Entrega de kits de alimentação, assinatura de contratos de concessão de crédito e implantação de núcleos do Instituto de Identificação também fazem parte da agenda
Por Vania Machado
Assinatura de ordem de serviço para obras de reconstrução de pavimentos urbanos e para retomada das obras do Hospital Regional de Augustinópolis, além de entrega de 1.750 cestas básicas a famílias em vulnerabilidade social e de 7.797 kits de alimentação para alunos da rede pública estadual. Essas são algumas das ações que compõem a agenda do governador do Estado do Tocantins, Mauro Carlesse, durante visita aos municípios da região do Bico do Papagaio, nestas segunda e terça-feira, 21 e 22.
“O sentimento que move esta gestão é melhorar a vida povo, gerando emprego e renda em todos os municípios. Vamos começar pelo Bico do Papagaio, retomando obras e iniciando outras nesses municípios, e ainda assinar contratos de empréstimos para darmos início à retomada da economia. Além disso, vamos levar alimento a quem tanto precisa nesse momento difícil que estamos passando. É importante que o povo saiba que o Estado não parou um minuto nessa pandemia e não tem medido esforços para realizar as ações que o Tocantins tanto precisa”, ressalta o Governador.
Infraestrutura
Na área de infraestrutura, o governador Mauro Carlesse assinará a Autorização de Serviço para início imediato das obras de reconstrução de pavimentação em perímetros urbanos de quatro municípios: Augustinópolis, Araguatins, Axixá do Tocantins e Ananás. A assinatura será na segunda-feira, às 11h10, em Augustinópolis.
As obras serão executadas pela Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto). As rodovias que terão seus perímetros urbanos reconstruídos e revitalizados são TO-010 em Araguatins, TO-201 em Augustinópolis, TO-201 em Axixá do Tocantins e ainda na TO-201 o trecho que passa por Ananás.
O Governador também dará ordem de serviço para a realização do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e elaboração do projeto básico e executivo para a implantação da pavimentação asfáltica da Rodovia TO-134, trecho entre Axixá e Jatobal. A assinatura está prevista para acontecer na terça-feira, 22, às 17 horas, no assentamento Santa Luzia, em Axixá.
O trecho tem 27 km e irá tirar do isolamento a população da localidade. Além disso, as obras irão facilitar o escoamento da produção local. A previsão é de que sejam investidos aproximadamente R$ 32 milhões.
Saúde
Ainda na segunda-feira, 21, às 17 horas, o governador Mauro Carlesse visita o campus da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) e assina a ordem de serviço para retomada imediata das obras do Hospital Regional de Augustinópolis, que é referência para 23 cidades da região do Bico do Papagaio, atendendo aproximadamente 203 mil habitantes.
A unidade que já recebeu obras de reforma em toda a estrutura e construção de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) exclusivos para Covid-19, agora contará com a ampliação da Maternidade e Centro de Parto Normal (CPN).
Atualmente o hospital conta com 109 leitos, incluindo os 10 de UTI. Com a maternidade, a Unidade passará a ter mais 46 leitos, sendo 20 de Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINa), 10 de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), seis no Centro Cirúrgico Obstétrico (salas de pré-parto, recuperação pós-anestésica e salas de partos); além de mais 10 leitos no Pronto Socorro, sendo oito de observação e dois de estabilização.
Cestas básicas
Um total de 1.750 cestas básicas serão entregues em cinco municípios da região do Bico do Papagaio, entre os dias 21 e 23 (segunda à quarta-feira), atendendo os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de Axixá, de Araguatins, de Augustinópolis, de Tocantinópolis e de São Miguel, sendo 350 cestas para cada uma das unidades. Os alimentos irão atender famílias vulneráveis e trabalhadores afetados pela pandemia.
O governador Mauro Carlesse acompanhará as entregas no Cras de Augustinópolis, que será na segunda-feira, 21, às 14h30; no Cras de Araguatins, na terça-feira, 22, às 10 horas; e no Cras de Axixá, também na terça-feira, só que às 16 horas.
Kits de alimentação escolar
Já os kits alimentação escolar serão entregues no Colégio Estadual Manoel Vicente, em Augustinópolis, na segunda-feira, às 14 horas; na Escola Estadual Aldinar Gonçalves, em Araguatins, na terça-feira, às 9h30; e no Colégio Estadual Marechal Ribas Júnior, em Axixá do Tocantins, também na terça-feira, às 11 horas.
Ao todo serão entregues 7.797 kits de alimentação escolar para alunos matriculados na rede estadual nesses municípios.
