O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou em suas redes sociais, nesta 3ª feira (4.out.2022), uma série de críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele afirmou ter “o melhor caminho para tornar realidade o sonho” do Brasil de ser “uma nação grande e próspera”.
No início das publicações, Bolsonaro fala que ele e Lula têm caminhos bem distintos. “Sempre existirá alguém que não gosta de você ou que você não gosta, é impossível agradar a todos. Agora, quando se trata de decidir os rumos de uma nação, é preciso ir além dessas questões. A disputa não é entre palavras duras e palavras doces, é entre caminhos bem distintos”.
“No caminho de Lula, as estatais davam prejuízos, porque eram saqueadas para alimentar esquema de corrupção de seu bando. No caminho de Jair Bolsonaro, as estatais são lideradas por técnicos e dão lucros, que são usados em investimentos, como o pagamento do Auxilio Brasil”, publicou.
Depois que foi solto, em novembro de 2019, Lula já falou ao menos 9 vezes em regular a mídia. “No caminho de Bolsonaro, a garantia de que, apesar de críticas, a mídia jamais será controlada pelo governo, assim como a Internet. No caminho de Lula, a sanha pelo controle de todos os meios de comunicação, aos moldes do que fez a Venezuela e outras ditaduras amigas do PT”, afirma o presidente.
No fim das publicações, Bolsonaro reforçou que “nenhum opositor foi perseguido” em seu governo.
O presidente Jair Bolsonaro conseguiu um feito maior que o de 2018, quando interrompeu o ciclo de governos de esquerda, comandados pelo PT e recebeu na eleição deste último dia dois de outubro, uma votação superior à conquistada em sua primeira eleição. O embate ficou indefinido, e a realização do segundo turno, no dia 30 de outubro, entre Bolsonaro e Lula, já coloca os dois “QGs” de campanha em trabalho desde hoje.
Da Redação
É bem verdade que Lula venceu o primeiro turno, recebendo 6 milhões de votos a mais que Bolsonaro e não será uma tarefa fácil bater o petista. Mas a reação do mercado financeiro e a identificação do agronegócio com o plano de governo de Bolsonaro pode fazer o cenário mudar, dando mais quatro anos de governo ao presidente da República.
VITÓRIA NO SENADO
O presidente Jair Bolsonaro saiu vitorioso das eleições do Senado e com a perspectiva de corrigir uma de suas maiores fragilidades no Congresso nos últimos anos — a ausência de uma base aliada de senadores. De 27 vagas no Senado, foram 14 eleitos com o endosso de Bolsonaro, turbinando especialmente a bancada do PL, seu partido. O ex-presidente Lula (PT), por sua vez, conseguiu eleger oito aliados, pouco mais de metade de seu adversário.
A eleição de oito senadores do PL faz com que a bancada do partido do presidente fique, até o momento, com 13 senadores, e se consagre como o maior partido do Senado. Essa é a primeira eleição desde a redemocratização em que o MDB saiu de uma eleição sem a maior bancada. O partido conseguia garantir sua hegemonia na Casa desde as eleições de 1986.
O presidente Jair Bolsonaro, por outro lado, foi o grande vencedor na disputa ao Senado neste domingo. Dos 27 candidatos eleitos, 14 são apoiados pelo presidente, sendo quatro deles ex-ministros do governo — Rogério Marinho (RN), Marcos Pontes (SP), Tereza Cristina (MT) e Damares Alves (DF), um, ex-secretário, Jorge Seif (PL-SC) e outro, o vice-presidente, Hamilton Mourão (RS).
MINAS GERAIS
Apoiador de Bolsonaro o recordista, Nikolas Ferreira manda recado: 'Vai ter que engolir'. Com 1,4 milhão de votos, o vereador de BH Nikolas Ferreira (PL) foi o deputado federal mais votado em todo o país
Outro foco da campanha de Bolsonaro pela reeleição neste segundo turno será o estado de Minas Gerais, onde venceu em 2018, mas foi derrotado por Lula nesta eleição. A questão é que o governador Romeu Zema, do Novo, reeleito com 56,18% dos votos, já anunciou que não apoiará o PT “em hipótese alguma” e que já está conversando com o PL, partido de Bolsonaro, que conseguiu eleger nove deputados estaduais no estado, inclusive o mais bem votado.
Logo, conseguindo reverter a derrota em Minas Gerais, Bolsonaro pode bater Lula no segundo turno, uma vez que Romeu Zema conquistou pouco mais de seis milhões de votos, justamente a diferença entre Bolsonaro e Lula no primeiro turno pela presidência da República, e seus eleitores são, exatamente como ele, antipetistas.
