Denúncia apresentada nesta sexta-feira é a primeira da força-tarefa de SP contra o ex-presidente petista; caso é relacionado a doação ao Instituto Lula
Por iG São Paulo
A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo apresentou uma denúncia à Justiça, nesta segunda-feira (26), contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por lavagem de dinheiro, no valor de R$ 1 milhão.
Formalmente, a Justiça Federal aponta que "usufruindo de seu prestígio internacional, Lula influiu em decisões do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, que resultaram na ampliação dos negócios do grupo brasileiro ARG no país africano". Em troca, segundo os procuradores da Operação Lava Jato , esse R$ 1 milhão teria sido pago ao Instituto Lula, em forma de doação.
Esta é a primeira denúncia da força-tarefa de São Paulo contra o ex-presidente. Enquanto isso, no Paraná, base e origem da operação, a força-tarefa da Procuradoria já levou o petista três vezes para o banco dos réus – foi, inclusive, em um desses processos, no caso do tríplex do Guarujá, que Lula já foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Nesta segunda, além do petista, o Ministério Público Federal denunciou o controlador do grupo ARG, Rodolfo Giannetti Geo. Ele é acusado pelos crimes de tráfico de influência em transação comercial internacional e lavagem de dinheiro.
Tal ocorrência teria acontecido entre os meses de setembro de 2011 e junho de 2012, quando Lula já não era mais o presidente do Brasil. O ex-presidente também seria denunciado pelo crime de tráfico de influência, mas, por ter mais de 70 anos, esse crime já prescreveu para ele – o que não aconteceu no caso de Rodolfo Giannetti Geo.
Segundo os procuradores, em setembro de 2011, Geo procurou Lula e solicitou ao ex-presidente "que interviesse junto ao mandatário da Guiné Equatorial , Teodoro Obiang, para que o governo daquele país continuasse realizando transações comerciais com o Grupo ARG, especialmente na construção de rodovias".
Para o MPF, tal transação então "não se trata de doação, mas pagamento de vantagem a Lula em virtude do ex-presidente do Brasil ter influenciado o presidente de outro país no exercício de sua função".
Como a doação feita pela ARG seria, na verdade, um pagamento, "o registro do valor como uma doação é ideologicamente falso e trata-se apenas de uma dissimulação da origem do dinheiro ilícito, e, portanto, configura crime de lavagem de dinheiro", diz a denúncia.
"As provas do crime denunciado pelo MPF foram encontradas nos e-mails do Instituto Lula, apreendidos em busca e apreensão realizada no Instituto Lula em março de 2016 na Operação Aletheia, 24ª fase da Operação Lava Jato de Curitiba", afirma o documento assinado pela Procuradoria da República no estado de São Paulo.
Relatório final diz que repasses ao MDB do Senado passaram por contas no exterior do dono da Itaipava, Walter Faria
Com Agências
A Polícia Federal rastreou depósitos de US$ 3 milhões feitos por lobistas a contas bancárias na Suíça que seriam parte de um acerto de propina com políticos do MDB do Senado, entre eles o senador Renan Calheiros, em troca de contratos na Petrobras. O relatório final da PF nessa investigação traz detalhes sobre a engenharia financeira montada para pagar propina ao MDB e atribui ao senador, potencial candidato à presidência do Senado, o crime de corrupção passiva. Procurado, Calheiros negou e disse que a acusação será rejeitada pela Justiça. As informações estão no jornal O Globo deste domingo (25/11).
A propina passou, diz a PF, por duas contas na Suíça controladas pelo empresário brasileiro Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis (da Itaipava), que, por isso, é acusado pela PF de lavagem de dinheiro.
O relatório sigiloso, assinado pelo delegado Thiago Delabary, foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 6 de setembro. No dia 12, o ministro Edson Fachin encaminhou o material à Procuradoria-Geral da República (PGR), que está analisando se apresenta denúncia contra Calheiros e os demais investigados.
