigar, literalmente, pelos interesses do Tocantins. Alguém com experiência na burocracia dos gabinetes ministeriais, com laços de amizade com as principais lideranças políticas nacionais e que saiba “em qual porta bater para conseguir o que o povo precisa”.

“Nosso Estado não pode permanecer dependente do FPE para pagar a folha do funcionalismo. Precisamos de indústrias, empresas grandes, que invistam no Tocantins e no seu povo”.

Na hora em que perguntamos quem, hoje, seria capaz de preencher esses requisitos, a resposta, de Norte a Sul, de Leste a Oeste do Tocantins, foi uma só: “o senador Eduardo Gomes”.

 

POR QUE EDUARDO GOMES


Feita a pergunta do “por que Eduardo Gomes”, as respostas foram as mais variadas, mas sempre com a mesma admiração, apontando motivos como o fato de Gomes ter sido o senador mais bem votado na última eleição; de ter começado sua vida política como vereador e presidente da Câmara Municipal de Palmas, e ter chegado aonde chegou, passando por dois mandatos como deputado federal; por ter chegado no Senado e, de cara, ter sido eleito primeiro secretário da Mesa Diretora da Casa; pelas comissões que presidiu ou fez parte; por ser relator setorial do orçamento do Ministério do Desenvolvimento; por ser o líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional; por ter trânsito livre em todos os gabinetes de Brasília e, finalmente, por, em meio a tantos problemas do governo federal para resolver e uma pandemia para administrar, não ter esquecido de um só município tocantinense, se empenhando em conseguir os mesmos milhões em recursos, equipamentos e aparelhos hospitalares que os demais municípios do País estavam conseguindo.

Ou seja, sem deixar o Tocantins “ficar para trás” em nenhum dos momentos em que houve a possibilidade de carrear, para o estado e para os municípios, recursos e benesses da União.

 

IRREVERSÍVEL

Com tanta gente falando bem, com tanto trabalho bem feito, com tanta visibilidade nacional e com tanto carisma, apesar de toda a sua postura de humildade e gratidão, será muito difícil para o senador Eduardo Gomes dizer não a esse chamamento do povo tocantinense.

Seus principais assessores e companheiros na labuta diária, são unânimes em afirmar que o pensamento de Eduardo Gomes, neste momento, está focado em ajudar o governo federal, o Estado do Tocantins e seus 139 municípios a debelar a pandemia de Covid-19, fazendo de tudo para que a aquisição de vacinas seja acelerada para que o povo não sofra mais com a perda de entes queridos e com a própria saúde, com a falta de empregos e com a situação econômica.

Eduardo sabe que sua ascensão política e os holofotes da mídia nacional voltados para ele geram ciúmes e outros sentimentos ruins em políticos que não conseguiram atingir o mesmo sucesso, mas, como dizem seus assessores e amigos mais próximos, esse destaque político jamais lhe subiu à cabeça, tanto que só aceita falar em sucessão estadual quando a Pandemia estiver sob controle e o povo brasileiro e, principalmente o tocantinense, fora de perigo.

Portanto, não custa nada aos cidadãos ouvidos pelo Paralelo13 continuar a sonhar, pois, a permanecer atuante, humilde e prestativo para com o povo tocantinense, Eduardo Gomes dificilmente não será candidato a governador em 2022.

 

Posted On Quinta, 22 Abril 2021 07:09 Escrito por

O trabalho remoto de servidores e proibição de aglomerações prosseguem

 

Por Vania Machado

 

O governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, decidiu prorrogar até 30 de abril, as medidas que visam combater e prevenir a propagação dos casos de Covid-19 em todo o Estado. Com isso, ficam mantidas a força-tarefa Tolerância Zero para eventos e aglomerações, com penalizações para quem descumprir; e o trabalho remoto para servidores públicos. As medidas constam no Decreto nº 6.242 que será publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), edição desta terça-feira, 13.

 

O governador Mauro Carlesse destacou que, apesar da redução da curva epidemiológica, ainda há a necessidade de evitar aglomerações para resguardar vidas. “É fato que os casos estão diminuindo, mas não podemos relaxar. Devemos continuar nos empenhando na aquisição de vacinas, oportunizando o tratamento adequado e suprindo as necessidades de quem precisa. Até que a nossa população esteja vacinada, e aí sim, tenhamos um cenário mais seguro, essas medidas serão revistas. Mas no momento, conto com toda a população para evitar aglomerações e contribuir para uma diminuição dos casos ainda maior”, ponderou.

 

Quanto ao serviço público, está mantido também, até 30 de abril, o trabalho remoto dos servidores, com exceção aos casos em que os serviços prestados se mostrem extremamente necessários na modalidade presencial. Nesse caso, deve haver a manifestação do dirigente máximo do órgão público, convocando o servidor ao trabalho presencial, com subsequente envio de relatório de convocações à Secretaria de Estado da Administração (Secad).

 

O trabalho remoto, que já era assegurado a grupos específicos de servidores desde o início da pandemia, também está prorrogado até 30 de abril.

 

Tolerância Zero

A força-tarefa Tolerância Zero é coordenada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), pela Polícia Militar, pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e pela Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), tendo como objetivo prevenir e enfrentar as condutas que descumpram os decretos de prevenção à Covid.

 

As medidas valem tanto para eventos em estabelecimentos comerciais como para reuniões privadas em residências. As punições para a pessoa física serão advertência e multa fixada entre R$ 50,00 e R$ 2 mil, que será recolhida em favor do Fundo Estadual de Saúde. Já para pessoas jurídicas, o valor da multa será no mínimo R$ 500,00 podendo chegar a R$ 20 mil, além de advertência, interdição parcial ou total do estabelecimento, cancelamento de autorização para funcionamento de empresa e cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento.

 

Posted On Quarta, 14 Abril 2021 05:28 Escrito por
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