Acesso ao crédito
Durante a visita do Governador aos municípios de Axixá do Tocantins, Augustinópolis e Araguatins, a Agência de Fomento estará presente para realizar a assinatura de contratos aprovados anteriormente pelo programa “Fomento Presente!”. Na oportunidade haverá atendimento aos empreendedores locais.
Em Augustinópolis, a assinatura será na segunda-feira, 21, às 15h15, na Câmara Municipal da Cidade. Em Araguatins, será na terça-feira, 22, 10h30, na Câmara Municipal. Em Axixá do Tocantins às 14h30, na sede da Prefeitura.
Instituto de Identificação
E seguindo a determinação do governador Mauro Carlesse de descentralizar os serviços ofertados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/TO), serão assinados os Termos de Cooperação Técnica para implantação dos Núcleos do Instituto de Identificação, órgão vinculado à Superintendência de Polícia Científica da SSP/TO.
Na segunda-feira, às 15h15, na Câmara Municipal de Augustinópolis, serão assinados os Termos com os municípios de Cachoeirinha, Carrasco Bonito, Esperantina, Itaguatins, Luzinópolis, Maurilândia, Praia Norte, Sampaio, São Bento do Tocantins, São Miguel do Tocantins e Sítio Novo.
Já na terça-feira, às 14h30, será assinado o Termo Cooperação Técnica com o município de Axixá do Tocantins, na sede da prefeitura.
Nessa situação, o risco de infecção é elevado, com muitas internações e óbitos
Por Joselita Matos 1.532
Os dados do novo boletim epidemiológico da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) trazem um alerta para o país: quase todos os estados brasileiros estão com níveis de transmissão de Covid-19 extremamente altos, um sinal de que a pandemia continua numa situação crítica no Brasil. A análise foi feita no período de 6 a 12 de junho.
Os números da segunda semana de junho indicam que a taxa de transmissão da pandemia segue em um nível preocupante em todas as regiões do Brasil. Segundo o boletim, 23 estados e o Distrito Federal têm pelo menos uma região com transmissão comunitária extremamente alta.
No Tocantins, segundo aponta o boletim da Fiocruz, a região norte do estado tem o nível de transmissão 'extremamente alta'. Já no restante do estado a tramissão é classificada como 'muito alta'.
TRANSMISSÃO COMUNITÁRIA
O que a Fiocruz chama de transmissão comunitária é quando não é possível identificar a origem do contágio. Com o vírus circulando intensamente na região, muitos casos são registrados ao mesmo tempo. Nessa situação, o risco de infecção é elevado, com muitas internações e óbitos.
Segundo o epidemiologista da USP Paulo Lotufo, até que pelo menos 75% da população sejam vacinados, só há um caminho: distanciamento social, uso de máscara e todos os cuidados já informados pelos órgãos de saúde, mas que devem ser cumpridos à risca, principalmente pelos mais jovens.
DADOS DO TOCANTINS
Nesta sexta-feira (19), o Tocantins contabilizou 981 novos casos confirmados da covid-19 e 11 mortes por complicações da doença. Desse modo, o estado acumula 191.469 casos confirmados. Destes, 172.276 pacientes estão recuperados e 16.121 em isolamento domiciliar ou hospitalar. Infelizmente, 3.072 tocantinenses perderam a vida na luta contra a doença.
Da região norte do estado, Araguaína é o município que registra o maior número de casos da doença, até o último boletim epidemiológico divulgado nesta sexta-feira: 32.873 casos. Logo em seguida, vem Colinas com 7.362. Seguem os municípios de Araguatins, Xambioá, Tocantinópolis, Augustinópolis, Nova Olinda, Axixá.
CIDADES MAIS AFETADAS NA REGIÃO NORTE
Araguaína 32.873 casos e 435 óbitos
Colinas do Tocantins 7.362 casos e 114 óbitos
Araguatins 2.311 casos e 57 óbitos
Xambioá 2.221 casos e 29 óbitos
Tocantinópolis 2.044 casos e 42 óbitos
Augustinópolis 1.457 casos e 27 óbitos
Nova Olinda 1.025 casos e 39 óbitos
Axixá do Tocantins 1.019 casos e 17 óbitos
Goiatins - 1.001 casos e 10 óbitos
Buriti do Tocantins - 877 casos e 16 óbitos
Wanderlândia - 869 casos e 15 óbitos
São Bento do Tocantins - 795 casos e 8 óbitos
Babaçulândia - 779 casos e 5 óbitos
Santa Fé do Araguaia - 750
Gestores abordaram as Políticas públicas de incentivo, bem como as ações para alavancar esta cadeia
Por Edvânia Peregrini
O desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva da piscicultura no Tocantins é bem promissor, e para isso, a atual gestão vem trabalhando as ações de forma integrada, envolvendo as pastas do Governo do estadual para alavancar essa cadeia. As políticas públicas de incentivo, bem como as ações para o fomento da piscicultura foram abordadas nesta sexta-feira, 18, na Agrotins 2021 pelos gestores que também atuam na Câmara Setorial da Piscicultura do Tocantins.
