Por Edson Rodrigues e Edivaldo Rodrigues
Saiu nas primeiras páginas de sites nacionais de notícia a reportagem sobre uma festa realizada em uma área nobre de Brasília, Capital Federal, em que os vizinhos, incomodados com o som alto e a balbúrdia, tiveram que acionar a polícia militar do DF, por várias vezes, para que fosse respeitada a Lei do Silêncio, que determina que a partir das 22h é proibido o uso de aparelhos sonoros em volumes que extrapolem as “quatro paredes” de quem usa. O detalhe é que, atraída pelo local nobre e pelo fato em si, a imprensa flagrou um carro do Senado Federal, com as placas de final 041, estacionado no local destinado aos que estavam presentes à festa incômoda.
Ao entrar em contato com o Senado, a imprensa descobriu que o veículo oficial de número final 041, está em nome do senador tocantinense Irajá Abreu, e é o mesmo flagrado em outros usos indevidos e diferentes da finalidade. Mais uma vez, foi usado o termo “senador tocantinense”, cobrindo de vergonha a todos os que são tocantinense e, em especial, aos tocantinenses que elegeram Irajá Abreu.
Infelizmente não é a primeira vez que o senador Irajá Abreu (PSD) aparece negativamente na mídia nacional. O tocantinense é reincidente em casos nada abonadores à sua conduta como parlamentar e homem público. Desta vez, mais uma vez, o uso do veículo do Senado em atividades pessoais ou de lazer, o que é vetado pelas normas da Casa Alta, por ser um desperdício do erário público.
E um desrespeito aos eleitores tocantinenses que confiaram o cargo ao senador.
Esse tipo de conduta não é o que se esperava de Irajá Abreu e muito menos interessante ao parlamentar, que já sofreu um grande revés em sua carreira política ao receber migalhas de votos em sua candidatura ao governo do Estado, em 2022, num claro recado dos eleitores tocantinenses de que não concordavam com seu comportamento pessoal e político.
Irajá corre o risco de se tornar um senador “catapora”, aqueles que só são eleitos uma vez, e nunca mais. O desempenho nas urnas em 2022 já tinha sido um aviso prévio do eleitorado tocantinense, de que caso Irajá resolva se candidatar à reeleição, deve reformular toda a sua atuação política e sua postura pessoal, de forma que a imagem do Tocantins não tenha sua imagem manchada em rede nacional, pois um segundo mandato pode significar uma “carta branca” para que continue com suas atitudes não condizentes com as de um senador da República, sujando o nome do nosso Estado.
DEBANDADA
Irajá Abreu e sua mãe ex-senadora Kátia Abreu
Além de cuidar da sua imagem pessoal, Irajá precisa estar atento ao fato de que ele e sua mãe, a ex-senadora Kátia Abreu, ainda são vistos como líderes por alguns prefeitos, vereadores e outros entes políticos regionais, e que estar presente, negativamente, nas manchetes da mídia nacional, coloca em risco não só a sua carreira política, mas a de todos os que nele confiaram e que associaram suas imagens a ele, sendo filiados ao PSD ou fazendo parte do seu grupo político.
Uma debandada do PSD tocantinense e do grupo político do clã dos Abreu não está, em hipótese alguma, descartada, uma vez que o eleitor tende a enxergar todos os membros como um “espelho” do seu líder.
Acorrida rumo às eleições municipais já está deflagrada, com muitos pré-candidatos antecipando o processo, justamente por se sentirem confiantes o bastante para bancar suas postulações mesmo antes do período de pré-campanha, determinado por Lei. Mas, quem do PSD tocantinense terá coragem de colocar seu nome associado ao de Irajá Abreu, quando ele é visto como um político irresponsável ou, no mínimo, imaturo.
Matéria publicada nas redes sociais do portal metrópoles
Afinal, se ia para uma festa – e mesmo se não fosse – o salário de senador da República é mais que suficiente para que ele tenha seu veículo próprio (sem contar seu patrimônio pessoal), e não precise usar um carro oficial para o seu lazer noturno – nem diurno, já que o veículo oficial de Irajá já foi flagrado, algumas vezes, levando o próprio senador e, outras vezes, uma de suas namoradas, para a academia. A imaturidade reside no fato de achar que não será flagrado ou, no caso do último episódio, achar que uma festa com som alto, em uma área residencial, não teria consequências, apesar das diversas reclamações dos vizinhos, antes de a polícia – e a imprensa – chegar ao local.
A IMAGEM DO TOCANTINS
Depois de diversos episódios que arrastaram a imagem do Tocantins para bem próximo da lama, como o recorde de operações da Polícia Federal à caça de corruptos, operações da Polícia Civil, prisões de ex-governadores, ex-secretários, ex-juízes aposentados compulsoriamente, rombos no Igeprev, dentre outros, o Estado não precisa de senador destrambelhado que de tempos em tempos comete um disparate e faz o povo relembrar de tudo o de ruim e da vergonha por que já passou por conta de seus políticos.
Com a chegada do governador curraleiro, Wanderlei Barbosa, e suas ações voltadas ao resgate de direitos dos servidores públicos estaduais, ao Social, à Saúde e à infraestrutura, totalmente voltadas para uma boa governança e ao equilíbrio fiscal, o povo tocantinense se acostumou a ter de volta a sua dignidade e o seu orgulho de fazer parte do Estado mais novo da federação e de ver o nome do Tocantins voltar à ser citado como exemplo de coisas bem feitas e bem planejadas, atraindo novas empresas, novos investidores e novos admiradores.
É por isso que o Observatório Político de O paralelo 13 faz questão de ressaltar e tornar público o mau comportamento do senador Irajá Abreu. Para que ele se “esperte” e para que o povo tenha a consciência de onde está o foco das más notícias e do risco que corre em ter representantes imaturos, despreparados e sem limites.
Veja este vídeo do Instagram de @metropoles https://t.co/jtUvI4JySt
— orelato (@orelato2016) June 26, 2023
Na época certa, traremos à baila todos os deslizes de parlamentares tocantinenses.
Senhor, tenha piedade de nós!