MERCADO FINANCEIRO ALIVIADO
O resultado surpreendente do primeiro turno das eleições presidenciais — com a votação acima do esperado de Jair Bolsonaro (PL) na disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — deve ser positivo para a bolsa e para os mercados. A visão é de analistas e gestores ouvidos na noite deste domingo pelo site “Seu Dinheiro”.
Embora esperada, a disputa do segundo turno entre o ex-presidente e o atual ocupante do Palácio do Planalto deve forçar ambos os candidatos a uma maior moderação e a adotar um discurso ainda mais próximo ao centro.
Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Investimentos, Bolsonaro chega competitivo ao segundo turno.
Desta forma, o petista terá de fazer mais acenos à centro-direita para liquidar a fatura no dia 30 de outubro, ainda mais depois do resultado das eleições para o Congresso e nos Estados. “As eleições foram boas para o Brasil, inclusive para a bolsa”, afirmou Spiess.
Com o desempenho de Bolsonaro, o mercado deve colocar no preço uma possibilidade um pouco maior de reeleição do atual presidente.
Nesse cenário, as ações das empresas estatais devem reagir positivamente ao resultado do primeiro turno, de acordo com um experiente gestor. É o caso, por exemplo de Petrobras e do Banco do Brasil.
AGRONEGÓCIO
Em seu programa de governo, Bolsonaro dá vez ao agronegócio. O termo “agropecuária” aparece 16 vezes no plano enviado ao TSE. “Agricultura” se faz presente em sete trechos. Por sua vez, “agronegócio” é mencionado em três oportunidades. “Reforma agrária” é grafada em dois momentos. Enquanto isso, “pecuária” e “agricultores familiares” são citados uma vez cada.
Entre as propostas para o setor do agro, Bolsonaro defende a possibilidade de aumentar a produtividade rural, mas sem aumentar a área de plantio. O programa ainda cita o plano de estimular a sustentabilidade, apoiando empresas, cooperativas e os pequenos produtores do campo.
Em outro trecho do programa, o candidato do PL fala sobre a necessidade de se levar recursos tecnológicos, como o 5G, e segurança para as famílias que vivem e trabalham no campo. “O governo federal deverá buscar soluções específicas para a proteção de áreas fora dos núcleos urbanos, protegendo não só a família do campo, mas os equipamentos e insumos de uma forma geral, cujo valor agregado altíssimo tem levado parcela de criminosos a se voltar para esse público”.
Esse posicionamento firme a respeito do agronegócio agrada ao setor e deve trazer para Bolsonaro os votos que Simone Tebet, do MDB, diretamente ligada ao setor, levou para si no primeiro turno.
Desta forma, se conseguir unir todos esses pontos positivos e capitalizá-los em votos, Bolsonaro pode, sim, derrotar Lula no segundo turno.
Mauro Paulino lança algumas hipóteses para explicar as divergências entre os números dos institutos e a votação
Por Jeff Benício
Em clima de ressaca, a 'Central das Eleições' da GloboNews debateu a surpreendente nova onda bolsonarista na eleição.
Ex- diretor do Datafolha e agora comentarista do canal, Mauro Paulino tentou ajudar os colegas de emissora a compreender os equívocos das pesquisas, bem além da margem de erro.
"Temos que relativizar os resultados das pesquisas", disse. "Os institutos precisam rever suas metodologias."
A Globo contrata o Datafolha e o Ipec (comandado por ex-funcionários do Ibope) para realizar levantamentos divulgados em primeira mão em seus telejornais.
"Neste momento, as pesquisas estão na berlinda e os pesquisadores precisam dar respostas", afirmou Paulino.
Ele concluiu que os institutos não conseguiram "captar a força da direita no Brasil" e precisam buscar "outras fontes de informação".
Citou a influência do conteúdo propagado por aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, na definição do voto de muitos brasileiros.
O comentarista acredita que a defasagem dos dados do Censo (o último foi em 2010) pode explicar parte dos erros dos institutos, que tentam atualizar o perfil do País ao escolher quem entrevistar.
Mauro Paulino disse que as pesquisas de 2º turno são historicamente mais precisas, com maior chance de acerto no resultado das urnas.
Esse choque de realidade vai fazer os jornalistas da Globo e GloboNews analisarem a nova etapa da eleição sob um novo aspecto, sem se apegar tanto aos números.
