Essa é a última participação do emedebista no encontro internacional; fala do presidente brasileiro destacou a acolhida do Brasil aos venezuelanos
Com Agência Brasil
Começa nesta terça-feira (25) a 73ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos. A três meses de deixar o poder, o presidente da República, Michel Temer, discursou, pela última vez, na abertura da reunião. O discurso de Temer ocorreu logo após o secretário-geral da ONU se pronunciar.
A tradição do presidente brasileiro abrir o evento já se estende há décadas. Não há exatamente uma regra formal para isso, mas já é oficializado que o Brasil seja a primeira nação a se pronunciar, seguida sempre pelos Estados Unidos. Hoje, o discurso de Temer marca a sua terceira participação no evento como representante do Brasil na ONU.
Em sua fala, Temer críticou o “isolacionismo”, a “intolerância” e o "unilateralismo". Segundo ele, tais questões podem comprometer o “aprimoramento da ordem internacional”, que há décadas vem sendo consolidada.
O debate geral deste ano tem como tema central Tornar a ONU Relevante para Todas as Pessoas: Liderança Mundial e Responsabilidades Partilhadas para Sociedades Pacíficas, Equitativas e Sustentáveis.
“Quantos oradores já não vieram a esta tribuna advogar o aprimoramento da ordem internacional que edificamos ao longo de décadas? Muitos foram esses oradores. Eu mesmo me incluo entre eles. E, creio, tínhamos razão", disse Temer.
"Ainda temos razão, e as palavras que pronunciamos continuam atuais. Mas, se queremos aprimorar nossa ordem coletiva, hoje se impõe ainda outra tarefa: a de defender a própria integridade dessa ordem. Ordem que, por imperfeita que seja, tem servido às causas maiores da humanidade", continuou o presidente no início do discurso.
Ainda em sua fala, o presidente destacou o papel do Brasil na questão migratória na América do Sul, citando o caso dos imigrantes venezuelanos. "Estamos em meio a onda migratória de grandes proporções. Estima-se em mais de um milhão os venezuelanos que já deixaram seu país em busca de condições dignas de vida", afirmou.
"O Brasil tem recebido todos os que chegam a nosso território. São dezenas de milhares de venezuelanos a quem procuramos dar toda a assistência. Com a colaboração do Alto Comissariado para Refugiados, construímos abrigos para ampará-los da melhor maneira", destacou.
Temer aproveitou para se despedir da função de abrir a Assembleia. "Esta é a última vez que, como Presidente da República, tenho o privilégio de representar meu País neste Debate Geral. Em duas semanas, o povo brasileiro irá às urnas", disse.
O discurso de Temer se encerrou ainda em um tom de vitória e de 'dever cumprido' como presidente do Brasil. "O País que entregarei a quem o povo brasileiro venha a eleger é melhor do que aquele que recebi. Muito ainda resta por fazer, mas voltamos a ter rumo. Agora é ir adiante", afirmou o emedebista.
ISTOÉ MOSTRA QUE POLARIZAÇÃO DOS EXTREMOS E DA IRRACIONALIDADE. VEJA FALA SOBRE A DEMOCRACIA ENTRE A LUZ E A S TREVAS E ÉPOCA CHAMA CIRO GOMES DE “REGRA –TRÊS”
ISTOÉ
ANTI-PT X PT
Com a polarização e a desidratação do centro, que reluta em se aliar enquanto há tempo, o eleitorado parte para escolher quem considera menos pior para presidir o Brasil.
Se confirmado o que indicam os últimos levantamentos, o dia 7 de outubro, data da votação e escrutínio das urnas, ficará marcado na história brasileira como a eleição do “anti”. O paradoxo se explica: para além dos aspectos positivos que deveriam marcar a escolha pelo eleitor do perfil do candidato a presidente da sua preferência, o que definirá o pleito são os aspectos que o cidadão enxerga nos concorrentes que ele de modo algum deseja que tenham sucesso.
Assim, o menos rejeitado – entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), os primeiros colocados e favoritos para alcançar o 2º turno – triunfará.
A duas semanas do pleito, a eleição virou um plebiscito entre os que abraçam a volta do lulopetismo e aqueles que o reprovam a toda prova. No meio dos extremos, uma população que avalia os riscos de ameaças como corrupção, compadrios, afronta à Justiça e às instituições ou autoritarismo, preconceitos, violência e atentados à democracia.
Engolfada pela onda de polarização e maniqueísmo que tomou conta do país, ela olha para os dois candidatos que mais rejeita e avalia qual deles seria o menos pior para governar o país pelos próximos quatro anos.
