Em duas semanas, o deputado federal Jair Bolsonaro apresenta queda de 5% na pesquisa espontânea e de 6% na estimulada. Levantamento foi feito pelo Ipespe
Da Redação
A intenção de votos do pré-candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) diminuiu nas últimas semanas, aponta pesquisa do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). O deputado federal fluminense ainda lidera quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não é incluído, mas tem índices mais baixos que os mostrados em mostras anteriores.
Na pesquisa em que não são apresentados nomes dos candidatos, Bolsonaro aparece com 13%. Na última semana de maio, nessa mesma situação, sua marca foi de 18%; e na primeira semana de junho, 14%. Seu índice, portanto, caiu 5% em duas semanas, índice maior que a margem de erro da pesquisa, de 3,2%.
essa situação, o ex-presidente Lula variou dentro da margem de erro. Na última semana de maio, aparecia com 12%; subiu para 14% na semana passada e, agora, voltou a marcar 12%, tecnicamente empatado com Bolsonaro. Os demais presidenciáveis não chegam a 2%.
Pesquisas estimuladas
Quando os esntrevistados são solicitados a escolher um candidato de uma lista de nomes pré-definidos, Lula fica à frente, com 29% das intenções de voto, oscilando dentro da margem de erro (no fim de maio, tinha 28%; e na semana passada, 30%). Bolsonaro aparece em segundo, com 19%, mais uma vez com tendência de queda. Na última semana de maio, ele tinha 25%; e na semana passada, 20%.
O índice dos que dizem que não votariam em ninguém nessa situação é de 18%, mais alto que os demais candidatos incluídos na pesquisa: Marina Silva (10%), Geraldo Alckmin (7%), Ciro Gomes e Álvaro Dias (6%), Henrique Meirelles (2%), Manuela D'Ávila e João Amoêdo (1%).
No cenário sem o ex-presidente Lula e com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) na disputa, Bolsonaro lidera com 21%, seguido pelo empate técnico entre Marina Silva (13%) e Ciro Gomes (10%). Haddad aparece com apenas 2%, e os brancos, nulos e indecisos somam 33%.
O cenário, no entanto, muda quando Haddad é apresentado como o indicado por Lula. Nesse caso, o ex-prefeito sobe para 11% e fica à frente de Marina (10%), Ciro (9%), Alckmin (8%) e Álvaro Dias (6%). Nessa situação, Bolsonaro tem 20%.
Segundo turno
No cenário de segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista tem 42% contra 34% do candidato do PSL. Há uma semana, a vantagem era de 5% e configurava empate técnico entre os candidatos.
Numa eventual disputa entre Marina Silva e Bolsonaro, o cenário é de empate técnico, com a ex-senadora liderando por 38% a 34%. O empate se repete com Ciro Gomes (34% a 33% a favor do deputado do Rio de Janeiro) e com Alckmin (33% a 31%, novamente a favor de Bolsonaro).
Rejeição
Os pré-candidatos continuam com grande rejeição por parte do eleitorado. Os principais nomes aos Palácio do Planalto aparecem empatados tecnicamente quando se pergunta em quem o eleitor não votaria. Alckmin e Lula lideram com 60%, seguidos por Marina (57%), Haddad (57%), Ciro (56%), Meirelles (55%) e Bolsonaro (52%).
Liberdade de imprensa
Contra fatos, não há argumentos. Essa frase deveria sair do contexto teórico e começar a ser utilizada por muitas pessoas, que buscam driblar provas, documentos, a veracidade dos fatos e acabam por complicar ainda mais as suas vidas, e até gerar uma mídia negativa em torno de si.
É muito comum principalmente por políticos e pessoas com maior poder aquisitivo, tentarem cercear a liberdade de imprensa e agredir a estrutura do País. É dever do profissional da comunicação levar a público informações de interesse social, independente de quais pessoas ou grupos sejam citados. A liberdade de informação é princípio do direito público em que é assegurado a todos o acesso à informação.
A imprensa não tem apenas o direito de informar, mas principalmente o dever público, pois esta é uma conquista democrática que jamais pode ser limitada por qualquer um dos poderes. Foi o que fez o jornalista Augusto Nunes, ao escrever quatro artigos que citam a senadora Gleisi Hoffmann e sua suposta participação no esquema de corrupção investigado na operação Lava Jato.
Incomodada com a veiculação dos fatos, a senadora impetrou uma ação na justiça no qual pede indenização de R$38 mil do jornalista Augusto Nunes, sob a alegação de calúnia, injúria, violação de sua honra, em quatro matérias escritas pelo profissional e publicadas no site da Veja. Os textos foram assim intituladas: Moro custa muito menos que Gleisi, O besteirol de Gleisi assassina a verdade, Amante quer transferir Amigo da gaiola para um palanque e Gleisi prova que, no Brasil do PT, é o bandido que procura o juiz.
*O tiro saiu pela culatra*
Na petição, a defesa do jornalista alegou que Gleisi foi denunciada, em 2016, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e que o que foi descoberto nas investigações deveria vir a público. Afirmou ainda que o termo “amante”, que aparece em uma das matérias, foi retirado do relatório de investigação da Polícia Federal, documento que dizia que a senadora era citada em listas da Odebrecht por esse nome.