A imprensa precisa se voltar às ruas, ao invés de ficar tão dependente dos dados dos institutos. Ouvir mais o povo. Sob pressão, o jornalismo também precisa dar respostas.
Com Agência Senado
Os eleitores de 14 estados e do Distrito Federal resolveram a eleição para governador já no primeiro turno. De acordo com a Constituição de 1988, o candidato precisa ter 50% dos votos válidos mais um voto para ser eleito sem a necessidade de uma segunda rodada. Outros 13 estados terão segundo turno. Do ponto de vista proporcional, as votações mais expressivas deste primeiro turno foram a do Pará (Helder Barbalho - MDB), a do Mato Grosso (Mauro Mendes - União) e a do Paraná (Ratinho Júnior - PSD), em que os eleitos conseguiram em torno de 70% dos votos válidos.
Conheça os novos governadores.
ACRE | |
Gladson Cameli (PP) foi reeleito governador do Acre, com quase 57% dos votos. Nasceu em Cruzeiro do Sul (AC), no dia 26 de março de 1978. Engenheiro e empresario, Cameli já ocupou os cargos de deputado federal e de senador. Ele é sobrinho do ex-governador Orleir Cameli, que morreu em 2013. A vice é a senadora Mailza Gomes, também do Progressistas, de 45 anos. |
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AMAPÁ | |
Clécio (SD) foi eleito governador com quase 53,6% dos votos. Clécio Luís Vilhena Vieira nasceu em Belém (PA), no dia 8 de abril de 1972. Ele já foi vereador de Macapá, em duas oportunidades, eleito em 2004 e 2008. Também foi prefeito da capital, deixando o Executivo Municipal após oito anos, em 2020. Seu vice é Teles Jr. |
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CEARÁ | |
Elmano Freitas (PT) foi eleito governador ao conquistar 54% dos votos. Ele nasceu no dia 12 de abril de 1970, em Baturité (CE). Advogado, o deputado estadual é filiado ao Partido dos Trabalhadores desde 1989. Atuou na Rede Nacional de Advogados Populares (Renap), bem como na defesa jurídica e política do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Elmano também foi secretário de Educação de Fortaleza (CE). |
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DISTRITO FEDERAL | |
Ibaneis (MDB) foi reeleito depois de conquistar 50,3% dos votos. Ele nasceu no dia 10 de julho de 1971, em Brasília (DF). Ibaneis Rocha Barros Júnior é formado em direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub), fez pós-graduação em processo do trabalho e processo civil e é mestrando em gestão e políticas públicas pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. |
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GOIÁS | |
Ronaldo Caiado (União) foi reeleito governador de Goiás com 51,8% dos votos. Seu vice é Daniel Vilela. Ronaldo Ramos Caiado nasceu no dia 25 de setembro de 1949, no município de Anápolis (GO). Ele é médico, professor e produtor rural. Iniciou a vida política como deputado federal, cargo que exerceu por quatro mandatos consecutivos: de 1991 a 2015. Também foi senador, entre os anos de 2015 e 2018. |
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MARANHÃO | |
Carlos Brandão (PSB), 64 anos, é o atual governador e nesta eleição obteve mais de 51% dos votos válidos. Ele assumiu o estado em abril devido à desincompatibilização do titular Flávio Dino. É empresário e médico veterinário, formado pela Universidade Estadual do Maranhão. Foi deputado federal (2007-2014) e vice-governador entre 2015 e 2022. O vice-governador na chapa é o professor universitário Felipe Camarão (PT), 40 anos. |
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MATO GROSSO | |
Mauro Mendes (União) conquistou a reeleição com 68,5% dos votos. Otaviano Piveta será o vice-governador. Mauro Mendes Ferreira nasceu em Anápolis (GO), no dia 11 de abril de 1964. Formado em engenharia elétrica, ele foi presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT) e do sistema Sesi/Senai entre os anos de 2007 e 2010. Mendes também foi prefeito de Cuiabá (MT), de 2013 a 2016. |
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MINAS GERAIS | |
Romeu Zema (Novo) foi reeleito com pouco mais de 56% dos votos no primeiro turno. Seu vice é Mateus Simões de Almeira, conhecido como professor Mateus. Romeu Zema Neto nasceu no dia 28 de outubro de 1964, no município de Araxá (MG). Ele é dono do Grupo Zema, um conglomerado de empresas de diferentes setores. A sua primeira experiência na vida política foi justamente como governador de Minas Gerais, cargo para o qual foi eleito em 2018. |
