Além de proibir o povo de sair às ruas, o decreto de calamidade pública permite o confisco das casas
POR AUGUSTO NUNES
Os governadores não ficam em casa. Ordenam aos outros que fiquem — e tratem de distrair-se com o que for possível para que eles continuem a movimentar-se sem vigilância no jogo em que somos sempre os derrotados. Dão entrevistas, convocam reuniões e planejam em má companhia as próximas espertezas oficialmente destinadas a combater a pandemia de coronavírus.
Os monarcas provincianos estão cada vez mais atrevidos, acaba de confirmar o estado de calamidade urdido pelo governador de Sergipe, Belivaldo Chagas. Para quem não sabe, estado de calamidade é o nome de batismo da obscenidade jurídica cujo filhote mais recente tem a alcunha de Covidão. Essa vigarice permite a um reizinho regional suspender o pagamento do que deve, embolsar gordas verbas federais, fazer compras sem licitação e desviar alguns bilhões extorquidos dos pagadores de impostos. Tudo isso se repetirá em Sergipe caso não seja atirado à lata de lixo o papelorio assinado por Belivaldo.
Tudo isso e muito mais: a partir de 4 de abril, o governador também poderá, nos 180 dias seguintes, "requisitar bens móveis e imóveis privados, serviços pessoais e utilização temporária de propriedade particular". Em resumo: durante seis meses, para garantir a vitória sobre o vírus chinês, o direito de propriedade deixará de existir em Sergipe. Logo a trapaça será reprisada no restante do país: a turma nunca perde a chance de copiar um péssimo exemplo.
Os farsantes já aboliram com alarmante frequência o direito de ir e vir. Há quase um ano confiscaram o direito de trabalhar e o direito de estudar. Se revogarem o direito de propriedade, terão chegado à perfeição. Em 2020, os belivaldos nos proibiram de circular pelas ruas quando bem entendêssemos. Agora querem expulsar-nos de casa — se assim recomendar o combate à pandemia. Haja cinismo
Versamune está sendo desenvolvida em parceria entre a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, a Farmacore e a PDS Biotechnology
Por Eduardo Simões
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária informou neste domingo que fez exigências à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) no processo de análise do pedido para realização de testes clínicos de fases 1 e 2 da potencial vacina contra Covid-19 Versamune.
"As exigências não suspendem a análise das demais informações apresentadas pelas desenvolvedoras da vacina", disse o órgão regulador em nota, sem entrar em detalhes sobre as exigências feitas.
A Versamune está sendo desenvolvida em parceria entre a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, a empresa brasileira Farmacore e a norte-americana PDS Biotechnology.
O pedido de autorização para os testes em Fases 1 e 2, nas quais são testadas a segurança e a resposta imune induzida pela vacina em um número reduzido de voluntários, foi entregue à Anvisa na última quinta-feira, disse a agência.
A Versamune conta com apoio do governo federal e o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, afirmou na sexta-feira que os ensaios clínicos de Fases 1 e 2 serão realizados com 360 pessoas, ao longo de cerca de três meses.
Posteriormente, serão realizados os ensaios clínicos de Fase 3, com número de voluntários de 20 mil a 30 mil, para testar a eficácia da vacina, de acordo com o ministro.
Para a realização da Fase 3 é necessária uma nova autorização da Anvisa.
“EUA e China são parceiros importantes do Brasil, que têm um potencial de produção de vacinas. Nós estamos dialogando com eles como sempre fizemos”, declarou Queiroga
Ministério da Saúde entrega oxigênio para Rio Grande do Norte
Com Estado de Minas
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, garantiu aos estados brasileiros a entrega de 11 milhões de vacinas ao longo da próxima semana. Segundo o dirigente, as doses de CoronaVac e AstraZeneca/Oxford já estão país.
“Esta semana (temos) 11 milhões de vacinas. (...) As vacinas que estão disponíveis: Astrazeneca, Coronavac. Elas já chegaram, vão ser distribuídas para os estados segundo critérios do Plano Nacional de Imunização”, disse o chefe da pasta à GloboNews. Ele passou o sábado no ministério em reuniões com técnicos da pasta.
Na ocasião, Queiroga tabém reforçou a meta do Ministério da Saúde de proteger um milhão de pessoas por dia a partir do início de abril. O mês começa na próxima quinta-feira (1/4).
Ainda de acordo com o dirigente, o governo federal deve negociar vacinas com os Estados Unidos e a China nos próximos dias.
“EUA e China são parceiros importantes do Brasil, que têm um potencial de produção de vacinas. Nós estamos dialogando com eles como sempre fizemos”, afirmou o ministro.
Ritmo lento
O informe epidemiológico do Ministério da Saude divulgado na noite deste sábado (27/3) aponta que 4.074.577 pessoas (6,65% da população brasileira) receberam a primeira dose de vacina. A segunda dose foi aplicada em 4.515.631 pessoas (2,13% da população).
O mesmo boletim registrou 3.438 óbitos por COVID-19 nas últimas 24 horas - a maior quantidade de perdas notificadas em um sábado desde o início da pandemia. O total de mortos é de 310.550.
