Mato Grosso, com queda de 4,4%, teve o recuo mais intenso

 

Por Ana Cristina Campos

 

A produção industrial registrou alta em 11 dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional) em fevereiro, quando o índice nacional apresentou avanço de 0,7%, após recuo de 2,2% em janeiro devido, principalmente, a férias coletivas, muito comuns para esse período do ano. O levantamento foi divulgado hoje (8), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Os principais destaques em fevereiro foram Pará (23,9%) e Pernambuco (10,2%). Amazonas (7,8%), Minas Gerais (7,3%), Ceará (6,0%), Região Nordeste (5,1%), Bahia (3,4%), Goiás (1,4%), Paraná (1,3%), Santa Catarina (1,1%) e São Paulo (1,1%) completaram o conjunto de locais com índices positivos no mês. Já Mato Grosso, com queda de 4,4%, teve o recuo mais intenso.

 

Segundo o analista da pesquisa, Bernardo Almeida, o Pará se destacou principalmente pelo desempenho positivo do setor extrativo. “Trata-se de um movimento compensatório em relação ao mês anterior, uma vez que em janeiro houve grande volume de chuvas impactando a produção e o escoamento do minério de ferro. Esse crescimento do Pará é o mais intenso desde abril de 2019, quando chegou a 54,8% de alta. O estado vem de dois meses de resultados negativos com uma perda acumulada de 17,6%, agora eliminada com o crescimento de fevereiro” explicou.

 

Alimentos e transporte

A alta em Pernambuco deve-se ao setor de alimentos, em especial o açúcar, e ao setor de outros equipamentos de transporte com aumento da produção de embarcações e peças para motocicletas. O estado também vem de dois meses negativos com perda de 7,6%. No Amazonas, o aumento é devido aos setores de bebidas e informática.

 

O crescimento de São Paulo se baseia no desempenho dos setores de veículos e o de outros equipamentos de transportes. “São Paulo responde por aproximados 34% do parque industrial nacional, mas está 2,3% aquém do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e 24,2% abaixo do patamar mais alto, atingido em março de 2011”, disse o pesquisador.

 

No campo negativo, na passagem de janeiro para fevereiro, Mato Grosso lidera como principal influência negativa sobre o resultado nacional, com queda de 4,4%, após quatro meses consecutivos de crescimento na produção, período em que acumulou expansão de 32,8%.

 

Para o IBGE, a queda vem do setor de alimentos, o mesmo que, nos meses anteriores, vinha trazendo crescimento com o fim do embargo da China à importação de carnes brasileiras. “Em fevereiro, vimos apenas uma redução na produção para adequação estratégica entre oferta e demanda”, afirmou Almeida.

 

No acumulado do ano, houve queda em nove dos 15 locais, com destaque para Ceará (-20,1%) e Pará (-14,5%). “Ainda é cedo para analisarmos o resto do ano, mas podemos observar uma desaceleração da produção. No início de 2021, ainda tínhamos um caráter compensatório e a base de comparação era mais baixa que o período atual”, afirmou o analista da PIM Regional.

 

 

Posted On Sexta, 08 Abril 2022 16:46 Escrito por

Puxado por combustíveis e alimentos, o índice oficial de inflação do país acelerou para 1,62% em março, informou nesta sexta-feira (8) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

 

POR LEONARDO VIECELI

 

É a maior alta para o mês desde 1994 (42,75%), ou seja, em 28 anos, antes da implantação do real, mostram os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

O resultado veio bem acima das expectativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 1,35%. No mês anterior (fevereiro), o IPCA havia subido 1,01%.

 

Com a entrada dos novos dados, a inflação chegou a 11,30% no acumulado de 12 meses até março. É o maior nível desde outubro de 2003 (13,98%). Nessa base de comparação, a alta havia sido de 10,54% até fevereiro.

 

"O resultado [de março] é assustador ao passo que se trata de mais uma surpresa altista do índice inflacionário", disse Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

 

Outro dado que chamou atenção na divulgação do IBGE foi o chamado índice de difusão, que ficou acima de 70% pelo quarto mês consecutivo.