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PARÁ | |
Helder Barbalho (MDB) foi reeleito com 70% dos votos válidos. Sua vice é Hana Ghassan Tuma. Helder Zahluth Barbalho nasceu no dia 18 de maio de 1979, em Belém (PA). Formado em administração, já foi vereador, deputado, prefeito eleito e reeleito em Ananindeua (PA). Também foi presidente da Federação das Associações de Municípios do Estado do Para (Famep) e ministro da Pesca, Portos e Integração Nacional no governo de Michel Temer (MDB). |
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PARANÁ | |
Carlos Roberto Massa Júnior, conhecido como Ratinho Júnior (PSD), foi reeleito governador do Paraná com mais de 69% dos votos. Seu vice é Darci Piana. Ratinho Júnior nasceu em no dia 19 de abril de 1981, em Jandaia do Sul (PR). Ele começou sua carreira política em 2002, quando foi eleito deputado estadual no Paraná. Em seguida, foi deputado federal por dois mandatos consecutivos (2007-2013) e, novamente, eleito deputado estadual em 2014. Em 2018, foi eleito governador do Paraná. |
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PIAUÍ | |
Rafael Fonteles (PT) foi eleito depois de conquistar 57% dos votos. Ele nasceu no dia 6 de maio de 1985, em Teresina (PI). Bacharel em matemática pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), ele tem mestrado em economia matemática (IMPA-RJ). Secretário estadual da Fazenda (2015-22), renunciou para concorrer ao governo. Presidiu por dois mandatos o Conselho Nacional dos Secretários de Fazenda (Confaz). |
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RIO DE JANEIRO | |
Cláudio Castro (PL) foi reeleito com 58,6% dos votos. Cláudio Bomfim de Castro e Silva nasceu no dia 29 de março de 1979, na cidade de Santos (SP). Além de advogado, também é músico, compositor e cantor, autor de dois álbuns de música católica. Como vice-governador, assumiu interinamente o governo do estado em 28 de agosto de 2020 em decorrência do afastamento do titular Wilson Witzel. |
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RIO GRANDE DO NORTE | |
Com 58,3%, Fátima Bezerra (PT) foi reeleita governadora do Rio Grande do Norte. Seu vice é Walter Alves. Maria de Fátima Bezerra nasceu em Nova Palmeira (PB), no dia 19 de maio de 1955. Formada em pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Fátima foi professora da rede de ensino estadual e municipal. Governadora desde 2019, foi senadora (2015-2018), deputada federal (2003-2014) e estadual (1995-2002). |
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RORAIMA | |
Antonio Oliverio Garcia De Almeida, conhecido como Antonio Denarium (PP), foi reeleito governador de Roraima com 56,47% dos votos. Seu vice é Edilson Damião. Antonio Denarium nasceu no município de Anápolis (GO), no dia 3 de março de 1964. Como bancário, migrou para Roraima para implantar uma agência. Depois, criou sua próprias empresas, na área de fomento agrícola e no ramo imobiliário. Foi interventor do estado de Roraima em 2018, ano em que foi eleito para seu primeiro mandato como governador. |
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TOCANTINS | |
Wanderlei Barbosa (Republicanos) foi reeleito governador de Tocantins com 58% dos votos. Seu vice é Laurez Moreira. Wanderlei Barbosa Castro nasceu no município de Porto Nacional (TO), no dia 12 de março de 1964. Ele começou a vida política em sua cidade natal, onde foi eleito vereador. Foi deputado estadual por duas vezes, até se tornar vice-governador e assumir o governo após renúncia de Mauro Carlesse, que tentou o Senado. |
Fonte: Agência Senado
O presidente da Assembleia Legislativa foi eleito em primeiro lugar para Câmara dos Deputados com 63.326 votos. A grande surpresa foi a eleição do novato na política tocantinense Alexandre Guimarães, o terceiro mais votado, com 54.359 votos.
Da Redação
Apenas três dos oito deputados federais se reelegeram. Somente os deputados Vicentinho Junior, Carlos Gaguim e Eli Borges conseguiram permanecer na Câmara Federal.
Deputados federais eleitos:
Antonio Andrade REPUBLICANOS 7,67% 63.326
Vicentinho Junior PP 6,68% 55.102
Alexandre Guimarães REPUBLICANOS 6,59% 54.359
Carlos Gaguim UNIÃO 6,30% 51.991
Ricardo Ayres REPUBLICANOS 5,52% 45.553
Filipe Martins PL 4,38% 36.198
Eli Borges PL 4,26 35.125
Lázaro Botelho PP 1,65% 13.606