Pelo menos por enquanto a Capital do Boi Gordo do Tocantins não terá casos de denuncismo sobre corrupção. O prefeito, Wagner Rodrigues, apadrinhado dos senadores Eduardo Gomes e Irajá Abreu, encontra-se, no momento, voando em céu de brigadeiro. Mas, a partir deste agosto que se inicia, o ambiente pode mudar. Já houve conflitos com a direção da Câmara Municipal por falta de pagamento das emendas impositivas.
Por Edson Rodrigues
Candidatíssimo à reeleição, o prefeito continua com o mesmo grupo político que o elegeu, liderado por ele, por Ronaldo Dimas e por Tiago Dimas, este último derrotado na reeleição para deputado federal, se tornando o mais novo parlamentar “catapora”, aqueles que só “comparecem” uma vez.
De acordo com as urnas, Jorge Frederico, (foto) candidato a deputado estadual mais votado na cidade com quase 5% a mais de votos que o segundo colocado, é o nome que terá condições de ameaçar a reeleição de Wagner Rodrigues. Além de fazer parte da base de apoio ao governador Wanderlei Barbosa, é o único capaz de unir outros deputados estaduais e federais da cidade em torno da sua candidatura. No início deste segundo semestre o apoio do grupo político palaciano a Jorge Frederico deve se tornar mais cristalino.
Correndo por fora aparece a candidatura do ex-deputado federal Célio Moura, (foto) do PT do presidente Lula, um profissional do Direito com liderança nos vários assentamentos instalados em Araguaína e junto à população mais carente do município.
Sua candidatura, por enquanto, é vista como aquelas candidaturas que surgem com força moderada, mas com potencial para influenciar no resultado final da eleição, tirando votos dos dois melhores colocados.
Resta saber de Célio Moura tirará votos de Wagner Rodrigues ou de Jorge Frederico.
VÁCUO POLÍTICO
O momento político de Araguaína, atestado pelo Observatório Político de O Paralelo 13, aponta, ainda para um vácuo político. Um espaço vago, ainda não preenchido por nenhuma das pré-candidaturas, à espera ou de um nome vindo dos políticos na ativa, detentores de mandato, ou dos ex-parlamentares, que são os únicos fortes e com patrimônio político para preencher esse espaço com votos.
Wagner Rodrigues, atual prefeito
O certo é que juntos, agindo em bloco, andando na mesma direção, sejam conectados ao Palácio Araguaia, sejam da oposição, têm condições de criar a musculatura necessária para fazer suas candidaturas serem notadas e significativas para a corrida sucessória em Araguaína.
Resta saber quem reunirá tais condições à sua volta ou se todos preferem delegar à Jorge Frederico e a Wagner Rodrigues a disputa por uma eleição que, a permanecer assim, será plebiscitária.
O tempo dirá!
O ex-presidente entrou com um pedido de explicações na Corte e afirmou que a declaração de Lula é uma ofensa a sua honra
Por Gabriela Coelho
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma interpelação criminal contra as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante um programa semanal do governo. Lula afirmou que Bolsonaro editou decretos de liberação de armas “para agradar ao crime organizado e gente que tem dinheiro”. A interpelação é um tipo de pedido de explicações. Nela, a defesa de Bolsonaro afirma que existe a necessidade de obter o esclarecimento, porque as falas atingem a honra do ex-presidente.
No trecho sobre o qual Bolsonaro pede explicações, Lula diz que o governo do ex-presidente "queria criar o Ministério das Armas. O Ministério da Violência, o Ministério das Fake News, o Ministério da Mentira. É isso que eles queriam criar?". Outro ponto questionado é sobre a preparação de um golpe. “Eles tentaram preparar um golpe. Sifu”, disse Lula.
A defesa do ex-presidente afirmou ainda que o Código Penal fixa o fato de que, em relação a alusões ou frases, calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. "Portanto, possibilita-se ao interpelado se retratar ou esclarecer circunstâncias e fatos, talvez imprecisos ou equivocados, visando explicar a real intenção e o pretendido objetivo com as aludidas declarações", enunciou.
Sergio Moro deixou o Podemos antes da eleição
Por Naian Lucas Lopes
O Podemos está contestando a decisão judicial que resultou no bloqueio de suas contas. O partido alega que cumpriu parte do contrato firmado com a agência de publicidade D7, no valor de dois milhões, referente à pré-campanha do ex-juiz Sérgio Moro para a presidência da República. Segundo o contrato, a empresa deveria realizar a produção de propaganda partidária para os órgãos estaduais e nacionais no primeiro semestre de 2022.
Segundo a legenda, a D7 executou a primeira parte do contrato, elaborando materiais para veiculação nos órgãos estaduais entre fevereiro e abril de 2022. Contudo, após a desfiliação de Moro do Podemos, a agência não produziu o material de propaganda para o horário nacional, previsto para ser veiculado em junho do mesmo ano.
