País contabilizou total de 209.350 óbitos e 8.456.705 casos de Covid-19. Número de mortos no TO é 46,4% maior do que da semana passada e 173,3% do que há 15 dias
Com Agências
O consórcio de veículos de imprensa divulgou novo levantamento da situação da pandemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h deste sábado (16).
O país registrou 1.059 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 209.350 óbitos desde o começo da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 956. A variação foi de +37% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de crescimento nos óbitos pela doença.
Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 8.456.705 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 62.452 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 54.434 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de +52% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de crescimento também nos diagnósticos.
Treze estados estão com alta nas mortes: MG, RJ, SP, GO, MT, AM, RR, TO, AL, PE, PI, RN e SE.
Tocantins
Hoje o Tocantins contabilizou 577 novos casos confirmados da Covid-19, sendo 130 das últimas 24h. O restante é de exames coletados em dias anteriores e que tiveram seus resultados liberados na data de ontem.
Dos 577 novos casos, 330 foram detectados por RT-PCR, 75 por sorologia e 172 por teste rápido.
Atualmente, o Tocantins contabiliza 309.179 pessoas notificadas com a Covid-19 e acumula 96.058 casos confirmados. Destes, 85.083 pacientes estão recuperados, 9.667 pacientes seguem em isolamento domiciliar ou hospitalar e 1.308 pacientes foram a óbito.
CEO do laboratório disse a jornal local que prioridade é garantir a vacinação da população indiana. Brasil comprou 2 milhões de doses
POR FLÁVIA SAID
O CEO do Instituto Serum, Adar Poonawalla, disse na sexta-feira (15/1) que o envio das doses da vacina contra a Covid-19 ao Brasil só deve acontecer daqui a duas semanas. O Brasil importou 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford produzidas pelo laboratório Serum na Índia.
Em entrevista ao jornal Times of India, Poonawalla frisou que a exportação do estoque ao Brasil não vai atrapalhar o programa de vacinação da Índia. Com mais de 1,3 bilhão de habitantes, o país iniciou própria campanha de vacinação na mesma semana em que o governo brasileiro decidiu enviar o avião a Mumbai.
“Será a primeira exportação de Covishield. Vai ocorrer daqui a duas semanas. Temos um grande estoque. A exportação não vai prejudicar o programa de vacinação da Índia de maneira alguma”, disse ele.
A Covishield é a versão local do imunizante da Universidade de Oxford e da AstraZeneca. As 2 milhões de doses compradas pelo Brasil fazem parte de um lote de importação solicitada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ao laboratório Serum.
“Nossa primeira prioridade sempre foi nosso próprio país. Assim que cuidarmos disso, podemos começar a exportar as doses da vacina para outros governos a todo vapor”, disse o CEO do Serum.
O voo da Azul para buscar as 2 milhões de doses da vacina de Oxford contra o coronavírus iria decolar para Mumbai, na Índia, na quinta-feira (14), mas foi adiado para sexta-feira (15). O carregamento chegaria ao Brasil na tarde de domingo (17/1), mas o voo acabou cancelado.
O governo indiano vetou a liberação imediata das doses e não se comprometeu com um prazo, frustrando os planos brasileiros de começar a distribuir o imunizante pelos estados na próxima semana, caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libere no dia anterior seu uso emergencial.
Na sexta-feira (15/1), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que “pressões políticas” na Índia retardaram a decolagem do avião brasileiro. Segundo ele, o avião partirá do Brasil em direção à Índia em, no máximo, dois ou três dias.
“Foi tudo acertado para disponibilizar duas milhões de doses. Só que hoje, neste exato momento, está começando a vacinação na Índia, um país de um bilhão e trezentos milhões de habitantes. Então resolveu-se aí, não foi decisão nossa, atrasar um ou dois dias até que o povo comece a ser vacinado lá, porque lá também tem pressões políticas de um lado e de outro. Isso dai, no meu entender, daqui dois, três dias, no máximo, nosso avião vai partir e vai trazer essas duas milhões de vacina para cá”, disse Bolsonaro em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Band.