Tem até educação fake na Sobral de Ciro
O presidenciável Ciro Gomes sempre alardeou que sua terra ostentava o melhor modelo educacional do País, mas para a polícia os testes que comprovam esse bom desempenho podem ter sido fraudados.
Alardeada como uma das principais bandeiras dos Ferreira Gomes no Ceará e usada no discurso do presidenciável Ciro Gomes (PDT) como modelo a ser ampliado para todo o Brasil, a gestão educacional de Sobral e de várias cidades do interior cearense virou caso de polícia. Nas últimas semanas, surgiram denúncias de que os bons índices alcançados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) não somente em Sobral, cidade administrada pelo irmão de Ciro, Ivo Gomes, mas também em outras cidades próximas, podem ter sido fraudados. O Ideb é o índice que mede a qualidade da educação nos municípios. As denúncias estão sendo investigadas pela Polícia Civil do Ceará, pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal.
A mala suspeita dos amigos de Lula
Autoridades de Guiné Equatorial, na África, ligadas ao ex-presidente Lula, foram presas no aeroporto quando desembarcavam no Brasil com uma fortuna de US$ 16 milhões. A PF desconfia que o dinheiro seria usado na campanha eleitoral.
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VEJA
A DEMOCRACIA: ENTRE A LUZ E AS TREVAS
No último meio século, regime que consagra a vontade popular experimentou avanços e recuos, mas foi tema incontornável mesmo nas ditaduras — e seguirá sendo.
VEJA teve o azar de nascer às vésperas do Ato Institucional Nº 5 mas a sorte de viver a maior parte dos cinquenta anos agora completados sob o regime mais democrático que o Brasil já conheceu. A edição nº 1 da revista chegou às bancas na segunda semana de setembro de 1968, com data de capa do dia 11 daquele mês, quarta-feira. A lâmina liberticida do AI-5 desabou sobre o país três meses depois. Fechava-se o Congresso, suspendiam-se as garantias de liberdade de expressão e reunião, retomava-se a temporada de cassações de mandato e demissões sumárias, abria-se a possibilidade de confisco de bens e impedia-se o habeas-corpus para os “crimes políticos”. A foto de capa escolhida para a ocasião mostrava o presidente Costa e Silva sozinho no Congresso, sentado entre cadeiras vazias.
Só ele agora mandava, era o recado. A revista teve toda a sua edição apreendida nas bancas, por ordem do Exército, inaugurando oito anos em que a convivência com a censura prévia se alternaria com a violência das apreensões de exemplares nas bancas.
O período ditatorial conheceu o seu ocaso com a eleição de Tancredo Neves para a Presidência da República, em janeiro de 1985. A revista escreveria, na edição que precedeu a votação no chamado Colégio Eleitoral: “Pela primeira vez em 21 anos, um civil ocupará a chefia do governo brasileiro, encerrando o único ciclo duradouro de poder militar da história do país. Saído do PMDB e apoiado por uma dissidência do partido do governo, Tancredo será também o primeiro oposicionista a ocupar o Palácio do Planalto depois do mais longo período de monopólio do poder ocorrido em toda a vida nacional. Com ele deverá começar o que com suas palavras chamou, em dezembro de 1984, uma ‘Nova República’ ”.
Democracia e seu reverso, a ditadura. Democracia e sua construção. Seus êxitos e seus tropeços, suas virtudes e suas deficiências.
A democracia foi, nos últimos cinquenta anos, e possivelmente continuará sendo, nos próximos cinquenta — no Brasil e no mundo —, um tema recorrente e incontornável. Discutiu-se a democracia em teoria e viveu-se a prática de seus avanços e retrocessos.
Agora, Bolsonaro e Haddad querem o voto de centro
Os prováveis contendores no segundo turno das eleições, agora planejam moderar o discurso para tirar votos dos candidatos de centro. Os levantamentos mais recentes divulgados pelo Ibope e pelo Datafolha confirmam que Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e Fernando Haddad (PT-SP) são os candidatos premiados pelo eleitorado com o passaporte para ir para o segundo turno. Se nada imprevisível ocorrer daqui até o dia 7, a última trincheira do embate eleitoral se dará entre os dois principais representantes dos extremos, candidatos que até agora investiram no discurso radical para sedimentar seus votos. Ocorre que, para conseguir ampliar sua base eleitoral para além do que já têm — Bolsonaro está com 28%, Haddad varia de 16% a 19%, conforme o instituto —, tanto um quanto o outro terão de buscar o voto do eleitor mais moderado. Para isso, os dois deram início a uma nova fase de suas campanhas: a de apresentar ao país uma versão menos estridente de si mesmos.