Renan, reeleito para o cargo de senador, até agora só foi denunciado uma vez na Lava Jato. A denúncia, feita pelo ex-PGR Rodrigo Janot, foi rejeitada pelo STF.
Segundo as investigações, o MDB recebia “comissões” de contratos da Diretoria Internacional da Petrobras, então comandada por Nestor Cerveró, apadrinhado do partido.
Em 2006, Cerveró acertou com a Samsung Heavy Industries a aquisição de dois navios-sonda pela Petrobras, no valor de US$ 1,2 bilhão, em troca de propina. Cerveró disse em sua delação que acertou repassar US$ 6 milhões dessas propinas ao grupo do MDB do Senado: Renan, o senador Jader Barbalho (PA) e o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau.
Crime de corrupção passiva
A PF também apontou indícios de envolvimento do deputado federal Aníbal Gomes (MDB-CE) e de seu ex-assessor Luís Carlos Batista Sá. O relatório atribui o crime de corrupção passiva a Renan, Silas, Aníbal e Batista Sá. Em relação a Jader, a PF considerou as provas insuficientes. Todos negam as acusações.
Procurada, a assessoria de Renan afirmou que ele“não vê Jorge Luz há mais de 20 anos, não conhece seu filho, não tem conta no exterior, não conhece os donatários das contas e nunca teve negócios com ele e com ninguém”. Disse ainda que “investigação nenhuma comprovará sua participação com qualquer tipo de falcatrua, conta no exterior ou com o recebimento de dinheiro através de terceiros”.
Em nota, a assessoria de Walter Faria classificou a acusação de “insustentável”. O empresário afirmou que “as provas demonstram que os delatores e demais investigados não conheciam ou tinham qualquer relacionamento” com ele. “Não houve por parte de Walter Faria qualquer tipo de repasse a políticos ou agentes públicos”, diz a nota.
ISTOÉ MOSTRA O CONTRASTE ENTRE OS DOIS MUNDOS DE MICHELLE BOLSONARO. VEJA FALA SOBRE A FESTA NO MERCADO ECONÔMICO E ÉPOCA SOBRE O FIM DA ERA TEMER
ISTOÉ
Os dois mundos de Michelle Bolsonaro
Enquanto a realidade do poder aguarda a futura primeira-dama, seus familiares mantêm uma vida humilde num casebre a 500 metros de uma boca de fumo situada na precária Ceilândia, cidade a 26 quilômetros do centro da capital federal onde ela nasceu Na quarta-feira (21), a futura primeira-dama do Brasil, Michelle, mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro, conheceu o suntuoso palácio em que poderá se instalar a partir do dia 1º de janeiro. Durante pouco mais de uma hora, foi conduzida pela atual primeira-dama, Marcela Temer, pelas salas e corredores dos sete mil metros quadrados do Palácio da Alvorada, construção de três andares em mármore e concreto concebida por Oscar Niemeyer no final da década de 1950.
A 26 quilômetros dali, seu pai, Vicente de Paulo, seguia sua rotina de motorista de ônibus aposentado, ao lado da atual mulher e madrasta de Michele, Maísa Torres, na casa em que moram numa quadra da Ceilândia Norte, periferia do Distrito Federal. Ali, Vicente e Maísa tocam seu pequeno negócio, uma serigrafia que imprime camisetas para a Igreja Adventista da qual fazem parte, e que Michele também frequentava quando vivia em Brasília.
A situação de vulnerabilidade é incontestável, principalmente em se tratando da família da mulher do futuro presidente do Brasil. Há uma boca de fumo instalada a 500 metros da porta, no final da rua. O casal admite preocupação. “Falta polícia para tirar esses criminosos daqui. A gente já pediu, mas não foi atendido”, revela a madrasta de Michelle Bolsonaro, a quem ela chama de “segunda mãe”.