Requisição da Coronavac
Diante do cenário, o Ministério da Saúde pediu ao Instituto Butantan, nesta sexta, a entrega imediata das seis milhões de doses da Coronavac que já foram importadas da China ao Brasil. Em ofício enviado a Dimas Covas, diretor do instituto ligado ao governo de São Paulo, a pasta destaca que o imunizante está sob análise para concessão de autorização para uso emergencial.
O imunizante pode ser o primeiro disponível para distribuição no Brasil. O governo prevê que a vacinação comece em 20 de janeiro.
Pedido de urgência para 10 milhões de doses foi protocolado nesta sexta por equipes da União Química e o Fundo de Investimento Direto Russo
POR MANOELA ALCÂNTARA
A farmacêutica brasileira União Química e o Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF, sigla em inglês) protocolam, nesta sexta-feira (15/1), pedido emergencial junto à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para utilização de 10 milhões de doses do imunizante Sputnik V no Brasil .
Os grupos fecharam um acordo, na quarta-feira (13/1), para fornecimento ao Brasil de 10 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 no 1º trimestre de 2021. As entregas devem começar ainda em janeiro. Este é o objeto do pedido emergencial.
O CEO do fundo russo, Kirill Dmitriev, encontrou-se com uma comitiva da União Química, na quarta-feira, em Moscou. O presidente da farmacêutica brasileira, Fernando Marques, e o diretor de negócios internacionais da empresa, Rogério Rosso, participaram da reunião.
De acordo com nota da União Química e do RDIF, “a Sputnik V é amplamente utilizada e aprovada por vários países no mundo, será produzida nas fábricas de Brasília e de Guarulhos, através de acordo de transferência de tecnologia firmado entre a companhia e o Fundo Soberano de Investimentos da Rússia – RDIF”.
Por isso, eles entendem que “todos os esforços, seja do setor público ou do setor privado, deverão ser empenhados de forma a combater a pandemia da Covid -19 , inclusive com ações extraordinárias e excepcionais em razão da urgência e relevância que o momento exige”, diz nota.
Tecnologia
A tecnologia da vacina será transferida para o Brasil, por meio da União Química. A farmacêutica iniciou a produção do imunizante nesta sexta-feira (15/1), em Brasília. A solicitação para estudos clínicos da Sputnik V no Brasil foi realizada em 29 de dezembro de 2020.
Brasileiros que trabalham na Embaixada do Brasil na Rússia estão sendo vacinados, segundo o RDIF. O imunizante foi aprovado para aplicação de forma emergencial em países como a Argentina, Bolívia, Argélia, Sérvia e Palestina.
“Nossos parceiros da União Química estiveram entre os primeiros do mundo que demonstraram interesse na vacina russa Sputnik V. Estamos prontos para uma cooperação em larga escala, em suprimentos e produção, para iniciar a vacinação da população no Brasil o mais rápido possível”, disse Dmitriev.
Segundo o CEO do RDIF, a Sputnik V “é uma vacina segura e eficaz, criada em uma plataforma comprovada e bem pesquisada de vetores adenovirais humanos”. “Vários países da América Latina estão vacinando pessoas com o Sputnik V, e esperamos que o Brasil se junte a eles nas próximas semanas”, pontuou.
Dmitriev e o empresário brasileiro pretendem propor a todos os países integrantes do Brics – grupo de nações com economias emergentes – a criação de uma força-tarefa para combater a Covid-19 e cooperar para o acesso e a distribuição das vacinas.
No Brasil, a Anvisa analisa pedido de autorização para uso emergencial da vacina de Oxford/AstraZeneca, que será importada da Índia, e da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac.
Eficácia
O RDIF anunciou que a eficácia da Sputnik V é superior a 90%, com proteção total contra casos graves da Covid-19. Mais de 1,5 milhão de pessoas receberam o imunizante.
De acordo com o fundo de investimento russo, a temperatura para o armazenamento da vacina é compatível com um refrigerador convencional, ou seja, não haveria necessidade de se investir em infraestrutura adicional para a conservação.
Com a perspectiva do início da vacinação contra a covid-19 nas próximas semanas, o Ministério da Saúde tomou conhecimento de tentativas de golpes pelo celular utilizando este processo como pretexto para lesar cidadãos.
Com Agências Brasil
Sobre o tema, a pasta divulgou nota nesta quinta-feira (14) alertando para essas iniciativas e reiterando que não faz agendamento de vacinação, não solicita dados das pessoas nem envia quaisquer tipos de códigos para usuários do sistema de saúde.
