Mais que abrir caminho para o futuro político de Eduardo, Siqueira Campos assina, definitivamente, seu nome na história do Tocantins. Muito mais pensada, calculada ou orquestrada, a renúncia de José Wilson Siqueira Campos, teve dois atos distintos e, por mais que fosse esperada ou prevista pela oposição, surpreendeu pelo pragmatismo, pela praticidade e pelo simbolismo.
Quando o secretário da Casa Civil, Renan de Arimateia, leu, na noite Do último dia 04 de abril, durante sessão extraordinária, convocada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins, Sandoval Cardoso, a mensagem de renúncia do governador Siqueira Campos, foi dado início a uma das maiores passagens a ser registradas nos anais da política nacional.
Enquanto a oposição esperneava entre declarações de “golpe” e “garupismo”, Siqueira Campos, o José Wilson, abria espaço para que seu filho, Eduardo Siqueira Campos, desse seguimento aos planos traçados pelo único político brasileiro com mais de 50 anos de vida pública sem nenhuma condenação, cujo maior patrimônio é o povo e, não, bens, propriedades ou ações na Bolsa de Valores, mesmo após uma eleição como vereador, em Colinas, nos idos de 1965, cinco para deputado federal, que começaram em 1966 e se seguiram até o mandato Constituinte, em 1988 (um ano a ser comentado á parte em sua história), e iniciaram uma séria de mandatos como governador do Estado do qual alicerçou a criação e que se encerrou não no último dia 4, como muitos pensam, mas no dia 5, como mostraremos a seguir.
Leque de opções
A renúncia, pura e simples, de Siqueira Campos, pragmaticamente, abre caminho para que seu filho, Eduardo Siqueira Campos, fique á vontade para escolher o cargo pelo qual quer ser eleito pelo povo. O único que Eduardo rejeita é o de suplente de senador, se colocando à disposição da vontade do povo e das lideranças para qualquer outra opção do leque que se abriu à sua frente, de deputado estadual a governador.
Eduardo falou na Assembleia Legislativa logo após a leitura da carta de renúncia de seu pai. Entre desabafos e revelações, fez comentários espirituosos sobre a oposição, quando falou em “garupismo”, comentando a mobilidade oportunista de adversários e em “1 quilo de sal”, sobre políticos que disseminam insinuações de “golpe” nas redes sociais.
O certo é que Eduardo Siqueira Campos é, hoje, o político tocantinense que mais reúne condições de se tornar o próximo governador. “Jamais pela via indireta”, diz ele, mas firmemente calcado na maioria que ele próprio “costurou” na Assembleia Legislativa e nos votos que isso pode resultar na hora em que o povo tocantinense for às urnas.
Enquanto o atual governador, Sandoval Cardoso, presidente da AL que assumiu com a renúncia do governador e do vice, João Oliveira, trata de dar continuidade ao processo natural, a oposição, como sabiamente disse uma articulista política, fica “dando voltas em torno de si mesma”, tentando assimilar o “golpe”– por mais que ele tenha sido ensaiado, planejado e previsto .
Já Eduardo Siqueira Campos, que, como ele próprio afirmou em seu discurso na AL, por várias vezes “padeceu por sua pouca idade”, demonstrou, durante todo o processo de gestação desta que se pode chamar de “acomodação tectônica política”, uma imensa capacidade de articulador, transformando uma minoria política na AL em maioria imbatível e intrinsecamente envolvida com o governo de seu pai que, na pior das hipóteses, aponta para um amadurecimento político e pessoal que chega a assustar.
Desde sua filiação ao PTB até a sua desincompatibilização do cargo de secretário, preparou-se para, na data fatal, poder afirmar a quem quisesse ouvir, estar capacitado para disputar “qualquer cargo. Ou nenhum!”, principalmente com a tranquilidade de poder contar com uma super coligação partidária, formada por 12 legendas .
Acaso(?)emblemático
O agora, ex-governador, Siqueira Campos pode ter, na noite da última sexta-feira (4), se despedido de seu último mandato político. Mesmo estando habilitado para disputar qualquer cargo, como seu filho Eduardo, cogita-se muito que a escolha poderia ser o Senado, ou até mesmo o Governo do Estado, mas o próprio Siqueira fez questão de jogar uma cortina de fumaça sobre as especulações a seu respeito, com duas afirmações que podem ter várias interpretações: “só sei que estou disponível, o Senado é uma hipótese distante” e “Eduardo é infinitamente melhor que eu”.