Ministério da Saúde entrega oxigênio para Rio Grande do Norte
O Ministério da Saúde entregou hoje (27) 160 cilindros de oxigênio para o Rio Grande do Norte, como parte do Plano Oxigênio Brasil. O insumo usado no atendimento a pacientes com casos graves de covid-19 chegou em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), segundo informação do presidente da República, Jair Bolsonaro, publicada em seu perfil no Twitter.
O Plano Oxigênio Brasil também inclui, inicialmente, a entrega de cilindros para Rondônia (400), Acre (240), Ceará (100), Paraná (200) e região Sul como um todo (100). Grande parte desses cilindros foram comprados direto de produtores, em São Paulo. Outros estão sendo deslocados de Manaus.
Outras ações do plano são a instalação de duas usinas de oxigênio em Santa Catarina, uma no Acre e outra em Rondônia.
Com 3.600 óbitos em decorrência da covid-19 nas últimas 24 horas, o Brasil atingiu um novo recorde de vítimas da doença em um só dia, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. O número equivale a 150 registros por hora ao longo do último dia. O total de mortes pelo novo coronavírus no País chegou nesta sexta-feira, 26, a 307.326
Por Marco Antônio Carvalho
Dezenove das 20 maiores marcas de mortes da pandemia até aqui foram alcançadas em março. O número de vítimas desta sexta-feira é o segundo a passar da marca de 3 mil, após 3.158 óbitos terem sido registrados na terça-feira, 23. O Brasil vive o pior momento da pandemia, com avanço nos dados de casos, internações e mortes em decorrência da doença.
A média móvel diária de óbitos ficou em 2.400 nesta sexta-feira. É a maior média de toda a pandemia. O dado leva em consideração registros dos últimos sete dias para avaliar a tendência da curva no Brasil. A média está acima de 2 mil desde o dia 17 de março. Na prática, o número indica que 16.801 morreram de covid-19 na última semana, o maior número para um período de sete dias desde o surgimento da doença no País.
Os números desta sexta-feira sofreram influência da alta recorde em São Paulo, que registrou 1.193 novos óbitos pela doença. No Rio Grande do Sul, o número ficou em 408, seguido por 316 em Minas Gerais. Em Santa Catarina, foram 210 vítimas, e o dado ficou em 200 em Goiás e 195 no Rio de Janeiro.
Os dados do consórcio formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL são coletados junto às secretarias estaduais de Saúde. Nesta sexta-feira, 82.558 novos testes positivos foram confirmados, fazendo o total de diagnósticos confirmados chegar a 12.407.323. Segundo o Ministério da Saúde, 10.824.095 pessoas se recuperaram da covid-19 e 1.273.207 seguem em acompanhamento médico.
Começou a vigorar nesta sexta-feira em algumas regiões um feriadão prolongado criado com propósito de incentivar o distanciamento social. Nas cidades de São Paulo e do Rio, teve início um feriadão de dez dias possibilitado a partir da antecipação de datas de feriado oficial para esta semana e a próxima. Entenda como fica o funcionamento dos serviços essenciais na capital paulista e na capital fluminense.
Consórcio de imprensa reúne dados desde 8 de junho
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.
Anúncio foi feito horas depois de o governo de São Paulo anunciar que vai pedir autorização para os testes da Butanvac. "No meu ponto de vista, não tem nada a ver um ponto com o outro", disse o ministro da Ciência
Com Agências
O governo federal pediu na noite de quinta-feira (26/3) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fazer testes clínicos de fase 1 e 2 de uma nova vacina contra o coronavírus.
Segundo o ministério, os resultados dos testes em laboratório sobre a toxicidade da vacina e sua capacidade de gerar uma resposta do sistema imune foram promissores.
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"A vacina demonstrou capacidade de ativar todo o sistema imunológico - imunidade humoral, celular e inata, induzir memória imunológica e proteção de longo prazo", disse a pasta em nota.
'Ter várias vacinas nacionais é importante'
A divulgação ocorreu algumas horas depois do Instituto Butantan dizer que pedirá à agência autorização para começar os estudos clínicos de um imunizante totalmente nacional, a Butanvac.
Pontes disse que "uma coisa não tinha nada a ver com a outra". "Deve ter sido uma coincidência", afirmou o ministro, emendando que isso é "bom para o país". "A gente precisa ter várias vacinas nacionais. É importante."
Ele explicou que o governo investiu em 15 pesquisas de vacinas contra covid-19 e três avançaram para testes em humanos — a nova vacina é uma delas.
O imunizante, chamado Versamune®️-CoV-2FC, está sendo desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, em parceria com a empresa brasileira Farmacore Biotecnologia e a PDS Biotechnology Corporation, dos Estados Unidos.
Os testes estão a cargo de Célio Lopes Silva, professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia da USP e pós-doutor pelo National Institute for Medical Research, em Londres.
Segundo os procedimentos da Anvisa, a análise considerará a proposta do estudo, o número de participantes e os dados de segurança obtidos até o momento nos estudos pré-clínicos que são realizados em laboratório e animais.