Por Edson Rodrigues
LAUREZ MOREIRA
O ex-prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, corre o sério risco de ficar sem partido em pleno voo, em meados de 2022, após convencer a cúpula do Avante, associando sua filiação ao partido com uma candidatura ao governo do Estado e com a formação de uma chapa de bons nomes para deputados estadual e federal.
O fato é que Laurez pode até ser candidato a governador, mas não tem a força esperada para a formação de chapas que possam ser consideradas competitivas. Sem contar que os bons nomes já estão apalavrados com outros pretensos candidatos ou irão formar “chapinhas”, sem candidatos à reeleição.
Não podemos deixar de citar que o ex-prefeito de Gurupi vem de uma administração muito bem avaliada e está conversando com outros prováveis candidato a governador, inclusive com um forte candidato a vice-governador, e seu partido faz parte de uma Federação Partidária com nomes de candidatos a deputado federal e estadual.
Apesar disso, ao que tudo indica, sua candidatura ao governo não decolou. Seu pleito ao Palácio Araguaia foi enfraquecido depois que seu candidato a prefeito de Gurupi, na sua sucessão, foi derrotado pela candidata do governador, Josi Nunes.
Dessa forma, conforme o apurado pelo Observatório Político de O Paralelo 13, apesar de todo o seu patrimônio político, será muito difícil que Laurez se mantenha em dia com seu compromisso junto ao Avante e, caso a cúpula nacional queira ser rígida, o ex-prefeito de Gurupi pode ser apeado da legenda e ficar sem partido e sem condições de concorrer à eleição, ele próprio, como candidato a governador.
KÁTIA ABREU
Considerada no meio político como determinada, audaz, corajosa e destemida, respeitada por todos, a senadora Kátia Abreu é a presidente da Comissão Provisória do PP no Estado. Nos últimos dois anos e meio a senadora tocantinense vem fazendo duras, corretas e sérias críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro, sempre que discorda das ações e do andamento dado pelo presidente ao governo federal.
Com a possibilidade de Jair Bolsonaro vir a se filiar no PP, ocasião em que só o fará se tiver poder absoluto para indicar os candidatos a senador em todos os estados, a permanência de Kátia na legenda fica muito difícil. Primeiro porque o PP tocantinense está repleto de seguidores de Kátia Abreu. Segundo que, mesmo que Bolsonaro avente a possibilidade de indicá-la para uma reeleição, a possibilidade de seus correligionários ficarem incomodados com uma possível trégua para “acomodação de forças”, justamente com quem a senadora rivaliza, é muito grande, e ela pode perder parte do seu patrimônio político, com uma debandada de apoiadores.
Com Bolsonaro no PP, qual as chances de Kátia permanecer no partido? Essa é a pergunta que não quer calar nos bastidores da política tocantinense.
EDUARDO GOMES
O senador Eduardo Gomes, líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional está, hoje, em território tocantinense, mais precisamente na Capital, Palmas, recebendo prefeitos, vereadores, lideranças políticas, empresários, representantes de entidades classistas, do agronegócio e amigos políticos de várias agremiações.
A palavra de ordem para Gomes é articular e oxigenar os prefeitos com o encaminhamento de recursos federais, fruto das suas emendas impositivas e recursos extras do orçamento da União.
Eduardo Gomes não aceita falar em sucessão estadual e concentra suas forças em fortalecer as gestões municipais, mantendo aberto o caminho para o fluxo de recursos federais para muitos municípios e para a gestão estadual.
Por enquanto, tudo indica que será, realmente, candidato ao governo do Estado, por ter demonstrado muito respeito o reconhecimento dos prefeitos, vereadores e lideranças políticas de diversos municípios de todas as regiões do Tocantins, que se transformou em chamamento para uma candidatura ao governo.
GOVERNADOR MAURO CARLESSE
O governador Mauro Carlesse sempre foi um empresário bem sucedido. Na área da política partidária Carlesse manteve a mesma fama, com um comportamento de poucas palavras e muitos resultados, demonstrando ser uma pessoa de decisão.
