Ainda no mês de fevereiro passado, em matéria publicada, O Paralelo 13 levantou a questão da possibilidade das redes sociais serem utilizadas para fins escusos durante as eleições de outubro próximo, pela facilidade da propagação de fake news. Uma pesquisa feita pelo IBOPE, também este ano, mostrou que as redes sociais são o veículo de comunicação de menor credibilidade entre todos os existentes
Por Edson Rodrigues
2020 é um ano eleitoral e, justamente por isso, decidimos que não publicaríamos nenhuma notícia ou informação que tivesse apenas as redes sociais como fontes de origem, mesmo que replicadas por veículos incautos da mídia nacional, em nenhum dos 139 municípios do Estado, muito menos as hipotéticas respostas geradas por essas provocações, apenas quando as questões fossem transitadas em julgadas em todas as instâncias, evitando expor nomes e pessoas públicas ou seus parentes.
Reiteramos que consideramos essa forma de politicagem um ultraje tremendo, pois já tivemos exemplos de pessoas que perderam suas vidas por fake news que viajaram “na velocidade do som” pelas redes sociais, sem dar tempo nem para que a vítima soubesse do porque estava sendo punida.
MOMENTO DELICADO
O momento pelo qual o mundo, o Brasil e o Tocantins passam é muito delicado. Chega a ser inimaginável que haja pessoas que se utilizam de fake news para tirar algum proveito enquanto há pessoas morrendo vítimas de informações inverídicas.
No Tocantins que, ao nosso ver, veiculou uma peça publicitária de relevância duvidosa, anunciando que era “o único Estado brasileiro sem morte por coronavírus”, agora já tem a sua estatística nefasta para ser chorada e lamentada, padece do mesmo problema enfrentado pelo sistema público de saúde do Brasil, que tenta descobrir a melhor forma de combater esse mal, enfrenta a falta de leitos de UTI e a demissão atabalhoada e fora de hora do ministro da Saúde e fica á espera dos cientistas mundiais pela descoberta de um medicamento eficaz ou de uma vacina de rápida fabricação e distribuição.
O Tocantins também corre para montar uma estrutura de Saúde que atenda às pessoas infectadas – ou que virão a ser – pelo Covid-19, fazendo sua parte, repassando para os 139 municípios os recursos que recebeu do governo federal, divididos de acordo com o número de habitantes, aproveitando a disponibilidade e presteza do Senador Eduardo Gomes em conseguir toneladas de equipamentos, vestuários, equipamentos de ventilação, entre outros, para dotar os hospitais de uma estrutura mínima, que se somem às campanhas educativas voltadas aos cuidados que cada cidadão deve tomar, como o uso de máscaras e o isolamento social, para que veja o menor número de famílias possível ter que chorar a morte de um ente querido por conta desse inimigo invisível.
A PANDEMIA NA CAMPANHA ELEITORAL
Se o uso de fake news em uma pandemia é danoso à todos, imagina o mesmo uso sendo associado á uma campanha eleitoral, na qual o olho no olho, o aperto de mão, o abraço e as reuniões não poderão acontecer, fazendo dessa empreitada eleitoral uma das mais desafiadoras à criatividade dos pré-candidatos e suas equipes?
Só nos resta torcer – e fiscalizar – para que essa campanha antecipada nas redes sociais, associada ao denuncismo irresponsável, não faça vítimas (e não estamos falando em mortes) entre os candidatos e seus familiares.
É por esses motivos que resolvemos adotar essa medida de não publicar nada que venha apenas das redes sociais, nem as reações às provocações, antes que tudo seja apurado e, se for o caso, julgado e sentenciado. Aos que pretendem agir dessa forma rasteira e venal, nem adianta nos procurar, muito menos enviar mensagens maliciosas. Não iremos atacar nem defender ninguém por conta de “notícias de whatsapp”.
Esperamos que a Justiça e as autoridades, no exercício de seus deveres, punam os culpados e absolvam os inocentes antes que a sociedade o faça, por meio das fake news, mas eu, principalmente, coloquem em funcionamento as aparelhagens capazes de descobrir as origens das fake news – e sabemos que elas já estão em uso - e sejam os olhos e ouvidos da população e a “mão que segura o martelo” na hora de ser implacável com essas pessoas inescrupulosas.