Ou seja, Siqueira segue a incógnita de sempre.
Mas, para os mais antenados, alguns detalhes emblemáticos não passaram despercebidos.
A família Siqueira Campos se instalou no Tocantins na pequeníssima Ipueiras de então, comandada pela veia pioneira de “seu” Joaquinzinho Siqueira Campos que, num paralelo histórico com a criação do Tocantins, lutou pela emancipação política de Ipueiras e teve seu legado resgatado por Israel Siqueira Campos, que fez e vem fazendo, sempre, tudo o que pode pela população da cidade.
Pois o grande sonho de Joaquinzinho Siqueira Campos era que a pequena Ipueuras tivesse chances de progredir com a melhoria das vias de ligação com as demais cidades. A obra, o último ato de Siqueira Campos e o local onde transmitiu a faixa de governador a Sandoval Cardoso, é justamente o resgate do primeiro sonho siqueirista no rincão do País onde a família decidiu viver.
Não foi à toa que a TO-458 recebeu o nome de “seu” Joaquinzinho, nem foi ao acaso que toda a comemoração, com lauto churrasco e muita festa para o povo, oferecido com emoção e orgulho legítimos por Israel Siqueira Campos,tenha ocorrido na fazenda onde as raízes da família Siqueira Campos estão fincadas no Tocantins, onde toda a história começou.
O simbolismo que envolveu o local e obra escolhidos para a passagem da faixa de governador se torna cada vez mais emblemático quando vamos avaliando a vida política de José Wilson Siqueira Campos, o único político do Brasil, com 50 anos de vida pública, sem um processo sequer por qualquer um dos motivos que envergonham a maioria dos políticos brasileiros – assim como o povo – ante a opinião pública mundial, justamente em um momento em que 85% da população brasileira repudiam a corrupção na política.
Siqueira renuncia a um mandato que lhe foi concedido pelo povo, em favor de seu grande sonho, que é ver seu filho, Eduardo, assumir o comando do Tocantins, assim como ele, pela escolha popular, e poder, do alto de sua idade, ver a semente plantada por “seu” Joaquinzinho, continuar dando frutosde importância crucial para a terra onde brotou.
A Assembléia Legislativa realizou na manhã desta quinta-feira, dia 10, sessão solene em homenagem ao Dia do Jornalista, comemorado no dia 7 de abril. Além dos parlamentares, o evento reuniu profissionais de Comunicação de todo o Estado, amigos e familiares dos homenageados, Luis Pires, Superintendente da Secretaria de Comunicação do Estado e o jornalista Salomão Wenceslau, fundador e editor-chefe de “O Jornal”, que faleceu no ano passado.
Ao agradecer o reconhecimento, Luis Pires que é um dos jornalistas pioneiros do Estado destacou a necessidade de resgatar a história do Estado e sua memória. “Quero fazer esse apelo que é tão importante quanto o respeito aos jornalistas, vamos fazer um bom arquivo do trabalho jornalístico por meio de fotos e vídeos, para que nosso trabalho não seja esquecido e sirva para as gerações futuras”, enfatizou o homenageado.
A sessão foi aberta pelo presidente em exercício da Casa, deputado Osires Damaso (DEM), que após destacar a importância da profissão para a sociedade repassou a presidência para a deputada Solange Duailibe (Solidariedade), que também é jornalista.
Em seu discurso a parlamentar chamou a atenção de toda a sociedade para a necessidade de valorização do profissional jornalista e da importância da liberdade de imprensa e regulamentação do diploma, direito retirado dos jornalistas pelo Supremo Tribunal Federal considerado por ela de “duro golpe a tão atacada estabilidade profissional conseguida no final da década de 60”.
Solange Duailibe ainda ressaltou a sua tentativa de regulamentar cargos no Poder Legislativo, para o exercício da função de jornalista nos gabinetes. “É justo que se reconheça o quanto a sociedade deve a esse profissional. Muito mais do que um mero reprodutor de notícias, o jornalista é, acima de tudo, um transformador social. Um verdadeiro agente que interfere de forma direta, na edificação de uma sociedade mais justa, educada e democrática”, frisou a deputada.
Representando os jornalistas tocantinenses a presidente do Sindjor, Socorro Loureiro fez uso da palavra e agradeceu o reconhecimento ao trabalho da categoria ao destacar a relevância dos profissionais na divulgação das ações parlamentares.
