Deputado Wladimir Costa tatua nome de Temer no ombro
Com Agência Estado
O amor eterno do deputado Wladimir Costa (SD-PA) por Michel Temer pode sair com água e sabão. Pelo menos é o que garante o tatuador Frederick Nascimento, que tem 25 anos de profissão e é um dos precursores da tatuagem de henna para o Brasil. Costa contou à reportagem sobre a tatuagem nesta segunda-feira, 31.
Mais conhecido como Lico, Nascimento acordou com uma série de ligações e marcações em sua página no Facebook, nesta segunda-feira, 31. O motivo: o deputado que apareceu com "Temer" tatuado no braço disse que fez a obra em um estúdio chamado "Mundo da Tatoo", nome do estúdio do Lico, em Brasília. "Não, não fiz. Eu conheço uma tatuagem de henna de longe. É só você ver pela foto. Tem uma mancha na letra "r", um borrão... Não tem como ser de verdade. Acho que vocês nunca mais vão ver o deputado sem camisa".
O tatuador diz ainda que se houver uma empresa com o mesmo nome da sua, vai à justiça. "Se esse senhor tiver divulgado em algum lugar nosso nome iremos procurá-lo e exigiremos uma retratação imediata", afirmou.
Conhecido pelas polêmicas que lançou durante a votação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a respeito da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB), o deputado federal diz ter decidido marcar para sempre o apoio a Temer. O parlamentar afirma ter feito uma tatuagem no ombro direito com o nome do presidente, a qual afirma ser permanente. "Paraense não é de se arrepender não", disse Costa.
A tatuagem, finalizada na última sexta-feira, 28, teria custado R$ 1,2 mil em seis vezes no cartão, segundo o parlamentar. À reportagem, ele disse que a tatuagem não é de henna - e que "só conhece tatuagem com agulha na pele". A reportagem não encontrou um estúdio com esse nome no Pará.
"Se eu encontrar com o deputado, vou cobrar essa conta", brinca o tatuador. "Mas eu posso garantir que ele está mentindo. É henna", afirma Nascimento.
Força-tarefa pede aumento de pena e condenação por armazenamento do acervo presidencial
Com Agências
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nesta segunda-feira (31) um recurso à Justiça para que a pena de nove anos e seis meses de prisão para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja aumentada no caso do triplex do Guarujá, no litoral de São Paulo. A condenação foi proferida pelo juiz Sergio Moro no dia 12 de junho.
Os procuradores da Lava Jato também pedem a condenação de Lula, do ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro e de Paulo Okamato, presidente do Instituto Lula, por armazenamento de pertences recebidos pelo petista quando era chefe de Estado. Moro absolveu os três por falta de provas neste caso.
Lula foi acusado pela Operação Lava Jato de receber propina da OAS, que tinha contratos com a Petrobras. De acordo com a acusação, o ex-presidente teria recebido benefícios como um apartamento no balneário do Guarujá. Além disso, a reforma do local teria sido paga com dinheiro de propina.
Na ação, Lula foi considerado culpado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa nega as acusações e recorreu da decisão em segunda instância. Na avaliação dos advogados, Moro teve atuação política na sentença.
O recurso do MPF será analisado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a quem cabe, em segunda instância, revisar as decisões de Moro na operação Lava Jato.
A pedido do site de mobilizações sociais na internet Avaaz, o Ibope ligou para mil eleitores a partir dos 16 anos para saber o que eles esperam dos deputados durante a sessão e 81% disseram que esperam a abertura do processo.
Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, a vontade pela continuidade da investigação é de quase 90% e de 70% no grupo que tem 55 anos ou mais. Para 73% dos eleitores consultados, o deputado que votar contra a abertura do processo não merece ser reeleito em 2018.
Com Jornal do Brasil
Às vésperas da votação no Plenário da Câmara da denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, o Ibope divulgou nesta segunda-feira (31) pesquisa encomendada pela ONG Avaaz com resultado desfavorável ao peemedebista. Para 81% dos entrevistados, os deputados federais devem aceitar a denúncia e autorizar a abertura de processo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Apenas 14% dos entrevistados pelo instituto de pesquisas entre os dias 24 e 26 de julho são contrários e 5% não souberam ou preferiram não opinar sobre o assunto.
Entre os que acreditam que a Câmara deve autorizar a denúncia contra Temer, 89% são jovens, 86% e 85% têm, respectivamente, ensino médio ou superior, 87% têm renda familiar de mais de 2 a 5 salários mínimos. Além desses, destacam-se os entrevistados da região Sul (87%) e os que residem nas capitais (86%).
