Na tentativa de mostrar que a crise militar foi superada, o perfil oficial do Exército publicou nas redes sociais uma foto do novo comandante, Paulo Sérgio Nogueira, ao lado de dois antecessores: os generais Edson Pujol e Eduardo Villas Bôas
Do Correio Brasiliense
"Antigo, atual e futuro comandante do Exército: laços inquebrantáveis de respeito, camaradagem e lealdade", ressalta a legenda da fotografia.
A publicação da imagem faz parte de esforço tanto das Forças Armadas como do Palácio do Planalto de tentar contornar o desgaste criado com a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de demitir o general Fernando Azevedo do comando do Ministério da Defesa.
A troca, seguida pelo pedido de demissão dos comandantes das Forças Armadas, gerou apreensão em setores da sociedade sobre a possibilidade de o presidente politizar o Exército contra as medidas de restrição decretadas por gestões estaduais e municipais na pandemia do coronavírus.
Inicialmente, a intenção de Bolsonaro era colocar à frente do Exército um nome afinado ao seu governo e que tivesse uma postura contrária às medidas de restrição decretadas por estados e municípios contra o coronavírus. As mudanças abruptas, contudo, geraram reação negativa nas Forças Armadas.
Para evitar agravar a crise, Bolsonaro recuou e, na quarta-feira (31), o novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, utilizou o critério da antiguidade de carreira para selecionar os novos comandantes das Forças Armadas.
A favor de medidas de restrição, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira foi escolhido para comandar o Exército.
Em entrevista à Folha, o ministro Marco Aurélio, decano do STF (Supremo Tribunal Federal), classificou como “ruim” a mudança realizada pelo presidente na Defesa e nas Forças Armadas, mas não vê risco à democracia. Para o magistrado, as substituições geram insegurança.
“A repercussão é ruim porque, principalmente considerando o leigo, gera insegurança, insegurança jurídica, e para viver em sociedade nós precisamos de segurança”, afirmou.
Variante mais contagiosa e aumento de jovens doentes embasam projeção da pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo
Ana Lícia Soares e Stéfano Salles
Depois de ter previsto com acerto que março seria o mês mais triste e letal da pandemia de Covid-19, a pesquisadora Margareth Dalcolmo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) segue pessimista com o mês abril, iniciado nesta quinta-feira. Isto, pela disseminação das variantes de preocupação do novo coronavírus, principalmente, da amazônica (P1), mais contagiosa, e pelo aumento do número de casos provocados pelas interações sociais do verão.
Março deixou um saldo de 66.868 mortos em todo o país. Mais que o dobro registrado em julho de 2020, quando o país alcançara o ápice da primeira onda, quando 32.912 brasileiros perderam a vida para a Covid-19. No Rio de Janeiro, a prevalência da variante amazônica já chega a 83%, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde.
Esse cenário faz a pesquisadora projetar um mês difícil. “O mês de abril será o mais triste de nossas vidas, pelos mesmos motivos (que março). Esperamos que a sociedade colabore. Dessa vez, ainda mais jovens estão ficando doentes”, lamenta a pesquisadora.
Abril começa também com uma herança delicada. No último dia de março, o país registrou o maior número de óbitos confirmados em um intervalo de 24 horas: 3.950. O número se aproxima da marca projetada pelo pesquisador Márcio Watanabe, professor da Faculdade de Estatística da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, Região Metropolitana do Rio, e pós-doutor em Epidemiologia.
Em sua pesquisa “Detecção precoce da sazonalidade e predição de segundas ondas na pandemia de Covid-19”, Watanabe avaliou, por meio de um modelo matemático-epidemiológico feito a partir da evolução da curva de casos e óbitos diários em 50 países, que a situação tende a se agravar no outono. Entre abril e o início de maio, é possível que seja alcançado o pico de cinco mil mortos.
“Infelizmente, o ritmo de crescimento é rápido. A tendência maior é que, se chegarmos a cinco mil mortos, isso aconteça já na próxima semana. Algumas medidas têm sido tomadas. Rio e São Paulo, por exemplo, adotaram feriadão de dez dias. Isso vai dar uma achatada no crescimento nos dois estados, mas eu não acredito que só o feriadão seja suficiente para fazer os casos caírem em São Paulo. A tendência é que esse crescimento comece a desacelerar, já que os dois estados são os responsáveis pela maior parte dos óbitos”, avalia.