A presidente do Sindjor também comentou que a Assembleia tem sido importante aliada nas causas trabalhistas ao apoiar suas reivindicações. Uma das conquistas mencionadas pela presidente foi a recriação de cargos de assessor de comunicação nos quadros do Poder Executivo, porém, aproveitou a oportunidade para solicitar a inclusão de uma programação de jornalismo na TV Assembleia, a recriação da Diretoria de Área de Comunicação desta Casa de Leis e a aprovação do requerimento da deputada Solange Duailibe, reapresentado recentemente com a proposta de criação de cargos de assessor de comunicação nos gabinetes parlamentares.
Participaram também do evento os deputados Eli Borges (PMDB), Josi Nunes (PMDB), Ricardo Ayres (PSB), o deputado federal Júnior Coimbra (PMDB), a procuradora-geral de Justiça, Vera Nilva, o vice-presidente da Abrajet Nacional, Belmiro Gregório, o superintendente da ATN, Daniel Machado e a diretora de Comunicação Social do Tribunal de Justiça, Vanusa Bastos. (Maisa Medeiros.
Por Philipe Bastos/ATN
Fotos Antonio Coelho
Depois de oficializar a renúncia ao mandato de governador do Tocantins, Siqueira Campos passou oficialmente a faixa de chefia do Poder Executivo para o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Sandoval Cardoso. A passagem simbólica da faixa foi feita durante a inauguração da pavimentação da TO-458, que liga a rodovia TO-050 ao município de Ipueiras.
Já empossado, Sandoval procedeu com o descerramento das faixas nas duas pontas da estrada, tanto no trevo com a TO-050, quanto no município de Ipueiras. De acordo com o novo governador, a partir da posse como chefe do Executivo, a meta é continuar com o trabalho desenvolvido por Siqueira Campos. “Eu recebo esta oportunidade com muita responsabilidade. Nós vamos dar sequência ao trabalho que já vem sendo feito. Vou me dedicar ao máximo para que o governo continue levando os benefícios à população”, destacou.
Cardoso passou recentemente pelo Palácio Araguaia, durante o período de férias do então Governador Siqueira Campos. De acordo com o novo chefe do Executivo, esta passagem serviu como experiência para assumir o cargo novamente. “Há pouco tempo eu tive a oportunidade de assumir o governo durante as suas férias, governador. Neste período, eu pude percorrer o estado, conhecer melhor as pessoas e entregar benefícios para a população”, disse.
Sobre seu antecessor, o governador destacou que as medidas adotadas desde o início da gestão, com a recuperação do crédito junto a instituições financeiras, permitiram o acesso a importantes linhas de crédito para financiar muitas obras do Estado. “Eu recebo este Estado estabilizado, recebo uma equipe competente e uma Assembleia Legislativa unida, como um time de vencedores”, frisou.
Já o ex-governador Siqueira Campos, ao passar o comando do Tocantins para Sandoval Cardoso, destacou que confia no sucessor para continuar as obras que estão em desenvolvimento, ou planejadas para execução. “Eu estou muito feliz em passar a faixa para um grande líder, preparado para gerir o Estado. É com muita alegria que deixo o governo inaugurando uma grande obra que tenho certeza de que irá beneficiar toda a população de Ipueiras”, frisou.
Siqueira Campos, durante o evento, fez uma breve avaliação dos quase 4 anos que passou à frente do Executivo, em seu quarto mandato como governador. “Deixo o meu governo, com muita dignidade. A partir de agora, o novo chefe da família tocantinense deverá conduzir para um futuro grandioso, continuando com a redução das desigualdades, por meio de melhores oportunidades para a população”, disse.
Equipe
Do ponto de vista administrativo, o novo governador recebe do sucessor um secretariado com expectativas pela continuidade dos projetos desenvolvidos até então. De acordo com o secretário de Estado da Infraestrutura (Seinfra) e presidente da Agência de Máquinas e Transportes do Tocantins (Agetrans), Kaká Nogueira, o planejamento será mantido, com relação às obras de infraestrutura viária do Estado. “Nós ainda temos muita coisa pela frente, muito trabalho que foi planejado, e determinado pelo ex-governador Siqueira Campos que, a partir de agora, o governador Sandoval Cardoso deverá dar continuidade. Temos o PAM [Programa de Assistência aos Municípios], recuperando as estradas vicinais; temos o nosso programa de recuperação de estradas, com a recuperação de mais de 3 mil Km. Tenho certeza de que iremos continuar levando todos esses benefícios para a população”, frisou.