Esse perfil dá à Mauro Carlesse um ótimo crédito político. Tanto é que, desde que se elegeu presidente da Assembleia Legislativa, até hoje, jamais perdeu um companheiro de caminhada política, o que lhe rendeu um grupo sólido, formado por vários deputados estaduais (a maioria na Assembleia Legislativa), dezenas de prefeitos, vereadores e líderes políticos regionais.
Nesta quarta-feira, o governador deu a largada no Programa Tocantins Tocando em Frente na Região Sul, na cidade de Talismã. A previsão é de que todos os municípios do Estado sejam beneficiados.
Esse é um passo importante para uma administração que pretende colocar o seu candidato à sucessão estadual no segundo turno. No caso, falamos de Sandro Henrique Armando, atual secretário da Fazenda, e principal responsável, junto com sua equipe técnica, pelo momento de equilíbrio econômico por que passa o Tocantins, readequado à Lei de Responsabilidade Fiscal, permitindo investimentos em todas as áreas prioritárias, mantendo fluxo de caixa para os Estado e beneficiando todos os municípios.
CONCLUSÃO
Com os fatos narrados acima, podemos afirmar, com tranquilidade, que o processo sucessório de 2022 começa a se afunilar de forma natural.
A fotografia do momento e dos nomes que se encontram à disposição do eleitor para governador, vice-governador, senador, deputado federal e deputado estadual começa a ficar nítida, restando saber quem apoiará quem, e quem vai participar da chapa de quem.
E, pelo visto, isso é coisa só para 2022.
Por hoje é só. Até breve.
Ministro da Casa Civil afirmou que determinações de Bolsonaro sempre serão cumpridas
Por Julia Lindner
Após ser cobrado a se manifestar sobre a indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo pastor Silas Malafaia, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou nesta terça-feira que todas as determinações do presidente Jair Bolsonaro "serão cumpridas sempre". Segundo Nogueira, Malafaia desconhece a atuação dos ministros do Palácio do Planalto.
— Não estou entendendo. Eu sou um auxiliar do presidente da República e todas as suas determinações serão cumpridas sempre. Acho que falta informação a esse pastor sobre a nossa atuação — disse o ministro a jornalistas no Piauí, onde passa o feriado.
Em vídeo divulgado ontem, Malafaia cobrou Ciro Nogueira e os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo) a defenderem a indicação de Mendonça ao Supremo, que está parada há três meses no Senado. O pastor disse que, do contrário, os ministros devem deixar os cargos.
"Os ministros Ciro Nogueira, Fábio Faria e Flávia Arruda, que são políticos e ministros do Palácio, são obrigados a defender a indicação do presidente Bolsonaro. São obrigados a trabalhar em favor de André Mendonça. Não querem? Caiam fora daí. Não podem estar nesse lugar", declarou Malafaia.
Na visão de integrantes do Palácio do Planalto, a estratégia do pastor para pressionar pela indicação de Mendonça no Senado pode acabar atrapalhando. Muitos parlamentares resistiam à ideia de validar um nome apresentado como "terrivelmente evangélico" por Bolsonaro, e houve um esforço para que ele pudesse se descolar dessa imagem nas últimas semanas.
Hoje, após tomar conhecimento da declaração de Nogueira, Malafaia comemorou em suas redes socias.
"JÁ VALEU O VÍDEO QUE FIZ KKKKK o ministro Ciro Nogueira que vive nas sombras escondido, se manifestou sobre o meu vídeo, mesmo não sendo direto com os jornalistas, para dizer que apoia André Mendonça. Não desmentiu que se encontrou com Renan Calheiros. BOTA A CARA PARA FORA!", escreveu Malafaia.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Nogueira participou na última semana de um jantar com a presença do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, no qual foram discutidas alternativas ao nome de André Mendonça para o STF.
Assim como fez com o PTB, o presidente disse a Ciro Nogueira que só se filiaria ao PP se tivesse autonomia para apontar os candidatos
Por Edoardo Ghirotto
Jair Bolsonaro repetiu nas conversas com o Progressistas a exigência para indicar todos os candidatos do partido ao Senado. O presidente manifestou o mesmo interesse quando recebeu uma oferta para se filiar ao PTB.