Participaram do quadro os gestores da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), Jaime Café; da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Miyuki Hyashida; da Secretaria da Fazenda (Sefaz), Sandro Henrique; da Secretaria da Indústria e Comércio (SICs) Tom Lyra; do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Fabiano Miranda; do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) Renato Jayme; e da Agência de Fomento, Denise Rocha.
Na ocasião, cada gestor ressaltou sua contribuição para que o estado, que hoje ocupa a 18ª posição no ranking nacional, se posicione entre os cinco maiores produtores de peixes do Brasil, com uma estimativa de produzir 50 mil toneladas de pescado por ano.
O secretário da Agricultura, Jaime Café, reforçou os incentivos promovidos pelo Governo do Tocantins “Desenvolvemos, nos últimos anos, políticas públicas voltadas à piscicultura, podemos citar o programa Tilápia – Vida na Água, com linhas de crédito específicas, a concessão de isenção no ICMS [Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] para a produção e a comercialização do pescado até 2024, além do melhoramento das nossas estradas, pensando no transporte dessa produção. Então o sucesso da cadeia se deve a um trabalho conjunto”, frisou.
A secretária do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Miyuki Hyashida, explanou sobre a Estratégia Tocantins Competitivo e Sustentável, um projeto de desenvolvimento capitaneado pela Semarh que guiará o Tocantins até o ano de 2040, que inclui em seu eixo econômico o incentivo a inovações tecnológicas que garantam uma produção de baixo carbono das cadeias produtivas, como a da piscicultura. Miyuki elogiou o empenho de todos e comentou o potencial do Tocantins. “Nós somos um estado com a maior quantidade de águas internas do país, com grande potencial para a aquicultura, e hoje vejo que o governo viu isso, com a visão de todos que estão aqui. Então eu fico muito satisfeita de ver o resultado obtido quando se quer fazer e nesta gestão nós estamos vendo isso acontecer, afinal a aquicultura era um gargalo imenso”, afirmou.
O gestor do Ruraltins, Fabiano Miranda, ressaltou a atuação integrada do órgão para levar atendimento ao produtor: “Com essa integração das pastas do Governo, vejo que estamos alinhados e preparados para nos posicionarmos entre os estados de maior produção de peixe. E o nosso empenho é levar de forma eficiente assistência técnica aos produtores. Para isso, capacitamos nossos extensionistas que estão aptos a atender o produtor desde a elaboração do projeto para acesso à linha de crédito, facilitado pela Fomento; ao acompanhamento técnico da atividade”, frisou o presidente Fabiano Miranda.
“O Governo do Tocantins está empenhado em desenvolver a piscicultura, e para isso investe em incentivos e políticas públicas para desenvolvimento da atividade, especialmente em linha de crédito para o pequeno produtor, por meio do Programa Tilápia – Vida na Água, disponibiliza pela Agência de Fomento”, ressaltou Denise Rocha.
Plano de Desenvolvimento da Piscicultura no Tocantins
Com a participação do setor produtivo, órgãos de pesquisa, fomento, fiscalização, dentre outros, o governo segue Plano de Desenvolvimento da Piscicultura no Tocantins (PDP), que traz as propostas de políticas públicas para o planejamento e ordenamento da piscicultura, no período de 2017 a 2027, focadas em sete eixos: Licenciamento Ambiental e Sanidade; Incentivos Fiscais; Financiamento e Seguro Garantia; Pesquisa, Tecnologia e Pós-Graduação; Assessoria Técnica e Capacitação; Infraestrutura, Distribuição, Suprimento e Beneficiamento; e Organização e Governança.
Empresário fez anúncio durante painel sobre grãos na Agrotins 2021 100% Digital
Por Brener Nunes
Produtores de algodão no Tocantins receberam uma notícia que promete alavancar ainda mais a produção no Estado. O ceo da Uniggel Rações e Óleo, Fausto Garcia, anunciou durante o painel “Tendências do Agronegócio Mundial e Brasileiro com foco em Milho e Soja”, que graças ao incentivo fiscal concedido pelo Governo do Tocantins por meio do Proindústria, irá implantar a primeira indústria de esmagamento de semente de algodão no Estado. O painel, mediado pelo secretário da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, Jaime Café, encerrou a programação científica desta quinta-feira, 17, terceiro dia da Feira Agrotecnológica do Tocantins - Agrotins 2021 100% Digital.