Companheiro de Sandoval na Assembleia Legislativa, o deputado José Geraldo destacou a atuação do novo governador em suas atividades na Casa de Leis. “Vejo com muita alegria a posse do Sandoval e tenho certeza de que ele terá facilidade em gerir o Estado, de dar continuidade no que o governador Siqueira Campos construiu”, considerou.
Eleição indireta
O governador Sandoval Cardoso permanece à frente do Executivo até a realização de uma eleição indireta a ser convocada pelo Legislativo. De acordo com a legislação, a Casa de Leis tem até 30 dias, a contar da posse do novo governador, para convocar o processo eleitoral indireto.
Confira a carta de renúncia de Siqueira Campos
A carta de renúncia do Governador Siqueira Campos foi protocolada na noite desta sexta-feira, 4, na Assembleia Legislativa. No documento, direcionado aos tocantinenses, Siqueira resgata sua trajetória política, a luta pela criação do Estado do Tocantins, os desafios e conquistas, a face municipalista da atual gestão e a atuação voltada para a recuperação do Estado. Ao deixar o comando do Executivo, ele afirma que entrega a administração "em mãos comprometidas com o desenvolvimento do Estado e com o bem-estar de nosso povo".
Neste sábado, às 10 horas, será realizada a transmissão de cargo para o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Sandoval Cardoso. O ato ocorrerá durante a inauguração das obras na TO – 458, que liga a TO – 050, no município de Ipueiras.
Confira a íntegra da carta:
Carta aos Tocantinenses
Do meu supremo amor pelo Tocantins e pelo povo tocantinense
Meus amigos e minhas amigas,
Todos vocês sabem do amor que nutro pelo nosso Tocantins.
Tudo começou há cinquenta anos atrás quando, no dia 10 de julho de 1963, cheguei a Colinas de Goiás como empresário rural. A absoluta ausência do poder público na região marcou-me profundamente. Sofri perseguição dos poderosos de então e indignei-me com o descaso aos menos favorecidos. Doía-me ver jovens mulheres morrendo de parto por falta de assistência médica. Minha mãe, dona Regina, falecera por esse motivo no interior do Ceará aos 37 anos de idade.
Faltava de tudo no então norte goiano: os lares eram iluminados por lamparinas. Os grupos geradores movidos a óleo diesel instalados em poucas cidades da região funcionavam, quando muito, até as 22:00 horas. Não havia estradas. A construção da Belém-Brasília estava apenas começando. As grandes vias de integração eram os rios Tocantins e Araguaia e a aviação aérea regional. Havia agências bancárias apenas em Pedro Afonso-GO e Carolina-MA.
Tudo isso me motivou a ser candidato a deputado federal em 1970 após ser eleito vereador da recém emancipada Colinas de Goiás com o maior número de votos em 1965. Na época, fui escolhido para ser o presidente da Câmara Municipal.
Retomamos a luta pela criação do Estado do Tocantins, paralisada à décadas. Por 23 anos (de 1971 a 1988), encampamos este movimento na Câmara dos Deputados e junto ao povo nortense até a vitória final com a inclusão da criação de nosso Estado nas Disposições Transitórias da Constituição Federal promulgada em 5 de outubro de 1988. Nossa luta não foi em vão.
Eleito Governador, o primeiro do Tocantins para um mandato tampão de 1º de janeiro de 1989 a 15 de março de 1991, realizamos vinte anos em dois, criando e consolidando as Instituições do Estado, implantando a sua malha viária asfaltada, estruturando a saúde pública (em 1989 havia apenas 43 leitos públicos em toda a região), expandindo os serviços de energia elétrica com a construção de 70 mil quilômetros de rede distribuição e o fornecimento de água tratada à grande parte de nossa população, além de promover ações que fizeram levar o Ministério de Minas e Energia realizar as licitações das hidrelétricas do Lajeado, Peixe Angical, Santa Isabel no rio Araguaia, Estreito e São Salvador.
Construímos também Palmas, a última cidade planejada do século XX, que entreguei com todos os poderes públicos nela instalados.