O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, comentou sobre a imposição de Bolsonaro durante uma conversa com interlocutores do diretório paulista do PP. A conversa ocorreu há duas semanas.
Segundo o relato de Ciro, o presidente deixou claro que lançará o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, na disputa pelo Senado em São Paulo. Até então, Tarcísio vinha sendo cogitado como provável candidato ao governo do estado.
O relato não causou surpresa, mas deixou os integrantes do diretório paulista com dúvidas sobre como será feita a articulação para viabilizar o ministro. Comenta-se que seria inusitado, no mínimo, se Tarcísio fosse um candidato avulso ao Senado, fora de uma chapa de governador e com apoio apenas do presidente.
O pedido para ter autonomia sobre as candidaturas se justifica porque o presidente empilhou derrotas no Senado ao longo do mandato. Bolsonaro tem dito que foi um erro não ter dado prioridade à eleição de senadores em 2018.
Um grupo de 31 subprocuradores-gerais da República lançou um manifesto contra a PEC que aumenta a influência do Congresso no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). A proposta deve ser votada pela Câmara dos Deputados na próxima semana.
Por Rayssa Motta
O CNMP, ou 'Conselhão', é responsável por fiscalizar a conduta de promotores e procuradores. As mudanças previstas na PEC que tramita no Congresso atingem tanto a composição do colegiado quanto a própria função do órgão. Isso porque, além de prever o aumento de assentos reservados a indicações alternadas da Câmara e do Senado, o texto também propõe que o conselho ganhe a atribuição de rever atos privativos de membros do Ministério Público - incluindo a anulação da abertura de investigações.
Entre a classe, a proposta vem sendo duramente criticada e encarada como uma reação da classe política ao trabalho de investigação do MP. Apresentada pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a PEC ganhou apoio de deputados do próprio PT e do PDT, DEM, PP, PCdoB, Republicanos, PSL, PSC, MDB, PSOL e PTB.
Os subprocuradores afirmam que as mudanças 'golpeiam' a autonomia institucional e vão 'desfigurar' o Ministério Público. "Se aprovada, [a PEC] ocasionará a destruição do modelo de Ministério Público como consagrado pela Constituição de 1988, notadamente com a debilitação da independência funcional, que permite a seus membros não se sujeitarem a pressões, interesses políticos e outras injunções", escrevem.
Outro ponto questionado é o congelamento da contagem dos prazos para prescrição de infrações até a decisão final sobre a conduta do procurador ou promotor. O manifesto diz que a regra é uma forma de 'criminalização' dos membros do Ministério Público.
A proposta chegou a ser pautada para votação no plenário da Câmara dos Deputados, mas acabou suspensa por falta de quórum. O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que pediu ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para adiar a análise do texto.
Ao menos 15 senadores podem encontrar com o ex-presidente, que tem sido criticado por se reaproximar de defensores do impeachment de Dilma
Por Luciana Lima
Apesar das críticas enfrentadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por sua reaproximação com figuras do MDB, como ficou bastante claro no jantar oferecido pelo ex-senador Eunício de Oliveira (MDB-CE) na última quarta-feira (6/10), parlamentares petistas têm se dedicado a ampliar ainda mais as conversas no Congresso com o objetivo de vencer a resistência antipetista.
Enquanto é cedo para a definição de apoios mútuos, a ordem no PT é manter a capacidade de diálogo com forças que podem até se enfrentar nas eleições. Dessa forma, se não houver possibilidade de união para uma disputa em primeiro turno, que sejam possíveis conversas em eventual segundo turno.
A tônica antibolsonarista é o chamariz utilizado pelo PT. Apesar das rusgas passadas, o que deve prevalecer é o pragmatismo político. Além dos emedebistas que já participaram do jantar de Eunício, Lula busca neste momento, por meio da bancada de senadores petistas, ampliar o diálogo para um grupo que envolve mais 15 senadores.