O ceo da Uniggel, Fausto Garcia, ressaltou que o incentivo do Governo traz um dos maiores benefícios, que é fazer com que essa indústria, que está sendo implantada no Estado, possa ter segurança para crescer e se consolidar. “Esse incentivo nos traz a possibilidade da implantação e do amadurecimento da empresa. Ela está incentivada fazendo com que possa gerar lucros e consiga chegar à jovialidade da empresa com saúde financeira, com segurança financeira para que ela possa inclusive crescer nesse período que está sendo incentivada pelo Governo. Com certeza isso trará crescimento da indústria, trará crescimento da produção, geração de novos empregos”, afirmou.
Fausto Garcia destacou que a Uniggel Rações e Óleo é a primeira indústria de esmagamento de caroço de algodão no Tocantins. “Como sempre a gente se propôs a ser pioneiro. Acabamos nos expondo a mais riscos, a maiores dificuldades, muitas vezes a custos iniciais mais altos e eu acho que esse incentivo é de grande importância para gerar segurança para o empreendimento que está sendo montado no Estado”, ressaltou.
Ainda de acordo com o ceo da Unigel, o óleo bruto de algodão poderá ser usado na produção de biodiesel. A empresa também produzirá a torta de algodão, que poderá ser usada na dieta bovina, principalmente para engorda do gado leiteiro, porque o produto aumenta a produção de leite.
No painel foi discutido sobre as Tendências do Agronegócio Mundial e Brasileiro com foco no milho e soja
O secretário da Agricultura, Jaime Café, destacou a importância do empreendimento para a cadeia produtiva no Estado. “As perspectivas são boas e animadoras. O investimento da Uniggel será no município de Campos Lindos, onde se produz algodão. Será implantada uma esmagadora do caroço da planta para fazer torta, farelo e extrair o óleo e insumos importantes para ração animal”, explicou.
Jaime Café ainda reforçou que este investimento será importante para a região, podendo agregar valor ao algodão no Tocantins e desenvolver a integração na produção do gado de corte por meio dos confinamentos. “Boa notícia que nos anima. A máquina também pode esmagar soja, para oferta do farelo. O Tocantins está no caminho certo, no caminho da industrialização destes produtos que temos no nosso Estado”, frisou.
O Painel
O painel contou ainda com as participações do palestrante de mercados dos grãos e agroenergia, Vlamir Brandalizze, do presidente da Aprosoja Tocantins, Dari Fronza, e do presidente da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa), da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e do Serviço de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/TO), Ricardo Khouri.
O palestrante Vlamir Brandalizze destacou que em 2020, o Brasil faturou R$ 38 bilhões com a exportação da soja. E a projeção para 2021 é chegar a R$ 48 bilhões. “Isso dá mais de R$ 200 bilhões. A soja é o ouro brasileiro. Vamos avançar com isso”, ressaltou.
Segundo Vlamir Brandalizze, a soja é o maior produto da pauta de exportação do Brasil. “Apenas nas duas primeiras semanas de junho exportamos 5,1 milhões de toneladas. No ano, são 55,5 milhões de toneladas. A soja, é líder do agro, puxa toda a fila junto ao milho, trigo, arroz e feijão. Onde a soja chega, o emprego também chega. As cidades crescem, a vida da população melhora”, frisou.
Já o produtor e presidente da Aprosoja, Dari Fronza, pontuou alguns gargalos da produção no Brasil. Ele afirmou que a produção está vindo muito abaixo do esperado e fez um apelo aos estudantes do segmento. “Estudem tudo que faz parte do agro. O Brasil tem clima, tem terra. Tocantins é movido pelo agro. Isso é uma transformação, fortalece muito as cadeias”, afirmou.
O presidente da Coapa, Ricardo Khouri, afirmou que o produtor ainda investe em tecnologia e maquinário. “Dentro desse horizonte de mais quatro, cinco safras, permitindo boa remuneração, acho que tem mais uma estabilidade a se planejar em grande escala”, projetou.
Painel abordou fatores que contribuem com o crescimento da organização da agricultura familiar e dos mercados para o segmento
Por Brener Nunes
A agricultura familiar foi o foco do painel Cadeia de Valor, Mercado Institucional e Privado, que aconteceu nesta quarta-feira, 16, na Feira Agrotecnológica do Tocantins - Agrotins 2021 100% Digital. Mediado pela diretora de Agricultura Familiar da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), Francisca Marta Barbosa, o painel abordou os fatores que contribuem para o crescimento acelerado da organização da agricultura familiar, incluindo o cooperativismo e associativismo que fazem com que a agricultura brasileira se torne mais forte.