Ainda pensando na abertura do processo no STF, foram apresentadas algumas frases para medir o grau de concordância dos entrevistados. Observa-se que, para a afirmação “Ficarei indignado se os deputados votarem contra a abertura do processo no STF”, 70% concordam, 26% discordam e 4% não sabem ou não respondem. Sobre a frase “Respeitarei a decisão tomada pelos deputados em relação à abertura do processo contra o presidente Michel Temer”, são 74% os respondentes que concordam com ela, 23% os que discordam e 4% aqueles que não sabem ou não opinam.
Frente à sentença “Acho que a denúncia é correta e o deputado que votar contra a abertura do processo é cúmplice da corrupção” nota-se que quase 8 em cada 10 entrevistados (79%) concordam com ela, 18% discordam e 3% não sabem ou não respondem. Por fim, a frase “O deputado que votar contra a abertura do processo não merece ser reeleito em 2018” registra 73% de concordância, 25% de discordância e 2% que não sabem ou preferem não emitir opinião a respeito.
No início de junho, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia criminal contra Temer por corrupção. A denúncia já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e seguirá para votação na Câmara dos Deputados. Os deputados federais votarão se Supremo Tribunal Federal (STF) deve ou não deve dar início a um processo que torna o Presidente Michel Temer réu por crime de corrupção.
Aliados do presidente continuam afinando estratégia para votação do dia 2. Os quatro ministros parlamentares deverão reassumir seus mandatos.
Agència Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse hoje (28), em São Paulo, que haverá quórum suficiente para votar, na próxima quarta-feira (2), a denúncia contra o presidente da República Michel Temer. Segundo ele, a votação na quarta-feira é a “melhor solução” para o país. A estimativa dele é que mais de 480 deputados estejam presentes na votação.
“Na minha opinião, haverá quórum. O Brasil precisa de uma definição para esse assunto. Não se pode, do meu ponto de vista, jogar com um assunto tão grave, tão sério, como uma denúncia oferecida pela PGR [Procuradoria-Geral da República] contra o presidente da República. Nosso papel é votar. Quem quiser, vota sim, quem quiser, vota não. Mas não votar é manter o país parado no momento em que o Brasil vive uma recuperação econômica, mas ainda com muitas dificuldades”, disse ele.
Maia falou com a imprensa após almoçar com o prefeito em exercício de São Paulo, Milton Leite, na sede da prefeitura, no centro da capital. João Doria está em viagem à China, em busca de parcerias para a cidade. “Acho muito grave que a Câmara não tome uma decisão. Que seja para aprovar ou não [a denúncia]. Isso é uma decisão de cada deputado. O que a gente não pode é deixar o paciente em centro cirúrgico, com a barriga aberta”, acrescentou o presidente da Casa. Maia disse ainda que um possivel adiamento paralisaria a pauta do Congresso Nacional. "A melhor solução para o Brasil é que a denúncia seja votada na quarta", completou.
Reformas e meta fiscal Maia afirmou ainda que o Congresso pretende retomar as votações das reformas assim que for encerrada a votação da denúncia contra Temer. “Tenho muita esperança e vou trabalhar fortemente para que a gente possa votar a reforma da Previdência porque entendo que o Brasil tem problemas graves a médio e longo prazo, problemas estruturais que precisam ser resolvidos. É vendida como uma reforma que vai tirar direitos dos mais pobres, mas é exatamente o contrário. O déficit da Previdência é que tira direitos dos mais pobres e privilegia poucos”, disse. Outra votação que ele destacou como importante é a reforma para simplificar o sistema tributário.
Apesar de ter reafirmado seu apoio à política econômica do governo federal, Maia criticou a possibilidade de revisão da meta fiscal já estabelecida pelo governo. Ele defende que a meta “fique onde está”. “Não devemos, nem podemos, sem motivo, mexer na meta fiscal que foi apresentada no início do ano. Temos um rombo fiscal gravíssimo no Brasil e precisamos votar a denúncia [contra Temer] para que possamos voltar ao tema das reformas, porque com elas vamos conseguir superar esse déficit fiscal”.
Reivindicações O prefeito em exercício de São Paulo, Milton Leite, entregou a Maia uma lista de reivindicações da cidade para o governo federal. “Obviamente, temos pleitos junto ao governo federal para os programas dos mananciais e do Minha Casa Minha Vida. O presidente [da Câmara] Rodrigo Maia está levando, em mãos, um documento nosso solicitando a liberação dos recursos bloqueados pelo governo federal”, disse ele. Segundo Maia, no almoço eles também conversaram sobre a questão fiscal. “Há uma preocupação grande da prefeitura de São Paulo com o aumento dos combustíveis, principalmente do diesel. E nós vamos discutir esse tema”, falou o deputado. Além de Maia e de Milton Leite, participaram do almoço vereadores, deputados estaduais e federais, prefeitos e secretários.