Era ali, em outra casa próxima na mesma região de Ceilândia, que Michelle vivia antes de conhecer, se casar com Jair Bolsonaro e se mudar para o Rio de Janeiro, onde os dois vivem atualmente. Em tudo, o ambiente, a região, os hábitos, a realidade é diametralmente oposta da que Michelle encontrará quando retornar definitivamente a Brasília para viver.
Seja no Alvorada ou mesmo na Granja do Torto, caso opte por se acomodar lá. O cômodo reservado para ela no Alvorada foi decorado com sofás do renomado designer italiano Tobia Scarpa e tapetes persas. Já a casa de Vicente, seu pai, e Maísa, a madrasta, exibe no beco em frente um lixo acumulado, o que confere ao lugar um aspecto de abandono. O acesso ao local é feito por um asfalto maltratado pelas chuvas. Recentemente, nos arredores, houve uma tentativa de estupro. Por isso, eles não descuidam da segurança, com grades que ocupam do chão até o teto.
VEJA
A festa do mercado
O governo de Jair Bolsonaro ainda não começou, mas já pode contar com uma boa notícia. A economia brasileira ensaia finalmente um movimento de recuperação consistente, com a volta gradual da confiança de empresários e consumidores, depois de um quadriênio de recessão profunda seguida de baixo crescimento. Mais do que isso: tanto o mercado financeiro quanto o empresariado estão animados e confiantes para 2019, o que pode se tornar uma profecia autorrealizável: otimistas, financistas e executivos abrem a mão para contratar e investir, o que por si só ajuda a empurrar o crescimento do país.
Bancos e consultorias começam a revisar para cima a projeção de expansão do produto interno bruto (PIB) em 2019 — o consenso no mercado aponta uma alta de 2,5%, que, se confirmada, será o melhor resultado em seis anos.
Trata-se de um fenômeno avalizado por uma série de indicadores e acontecimentos nas últimas semanas. Entre os fatores mais significativos que trazem ânimo ao setor privado está a composição da equipe econômica do novo governo com profissionais experientes e tarimbados nos cargos-chave: é a sinalização de que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, terá força e autonomia para implementar suas ideias, neutralizando, por ora, as suspeitas de que o estatismo histórico de Bolsonaro poderia prevalecer no governo.
Guedes pretende imprimir medidas para melhorar o ambiente de negócios sem abrir mão de políticas fiscais e monetárias responsáveis. Será o grande teste de Bolsonaro no campo econômico. A prioridade, obviamente, é a reforma da Previdência, sem a qual o próximo governo não terá condições a curto e médio prazo de reequilibrar as finanças públicas — e isso pode minar o otimismo que está se espalhando. Com as contas no vermelho, será inviável melhorar a qualidade dos serviços públicos em áreas fundamentais como saúde, educação e segurança.
ÉPOCA
“Não vou sentir falta de nada”
Em um cair de tarde chuvoso, Michel Miguel Elias Temer Lulia, de 78 anos, o 37º presidente do Brasil, estava sentado na cabeceira de uma longa mesa de madeira em um dos salões do Palácio da Alvorada, em Brasília.
Dali a 42 dias, Temer deixaria o cargo a que foi catapultado depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, de quem era vice. Recebeu Época no palácio em que morou por apenas uma semana – por considerá-lo grande, frio, impessoal demais, voltou ao Jaburu.