Nos dois outros governos que tive a oportunidade de exercer, de 1995 a 2002, estruturamos de vez os caminhos para que o Tocantins se desenvolvesse com a força da Livre Iniciativa e com a prática da Justiça Social por parte do Governo do Estado.
Deixamos dezenove hospitais públicos estaduais implantados atendendo a todas as regiões do Estado, agora com mais de dois mil leitos. É bom lembrar que eram apenas 43 em 1989, em apenas 2 hospitais, um em Araguaína e outro em Porto Nacional, com apenas um médico em cada e atendimento precaríssimo. Deixamos grandes programas econômicos agora em funcionamento nas diversas áreas, especialmente no agronegócio, e investidores importantes preparados para vir para o Estado, aguardando apenas o sinal verde da administração pública, com um programa de incentivos fiscais e política ambiental das mais avançadas do país.
Mais de seis mil quilômetros de estradas asfaltadas colocaram o Tocantins em primeiro lugar no Brasil no setor. O aproveitamento hidrelétrico do Rio Tocantins está avançado com a Usina Luis Eduardo Magalhães em funcionamento e outras usinas licitadas. Também há os Pioneiros Mirins, os médicos cubanos, a energia rural. Hoje esse é um Estado com índices recordes de crescimento apesar das dificuldades do Brasil e do mundo.
Sentia-me um homem realizado, com doce sensação do dever cumprido. Enfim teria tempo para dedicar aos filhos, aos pássaros e paisagens do nosso Tocantins que tanto amo.
Entreguei o Estado ao sucessor por mim apoiado com a esperança que os tempos de progresso continuariam pelo bem de nosso povo, mas o total descompromisso do governo estadual que me sucedeu, com o bem público e com a população mais humilde nos indignou novamente. Foi uma grande decepção, a maior decepção da minha longa vida pública.
Durante oito anos, nenhum novo hospital; a educação, tal qual deixáramos; cidades paradas no tempo; projetos e boas ideias deixadas de lado. Não se falava mais em desenvolvimento. Só em política. O povo descuidado e manipulado pelo clientelismo deplorável.
Com a força do povo voltei ao Governo para cuidar das pessoas, compromisso que tenho e renovo a cada momento da minha vida com Deus nosso a quem sirvo e servirei por toda a minha trajetória de vida material e espiritual.
Encontrei uma situação de terra arrasada, mais do que uma irresponsabilidade, um crime, no limite da intolerância. Dívidas com o Banco Mundial, dívidas com o PIS/PASEP, uma política de pessoal desastrosa que nos faz passar a maior parte do tempo administrando a folha (a qual não atrasamos um dia sequer em todos os nossos governos), mas com a consciência tranquila de que mantivemos e até ampliamos as conquistas dos servidores públicos.
Além desses desafios, enfrentamos uma política econômica caolha do Governo Federal que impôs um ônus insuportável aos Estados e Municípios, especialmente aos mais pobres, nos três últimos anos. Só nos restava erguer a cabeça, reunir forças, planejar o futuro e seguir em frente.
Recuperamos a credibilidade do Estado perante as instituições nacionais e internacionais e fomos em busca de recursos para retomar o processo de desenvolvimento do Estado, que passa pelo fortalecimento dos municípios. Passada a tempestade, nosso esforço por um Tocantins melhor mais desenvolvido e próspero está se concretizando.
Pegamos a educação com crianças estudando no chão, dividindo carteiras e em salas instaladas em tendas de lona. Adquirimos logo no início mais de duzentas mil carteiras escolares para equipar nossas escolas. Hoje, temos mais da metade de nossos alunos estudando em tempo integral (muito acima da média nacional), construímos novas escolas, ampliamos muitas das existentes e equipamos todas elas. Mais de oitenta mil tablets e notebooks foram distribuídos aos professores e alunos da rede estadual de ensino, incluindo-os na era da informática.
O Tocantins é o Estado brasileiro que mais investe em saúde, segundo comprova o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. As ampliações do Hospital Geral de Palmas, de Paraíso, de Miracema, de Augustinópolis (em processo de construção avançado), de Alvorada e do Hospital Materno-Infantil de Palmas foram licitadas, e a construção dos novos hospitais gerais de Araguaína e Gurupi com obras iniciadas. Um anexo com cem leitos climatizados foi construído no Hospital Geral de Palmas, proporcionando melhores condições de atendimento aos pacientes. Centenas de novos equipamentos médicos foram adquiridos para a rede de saúde púbica do Estado.