Entre outros argumentos, os advogados ressaltam que as reportagens tiveram cunho jornalístico e crítico, e que as expressões utilizadas não poderiam ser analisadas separadamente por perigo de violação à liberdade de imprensa.
Diante desta perspectiva, o Juiz Flávio Fonseca, do 7º Juizado Especial Cível de Brasília, julgou improcedente o pedido de indenização por danos morais por considerar que os textos têm “algumas insinuações que não constituem ofensa direta à autora, nem possuem o condão de ocasionar dano à sua honra ou imagem”.
Ele reafirmou que é fato público que a senadora fora citada como uma das pessoas que recebiam propina e que, de acordo com a operação “lava jato”, era citada como “amante”. “Saliento, por oportuno, ser fato público e notório que, como bem explicado na contestação, durante investigações da Operação Lava-Jato, foi encontrada lista de pessoas que recebiam propina de uma das empresas investigadas, sendo cada uma delas indicadas por alcunha e a da autora era “Amante”. Assim, a designação da autora com esse vocábulo faz uso de ferramenta jornalística para chamar atenção do leitor, porém com base em apelido descoberto durante as investigações”, diz o magistrado.
“Tem-se consagrado em nosso ordenamento jurídico e na jurisprudência assentada pelos Tribunais, que só se imputa responsabilidade a meios de comunicação social em casos em que o veículo de comunicação extrapole a pauta estabelecida pelo interesse social da notícia e a verdade dos fatos narrados, o que não se vislumbra no caso em análise”, ressaltou o magistrado ao dizer que os demais trechos dos textos redigidos pelo autor possuem outras insinuações à autora, ainda com base no que foi amplamente divulgado na imprensa após diversas investigações que deram ensejo à ação penal na qual a autora é ré no Supremo Tribunal Federal.
(…) Por oportuno destaco que a garantia da liberdade de expressão está consagrada no rol de direitos fundamentais e nos direitos da comunicação social, que foram elevados ao status constitucional e previstos nos artigos 220 e seguintes da Constituição Federal e reconhecem o direito de a imprensa levar informações à coletividade acerca de acontecimentos e ideias de interesse geral, preceito este também garantido constitucionalmente pelo artigo 5o, inciso XIV.
Diante do resultado do processo o jornalista escreveu: Gleisi atirou no colunista. Acertou a própria testa.
Pelé cancela palestra em Moscou e decide até terça se vai à abertura da Copa
POR ALEX SABINO E FÁBIO ALEIXO do Folhapress
MOSCOU, RÚSSIA (FOLHAPRESS) - Pelé, 77, não participará de um evento na Universidade Estadual de Moscou nesta segunda-feira (11), no qual havia sido anunciado como uma das principais atrações pela instituição.
Sua participação, inclusive era dada como certa pela Fifa que trabalha em parceria com universidade.
"O Pelé não está se sentindo muito bem e com dores por causa da fisioterapia que vem fazendo", disse à reportagem José Fornos Rodrigues, o Pepito.
Segundo o assessor, o ex-jogador decidirá até terça-feira (12) se irá participar da abertura da Copa do Mundo na quinta-feira (14) no estádio Lujniki. Ele foi convidado pela Fifa para viajar à Rússia.
"Ele ainda está estudando. Entre amanhã [segunda-feira] e terça", teremos uma resposta, disse Pepito.
A última viagem de Pelé à Rússia foi para o sorteio dos grupos do Mundial, em dezembro do ano passado. Na ocasião, ele apareceu para a cerimônia em uma cadeira de rodas por causa da dificuldade de se locomover.
Pelé vem há anos batalhando contra um problema no quadril. Ele está em tratamento para se recuperar de malsucedida cirurgia de implante de prótese no quadril, em 2012. Depois disso, passou por mais duas operações.
Ele ainda reclama de dores, mas mostra significativa melhora na capacidade de locomoção. Em entrevista à Folha de S.Paulo, em 2016, chegou a dizer ter sido vítima de erro médico, algo que foi descartado.
Em junho de 2017, o ex-jogador também esteve na abertura da Copa das Confederações. A viagem à Rússia serviu para atender um compromisso com a fabricante de relógios suíça Hublot, da qual é embaixador. Ele participou da abertura de uma loja e de uma cerimônia na Praça Manej, próxima ao Kremlin.
Em janeiro, foi com um andador para participar da festa e abertura do Estadual do Rio, do qual foi embaixador. Deveria entregar a taça ao campeão em abril, mas os problemas físicos o impediram.
Em março, quando o Brasil enfrentou a Rússia em amistoso no estádio Lujniki de Moscou -vitória por 3 a 0- estava prevista uma homenagem a Pelé.
A ideia era que ele entrasse em campo passando por um corredor formado pelos jogadores das duas seleções. Seria para marcar os 60 anos de sua estreia em Copas.
Entretanto, por recomendação médica em virtude de dores no joelho, não viajou à capital russa.
A reportagem apurou que, no fim de maio deste ano, Pelé recebeu liberação de seus médicos para ir à Rússia.