Na conversa, falou sobre o que aprendeu no poder, os palpites dados ao seu sucessor, Jair Bolsonaro (em quem disse ter votado no segundo turno), e o futuro a partir de 1º de janeiro. "Não vou sentir falta de nada", disse sobre os anos na presidência. Istoé mostra o contraste entre os dois mundos de Michelle Bolsonaro Poder aguarda a futura primeira-dama; já seus familiares mantêm uma vida humilde. ISTOÉ Os dois mundos de Michelle Bolsonaro Enquanto a realidade do poder aguarda a futura primeira-dama, seus familiares mantêm uma vida humilde num casebre a 500 metros de uma boca de fumo situada na precária Ceilândia, cidade a 26 quilômetros do centro da capital federal onde ela nasceu Na quarta-feira (21), a futura primeira-dama do Brasil, Michelle, mulher do presidente eleito Jair Bolsonaro, conheceu o suntuoso palácio em que poderá se instalar a partir do dia 1º de janeiro. Durante pouco mais de uma hora, foi conduzida pela atual primeira-dama, Marcela Temer, pelas salas e corredores dos sete mil metros quadrados do Palácio da Alvorada, construção de três andares em mármore e concreto concebida por Oscar Niemeyer no nal da década de 1950. A 26 quilômetros dali, seu pai, Vicente de Paulo, seguia sua rotina de motorista de ônibus aposentado, ao lado da atual mulher e madrasta de Michele, Maísa Torres, na casa em que moram numa quadra da Ceilândia Norte, periferia do Distrito Federal. Ali, Vicente e Maísa tocam seu pequeno negócio, uma serigraa que imprime camisetas para a Igreja Adventista da qual fazem parte, e que Michele também frequentava quando vivia em Brasília. A situação de vulnerabilidade é incontestável, principalmente em se tratando da família da mulher do futuro presidente do Brasil. Há uma boca de fumo instalada a 500 metros da porta, no nal da rua. O casal admite preocupação. “Falta polícia para tirar esses criminosos daqui. A gente já pediu, mas não foi atendido”, revela a madrasta de Michelle Bolsonaro, a quem ela chama de “segunda mãe”. Era ali, em outra casa próxima na mesma região de Ceilândia, que Michelle vivia antes de conhecer, se casar com Jair Bolsonaro e se mudar para o Rio de Janeiro, onde os dois vivem atualmente. Em tudo, o ambiente, a região, os hábitos, a realidade é diametralmente oposta da que Michelle encontrará quando retornar denitivamente a Brasília para viver. Seja no Alvorada ou mesmo na Granja do Torto, caso opte por se acomodar lá. O cômodo reservado para ela no Alvorada foi decorado com sofás do renomado designer italiano Tobia Scarpa e tapetes persas. Já a casa de Vicente, seu pai, e Maísa, a madrasta, exibe no beco em frente um lixo acumulado, o que confere ao lugar um aspecto de abandono. O acesso ao local é feito por um asfalto maltratado pelas chuvas. Recentemente, nos arredores, houve uma tentativa de estupro. Por isso, eles não descuidam da segurança, com grades que ocupam do chão até o teto. VEJA A festa do mercado Com os sinais de retomada do crescimento e a composição da equipe econômica de Paulo Guedes, empresários e investidores voltam a car otimistas Da redação, 25 de novembro de 2018 Compartilhar 8 Tweetar 25/11/2018 Istoé mostra o contraste entre os dois mundos de Michelle Bolsonaro - Notícias - Revistas semanais - Nominuto.com http://www.nominuto.com/noticias/revistas-semanais/istoe-mostra-o-contraste-entre-os-dois-mundos-de-michelle-bolsonaro/177921/ 2/3 O governo de Jair Bolsonaro ainda não começou, mas já pode contar com uma boa notícia. A economia brasileira ensaia nalmente um movimento de recuperação consistente, com a volta gradual da conança de empresários e consumidores, depois de um quadriênio de recessão profunda seguida de baixo crescimento. Mais do que isso: tanto o mercado nanceiro quanto o empresariado estão animados e conantes para 2019, o que pode se tornar uma profecia autorrealizável: otimistas, nancistas e executivos abrem a mão para contratar e investir, o que por si só ajuda a empurrar o crescimento do país. Bancos e consultorias começam a revisar para cima a projeção de expansão do produto interno bruto (PIB) em 2019 — o consenso no mercado aponta uma alta de 2,5%, que, se conrmada, será o melhor resultado em seis anos. Trata-se de um fenômeno avalizado por uma série de indicadores e acontecimentos nas últimas semanas. Entre os fatores mais signicativos que trazem ânimo ao setor privado está a composição da equipe econômica do novo governo com prossionais experientes e tarimbados nos cargos-chave: é a sinalização de que o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, terá força e autonomia para implementar suas ideias, neutralizando, por ora, as suspeitas de que o estatismo histórico de Bolsonaro poderia prevalecer no governo. Guedes pretende imprimir medidas para melhorar o ambiente de negócios sem abrir mão de políticas scais e monetárias responsáveis. Será o grande teste de Bolsonaro no campo econômico. A prioridade, obviamente, é a reforma da Previdência, sem a qual o próximo governo não terá condições a curto e médio prazo de reequilibrar as nanças públicas — e isso pode minar o otimismo que está se espalhando. Com as contas no vermelho, será inviável melhorar a qualidade dos serviços públicos em áreas fundamentais como saúde, educação e segurança.