As Carretas da Saúde da Mulher já atenderam mais de quarenta mil pacientes nas diversas regiões do Tocantins. Os médicos estrangeiros voltando a atender bem pertinho das pessoas, por mais longe que elas estejam.
Na área social, mais de 250 mil famílias foram beneficiadas com os programas Tocantins sem Fome, Pioneiros Mirins (hoje migrando para as escolas de tempo integral) e Troca Solidária.
A seca no sudeste está sendo combatida de forma definitiva com a instalação de mais de doze mil cisternas, e a chamada seca verde em outras regiões está sendo enfrentada com poços artesianos e sistemas de água tratada e encanada onde, pasmem, até hoje não existia.
A face municipalista de nosso Governo está presente no PAM – Programa de Apoio aos Municípios. Esse programa disponibiliza patrulhas mecanizadas que já recuperaram mais de onze mil quilômetros de estradas vicinais. Com o Pró-Municípios, serão construídos, ou reconstruídos, cinco milhões de metros quadrados nas cidades tocantinenses, adquiriu e entregou 390 ônibus escolares para atender os estudantes das zonas rural e urbana e concedeu o ICMS ecológico, que premia os municípios que investem na preservação do meio ambiente, incentivo criado pelo meu Governo em 2002.
A infraestrutura rodoviária do Estado foi totalmente destruída nos oito anos anteriores à nossa Administração. Mais de dois mil quilômetros foram recuperados já no primeiro ano deste Governo em 2011. O trecho entre Dianópolis e Campos Belos-GO, beneficiando a região sudeste, está sendo reconstruído pelo Exército Brasileiro a serviço do Governo do Estado. Mais de três mil quilômetros serão reconstruídos em todo o Estado a partir do término da estação chuvosa brevemente.
Em breve, também, teremos a homologação da licitação para construção da nova ponte de Porto Nacional.
Nestes três anos, centenas de quilômetros de estradas asfaltadas em diversas regiões do Estado foram construídas, e as pontes sobre o rio Tocantins em Lajeado e Barra do Ouro concluídas.
Pela primeira vez na história do nosso Estado do Tocantins e, de forma inédita no Brasil, vamos construir ou reconstruir 100% da malha viária urbana em todas as cidades tocantinenses com recursos garantidos.
A economia do Tocantins tem crescido o dobro da média nacional nos últimos três anos, e o setor agrícola é o grande exemplo. Nossa safra de grãos praticamente dobrou no período e deverá continuar se expandindo fortemente com a implantação de projetos de agricultura irrigada como os projetos Prodoeste, São João, Gurita e Manoel Alves. Grandes indústrias veem se instalando, como a Itafós, em Arraias, a Petrobrás e a esmagadora de soja da Granol, em Porto Nacional, e a maior planta de beneficiamento de arroz da América do Sul, do arroz Tio João, em Lagoa da Confusão; ou se expandindo, como a fábrica de cimento da Votorantim, em Xambioá.
A hidrovia Tocantins começa a ser tornar realidade. A ferrovia já se movimenta. A Belém-Brasília enfim será duplicada no sentido Sul-Norte.
Nossa capacidade de transformar discursos e lutas em realidade não pode mais ser questionada. Um olhar no tempo revela que nada parece ser impossível quando se tem um olhar para o futuro e quando se coloca o interesse público em primeiro lugar.
Lutei mais uma vez com dedicação para recuperar o Tocantins e deixá-lo novamente em condições de seguir o seu belo caminho de desenvolvimento econômico com inclusão social, exemplo para o Brasil. O Tocantins voltou a falar em projetos. Voltou a sonhar e falar de futuro, que estamos construindo.
Deixo o Governo na certeza de que o entrego em mãos comprometidas com o desenvolvimento do Estado e com o bem-estar de nosso povo, na confiança de que junto com seus nobres pares, haverá de tomar as melhores decisões com a responsabilidade de quem tem compromisso com Deus para construir o futuro, com os grandes projetos que estão encaminhados, como as regiões metropolitanas de Palmas, Araguaína e Gurupi e o metrô elevado de Palmas, que integrará no futuro toda a região através de rodovias duplicadas a partir de Porto Nacional, Paraíso, Miracema/Miranorte e Aparecida do Rio Negro.