 

O indicador mede o percentual de produtos e serviços com alta de preços, em uma amostra com 377 componentes. Na prática, a difusão maior sinaliza que a inflação está mais disseminada pela economia.

 

Em março, o índice de difusão subiu para 76,13%. É o nível mais intenso desde fevereiro de 2016 (77,21%).

 

COMBUSTÍVEIS E ALIMENTOS PUXAM ALTA

 

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços em março. A maior variação (3,02%) e o maior impacto (0,65 ponto percentual) foram dos transportes.

 

Na sequência, veio o grupo alimentação e bebidas. O segmento teve alta de 2,42% e respondeu por 0,51 ponto percentual de impacto. Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 72% do IPCA.

 

O resultado de transportes (3,02%) foi influenciado, principalmente, pela alta dos preços dos combustíveis (6,70%), especialmente da gasolina (6,95%). Esse foi o subitem com maior peso individual (0,44 ponto percentual) no índice do mês.

 

Março registrou o início dos reflexos econômicos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Um dos primeiros impactos do conflito foi a disparada das cotações do petróleo no mercado internacional.

 

O avanço da commodity levou a Petrobras a promover um mega-aumento de combustíveis, incluindo a gasolina, nas refinarias, no dia 11 de março.

 

Isso ocorreu porque o petróleo é uma das variáveis que determinam a política de preços dos combustíveis da estatal. A taxa de câmbio também pesa na estratégia da companhia.

 

Em 11 de março, a gasolina subiu 18,8% nas refinarias. O gás de cozinha, por sua vez, avançou 16,1%. O óleo diesel teve reajuste ainda maior, de 24,9%, nas instalações da Petrobras.

 

As altas chegaram de maneira rápida a postos de combustíveis e pontos de revenda de gás espalhados pelo país. Segundo o IPCA, o diesel subiu 13,65% para os consumidores em março, e o gás de botijão, 6,57%.

 

Pedro Kislanov, gerente do IPCA, destacou que os impactos dos combustíveis não ficam restritos ao grupo de transportes. Os avanços de itens como o diesel elevam custos de fretes de mercadorias, incluindo alimentos, citou o pesquisador do IBGE.

 

No caso de alimentação e bebidas, a inflação de 2,42% decorreu, principalmente, da subida dos preços dos alimentos para consumo no domicílio (3,09%). A maior contribuição (0,08 ponto percentual) foi a do tomate, cujos valores subiram 27,22% em março.

 

A cenoura avançou 31,47% e acumula disparada de 166,17% em 12 meses. O leite longa vida (9,34%), o óleo de soja (8,99%), as frutas (6,39%) e o pão francês (2,97%) também ficaram mais caros.

 

"Foi uma alta disseminada nos preços. Vários alimentos sofreram uma pressão inflacionária", analisou Kislanov.

 

"Isso aconteceu por questões específicas de cada alimento, principalmente fatores climáticos, mas também está relacionado ao custo do frete. O aumento nos preços dos combustíveis acaba refletindo em outros produtos da economia, entre eles, os alimentos", completou.

 

A guerra no Leste Europeu é outra ameaça para os preços de alimentos. Commodities agrícolas, como trigo, milho e soja, subiram após o começo do conflito.

 

O que pode amenizar os repasses, segundo analistas, é a recente trégua do dólar. Em parte de abril, outro possível alívio no IPCA pode vir do fim da taxa extra nas contas de luz

 

O fim da bandeira de escassez hídrica, que encareceu a energia elétrica a partir de setembro, foi antecipado pelo governo para o próximo dia 16.

 

POSSÍVEL ESTOURO DA META

 

O IPCA está em dois dígitos no acumulado de 12 meses desde setembro do ano passado. Assim, encontra-se distante da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central).

 

Neste ano, o centro da medida de referência é de 3,50%. O teto é de 5%.

 

De acordo com analistas, o IPCA deve estourar novamente a meta. Há instituições financeiras que projetam alta superior a 7% no acumulado até dezembro.