Diante disso, a agência recebeu apenas metade do valor contratado e busca reivindicar a segunda parte do pagamento. No entanto, Podemos se defende, argumentando para a coluna Panorama que a D7 não cumpriu integralmente o contrato, e efetuar o pagamento seria ilegal e poderia configurar enriquecimento ilícito da produtora.
A decisão da Justiça de São Paulo, que determinou o bloqueio do fundo partidário do Podemos, se tornou pública nesta segunda-feira (31). A agremiação é acusada de não pagar R$2 milhões à agência de publicidade.
Na época da contratação, o Podemos montou uma estrutura para impulsionar a pré-candidatura de Sérgio Moro à presidência. Mas o ex-juiz saiu da legenda na reta final da janela partidária, se transferindo para o União Brasil e desistindo da corrida eleitoral presidencial.
PP exige ao menos um ministério, como o Desenvolvimento Social, e a Caixa Econômica Federal como parte da negociação
Com Agências
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem planos de integrar o PP e o Republicanos à Esplanada dos Ministérios nos próximos dez dias. As informações foram divulgadas pelo blog da jornalista Andréia Sadia, da GloboNews.
"Isso está com o presidente para decidir. Não está definido quais pastas, mas o mais provável é que isso seja resolvido nos próximos dez dias", afirmou o ministro.
De acordo com informações do blog, o PP exige um ministério, como o Desenvolvimento Social, e a Caixa Econômica Federal como parte da negociação. Para essas duas pastas, o partido tem os nomes de André Fufuca para o ministério e Margarethe Coelho para a Caixa.
O governo de Lula está em processo de negociações com partidos do centrão, com o objetivo de ampliar sua base de apoio no Congresso. Isso implica conceder a chefia de ministérios a siglas desse grupo.
Nesta semana, está prevista uma conversa de Lula com líderes do centrão para abordar a questão. O partido Republicanos, liderado por Tarcísio de Freitas, pode assumir o Ministério do Esporte.
Presidentes da República e da Câmara devem se encontrar nos próximos dias para acertar os detalhes do acordo
Por Hellen Leite
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), conversaram por telefone nesta quarta-feira (26) sobre a reforma ministerial que vai acomodar integrantes dos partidos do centrão. Lula e Lira devem se encontrar nos próximos dias para acertar os detalhes do acordo. As mudanças na Esplanada são consideradas decisivas para a agenda do governo no Congresso no segundo semestre do ano.
Na terça-feira (25), o presidente Lula admitiu ceder ministérios a partidos do centrão em troca de "tranquilidade ao governo". Ele também disse que vê como "normal" que o grupo político queira respaldo na Esplanada, já que tem votado a favor das pautas governistas no Congresso. As alterações, segundo Lula, devem ocorrer nas próximas semanas.
"É assim que a gente conversa, e é normal que, se esses partidos quiserem apoiar a gente, eles queiram participar do governo. Aí você tenta arrumar um lugar para colocar, para dar tranquilidade ao governo para as votações que nós precisamos para aprimorar o funcionamento do Brasil. É exatamente isso que vai acontecer", afirmou.
Lula também disse que, apesar dos acordos, os partidos políticos não terão poder para escolher ministérios e que as indicações são prerrogativa do presidente da República.
"Não é o partido que quer vir para o governo que escolhe o ministério. Quem escolhe, indica e oferece o ministério é o presidente da República. Vamos fazer isso nos próximos dias. Mas ainda não conversei com ninguém. Quando eu conversar, terei interesse que a imprensa saiba, não tem conversa sigilosa", enfatizou.
Cotados para os ministérios
Um nome dado como certo na Esplanada após as trocas ministeriais é o do deputado André Fufuca (PP-MA), do partido de Arthur Lira. A dúvida está em torno de qual vaga ele assumiria. O partido almeja uma pasta com grande orçamento, como Desenvolvimento Social e Combate à Fome (atualmente nas mãos de Wellington Dias, do PT).
Além disso, o centrão avalia a indicação de mulheres para o primeiro escalão. A orientação é do Palácio do Planalto, que quer evitar um desgaste com a possível dispensa de nomes femininos dos cargos de chefia na Esplanada. Com isso, a ex-deputada federal Margarete Coelho ganha força para assumir a presidência da Caixa, e a ex-deputada Virgínia Velloso é o nome considerado para o comando da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Cotada para a presidência da Caixa, Margarete Coelho tem proximidade tanto com o presidente da Câmara, Arthur Lira, quanto com o presidente do Progressistas, Ciro Nogueira (PI), que tem declarado oposição aberta ao governo Lula. Coelho foi vice-governadora do Piauí e é atualmente diretora de Administração e Finanças do Sebrae.
Já para a Funasa, um nome forte é o da atual superintendente da fundação na Paraíba, Virgínia Velloso. Ela é mãe do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e da senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB). Além disso, atuou nas articulações no Congresso para a recriação da Funasa e tem a simpatia de servidores da fundação.