Os mercados para a agricultura familiar crescem a cada dia. A pesquisadora e colaboradora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenadora técnica do projeto Cadeia de Valor em Plantas Medicinais (ArticulaFito), Joseane Costa, destacou que a realização de um diagnóstico participativo possibilitou visualizar os processos produtivos no seu elo mais elementar. “São exatamente os agricultores familiares das populações tradicionais, como eles estão se organizando e quais são os desafios e as oportunidades que podemos alavancar. E a partir deste diagnóstico conseguimos estruturar um plano de ação voltado a esses empreendimentos mapeados”, explicou.
No Tocantins, Joseane ressaltou produtos como a pílula de babosa, o chá medicinal de hortelã, óleo de macaúba e a semente de sucupira. “Com esse projeto compreendemos a necessidade de um novo modo de produzir, mas também de consumir. É muito importante que essa relação entre produção e consumo se estabeleça de uma forma que possa ser sustentável, que ela possa garantir renda, emprego aos trabalhadores e trabalhadoras rurais, aos povos e comunidades tradicionais, a partir dessa biodiversidade fenomenal que existe no nosso país. No entanto, é preciso que a gente fortaleça essa base produtiva a partir de capacitações, de intercâmbios. Enfim, um conjunto de ações para superar esses gargalos que encontramos durante esse nosso diagnóstico”, afirmou a pesquisadora.
Cadeia de Valor
O coordenador-geral de Acesso a Mercados, na Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mateus Soares da Rocha, afirmou que o Brasil tem uma diversidade imensa de produtos, um clima que colabora para ter essa diversidade e um conhecimento cultural que vem sendo passado de geração em geração. “Dentro de uma cadeia de valor, precisamos entender quais são os atores que estão envolvidos e quais são as relações que esses atores constroem, tanto com suas produções, como com os outros processos até chegar no consumidor final. Vemos que é um leque de possibilidades quando paramos para analisar uma cadeia de valor. É sempre importante manter esse bom relacionamento, entender e fazer as conexões necessárias entre pessoas, atores, sociedade civil e governo para que possamos ter resultados positivos”, ponderou.
O coordenador Mateus Soares da Rocha pontuou os dois grandes programas de compras públicas: o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Ele afirmou que o PAA vem em momento muito oportuno. “Nós tivemos em 2020 um aporte de R$ 500 milhões buscando garantir esse fortalecimento das duas principais linhas que o PAA trabalha, que é a questão de garantir o alimento da família que se encontram em situação vulnerável, e o fortalecimento da agricultura familiar, que é o grande fornecedor de alimentos para o programa”, explicou.
Sobre o PNAE, Mateus Soares da Rocha destacou que vê uma diversidade de riquezas de alimentos que estão na mesa dos nossos alunos. “Hoje temos alimentos que não encontrávamos há anos. Se olharmos há 10, 15 anos, nós tínhamos uma alienação mais deficitária nas nossas escolas. E hoje temos a participação da agricultura familiar, 30% desses alimentos vem dessa agricultura. E são alimentos que valorizam o consumo local. Alimentos que eles comem em casa, que dialogam com seus costumes e cultura”, detalhou.
Produtos
A empresária Rose Bezecry, fundadora da Cativa Natureza, relatou seu trabalho com cosméticos sustentáveis. “Trabalhamos com produtos que têm a rastreabilidade dos insumos orgânicos escassa. Existem pelo menos 126 químicas nocivas que não contém nos nossos cosméticos. É fácil formular um cosmético quando se tem toda a matéria prima pronta. E nosso desafio é ao contrário, nós temos essa matéria-prima muito escassa porque tem a rastreabilidade menor e temos um compromisso minucioso com a matéria-prima. Preciso saber se tem sustentabilidade, se não tem agrotóxico, tem todo esse parâmetro”, explicou a empreendedora.
A agricultora familiar do Projeto de Assentamento Piracema, em Marianópolis, Zilma Cunha, produz açafrão, urucum e farinha de jatobá. Ela também destacou a participação dos produtores na Feira Digital. “Ainda temos alguns gargalos. Plantar, nós plantamos. Nós trabalhamos com sistema agroflorestal, sem nenhum tipo de adubação química. Transformamos as folhas em adubo. E agora, depois de tudo isso, como a gente vai trabalhar neste processamento? O que falta é mercado, a questão de estruturação. Temos o produto in natura, mas ele precisa ser processado, precisamos das certificações. Esse é nosso gargalo”, esclareceu Zilma Cunha.