 

Se as estimativas forem confirmadas, 2022 será o segundo ano consecutivo de descumprimento da meta. Em 2021, o IPCA teve alta de 10,06%.

 

Em uma tentativa de frear a inflação, o BC vem subindo a taxa básica de juros. Em março, a Selic alcançou 11,75% ao ano. O mercado vê espaço para uma taxa ainda mais alta.

 

A inflação persistente pressiona o presidente Jair Bolsonaro (PL), que deve tentar a reeleição neste ano e teme os impactos da perda do poder de compra do eleitorado.

 

Bolsonaro, incomodado com a alta dos combustíveis, decidiu trocar o comando da Petrobras.

 

Posted On Sexta, 08 Abril 2022 16:41 Escrito por

A ideia é apresentar pedido assim que 27 assinaturas necessárias forem alcançadas

 

Por Augusto Fernandes

 

Diante das recentes denúncias de que dois pastores teriam atuado de forma indevida no Ministério da Educação para pedir propina a prefeitos em troca de liberar recursos da pasta e do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) a municípios, senadores se mobilizaram para tentar criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o caso e estão a uma assinatura de apresentar o pedido de instalação do colegiado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

 

Pelo menos 26 senadores já assinaram o requerimento de criação da CPI. Presidente da Comissão de Educação, o senador Marcelo Castro (MDB-PI) tem dito que será o último a colocar sua assinatura no documento, mas quer esperar até que o Senado faça uma audiência com o ministro interino da Educação, Victor Godoy Veiga, que substituiu Milton Ribeiro, suspeito de permitir a participação dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura no MEC.

 

"Na próxima semana, estarei em Brasília, segunda-feira [11], para definir a data da audiência com o atual ministro da Educação, Victor Godoy, que é a última oitiva prevista pela Comissão. A partir daí, tudo caminha para a instauração da CPI do MEC. Um remédio amargo, mas necessário", escreveu o senador nas redes sociais.

 

Como ainda não há uma data definida para que Veiga seja interrogado pelos senadores, a base governista no Senado tentará convencer parlamentares que já assinaram o requerimento a desistir da criação da CPI, bem como impedir que outros parlamentares apoiem a instalação do colegiado.

 

Ciente do movimento do governo, o grupo a favor da CPI já admite a possibilidade de não esperar pela assinatura de Castro. A ideia é protocolar o requerimento assim que o número mínimo de 27 assinaturas for alcançado, para que Pacheco decida sobre a criação da comissão.

 

No início da semana, o presidente do Senado se colocou contra a instalação da CPI. Questionado sobre o tema nessa quinta-feira (7), ele disse que vai esperar receber o requerimento para tomar uma decisão. "Vamos esperar existir. Quando existir, eu decido. Conheço, e decido."

 

Assinaturas falsas atrapalham mobilização

Apesar do anseio pela criação da CPI, os parlamentares a favor da comissão podem ter dificuldade diante de uma denúncia feita pela senadora Rose de Freitas (MDB-ES) de que a assinatura dela foi falsificada e incluída no requerimento de instalação do colegiado. A parlamentar diz que não foi a única a passar por essa situação.

 

Ao longo da semana, foram compartilhadas diversas listas informais com os nomes dos senadores que teriam assinado o requerimento. O nome de Rose apareceu em algumas delas, mas não está na versão mais recente. A relação oficial só será confirmada quando o documento for entregue a Pacheco.

 

“Não importa se há ou não há oito, nove ou dez listas. Importa que tramitou pela Casa uma lista na qual estava o nome de alguém que não assinou. Não vou relativizar a importância de estar registrado ali ou não, mas não vou relativizar também a importância da minha autoria constitucional de assinar, participar, apoiar e conduzir processos nesta Casa, que dizem respeito ao nosso mandato público”, reclamou a senadora.

 

“Se eu decidir apoiá-la amanhã, vou assiná-la, como sempre fiz, publicamente, mas não se arvore quem estiver atrás de uma mesa com uma pequena sinetinha para dizer que, em meu nome, vai tomar uma decisão que só cabe a mim tomar”, acrescentou.