ÉPOCA
“Não vou sentir falta de nada”
Os últimos dias de Michel Temer no poder Em um cair de tarde chuvoso, Michel Miguel Elias Temer Lulia, de 78 anos, o 37º presidente do Brasil, estava sentado na cabeceira de uma longa mesa de madeira em um dos salões do Palácio da Alvorada, em Brasília. Dali a 42 dias, Temer deixaria o cargo a que foi catapultado depois do impeachment da presidente Dilma Rousseff, de quem era vice. Recebeu Época no palácio em que morou por apenas uma semana – por considerá-lo grande, frio, impessoal demais, voltou ao Jaburu. Na conversa, falou sobre o que aprendeu no poder, os palpites dados ao seu sucessor, Jair Bolsonaro (em quem disse ter votado no segundo turno), e o futuro a partir de 1º de janeiro. "Não vou sentir falta de nada", disse sobre os anos na presidência. Leia em Época desta semana os detalhes dessa conversa e também um poema inédito escrito por Temer.
Leia em Época desta semana os detalhes dessa conversa e também um poema inédito escrito por Temer.
Segundo investigações, propina milionária foi distribuída a partir do superfaturamento em obras para sede da Petrobras na Bahia; inicialmente orçado em R$ 320 milhões, empreendimento custou R$ 1,3 bilhão à estatal
Por iG São Paulo
O Partido dos Trabalhadores (PT), diretores da Petrobras e do fundo de pensão Petros repartiram propina superior a R$ 68 milhões no âmbito do superfaturamento nas obras do conjunto Pituba, construído para sediar a estatal na Bahia. A conclusão é dos investigadores da força-tarefa da Operação Lava Jato, que deflagrou nesta sexta-feira (23) sua 56ª fase para combater o esquema.
De acordo com a procuradora Isabel Vieira Groba, da Lava Jato , as investigações revelaram a existência de um "esquema bastante orquestrado e organizado" para a "sangria dos cofres da Petrobras e atentado à higidez do fundo de pensão Petros".
Os pagamentos de propina, segundo apuraram Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF), foram acertados entre dirigentes da Petrobras e da Petros ao contratarem a empresa Mendes Pinto Engenharia para ser a gerenciadora das obras para construção do conjunto Pituba.
"O fundo Petros aportou recursos para construção do conjunto Pituba, a fim de abrigar a nova sede da Petrobras, em contrapartida ao recebimento de aluguéis por um prazo de 30 anos. Há indicativos que houve direcionamento para a Odebrecht e OAS para que elas ganhassem essa obra e a superfaturassem", explicou o delegado da PF Felipe Eduardo Hideo Hayashi.
A Mendes Pinto recebeu R$ 69 milhões para contratar as empreiteiras responsáveis pelas obras e para gerenciar os trabalhos. Os preços previstos na cotação, no entanto, teriam sido previamente acertados pelas próprias construtoras Odebrecht e OAS, que, desse modo, venceram a concorrência. Segundo as investigações, outras empresas foram cooptadas para apresentarem propostas e, assim, dar ar de legalidade à concorrência.