Se alguém receber ligações ou mensagens pelo celular com esta promessa e solicitando dados pessoais ou outras informações, a orientação do Ministério da Saúde é que a pessoa não forneça qualquer dado e denuncie a autoridades competentes.
O Ministério da Saúde destaca que o Sistema Único de Saúde é universal e gratuito. Não há condições prévias para a vacinação, que será realizada nos postos de saúde e pontos utilizados em campanhas de imunização.
Em outra nota divulgada nesta semana, o Ministério esclareceu que não há obrigação de cadastro prévio, seja no posto de saúde ou no acesso ao aplicativo Conecte SUS Cidadão. A pessoa que for ser vacinada pode ser identificada e cadastrada na hora. O app facilita a identificação no momento de tomar a vacina.
O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello disse ao Estadão que os projetos de lei que tiram poder de governadores sobre polícias são um "retrocesso inaceitável".
Com Estadão conteúdo
Uma das vozes mais contundentes do cenário nacional em defesa da Constituição e das liberdades individuais, o ex-decano do Supremo abriu mão do silêncio que marca sua postura desde a aposentadoria, em outubro do ano passado, para criticar a proposta que prevê mandato de dois anos para os comandantes-gerais e delegados-gerais e impõe condições para que eles sejam exonerados antes do prazo.
"A padronização nacional dos organismos policiais estaduais, com expressiva redução do poder e competência dos Estados-membros, se implementada, traduzirá um ato de inaceitável transgressão ao princípio federativo", disse Celso de Mello à reportagem. "Não se pode ignorar que a autonomia dos Estados-membros representa, em nosso sistema constitucional, uma das pedras angulares do modelo institucional da Federação. Qualquer proposição legislativa que tenda à centralização em torno da União Federal, com a consequente minimização da autonomia estadual, significará um retrocesso inaceitável em termos de organização federativa."
Como revelou o Estadão, o novo modelo é defendido por aliados do Palácio do Planalto no momento em que o presidente Jair Bolsonaro endurece o discurso da segurança pública para alavancar sua popularidade na segunda metade do mandato. A medida provocou a reação de gestores estaduais, que já se mobilizam contra a iniciativa. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acusou Bolsonaro de querer "intimidar governadores através de força policial militar".
Celso de Mello destacou que, em dezembro de 1831, o então presidente da província de São Paulo, Rafael Tobias de Aguiar, sancionou projeto que criou, em São Paulo, o Corpo de Guardas Municipais, núcleo embrionário da atual Polícia Militar estadual. "Dificilmente, o fundador da Polícia Militar do Estado de São Paulo chancelaria uma proposta claramente centralizadora e detrimentosa dos poderes e competência das unidades locais, pois foi ele, Tobias de Aguiar, quem, ao lado do Padre Feijó, insurgiu-se, na histórica Revolução Liberal de 1842, contra a concentração de poderes na esfera do governo central imperial", acrescentou o magistrado.
Repercussão
Também crítico às propostas, o atual decano do STF, Marco Aurélio Mello, afirmou que os projetos pecam pela "falta de razoabilidade e conflitam com a Constituição Federal". "Contrariam o princípio federativo, mais ainda se houver concentração do poder de acionamento. A Polícia Civil é investigativa e a Militar, repressiva", disse Marco Aurélio, que deixará o tribunal em julho, ao completar 75 anos.
Segundo o Estadão apurou, os projetos causam apreensão entre integrantes da Corte, que já discutem reservadamente o tema entre si, ainda que não tenham conhecimento integral dos textos.
Um ministro do STF, que pediu para não ser identificado, concorda com Celso de Mello, considera a proposta ruim e avalia que a medida, caso seja aprovada, pode tornar os governadores “reféns” das polícias.
Uma das preocupações é com o timing em que as discussões estão vindo à tona, pouco depois que extremistas apoiadores do presidente dos EUA, Donald Trump, invadiram o Capitólio, em um ato que resultou em cinco mortes em Washington D.C.
Na semana passada, Bolsonaro disse que "se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos". Integrantes do Supremo apontam que a influência de Bolsonaro sobre as polícias é infinitamente maior que a de Trump sobre a força policial nos EUA.