Na quarta-feira, último dia de março, São Paulo atingiu o recorde estadual de mortes provocadas pela doença: 1.209. No Rio de Janeiro, as 294 vidas perdidas representam o terceiro maior número diário desde o início da pandemia.
País voltou a registrar média móvel recorde e terceiro maior número de mortes em um dia
Por Nathallia Fonseca, da CNN, em São Paulo
Pela primeira vez desde início da pandemia de Covid-19, a média móvel de mortes em virtude da doença no Brasil superou a marca das três mil vítimas. Com os 3.769 novos óbitos registrados nesta quinta-feira (1º), a média móvel de mortes nos últimos sete dias chegou a 3.117, dando sequência à renovação de recordes nesta métrica, o que já ocorre diariamente desde 25 de março.
Os óbitos registrados nesta quinta-feira fizeram deste o terceiro dia mais mortal desde o começo da pandemia. Nas últimas 72 horas, o Brasil perdeu 11.418 vidas para a Covid-19, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Esta é a primeira vez que mais de 10 mil mortes ocorrem em um período tão curto. No total, segundo o painel do Conass, o Brasil registra 325.284 óbitos por Covid-19.
12.839.844 casos foram confirmados, sendo 91.097 nas últimas 24 horas. São Paulo é o estado mais atingido pela pandemia em números absolutos, com 2.496.416 casos notificados. Em seguida, estão Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
O estado de São Paulo ainda registrou um recorde nesta quinta-feira, com 26.567 casos confirmados em 24 horas. No mesmo período, 1.082 mortes foram causadas pela doença. De acordo com boletim divulgado pela secretaria estadual de saúde, o estado registra, nesta quinta-feira, 89,8% de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Outro recorde ocorreu no Rio de Janeiro, com maior número de mortes em 24 horas. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ), o estado contabilizou 387 óbitos rem um dia, superando o recorde anterior, que havia sido de 324 mortes em 3 de junho de 2020.
Intenção é atender idosos de 65 a 79 anos, trabalhadores de saúde e parte de profissionais de segurança e pessoal das Forças Armada
Por Lisandra Paraguassu
O Ministério da Saúde começa nesta quinta-feira a distribuição de mais 9,1 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 aos Estados, com a intenção de atender idosos de 65 a 79 anos, trabalhadores de saúde e parte de profissionais de segurança e pessoal das Forças Armadas que trabalham no combate à pandemia.
De acordo com nota do ministério, ainda outras 2 milhões de doses, produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz, devem estar disponíveis até o final de semana.
Do total de doses a serem distribuídas a partir desta quinta, 8,4 milhões são da vacina CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac e envasada no Brasil pelo Instituto Butantan. O restante, da AstraZeneca, envasada pela Fiocruz.
A previsão do ministério é que parte das doses sejam usadas como reforço da vacina em idosos e trabalhadores de saúde, mas a maior parte servirá para ampliar a vacinação para as faixas de 65 a 69 anos e para incluir trabalhadores das forças de segurança, além de militares que estejam trabalhando no combate à covid-19.
De acordo com dados do ministério, 14,9 milhões de pessoas no país já receberam a primeira dose de vacina - cerca de 6,5% da população - e 4,2 milhões tiveram a segunda dose, o que representa 1,8% dos brasileiros.
Intenção é atender idosos de 65 a 79 anos, trabalhadores de saúde e parte de profissionais de segurança e pessoal das Forças Armada
Por Lisandra Paraguassu
O Ministério da Saúde começa nesta quinta-feira a distribuição de mais 9,1 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 aos Estados, com a intenção de atender idosos de 65 a 79 anos, trabalhadores de saúde e parte de profissionais de segurança e pessoal das Forças Armadas que trabalham no combate à pandemia.
De acordo com nota do ministério, ainda outras 2 milhões de doses, produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz, devem estar disponíveis até o final de semana.
Do total de doses a serem distribuídas a partir desta quinta, 8,4 milhões são da vacina CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac e envasada no Brasil pelo Instituto Butantan. O restante, da AstraZeneca, envasada pela Fiocruz.
A previsão do ministério é que parte das doses sejam usadas como reforço da vacina em idosos e trabalhadores de saúde, mas a maior parte servirá para ampliar a vacinação para as faixas de 65 a 69 anos e para incluir trabalhadores das forças de segurança, além de militares que estejam trabalhando no combate à covid-19.
De acordo com dados do ministério, 14,9 milhões de pessoas no país já receberam a primeira dose de vacina - cerca de 6,5% da população - e 4,2 milhões tiveram a segunda dose, o que representa 1,8% dos brasileiros.