 

Diante da revelação, quem é contra a CPI passou a desmerecer o esforço para a instalação do colegiado e afirma que a comissão, caso seja criada, não terá credibilidade. “Uma CPI, que é, segundo dizem, para apurar se alguém intermediou alguma coisa no ministério, e intermediaram a assinatura de uma senadora na própria CPI? É isso? É qualquer preço?”, ponderou o senador Carlos Portinho (PL-RJ).

 

 

Posted On Sexta, 08 Abril 2022 04:46 Escrito por

Linhas de crédito serão ofertadas por meio da Agência de Fomento do Tocantins e os recursos são oriundos do Fundo de Desenvolvimento Econômico Sustentável

 

Por Jarbas Coutinho

 

Ao participar da abertura oficial da Feira Agrotecnológica da Região Sudeste (Agrosudeste) nesta quinta-feira, 7, o governador Wanderlei Barbosa lançou linhas de crédito popular, para agricultura familiar e piscicultura. O ato foi realizado no Colégio Agrícola de Almas.

 

As linhas de crédito serão ofertadas por meio da Agência de Fomento do Estado do Tocantins e os recursos são oriundos do Fundo de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Tocantins (FDES). A linha de Crédito Popular é destinada às pessoas afetadas pelas enchentes e pela pandemia, trabalhadores formais e informais.

 

Já a linha de crédito voltada para a Agricultura Familiar beneficia pequenos produtores, feirantes e outros trabalhadores do segmento. Por meio dessa linha de crédito, os trabalhadores poderão adquirir máquinas, equipamentos e recursos para custeio. São ofertados até R$ 10 mil a juros de 6% ao ano.

 

Durante o evento o Governador assinou diversos acordos de cooperação técnica

 

E para o ramo da piscicultura e da aquicultura, a Agência de Fomento está ofertando R$ 14 milhões, por meio de projetos do Ruraltins. Os recursos são destinados ao custeio e ao investimento na aquisição de máquinas e equipamentos, com carência de 12 meses e até sete anos para pagamento. Os juros são de até 7,5% ao ano.

 

Ao anunciar as linhas de crédito, o governador Wanderlei Barbosa reafirmou que as taxas de juros foram definidas conforme a realidade dos produtores rurais. "Se os juros forem altos não recomendamos. O pequeno produtor só vai conseguir produzir e pagar a conta se nós não tirarmos do bolso dele com taxas exorbitantes", frisou.

 

Cooperação técnica

 

Durante o evento, o Governador assinou um Acordo de Cooperação Técnica para Instalação do Viveiro de Produção de Mudas do Bioma Cerrado no Colégio Estadual Agropecuário de Natividade. A unidade está orçada em R$ 329.880,00 e os recursos são oriundos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (FERH). A estimativa é de que sejam produzidas 100 mil mudas por ano.

 

Também foi assinado Acordo de Cooperação Técnica, que visa à implantação de uma Unidade Demonstrativa de Piscicultura em Tanques Escavados no Colégio Estadual Agropecuário de Almas, com recursos do FERH, no valor de R$ 40 mil.

 

O governador Wanderlei Barbosa assinou ainda um Acordo de Cooperação Técnica, para recuperação de nascentes na bacia hidrográfica do Rio Manoel Alves. O acordo envolve a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o Instituto Brasileiro do Mar (Ibramar) e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Manoel Alves da Natividade.

 

Agrosudeste

 

A Feira Agrotecnológica da Região Sudeste, cuja estimativa de movimentação financeira neste ano está na ordem de R$ 6 milhões, tem como público-alvo produtores, empresas e empresários do ramo do agronegócio, técnicos e estudantes. A iniciativa busca fomentar a implementação de tecnologias sustentáveis e o desenvolvimento rural da região sudeste do Tocantins.

 

A Agrosudeste é promovida pela Associação dos Produtores Rurais de Almas e Porto Alegre do Tocantins, com o apoio do Governo do Tocantins, por meio do Ruraltins.