Grupo é acusado de organização criminosa, que promoveu evasão de divisas e lavagem de dinheiro na década de 90; essa é a 23ª denúncia contra Cabral
Com Agências
O Ministério Público Federal denunciou, nesta quinta-feira (7), 62 pessoas na Operação Câmbio Desligo, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. Entre os denunciados estão o ex-governador Sérgio Cabral e o doleiro Dario Messer.
O grupo é acusado de formar uma organização criminosa, que promoveu evasão de divisas e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, o esquema teria começado na década de 1990. Com essa, Sérgio Cabral acumula 23 denúncias na Lava Jato.
Complicada operação
No mês passado, essa mesma operação prendeu 30 pessoas em quatro estados. Os alvos eram doleiros suspeitos de movimentarem R$ 1,6 bilhão em 52 países.
O principal alvo desse desdobramento já era Darío Messer , apontado como o doleiro mais influente do País. Além da Lava Jato , esse mesmo doleiro já foi investigado pelos esquemas do Banestado e do Mensalão.
De acordo com as primeiras informações dos procuradores, os suspeitos da Câmbio Desligo integravam um sistema chamado Bank Drop. Nesse sistema, os doleiros remetiam recursos ao exterior por meio de uma ação conhecida pelo mercado como 'dólar-cabo'.
Esse é um método de enviar dinheiro ao exterior sem passar pelas instituições financeiras reguladas pelo Banco Central.
Para se ter uma ideia do tamanho do esquema, para a movimentação desse valor, três mil empresas offshore foram envolvidas.
Situação de Sérgio Cabral
Considerando ações da Lava Jato e desdobramentos da operação, Cabral já virou réu 22 vezes. Em cinco delas, já foi condenado. Atualmente, ele está preso no Presídio de Bangu, no Rio de Janeiro. Em nenhuma delas, porém, o ex-governador foi absolvido até agora, restando-lhe ainda 17 julgamentos.
Essa já é a 23ª denúncia contra Cabral na Lava Jato. Por enquanto, as penas impostas ao ex-governador chegaram a 100 anos e 8 meses de prisão.
Quatro sentenças de Sérgio Cabral foram assinadas por Bretas. Na primeira, o emedebista foi condenado a 45 anos e 2 meses — a maior pena imposta em primeira instância em processo ligado à operação "Lava Jato". Na segunda, por sua vez, recebeu penalidade de 13 anos, e na terceira, pena de 15 anos.
A Transparência Internacional lançou nesta terça-feira, 5, o pacote das Novas Medidas Contra A Corrupção. Formado por 70 propostas legislativas (projetos de lei, propostas de emenda constitucional e resoluções), o documento já é considerado o maior pacote anticorrupção do mundo
Com Estadão
A elaboração do documento contou com a participação de 373 instituições brasileiras (como Transparência Internacional, Instituto Ethos, Observatório Social do Brasil, Contas Abertas, Instituto Cidade Democrática, Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral e outros). O documento foi redigido e revisado por 200 especialistas. Em termos de participação popular, o pacote contou com a colaboração ativa de 912 usuários cadastrados em uma plataforma digital, a Wikilegis.
O pacote é considerado um aprofundamento das 10 Medidas Anticorrupção - pacote do Ministério Público Federal lançado em 2015 e que viria a ser desfigurado pelo Congresso. Algumas das medidas lançadas nesta terça já faziam parte daquele pacote.
"Talvez o MP sozinho não fosse legítimo o suficiente para criar uma agenda anticorrupção. No caso das 70 medidas, tivemos uma participação maior de diversos setores da sociedade", comentou o coordenador do Centro de Justiça e Sociedade, professor da FGV e colaborador do pacote anticorrupção, Michael Freitas Mohallem.
"Nós não queremos tirar o protagonismo do Congresso, mas decidimos apresentar e discutir primeiro para a sociedade e entidades. E claro, esperamos que o pacote seja debatido em todos os níveis", disse o diretor executivo da Transparência Internacional-Brasil, Bruno Brandão.
Entre as medidas estão a criação de uma legislação de proteção ao denunciante de boa-fé (whistleblower), projetos de desburocratização do Estado, normas de transparência e democracia partidária, a redução do foro privilegiado, ficha limpa para servidores públicos, teto para doação e para o autofinanciamento de campanhas, uma política de dados abertos, e outras.
Uma das medidas que pode ser considerada polêmica no pacote é aquela que sugere a regulamentação do lobby. "Com a regulamentação, você pode ter o cadastramento de quem faz lobby, saber quanto cada empresa gastou com as ações", afirmou Mohallem.
Colaborador do pacote, o ex-ministro chefe da Controladoria-Geral da União Jorge Hage Sobrinho aponta a importância do lançamento dessas medidas em ano eleitoral. "A corrupção entrou no debate público. A questão da transparência ganhou importância e vai entrar no debate", afirmou.
"O pacote também não se propõe a inventar a roda. Ele parte daquilo que já foi construído no Brasil e em outros lugares do mundo", completou Hage. Já para a procuradora regional da República Silvana Batini César, o pacote oferece critérios para o próprio eleitor fazer suas escolhas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.