"Vários grupos de trabalho foram montados e seus integrantes se conluiaram com os dirigentes da Petrobras e também da Petros para fraudar todo o procedimento que culminou com a contratação da Odebrecht e da OAS para tocar a obra", disse Isabel.
De acordo com as investigações, houve pagamentos mensais de pagamento de propina nessa obra, entre 2011 e 2016. A construção do conjunto Pituba, cotada em R$ 320 milhões em 2008, totalizou custos de R$ 1,3 bilhão à Petrobras devido a aditivos nos contratos.
A propina ao PT, a diretores da Petrobras e da Petros, conforme apuraram os investigadores, girava entre 7% e 9% dos valores recebidos pelas empreiteiras. A OAS efetuava pagamentos em espécie em hotéis em São Paulo e na própria sede da construtora. Já a Odebrecht usava contas offshore sediadas no exterior e distribuía valores por meio do chamado departamento da propina.
De acordo com a procuradora da Lava Jato, 1% de todo o valor da obra era destinado ao Partido dos Trabalhadores por meio da cunhada de João Vaccari Neto, então tesoureiro do partido. Os valores eram pagos em espécie e também por meio de doações ao diretório do PT.
As investigações que resultaram na 56ª fase da Lava Jato tiveram início a partir de sindicância realizada pela Petrobras em 2014, e também nos depoimentos prestados por dois operadores ligados ao doleiro Alberto Youssef. Os mandados da nova fase da operação foram autorizados pela juíza Gabriela Hardt, de Curitiba, a partir de duas representações apresentadas pela PF e pelo MPF
Presidente eleito informou a decisão por meio de suas redes sociais; colombiano é autor do livro "A grande mentira: Lula e patriotismo petista"
Por iG São Paulo
O presidente eleito Jair bolsonaro (PSL) anunciou na noite desta quinta-feira (22) o nome do filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez para o cargo de ministro da Educação do novo governo. Rodriguez é autor de mais de 30 obras e atualmente tabalha como professor Emérito da Escola de Comando e estado Maior do Exército, para o cargo de Ministro da Educação.
A oficialização de Rodríguez acontece após uma serie de especulações nesta semana de quem assumiria a pasta da Educação. Nomes como o do diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves , e do procurador Guilherme Schelb foram cotados para o cargo de ministro da Educação .
O novo ministro publicou em blog no dia 7 de novembro que havia sido sondado pelo governo de Bolsonaro para ocupar a vaga. No texto, Rodriguez diz que há uma "tarefa essencial" para o Ministério da Educação. "Recolocar o sistema de ensino básico e fundamental a serviço das pessoas e não como opção burocrática sobranceira aos interesses dos cidadãos, para perpetuar uma casta que se enquistou no poder e que pretendia fazer, das Instituições Republicanas, instrumentos para a sua hegemonia política", escreveu.
Para o novo ministro, é necessário "enquadrar o MEC no contexto da valorização da educação para a vida e a cidadania a partir dos municípios, que é onde os cidadãos realmente vivem".
No blog, Rodríguez também criticou as provas do Exame Nacional do Ensino Médio ( Enem ) que, para ele, são "entendidas mais como instrumentos de ideologização do que como meios sensatos para auferir a capacitação dos jovens no sistema de ensino".
O filósofo colombiano é autor do livro "A grande mentira: Lula e patriotismo petista", no qual faz criticas aos governos petistas. De acordo com a descrição oficial, o livro "explica como o PT conseguiu potencializar as raízes da violência, que já estavam presentes na formação do nosso Estado patrimonialista, e que se reforçaram com o narcotráfico e a ideologia de revolução cultural gramsciana".
Dois dias antes das eleições, o agora prócimo ministro da Educação escreveu em seu blog um texto no que descreveu Bolsonaro como "um líder que teve a coragem de ouvir a voz do povo nas ruas e no seio das famílias" e afirmou que ele era o candidato que tornaria "possível reconstruir o tecido social, esgarçado pelos ódios que mais de uma década de dominação petista plantou criminosamente no seio da nossa sociedade".