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ÉPOCA
O REGRA-TRÊS
Ciro Gomes tenta se tornar a alternativa ao lulismo e ao bolsonarismo. Atrás de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), o presidenciável Ciro Gomes (PDT) tenta se mostrar como alternativa viável para chegar ao segundo turno, criticando oponentes à direita e à esquerda. Joga sua última cartada para tentar demonstrar que é a voz dos anti-radicais, mas esbarra na personalidade explosiva que construiu na vida pública.
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Daciolo e Meirelles estão tecnicamente empatados nas pesquisas; Meirelles declarou ter gasto R$ 43 milhões na campanha, contra R$ 738,37 de Daciolo
Por iG São Paulo
Dinheiro traz felicidade? Talvez sim, mas não tem garantido votos nas eleições presidenciais deste ano – ao menos não para o candidato Henrique Meirelles, responsável, no MDB, por “defender o legado” de Michel Temer no pleito de outubro. Para se ter uma ideia, Cabo Daciolo e Meirelles estão empatados tecnicamente na corrida pelo Planalto, mesmo com gastos absolutamente desiguais.
Tendo dispendido, até o momento, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, R$ 43 milhões de seu próprio bolso no custeio de sua campanha, o ex-ministro da Fazenda do MDB está estagnado nas pesquisas, empatado com presidenciáveis com pouca expressão política e quase nenhuma verba. No caso, o empate técnico entre Daciolo e Meirelles ilustra bem, além da disparidade de gastos, o peso negativo do apoio de Temer.
Com 2% das intenções de voto, Henrique Meirelles foi alcançado, dentro da margem de erro, que é de 2 pontos para mais ou para menos, pelo cabo dos Bombeiros do Rio de Janeiro que pretende salvar o Brasil de uma delirante conspiração Illuminati , e que declarou ter gasto R$ 738,37 (setecentos e trinta e oito reais e trinta e sete centavos, sim), em sua campanha eleitoral.
Enquanto o principal fiador da campanha do emedebista é ele próprio, o pouco dinheiro de que dispõe Daciolo vem de uma campanha de financiamento coletivo na internet. O cabo recebeu doações na casa dos R$ 9 mil – ou seja, ainda lhe resta mais de R$ 8 mil para gastar nas próximas semanas.
Outras candidaturas bastante modestas também estão emparelhadas com a de Meirelles. Vera Lúcia, do PSTU, é a preferida de 1% dos eleitores, assim como Guilherme Boulos , do PSOL. Dentro da margem de erro, estão empatados com o ex-ministro, ainda, João Goulart Filho (PPL) e José Maria Eymael (DC).
João Amoêdo (Novo), outro milionário que disputa as eleições, também não decolou, alcançando apenas 3%. Ainda assim, a comparação é negativa para Meirelles, uma vez que este conta com um dos maiores tempos de TV entre os candidatos.
Daciolo e Meirelles têm, ainda, pouco mais de duas semanas para melhorara suas posições nas pesquisas. Uma reviravolta vinda dos dois, contudo, é considerada improvável por todos os institutos de pesquisa.
Fim da obrigação de reconhecimento de firma, dispensa de autenticação de cópias e mais agilidade na transferência de veículos. Esses são alguns dos dispositivos do projeto aprovado nesta quarta-feira (4) no Plenário do Senado
Da Redação
O texto, um substitutivo da Câmara (SCD 8/2018) ao PLS 214/2014, do senador Armando Monteiro (PTB-PE), segue para sanção da Presidência da República. O objetivo é de racionalizar e simplificar atos e procedimentos administrativos.
A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) foi designada para apresentar o relatório no Plenário. Do substitutivo enviado pela Câmara dos Deputados, a senadora acatou apenas o item que trata da instituição do Selo de Desburocratização e Simplificação e dos critérios para sua concessão. Ela disse que a burocracia hoje faz com que o país ocupe “a lanterna das facilidades em fazer negócios” no mundo.
— Não é à toa que o Banco Mundial disse que o tempo perdido com a burocracia custava mais ao Brasil do que os impostos. Então, só isso já serve para justificar o projeto — declarou a relatora.
Com o projeto, os órgãos públicos não serão mais obrigados a exigir o reconhecimento de firma e poderão, em alguns casos, aproveitar certidões de um órgão para o outro. O próprio servidor público poderá reconhecer a assinatura e autenticar documentos dentro do processo administrativo. Simone Tebet também destacou que o projeto tem um viés econômico, já que o cidadão não terá que gastar com autenticações e taxas cartoriais.