Lula e Taiguara são réus por lavagem de dinheiro e tráfico de influência em processo originado na investigação da Operação Janus
Com Estadão Conteúdo
Delatores da Odebrecht relataram à Procuradoria-Geral da República que a contratação e os pagamentos feitos em Angola ao empresário Taiguara Rodrigues, sobrinho da primeira mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram para "agradar" ao petista. O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso aos depoimentos e aos anexos de três executivos, ainda mantidos em sigilo, que citam a participação do ex-presidente no caso investigado na Operação Janus.
A filial da Odebrecht em Angola contratou a Exergia, da qual o empresário se tornou sócio. O ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira Alexandrino Alencar afirmou que o ex-presidente pediu a contratação da empresa. Ernesto Sá Baiardi, ex-diretor da construtora em Angola, relatou solicitação do petista para que a construtora ajudasse o empresário. Antonio Carlos Daiha Blando, sucessor de Baiardi, disse ter adiantado pagamentos à Exergia para "agradar" a Lula.
Baiardi foi o diretor da Odebrecht responsável pelo mercado de Angola até 2013. Ele afirmou que foi procurado pela primeira vez por Taiguara em 2011. O primeiro contato não foi respondido e, por causa disso, Alexandrino teria ligado para pedir que o empresário fosse recebido. "Entendi que essa solicitação era de interesse da companhia para atender a pedido de Lula e, imediatamente, chamei Taiguara para uma reunião", relatou o executivo no anexo.
A intervenção direta de Lula teria ocorrido no mesmo ano, quando o ex-presidente visitou Angola e participou de um café da manhã com Emílio Odebrecht, no qual estava presente Taiguara. Baiardi disse em depoimento que, após o café, o petista o chamou de lado e falou que Taiguara era honesto, trabalhador, que estava iniciando carreira empresarial e que, se possível, era para ajudá-lo.
Blando disse que, após assumir a diretoria em Angola, Baiardi lhe pediu que recebesse Taiguara. O delator relatou que recebeu o empresário quando chegou ao país africano e que a "atenção diferenciada" com que tratou "os assuntos da Exergia tinha por finalidade agradar ao ex-presidente Lula".
'Adiantamento' Ainda segundo Blando, em 2014, Taiguara pediu "adiantamento contratual" a que sua empresa "não tinha direito", mas, mesmo assim, os repasses foram realizados em duas parcelas. Uma de US$ 500 mil e outra de US$ 200 mil. O delator declarou que a "necessidade" de "agradar a Lula" resultou em ordem aos diretores da filial angolana para adiantar o pagamento.
Segundo Alexandrino, apontado como um dos executivos mais próximos ao ex-presidente, Lula apresentou seu sobrinho em um café da manhã no hotel HCTA, em Luanda, capital de Angola. O ex-executivo disse ainda que o petista teria pedido que a Odebrecht avaliasse a possibilidade de contratar as empresas de Taiguara. A solicitação teria sido levada ao patriarca do grupo, Emílio Odebrecht, que, segundo ele, "concordou prontamente".
Janus O juiz Vallisney de Souza Oliveira aceitou em outubro de 2016 a denúncia criminal do Ministério Público Federal em Brasília contra o ex-presidente e Taiguara no caso. A acusação tem origem na Operação Janus, que chegou a levar Taiguara coercitivamente para depor.
A acusação afirma que a Exergia não prestou os serviços para os quais foi contratada. O trabalho teria sido executado pela própria Odebrecht em retribuição ao fato de ter sido contratada pelo governo angolano com base em financiamento para exportação de serviços, concedido pelo BNDES. A acusação feita pelo MPF é de que Lula recebeu propina nesse caso por meio de terceiros.
Defesas Procurada desde a quarta-feira, 26, a defesa de Lula não respondeu à reportagem. À época da Operação Janus, o petista afirmou que já esclareceu os fatos sobre Taiguara. Ainda conforme a defesa, Lula "nunca fez lobby", "nunca apresentou Taiguara a nenhum dono de empresa" e, quando Lula foi fazer palestra em Angola, "Taiguara já estava naquele país trabalhando com empresa portuguesa".
A reportagem não conseguiu contato com o advogado Fabio Souza, que representa as empresas de Taiguara. Após a Janus, o advogado negou que a Exergia tenha sido usada para lavar dinheiro. Em depoimento à CPI do BNDES, o próprio Taiguara confirmou a contratação pela empreiteira e disse que os valores recebidos são referentes a serviços de sondagem, avaliação da topografia e gerenciamento de obras prestadas pela empresa. Segundo ele, todos os contratos foram obtidos por meio de licitações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.