Vou agora me energizar física, mental e espiritualmente para disputar com honra a nova batalha que se aproxima. Deixo o governo, mas não deixo a política até ver cada um desses sonhos realizados e a nossa gente bem cuidada ou até ser chamado pelo Deus que sempre abençoou esta terra. Com o coração compassivo, resplandecente de amor de nosso irmão e messias Jesus Cristo e a luz urgidora do Espírito Santo de Deus, integro-me à luta, sem lenço nem documento, mais inteiro nos meus compromissos, para mais uma vez me colocar à disposição daqueles inconformados que não aceitam viver e conviver com o estado de pobreza, de desigualdade, de atraso e injustiça que ainda castigam parte do nosso nobre e generoso povo.
Sonhar e lutar são as marcas entranhadas nos nossos ideais, nos nossos sentimentos.
Tocantinenses, a luta continua.
Palmas, TO, 04 de abril de 2014.
JOSÉ WILSON SIQUEIRA CAMPOS
A Policia Federal abriu um novo inquérito para investigar a Petrobras. Agora, a PF irá apurar se houve evasão de divisas na venda da refinaria de San Lorenzo para o grupo argentino Oil Combustibles S.A., que pertence ao empresário Cristóbal Lopez, amigo da presidente Cristina Kirchner. A investigação averiguará também se houve prejuízo à estatal. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Enquanto a Polícia Federal vem cumprindo muito bem o seu papel, o Senado nas suas apartes e suas questões de ordem aliado a sua comprovada lentidão apego e subserviência ao executivo alega agora questões de ordem para não instalar de foto comissão parlamentar de inquérito (CPI).
Esse outro bom negocio para os compradores da refinaria brasileira em terras argentinas segundo o jornal, foi aprovado pelo Conselho da empresa por um total de US$ 110 milhões, num negócio que incluiu a refinaria, os estoques, postos de gasolina, além de outros produtos. A empresa argentina estaria disposta a pagar, em outubro de 2009, até US$ 50 milhões somente pelos ativos da refinaria - sem os estoques e outros produtos. Sete meses depois, a estatal brasileira anunciou a venda do local por US$ 36 milhões.
A investigação deve começar pela apuração de um contrato firmado entre um intermediário do grupo argentino e um escritório de advocacia brasileiro, que teria como objetivo convencer a estatal a fechar o negócio pelo menor preço representado.
No decorrer do inquérito já aberto sobre a compra da refinaria no Texas (EUA) a Policia Federal vai ouvir o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, como testemunha sobre o caso da refinaria de Pasadena, negócio que está sob investigação por suspeita de superfaturamento.
Cerveró protocolou ontem na Polícia Federal, na Câmara e no Senado carta na qual se oferece para prestar esclarecimentos. "Estou à disposição para prestar os esclarecimentos que se fizerem necessários sobre minha participação, à época, como diretor internacional, bem como sobre toda a tramitação do processo aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras e, ainda, demais fatos que atestam a lisura do meu procedimento", escreveu o ex-diretor.
A Petrobras pagou muito bem aos conselheiros e diretores que fizeram vistas grossas às cláusulas do contrato com a Astra Oil, que onerou a estatal em US$ 1,2 bilhão na compra da refinaria de Pasadena (Texas). O Annual Report de 2006, ano do contrato, informa que a petroleira desembolsou US$ 3 milhões de bônus e jetons, para os 10 conselheiros e os sete diretores executivos. Cada um levou para casa US$ 176 mil – ou, em valores de hoje, cerca de R$ 401 mil naquele ano. Tudo legal mais imoral nessa época o salário médio pago ao trabalhador era de R$ 350.
Entre os conselheiros da compra estavam atual Presidente Dilma Russeff, Graças Foster, Nestor Cerveró, recém-demitido e de férias na Europa, e Paulo Pires, preso pela PF por ligação com doleiro. Hoje, entre os conselheiros da petroleira estão Guido Mantega (Fazenda), Jorge Gerdau, a própria Graças Foster, Luciano Coutinho (BNDES), Miriam Belchior (Planejamento).
Se os que são a favor a instalação da CPI, mesmo não tendo maioria para indicar a presidência e a relatoria, correm o risco de verem essa CPI ir para o STF, e com isso, o tempo dará a ele mesmo o tempo necessário para que a tempestade passe, e as eleições também, mas no meio desse tempo tem uma Copa do Mundo, uns apagões a falta d’água e outros imprevistos é esperar para ver.
Antonio Carvalho da redação