 

O Governador considera a Feira como um indutor de desenvolvimento de toda a região. "O agro cresce muito em todo o Estado e participar desta feira é uma oportunidade de ouvir o segmento, que conta com expositores do Tocantins e até de outros estados. Isso é bom para Almas e para o Estado", analisou.

 

O prefeito de Almas, Waguinho, destacou a importância do apoio do Governo do Tocantins para o desenvolvimento da região. "Em poucos meses, o senhor mudou a realidade da nossa cidade ao viabilizar a implantação de uma mineradora e outras ações importantes como o apoio a essa feira. Você veio para servir o povo", ressaltou.

 

O presidente do Ruraltins, Fabiano Miranda, destacou o potencial de movimentação financeira do evento e as ações do órgão para elaborar projetos de agrocrédito em toda a região. "A Agrosudeste tem um grande potencial de movimentação financeira, porque constitui uma oportunidade de o produtor local conhecer e ter acesso às novas tecnologias voltadas ao setor agrícola", completou.

 

Presenças

 

A abertura oficial da Agrosudeste contou com a participação de deputados federais, estaduais e secretários de Estado. O evento de abertura contou ainda com a presença de prefeitos da região, vereadores, estudantes, professores e representantes do setor produtivo do campo.

 

 

Posted On Sexta, 08 Abril 2022 04:41 Escrito por

Paulo Guedes também promete nova redução em tarifas de importação

 

Por Wellton Máximo

 

Pelo menos uma parte do excesso de arrecadação decorrente da recuperação da economia poderá ser usado para corrigir da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física, disse hoje (7) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em evento promovido pelo banco Bradesco, ele também prometeu uma nova redução do Imposto de Importação.

 

“Conversamos se corrigimos a tabela do IR agora ou deixamos para primeira ação de novo governo. Não queremos usar toda a alta de arrecadação de uma vez. Vamos devolver apenas parte para não corrermos riscos fiscais”, declarou o ministro durante a conferência virtual.

 

De acordo com o ministro, a equipe econômica também gostaria de usar a melhoria da arrecadação para financiar a renegociação de dívidas do Simples Nacional e a isenção para investidores estrangeiros. Ele, no entanto, disse que a alteração de medidas econômicas pela ala política do governo nem sempre viabilizam essas medidas.

 

“Ficam com a parte boa das medidas e retiram a parte ruim, que é a fonte de recursos. Com isso, acabamos tendo que vetar medidas por bater cabeça no governo”, explicou Guedes.

 

IPI

Em relação à desoneração das importações, o ministro disse que o governo pretende promover uma nova rodada de redução de 10% no Imposto de Importação, mas ressaltou que a medida depende de acordo para o corte adicional que fará o desconto no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aumentar de 25% para 33%.

 

Segundo o ministro, 12 produtos devem ser contemplados com a redução das tarifas de importação. “Vamos abrir a economia respeitando nosso parque industrial. Se o outro governo for social democrata, ele que aumente os impostos. Para o próximo mandato, a prioridade é a reforma tributária no primeiro dia de trabalho”, explicou.No início do mês, o governo prorrogou, por 30 dias, o corte de 25% no IPI. De acordo com Guedes, a equipe econômica queria elevar a redução para 33%, mas a medida foi travada porque os governadores não concordaram em reduzir o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o diesel.

 

“Os governadores não reduziram o ICMS do diesel, como se comprometeram a reduzir. Zeramos o imposto do diesel do nosso lado e os governadores não fizeram do lado deles”, afirmou.

 

Greves

Em relação às pressões do funcionalismo federal por aumentos salariais, Guedes disse que a ideia é populista. Segundo ele, a concessão de qualquer reajuste num momento em que o país ainda se recupera da crise econômica gerada pela pandemia de covid-19 trará mais custos para as gerações futuras.

 

“Se começar a dar reajuste para todo mundo, estamos empurrando o custo para filhos e netos”, declarou. Na avaliação do ministro, a reposição das perdas da inflação não pode ser feita neste momento porque o “mundo viveu uma guerra” contra o novo coronavírus.

 

Posted On Sexta, 08 Abril 2022 04:39 Escrito por