— Resumindo, o objetivo é reduzir a burocracia, simplificar e racionalizar procedimentos administrativos da União, dos estados e dos municípios — afirmou a senadora.
DIMINUIÇÃO DE CUSTOS
O senador Armando Monteiro agradeceu ao Plenário a aprovação do projeto e disse que o Brasil precisa sair de uma cultura cartorial e avançar na agenda da simplificação e da desburocratização. Ele fez questão de destacar que seu projeto implica também uma diminuição de custos para o cidadão.
— O Brasil precisa simplificar a vida das pessoas — ressaltou.
Ao elogiar o projeto, o senador Paulo Rocha (PT-PA) disse que as exigências burocráticas representam um atraso para a economia do país. Reguffe (sem partido-DF) afirmou que o poder público precisa continuar trabalhando pela desburocratização, enquanto Roberto Muniz (PP-BA) apontou que o projeto pode ajudar o Estado a ser mais rápido, eficiente, de pouco custo e que sirva ao cidadão. O presidente do Senado, Eunício Oliveira, disse que a matéria é extremamente importante e parabenizou o senador Armando Monteiro pela iniciativa.
— O projeto busca desburocratizar e simplificar os procedimentos nos três poderes, para facilitar a vida dos brasileiros neste Brasil ainda tão burocratizado — declarou Eunício.
Número é referente a 862 cidades que realizaram a revisão biométrica no último ciclo (2017-2018) em 17 estados. Tocantins tem mais de 48 mil títulos cancelados
Da Redação
Ao menos 3,6 milhões de brasileiros não poderão votar nas eleições de 2018 porque não fizeram o cadastramento biométrico e tiveram seus títulos eleitorais cancelados. É o que mostra um levantamento feito com base em dados de Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de todo o país.
O número diz respeito aos eleitores de 862 cidades de 17 estados que passaram por revisão biométrica obrigatória entre 2017 e 2018.
No Tocantins, pouco mais de 48 mil títulos de eleitor foram cancelados, o que representa 2, 16% do eleitorado.
No total, 1.244 de 22 estados participaram da revisão 2017-2018, mas os TREs de cinco estados (Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, Roraima e Rondônia) não informaram quantos títulos foram cancelados. Os demais estados e o DF já haviam feito a revisão biométrica em anos anteriores (no Amazonas, o processo não foi obrigatório).
O prazo para registrar as digitais para as eleições deste ano acabou no primeiro semestre. O eleitor que não respeitou o prazo de seu estado e que não regularizou sua situação até o dia 9 de maio teve seu título cancelado. O cadastro eleitoral vai ser reaberto em 5 de novembro.
No total, 73,7 milhões, 50% do eleitorado apto, vão votar usando a biometria nas eleições de 2018.
EVOLUÇÃO DA BIOMETRIA
Em outubro de 2017, uma reportagem do G1 apontou que o percentual de eleitores com o cadastramento biométrico era de 44%. Ao final do prazo de 9 de maio deste ano, o índice cresceu 16 pontos percentuais, chegando a 60% (ou mais de 87 milhões de eleitores).
Parte dessas pessoas, porém, está em cidades que não terão o reconhecimento das digitais disponível para as eleições deste ano. Por isso, o número de pessoas que vão, de fato, votar usando a biometria é de 73,7 milhões, e não de 87 milhões.
Nove estados concluíram o cadastramento biométrico, além do Distrito Federal. São eles: Alagoas, Amapá, Goiás, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e Tocantins.
Considerando todas as 27 unidades da federação, 22 têm mais da metade dos eleitores cadastrados. Os três estados com as taxas mais baixas são São Paulo (45,1%), Minas Gerais (30,2%) e Rio de Janeiro (18,7%).
Segundo o TSE, a meta da Justiça Eleitoral é identificar 100% dos eleitores por meio da impressão digital até 2022.
O QUE É O CADASTRAMENTO?
A biometria usa as impressões digitais para identificar o cidadão. O objetivo é ter mais segurança e evitar fraudes. No Brasil, a emissão de passaporte, de carteiras de identidade e o cadastro das Polícias Civil e Federal contam com sistemas biométricos.
Para o reconhecimento individual, são coletados dados biométricos por meio de sensores que os colocam em formato digital. No caso do cadastramento feito pela Justiça Eleitoral, os dados são coletados por um scanner de alta definição. São coletados dados de todos os dez dedos da mão, mas apenas um é utilizado para identificar o eleitor no momento da votação.
A coleta das digitais dura poucos segundos. Além disso, é tirada uma fotografia e cadastrada a assinatura digitalizada.